quinta-feira, 18 de julho de 2013

PROJETO DE INTERVENÇÃO

PROJETO DE INTERVENÇÃO
O QUE É UM PROJETO DE INTERVENÇÃO?
É um projeto que será inserido a um projeto político –pedagógico sistematizado e que precisará apenas ser revisado a fim de que contemple uma tema que no nosso caso seria a educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO
· TEMA: (de acordo com o conteúdo)
 A indicação da temática a ser trabalhada, tem que refletir a necessidade a ser superada.
      
· JUSTIFICATIVA: (porque vale a pena trabalhar com projetos na escola?)
 É o que transmite a dimensão do que vai ser trabalhado.
 
·SITUAÇÃO PROBLEMA: (dificuldades referente à temática, que pode ser discutida/solucionada, por meio de intervenção pedagógica).
 
· PÚBLICO ALVO: indica o segmento, ou a série, ou a turma, ou o grupo de alunos e/ou professores com o qual se vai trabalhar.
 
·OBJETIVOS: (o quê o projeto pretende discutir, verificar, solucionar, alcançar…)
 O objetivo consta de duas partes: o que se vai fazer, que é a indicação da ação que será realizada e para que fazê-lo, que é a indicação do que se pretende alcançar, a finalidade.
 
·EMBASAMENTO TEÓRICO: (textos com base no conteúdo estudado que faça referência ao tema escolhido, à situação-problema que se quer discutir e os objetivos a serem alcançados)
 
·PERCURSO METODOLÓGICO: o quê envolver como caminhos a serem trilhados para alcance dos objetivos pretendidos (atividades, estratégias, habilidades, trato interdisciplinar, envolvimento dos segmentos da escola, construção coletiva).
 
·RECURSOS: disponibilidade material, tanto física como humana são os recursos que torna exeqüíveis o projeto
 
·CRONOGRAMA DE ATIVIDADES: dando um caráter efetivo, fazendo parte do currículo da escola e, não apenas de um calendário de eventos.
 
·AVALIAÇÃO: é um procedimento que mostra se o que está sendo desenvolvido avança na direção dos objetivos. A avaliação é constante e mostra como vai indo o desenvolvimento do projeto.
“A avaliação significativa se faz no próprio processo, como parte dele, enquanto ele se desenvolve, sem que, para isto, se deva sempre realizar uma parada formal.
MÚSICAS AFRICANAS.
 
 
Sorriso Negro – Elymar Santos
Um sorriso negro
Um abraço negro
Traz felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade ( bis )
Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio é luto
Negro é a solidão
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é destino, é amor
Negro também é saudade


A Cor De Deus – Banda Mel
Composição: Luiz Carlos-branca Di Neve-mazinho Xerife
Você sabe a cor de deus
Quem sabe não revela,a,a,
O,o,o,o,o,o, vamos dizer
O,o,o,o,o,o, vamos dizer
Em vez do apartheid,
Aperta a mão do negro
O negro tem direito de viver
Negro é amor, negro é a paz
Não quer a guerra
O negro também dessa terra
O seu sentimento, é como um lamento
Que leva aos quatro cantos
O canto do sofrimento
Fraternidade,igualdade,liberdade
O negro quer o universo
Cheio de felicidade
Na áfrica tem negro com sofrimento
Aqui também o negro, tem seu lamento
No mundo inteiro o negro
Tem o seu sentimento
 
Portela – Samba Enredo 1972
Ilu Ayê, Ilu Ayê Odara
Negro dançava na Nação Nagô
Depois chorou lamento de senzala
Tão longe estava de sua Ilu Ayê
Tempo passou ôô
E no terreirão da Casa Grande
Negro diz tudo que pode dizer
É samba, é batuque, é reza
É dança, é ladainha
Negro joga capoeira
E faz louvação à rainha
Hoje
Negro é terra, negro é vida
Na mutação do tempo
Desfilando na avenida
Negro é sensacional
É toda a festa de um povo
E dono do carnaval
Nas Veias do Brasil – Beth Carvalho
Composição: Luiz Carlos da Vila
Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, à terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria – mãe gentil
É preciso altitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil.

Samba Enredo 1994 – Quando o Samba Era Samba
Portela (RJ)
Composição: Wilson Cruz, Cláudio Russo, Zé Luiz
África encanto e magia
Berço da sabedoria
Razão do meu cantar
Nasceu a liberdade a ferro e fogo
A Mãe Negra abriu o jogo
Fez o povo delirar
Deixa falar, ô, ô, ô
Deixa falar, ô, iaiá
Esse batuque gostoso não pode parar
Entra na roda ioiô
Entra na roda iaiá
Lá vem Portela é melhor se segurar
Axé vem de Luanda
Sacode negritude da cidade
Trazendo a bandeira do samba
Na apoteose da felicidade
Samba é nó na madeira
É moleque mestiço
Foi preciso bancar
Resistência que a força não calou
Arte de improvisar
Capoeira
O samba vai levantar poeira
Tem zoeira
Em Oswaldo Cruz e Madureira

 
Racismo É Burrice (nova Versão De Lavagem Cerebral)
Gabriel Pensador
Composição: Gabriel O Pensador
Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
“O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar”
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A “elite” que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
Racismo é burrice
Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
Racismo é burrice
Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral
Racismo é burrice
O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo – eu digo nenhum tipo de racismo – se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da “elite”
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Racismo é burrice
E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

 
Raça Negra
Margareth Menezes
Composição: Jorge Zarath, Dito
O grito da terra se expande por todo o Universo
No verso da mão calejada que afaga o rebento
O amor relampeja quebrando a semente da guerra
Sagrada é a força da Terra brilhando num só pensamento
Olorum mandou botar
Um presente pra Iemanjá
Colocar no mar do amor
Pra saudar seu ganzuá
Mãe Oxum me batizou
Com a benção de Oxalá
É felicidade é com,oh yeah
Raça Negra,Raça Negra
Raça Negra,Raça Negra
Sou erê,sou mandinga,sou manhã
Sou dendê,afilhada de Yansã
Sou café,cana-verde,que beleza
Raça Negra!
Sou de paz,sou axé,sou natureza
Raça Negra,Raça Negra
Raça Negra,Raça Negra
Aiá,aiá,aiá…
Aiê,iê,aiá,aiê,aiê…
 
Beleza pura
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso
 
NÃO ME AMARRA DINHEIRO NÃO
MAS FORMOSURA
DINHEIRO NÃO
A PELE ESCURA
DINHEIRO NÃO
A CARNE DURA
DINHEIRO NÃO
MOÇA PRETA DO CURUZU
FEDERAÇÃO
BOCA DO RIO
BELEZA PURA
BELEZA PURA
BELEZA PURA
DINHEIRO NÃO
QUANDO ESSA PRETA COMEÇA A TRATAR DO CABELO
É DE SE OLHAR
TODA A TRAMA DA TRANÇA DA TRANSA DO CABELO
CONCHAS DO MAR
ELA MANDA BUSCAR PRA BOTAR NO CABELO
TODA MINÚCIA, TODA DELÍCIA
NÃO ME AMARRA DINHEIRO NÃO
MAS ELEGÂNCIA
NÃO ME AMARRA DINHEIRO NÃO
MAS A CULTURA
DINHEIRO NÃO
A PELE ESCURA
DINHEIRO NÃO
A CARNE DURA
DINHEIRO NÃO
MOÇO LINDO DO BADAUÊ
BELEZA PURA
DO ILÊ-AIÊ
BELEZA PURA
DINHEIRO IÊ
BELEZA PURA
DINHEIRO NÃO
DENTRO DAQUELE TURBANTE DOS FILHOS DE GANDHI
É O QUE HÁ
TUDO É CHIQUE DEMAIS, TUDO É MUITO ELEGANTE
MANDA BOTAR
FINA PALHA DA COSTA E QUE TUDO SE TRANCE
TODOS OS BÚZIOS
TODOS OS ÓCIOS
NÃO ME AMARRA DINHEIRO NÃO
MAS OS MISTÉRIOS
BELEZA PURA
DINHEIRO NÃO
BELEZA PURA
BOCA DO RIO
BELEZA PURA
FEDERAÇÃO
BELEZA PURA
O ILÊ-AIÊ
BELEZA PURA
E DO BADAUÊ
BELEZA PURA


Alma Não Tem Cor
Chico César
Composição: André Abujamra
Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou negro?
Branquinho
Neguinho
Branco negão
Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida
Ela é multicolor
Azul amarelo
Verde verdinho marrom




Respeitem Meus Cabelos Brancos
Chico César
Composição: Chico César
Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos
Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos
Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos
Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar



Meu Pai Oxalá
Daniela Mercury
Composição: Vinícius de Moraes/ Toquinho
Atotô abaluyê
Atotô babá
Vem das águas de Oxalá
Essa mágoa que me dá
Ela parecia o dia
A romper da escuridão
Linda no seu manto todo branco
Em meio à procissão.
E eu que ela nem via,
Ao Deus pedia amor e proteção:
Meu pai Oxalá é o Rei,
Venha me valer
E o velho Omulu
Atotô abaluayê
Que vontade de chorar
No terreiro de Oxalá
Quando eu dei com a minha ingrata
Que era filha de Yansã
Com sua espada cor de prata
Em meio à multidão
Cercando Xangô num balanceio
Cheio de paixão
Meu pai Oxalá é o rei
Venha me valer
E o velho Omulu
Atotobaluaiê
Milagres do Povo
Daniela Mercury
 
Quem é ateu
E viu milagres como eu
Sabe que os Deuses sem Deus
Não cessam de brotar,nem cansam de esperar
E o coração
Que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão
Não cabe no seu não
Não cabe em si, de tanto sim
É pura dança e sexo e glória
E paira para além da história
Refrão:
Oju obá ia lá e via
Oju obá ia
Xangô manda chamar, Obatalá guia
Mamãe Oxum chorar, lágrima alegria
Pétala de Iemanjá, Inasã oiá ria
Oju obá ia lá e via
Ojú obá ia
Obá
É no charéu, que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu
Que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou
Sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente e ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente
Refrão:
Oju obá ia lá e via
Oju obá ia
Xangô manda chamar, obatalá guia
Mamãe oxum chorar, lágrima alegria
Pétala de iemanjá, inasã oiá ria
Oju obá ia lá e via
Ojú obá ia
Obá
(Obáááá…)


No Tabuleiro Da Baiana
Daniela Mercury
Composição: Ary Barroso
No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá
No coração da baiana tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você
Juro por Deus
Pelo senhor do Bonfim
Quero você, baianinha, inteirinha pra mim
E depois o que será de nós dois
Seu amor é tão fulgáz, enganador
Tudo já fiz
Fui até num canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
No amor quem governa é o coração
No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá
No coração da baiana também tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé
Pra você


Preto E Branco
Daniela Mercury
Composição: Dudu Fagundes / Santos Diniz
Sou amarrado nessa pele escura
Na sua cultura
Em sua formosura
Mas no final tudo é uma só mistura
A mesma estrutura
Isso é beleza pura
E baseado nessa ideologia
Que a nossa magia pode aí se explicar
A europa , a africa e a bahia
Têm a alegria
De aqui se misturar
Preto
E todo mundo aqui é branco e preto
E todo mundo aqui é branco e preto
E todo mundo aqui é preto e branco
preto
E todo mundo aqui é branco e preto
E todo mundo aqui é branco e preto
E todo mundo aqui é preto e branco


Canto da Cor – Reflexus
Composição: Moises e Simão
A simbolização do negro africano
Recorda o manto sofrido hargalo de dor
O negro batendo na palma da mão
Este canto
Este canto é a sua origem e cintila a cor
Ilê Aiyê ê ê
É a nossa cor
Negro a dizer é a nossa cor
ôhô ôhô ôhô
ôhô
ehê ehê ehê
ehê
O negro se farta do fruto da sua beleza
Atribui-se tambem a ele esta sua grandeza
Ilê Aiyê
Sendo a propria razão
Que a razao nao pode explicar
Ecoa-se ate o firmamento
Este nosso cantar
Ilê Aiyê ê ê
É a nossa cor
Negro a dizer é a nossa cor
ôhô ôhô ôhô
ôhô ehê ehê ehêehê
 
Canto Para o Senegal
Reflexus
 
Sene sene senegal
Sene sene senegal
Diz povão senegal região
Diz povão senegal região
Diz povão senegal região
A grandeza do negro
Se deu quando houve este grito infinito
E o muçulmanismo que contagiava como religião
Ilê-aiyê traz imensas verdades ao povo fulani
Senegal faz fronteira com Mauritânia e Mali
Os seres ê ê ê, a tribo primeira que simbolizava
Salum, gâmbia, casamance, seus rios a desembocar
Mandigno, tukuler, uolof, são os povos negros
E uma das capitais mais lindas hoje se chama dakar, ilê
Ilê ê ê ê, dakar á á, obatala ago iê ê ê ê
Esses são os meus sentimentos do nosso antepassado
Senegal narrado como tema ilê aiyê
sene, sene, sene, sene, senegal
diz povão, senegal região
ê ahê, ahê
á, ia, iê
Baol reino de lá
Hamba-kalo povo de dakar
Negros ilê-aiyê avançam pelas ruas centrais da cidade
Senegalesas mulheres vaidosas mostrando intensidade
Incorporadas num só movimento na dança frenética do carnaval
Caolak, rufisque, zinguichor, são as cidades do senegal
Ilê-aiyê ê ê… está nos torsos, nas indumentárias africanas
Lingüisticamente o francês na dialética união baiana
Baobás árvore símbolo da nação
dos deniakes, os berberes, dinastia da região, ilê…
ilê ê ê ê, dakar á á á, obatalá, ago iê, ê ê ê…
esses são os meus sentimentos do antepassadoaval
Caolak, Rufisque, Zinguichor, são as cidades do Senegal
Ilê Ayiêêê esta nos torsos, nas indumentárias africanas
Lingüisticamente o francês na dialética união baiana
Baobás, árvore símbolo da nação
Dos deniakes, os Berberes, dinastia da região, ilê
Ilêêê, Dacar, obatalá, agô iêêê
Esses são os meus sentimentos do nosso antepassado

Dialeto Negro
Reflexus
 
Mamêtro Kavisó
De umbanda
Umbanda gira gira
Azulê no abanto
Ungagá zara tempo
Sambangola de mucaia
Sequê sequê dandalunda
Agorigê meu atotó
Agolónan Godemá nagô
Agonilê Agonilê
ê carnaxe ara
Ara mogibi
Mogibi mocualê babá
Ara vá
Mogibi mocualê babá
Ara vá

Libertem Mandela
Reflexus
 
Batalhas e conflitos
vítimas de sofrimentos
sou eu um negro bonito
desabafando meus sentimentos
De geração em geração
que é discriminado o negão
e hoje somos cultura
nosso grito de força é a nossa união
Tire o chapéu e levante a mão
Tire o chapéu e levante a mão
Diga não ao Apartheid e liberte Mandela
Nosso grande irmão

Madagascar Olodum
Reflexus
Criaram-se vários reinados
Ponto de Imerinas ficou consagrado
Rambozalama o vetor saudável
Ivato cidade sagrada
A rainha Ranavalona
Destaca-se na vida e na mocidade
Majestosa negra
Soberana da sociedade
Alienado pelos sues poderes
Rei Radama foi considerado
Um verdadeiro Meiji
Que levava seu reino a bailar
Bantos, indonésios, árabes
Se integram à cultura malgaxe

Raça varonil alastrando-se pelo Brasil
Sankara Vatolay
Faz deslumbrar toda nação
Merinas, povos, tradição
E os mazimbas foram vencidos pela invenção

êêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Iêêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor

E viva Pelô Pelourinho
Patrimônio da humanidade é
Pelourinho, Pelourinho
Palco da vida e das negras verdades

Protestos, manifestações
Faz o Olodum contra o Apartheid
Juntamente som Madagascar
Evocando liberdade e igualdade a reinar

Iêêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Iêêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Aiêêê, Madagascar Olodum
Aiêêê, eu sou o arco–íris de Madagascar
Aiêêê, Madagascar Olodum
Aiêêê, eu sou o arco–íris de Madagascar
Iêêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Iêêê Sakalavas oná ê
Iááá Sakalavas oná á
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Olodum Ologbom – Reflexus
 
Akewi Ati Onilu
Cantam e tocam para anunciar
Nubia, Axum e Etiópia
Olodum vem mostrar
Registrado pela história
Soberania momentânea
Menelik, rei Cabeb
Rastafari, Ei Ezana
A rainha do Sabá
Casou-se com o Rei Salomão
Originando a mista raça
São raízes do Sudão
A cultura sudanesa
Pelo mundo se espalhou
Fons, dogons, sereres, Haussás
Mossis, mandingas, ibôs, iorubás
Olodum do Pelourinho
Sempre contra a opressão
Busca paz e liberdade
Quer o mundo em união
ô ô ô
Ago Olodum Ti-de
Ibere ifé ati axé.
 
Serpente Negra – Reflexus
 
Ará Ará eu sou AraKetu
Ketu Ketu ode oba nixar
Kê Kê Kê leva eu
Kê Kê Kê AraKetu sou eu
Daomé nação de uma serpente negra
O rei manda lhe falar
O arco–íris ao se dissipar
Orixá maior é a força da natureza
Que representa Ketu nação
De um rei Olofin da atual República Beniin
No reino de Daomé
Serpente Negra era um babalaô
O arco-íris que vem lá do alto
Trás a força do superior
Ará Ará eu sou AraKetu
Ketu Ketu ode oba nixar
Kê Kê Kê leva eu
Kê Kê Kê AraKetu sou eu
O quadro negro
Representa na face da Terra
Hoje não existe mais guerra
A escravidão acabou ô ô
AraKetu retrato da tal mocidade
Representando o passado
E tudo que aqui ficou
Derramando nossos prantos de felicidade
Por ser essa tal entidade
Nomeada a Ode caçador
AraKetu força divina força maior
Ô ô ô ô ó ó ó ó ó
Pois o sangue desses negros
Derramavam na Terra
Para que os senhores passassem
Um tipo de vida melhor
Orá orá orá orá Orayê
Orá orá orá eis Oxumaré


Milton Nascimento
Morro Velho
 
No sertão da minha terra, fazenda é o camarada que ao chão sedeu
Fez a obrigação com força, parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no morro e ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada
Filho do branco e do preto, correndo pela estrada atrás depassarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos, semprepequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, contra histórias prá moçada
Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estaçãodistante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar, some longe o trenzinho aodeus-dará
Quando volta já é outro, trouxe até sinhá mocinha práapresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar

E o seu velho camarada, já não brinca, mas trabalha

Raça – Milton Nascimento
 
Lá vem a força, lá vem a magia
Que me incendeia o corpo de alegria
Lá vem a santa maldita euforia
Que me alucina, me joga e me rodopia
Lá vem o canto, o berro de fera
Lá vem a voz de qualquer primavera
Lá vem a unha rasgando a garganta
A fome, a fúria, o sangue que já se levanta
De onde vem essa coisa tão minha
Que me aquece e me faz carinho?
De onde vem essa coisa tão crua
Que me acorda e me põe no meio da rua?
É um lamento, um canto mais puro
Que me ilumina a casa escura
É minha força, é nossa energia
Que vem de longe prá nos fazer companhia
É Clementina cantando bonito
As aventuras do seu povo aflito
É Seu Francisco, boné e cachimbo
Me ensinando que a luta é mesmo comigo
Todas Marias, Maria Dominga
Atraca Vilma e Tia Hercília
É Monsueto e é Grande Otelo
Atraca, atraca que o Naná vem chegando
 
Reis e Rainhas do Maracatu
Milton Nascimento
 
Dentro das alas, nações em festa
Reis
e rainhas cantar
Ninguém se cala louvando as glórias
Que a história contou
Marinheiros, capitães, negros sobas
Rei do congo, a rainha e seu povo
As mucamas e os escravos no canavial
Amadês senhor de engenho e sinhá
Traz aqui maracatu nossa escola
Do Recife nós trazemos com alma
A nação maracatu, nosso tema geral
Banho de Manjericão
Clara Nunes
 
Eu vou me banhar de manjericão
Vou sacudir a poeira do corpo batendo com a mão
E vou voltar lá pro meu congado
Pra pedir pro santo
Pra rezar quebranto
Cortar mau olhado
E eu vou bater na madeira três vezes com o dedo cruzado
Vou pendurar uma figa no aço do meu cordão
Em casa um galho de arruda que corta
Um copo dágua no canto da porta
Vela acesa, e uma pimenteira no portão
É com vovó Maria que tem simpatia pra corpo fechado
É com pai Benedito que benze os aflitos com um toque de mão
E pai Antônio cura desengano
E tem a reza de São Cipriano
E têm as ervas que abrem os caminhos pro cristão.

Brasil Mestiço Santuário Da Fé
Clara Nunes
 
Vem desde o tempo da senzala
Do batuque e da cabala
O som que a todo povo embala
E quanto mais o chicote estala
E o povo se encurrala
O som mais forte se propala
E é o samba
E é o ponto de umbanda
E o tambor de Luanda
é o maculelê e o lundu
É o jogo do caxambu
É o cateretê, é o cõco e é o maracatu
O atabaque do caboco, o agogô de afoxé.
É a curimba do batucajé
É a capoeira e o candomblé
É a festa do Brasil mestiço, santuario da fé.
E aos sons a palavra do poeta se juntou
E nasceram as canççoes e os mais belos poemas de
amor.
Os cantos de guerra e os lamentos de dor
E pro povo não desesperar
Nós não deixaremos de cantar
Pois esse é o único alento do trabalhador
Desde a senzala….
Canto Das Três Raças
Clara Nunes
 
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De
paz em guerra
Todo
o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor


Ê Baiana – Clara Nunes
 
Ê baiana
Ê ê ê baiana, baianinha
Ê baiana
Ê ê ê baiana
Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba
Baiana boa
Gosta do samba
Gosta da roda
E diz que é bamba
Olha, toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta de samba
Ela quer rebolar
Toca a viola
Que ela quer sambar
Ela gosta de samba
Ela quer rebolar
Ê baiana
Ê baiana
Ê ê ê baiana, baianinha
Ê baiana
Ê ê ê baiana


Festa Para Um Rei Negro
Clara Nunes
 
Nos anais da nossa História
Vamos relembrar
Personagens de outrora
Que iremos recordar
Sua vida, sua glória
Seu passado imortal
Que beleza
A nobreza do tempo colonial
O lê lê, ô lá lá
Pega no ganzê
Pega no ganzá
Hoje tem festa na aldeia
Quem quiser pode chegar
Tem reisado a noite inteira
E fogueira pra queimar
Nosso rei veio de longe
Pra poder nos visitar
Que beleza
A nobreza que visita o gongá
O lê lê, ô lá lá
Pega no ganzê
Pega no ganzá
Senhora dona-de-casa
Traz seu filho pra cantar
Para o rei que vem de longe
Pra poder nos visitar
Esta noite ninguém chora
E ninguém pode chorar
Que beleza
A nobreza que visita o gongá
O-lê-lê, ô-lá-lá…
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário