quinta-feira, 10 de julho de 2014

África, África

E é de banzo que ainda se morre

É de uma saudade inexplicável

Que vem neste sangue que corre em nós

E desenha, pelo caminho, o seu contorno

De terra, de lugar, de sons, de morte e de vida.

África, África

Que o doce suspiro que agora exalo

Busque além de montanhas e mares

A Esperança de que aqui os seus descendentes

Escrevam sua história e façam a eterna ponte

A seus laços, a seu seio, aos seus braços

PROJETO ÁFRICA, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A SALA DE AULA

 
     






Palavras-Chave: Lei 10.639/03. Projeto Interdisciplinar. História e Cultura Afro-Brasileira. Cultura Africana. Étnico-Racial

RESUMO

O Projeto Interdisciplinar "África, Relações Étnico-Raciais e a Sala de Aula" nasceu e começou a ser desenvolvido a partir do estudo da Lei 10.639/03 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". O foco desta prática pedagógica foi a abordagem educacional da cultura africana e com base na superação do racismo em sala de aula, foram trabalhados conteúdos que remetessem à realidade brasileira quanto à discriminação racial, à desvalorização da cultura africana, sua influência no Brasil, o preconceito e a desigualdade social. Todos esses aspectos são importantes para valorização da diversidade étnico-racial.



INTRODUÇÃO

A aprovação da lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da História da África e dos afro-descendentes, gerou nos meios escolares e acadêmicos algumas inquietações e muitas dúvidas. Como ensinar o que não se conhece? Para além das interrogações, a lei revela algo que os especialistas em História da África vêm alertando há certo tempo.

OBJETIVOS

Resgatar a Cultura Africana em Sala de aula; Definir conteúdos, atividades e abordagens metodológicas que tratem a cultura negra; Compreensão e Respeito .
 



diversidade étnico-racial; Concretização da Naturalização e a Fé na Humanização e a prática da contextualização ao tratar assuntos sobre preconceito racial com os alunos, com toda a comunidade escolar e disseminação dessa conscientização.

METODOLOGIA

A Metodologia adota para o Projeto foi dividida por etapas descritas abaixo

1ª ETAPA: LEI 10.639/03 – CONSCIENTIZAÇÃO DO PROJETO

 para falar da Lei 10.639/03, de sua implantação e sobre a importância do Projeto que seria desenvolvido.

2ª ETAPA: REUNIÕES SOBRE PROPOSTAS DE ATIVIDADES

 fazer uma reunião para delimitarmos tarefas, as quais os professores trabalhariam em salas de aulas dos 1ºs, 2ºs  3ºs e 4 ano  Os componentes curriculares envolvidos

- Língua Portuguesa: Leitura de textos e contos sobre a cultura Africana.

- Geografia: Elaboração de Mapas Sócio-Políticos do Continente Africano.

- História: Aulas Expositivas sobre a História da África.

- Inglês: Textos interpretados em inglês e peças de teatros abordando a cultura africana e sobre Martin Luther King.

- Artes: Criação de Mural e Grupos de Danças da África.

- Projetos: Criação de um jornal que trate em todos os componentes curriculares o tema "África".

- Sociologia: Aulas expositivas e Exibição de filmes que abordem a cultura africana e o preconceito racial. Debates e Pesquisas envolvendo esses temas. Pesquisas no site Clikidéia no link "Africanidades".

 ETAPA: OFICINAS PROPOSTAS


- Murais que mostram objetos, imagens, indumentárias e instrumentos musicais que remetem a África.

- Grupos que apresentaram danças Africanas.

- o filme "Kiriku e a Feiticeira" e aberto debate em sala de aula.


- Uma peça de teatro que mostrou o Preconceito Racial na Sociedade Atual.

- Um vídeo que mostrou a Cultura Afro Brasileira.

 o filme "Crash – No Limite" e aberto debate em sala de aula


- Um Cartaz que foi o Símbolo e Convite do Projeto.

- Um documentário sobre o Racismo e Relações Étnico-Raciais

- Um "jingle" que remeta a cultura Africana.

- Uma reportagem que demonstra conhecimento da população local sobre a Lei 10.639/03.

-  exibir para os alunos  documentários "A Cor Da Cultura" e "Olhos azuis




4ª ETAPA: ANDAMENTO DO PROJETO

Fazer Reuniões periódicas para verificar os andamentos das oficinas e marcamos as datas para a exposição dos trabalhos.



Auditório

 Abertura da Semana: Palestra sobre a Lei 10.639/03.

 Apresentação do Grupo de Teatro

 Apresentação do Vídeo

 Apresentação dos Grupos de Danças Africanas

 Exibição do documentário

 Exibição do "Jingle" Africano

 Palestra  sobre o tema "Africanidades".

 Palestra  o tema "ÁFRICA–BRASIL: ÁRVORES ENTRELAÇADAS (Raízes Étnicas – Tronco Negro, Negro Futuro – Cerne: Preconceito e Discriminação.

 Perguntas e Debates

 Encerramento

– Exposição de Murais, objetos da cultura africana, indumentárias, mapas, instrumentos musicais, livros e filmes.

 Nessa sala ficará como som de fundo as músicas do CD "Conguê"



09h00 – Exibição do filme: "Kiriku e os Animais Selvagens"

10h30 – Exibição do filme: "A África do Sul e o Apartheid"



CONCLUSÃO

Esse Projeto foi pensado diante da oportunidade de conscientizar e amadurecer nos alunos do ensino médio, seus familiares e a comunidade sobre a questão do PRECONCEITO e como eles lidam com isso na sala de aula e no seu cotidiano, assim como a disseminação dessa conscientização. O conceito de cultura foi ampliado na comunidade escolar. Os alunos relataram suas referências históricas e culturais, foram estimulados a entender e a respeitar as demais manifestações culturais e suas diferenças. O Projeto trabalhado ofereceu aos alunos subsídios para pensar, decidir e agir, assumindo responsabilidades por relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando discordâncias, conflitos, contestações e valorizando as diferenças.

 




RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS NO CONTEXTO ESCOLAR





O presente estudo teve como inspiração a lei 10.639\03, que incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e cultura Afro-Brasileira", e foi realizado com o intuito de diagnosticar a visão dos alunos do Ensino Médio em relação às religiões afro-brasileiras, uma vez que, quando contextualizadas no ambiente escolar notamos, com nossa experiência em sala de aula, forte preconceito e discriminação.

Entende-se por Religiões afro-brasileiras as religiões dos Orixás. Para os iorubas, os orixás são deuses que receberam Oludumare (Deus supremo pai dos orixás) a incumbência de criar e governar o mundo, essas divindades tinham o poder de manter o controle sobre as forças naturais: as águas dos rios, os trovões, os ventos, as tempestades, as florestas etc.; por cada uma dessas forças naturais uma divindade é responsável, ou seja, Olorum, senhor dos céus; Oxossi senhor das matas; Oxumarê, o arco Iris controla a chuva e a fertilidade da terra; Nanã, guardiã do saber ancestral; Ogum, senhor do ferro, da metalurgia e da guerra; Omulu, senhor das doenças infecciosas (conhecimento e cura); Xangô, dono do trovão, justiça; Iansã ou Oiá,dirige os vento,as tempestades e a sensualidade feminina; Obá, dirige a correnteza dos rios e a vida doméstica das mulheres; Oxum, preside o amor e a fertilidade, é dona do ouro e da vaidade e senhora das águas doces; Iemanjá, a senhora das grandes águas, mãe dos deuses, dos homens e dos peixes; Oxalá ou Obatalá, é o criador do homem, senhor absoluto do principio da vida da respiração, do ar. Os iorubas acreditam que os seres humanos descendem dos orixás, portanto cada pessoa herda do orixá suas marcas e características (alegram-se e sofrem, vencem e perdem, conquistam e são conquistados, amam e odeiam).Os escravos traficados da África para o Brasil reproduziram seus mitos que são cultivados pelos seguidores das religiões dos orixás no Brasil.

Em diferentes momentos, regiões e estados do Brasil formaram-se as religiões afro-brasileiras, por isso, elas adotam diferentes formas de rituais e versões mitológicas. São elas: Candomblé, Bahia; Xangô, em Alagoas e Pernambuco; Tambor de mina, no Maranhão e no Pará; batuque, no Rio Grande do sul; e macumba e umbanda, no Rio de Janeiro.

As informações e os dados obtidos para realização da pesquisa envolveram a participação de professores e alunos do Ensino Médio de seis Escolas técnicas estaduais, localizadas principalmente em diferentes regiões do estado de São Paulo. Foram selecionadas quatro questões concernentes com o objetivo do projeto, sendo três dissertativas e uma de alternativa, as dissertativas estavam relacionadas especificamente com a opinião dos alunos em relação ao Candomblé, Macumba, Umbanda, Tambor de Mina e Batuque. A questão de alternativa estava direcionada a Os fios que nos unem



religião do pesquisado, e foi muito importante, pois serviu de suporte para identificar e conseqüentemente traçar um perfil da visão dessas religiões com as religiões afro-brasileiras. Participaram respondendo os questionários, com o auxilio dos professores, trezentos e vinte e oito alunos do Ensino Médio, representados por cento e noventa católicos, noventa e sete evangélicos, dezoito ateus, nove budistas, sete espíritas, cinco de correntes filosóficas distintas e somente dois da religião afro-brasileira. O resultado do estudo foi possível graças a uma minuciosa análise das repostas, levando em consideração os que desconheciam, associavam ao mal, associavam ao bem e por fim as pessoas que associam ao demônio.

Considerando os resultados obtidos, o primeiro pensamento, ou seja, a visão geral predominante entre os alunos é de total desconhecimento sobre as religiões afro-brasileiras, foram cento e cinqüenta pessoas que afirmaram nada conhecer sobre o assunto, isso fica explícito como nos exemplos a seguir: "Eu também não tenho conhecimento apurado sobre tais temas, acho que só escuto falar de tais religiões em brincadeiras ou em comentários de acordo com pensamentos preconceituosos. Em minha opinião essas religiões também devem ser respeitadas, nós não podemos julgar, ainda mais, algo que não conhecemos". Ou ainda: "Bom como o próprio texto já diz: o candomblé é a mais tradicional e africana dessas religiões. Mas em minha opinião, o candomblé não era religião, mas sim um grupo de dança do tipo Olodum". Assim concluímos, mediante estes e muitos outros comentários, o total desconhecimento sobre as religiões afro-brasileiras.

Na segunda visão de pensamento, noventa e três alunos associaram e relacionaram as religiões afro-brasileiras com o mal, ou seja, com coisas ruins. Os exemplos são notáveis: "As religiões afro-brasileiras (Macumba e Umbanda) são feitiçarias (rituais) macabros e não acredito nelas e nem sou a favor"; ou então: "São religiões que praticam magia negra, cultuam maus espíritos e só atraem coisas ruins". E ainda: "Sempre que ouço essas palavras me vem uma imagem ruim de magia do mal, algo para prejudicar alguém. Acho que ficou essa imagem, porque sempre que algo ruim acontece, aparece alguém dizendo "é macumba". Então acabo sendo influenciada por isso, pela mídia, pela população no geral". E também: "são religiões que praticam magia negra, cultuam maus espíritos e só atraem coisas ruins". Portanto, o mal associado às religiões afro-brasileiras que ocupa o segundo lugar no estudo, precisa ser trabalhado para conseguirmos uma verdadeira ação afirmativa de respeito e compreensão.

O terceiro tipo pensamento demonstrado no estudo, e o que poderia ter predominado, refere-se aos sessenta e quatro alunos que associaram as religiões afro-brasileiras com o bem, levando em consideração o respeito e a diversidade. São muitos os exemplos: "Tidas, também, como religiões, fazem parte da cultura afro-brasileira atual, mas que infelizmente são retratadas com certa discriminação e distanciamento pela sociedade. Seu significado, sua origem e tradição, devem ser olhados e respeitados, levando em consideração a importância cultural trazida da África para o Brasil. Inserir tais religiões no contexto escolar seria um bom começo". Ou ainda: "eu acredito que cada pessoa tem o direito de expressar sua religião independente de qual seja, mas sempre respeitando a opinião de outras pessoas". Enfim, são verdadeiros exemplos de respeito com relação as religião afro-brasileiros.

O quarto e último tipo de pensamento apontado no estudo envolveram diretamente vinte e um alunos, que relacionaram as religiões afro-brasileiras com o Os fios que nos unem



demônio, são dezesseis evangélicos, e cinco católicos. Vejamos algumas opiniões: "Acho que é uma forma incorreta de adoração, pois essas religiões se envolvem com espiritismo que é algo proveniente do diabo". E ainda: "entendo ou sei que Candomblé é Macumba, e não acredito que possa ser chamada de religião. Quem é do Candomblé, com certeza não é religioso, eu assumo que tenho tudo contra e tenho pena de quem adora satanás, escondido atrás desses supostos deuses (orixás)". E também: "eu entendo que Candomblé é uma crença onde as pessoas conversam e recebe espíritos de mortos, o que para mim, é puramente satânico". Ocupando assim o último lugar no estudo, a palavra demônio é citada entre alguns alunos que demonstraram certos preconceitos e total desconhecimento sobre as religiões afro-brasileiras.

Portanto, diante dos resultados obtidos neste estudo sobre as religiões afro-brasileiras, concluímos que o pensamento dos alunos que compõem o Ensino Médio de seis escolas técnicas do estado de São Paulo, em primeiro lugar, é de total desconhecimento, seguido de uma visão repleta de preconceitos, discriminação e negatividade. Depois foram poucas as opiniões que trataram as religiões afro-brasileiras com respeito, e finalmente associar as religiões afro-brasileiras com demônio, são visões estereotipadas e extremamente negativas. Assim são necessárias ações afirmativas no sentido de reverter esse quadro de pensamento, o papel do educador é importante, conhecer a mitologia dos Orixás e transmiti-las será o primeiro passo para alcançar o respeito e a compreensão das religiões afro-brasileiras. Sugiro como uma ação afirmativa, a leitura e a interpretação do poema "E foi inventado o candomblé"

 encontrado no epílogo do livro: "Mitologias dos Orixás", onde o autor Reginaldo Prandi, descreve a origem do Candomblé.

OS FIOS QUE NOS UNEM: TECENDO CONHECIMENTOS SOBRE A LEI 10639/03




Quando nos referimos à Lei Federal 10639/03, curiosamente nos deparamos com um conjunto de possibilidades na perspectiva de produção do conhecimento acerca do legado africano na diáspora brasileira e concomitantemente com uma série de limitações impostas pelo imaginário de uma sociedade que aprendeu a atribui a si própria uma condição ideal no que concerne às relações raciais, a despeito de sua experiência histórica.

Após esforços em âmbito nacional, como o trabalho desenvolvido pela antiga Secretaria de Ação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, que em sua primeira gestão, se ocupou em produzir textos e demais materiais de consulta, dando visibilidade à produção de parcela expressiva da intelectualidade afro-brasileira, os avanços não ocorreram no ritmo esperado. A SECAD também se lançou ao trabalho de fomentar a discussão sobre a educação das relações étnico-raciais em todo país a partir da constituição de fóruns estaduais. Porém com um tempo pudemos constatar que os efeitos do racismo institucional são muito mais perversos e duradouros do que ingenuamente poderíamos pensar. Logo, não foi difícil perceber que para vários gestores vinculados ao MEC as políticas educacionais de valorização da presença negra no Brasil eram um assunto específico da SECAD e não algo que fizesse parte de uma concepção filosófica mais ampla adotada pelo referido ministério. É como se aquela secretaria passasse a constituir um gueto e não uma instancia de órgão publico em diálogo com as demais.

No nosso país acontecem absurdos dessa ordem. Políticas públicas focadas em segmentos socialmente vulneráveis são adotadas sem que haja consenso entre aqueles responsáveis por implementá-las. Algo absolutamente surreal. Se alguns administradores não afrontam diretamente determinadas orientações do governo do qual fazem parte ao menos encontram formas silenciosas de retardarem o processo em prol de um sistema de ensino mais democrático. As divergências internas ao governo alimentam o atraso e contribuem para que lei caduque.

Um outro aspecto que merece olhar mais crítico diz respeito à uma lacuna existente na lei. Embora ela torne compulsória a adoção de história e cultura africana e afro-brasileira no âmbito da educação básica, não delega determinadas responsabilidades, como por exemplo a incumbência pela qualificação de docentes que irão abordar o assunto em sala de aula. A conseqüência mais nítida desta omissão pode ser percebida nos esforços sobre-humanos dos núcleos de estudos afro-brasileiros vinculados a instituições de ensino superior para dar consecução aos seus projetos de criação de cursos de pós-graduação direcionados aos professores que se mostram sensíveis e reconhecem a relevância dos estudos sobre as heranças africanas no Brasil. Óbvio que este esforço é louvável, mas por outro lado, notemos que enquanto essas pós-graduações sobrevivem a duras penas, as administrações das universidades se eximem de maiores compromissos, abstendo-se de assumir projetos de maior alcance, já que não lhes cabe explicitamente nenhum papel na formação demandada. Porém, imaginemos, caso houvesse uma regra mais geral no sentido de Os fios que nos unem



orientar faculdades e universidades no sentido de protagonizarem o processo de qualificação, o efeito transformador que isto permitira nos cursos de licenciatura pelo país afora. Os graduandos teriam nas suas grades curriculares disciplinas que lhes embasariam, permitindo-lhes um novo background, capaz de torná-los potencialmente aptos a ingressar na atividade docente em condições de lidar com os conteúdos propostos na lei, para além dos velhos, desgastados, mas persistentes estereótipos.

Ações mais recentes do Ministério Público, interpelando instituições como a Universidade de Brasília, a fim de saber qual tem sido o empenho para viabilizar a qualificação do corpo discente em relação à 10.639 é uma simples mostra de que o problema causado pela ausência de atribuições existe e tende a se agravar, embora subestimado por muitos reitores, secretários de educação nos municípios e estados, gestores da educação em geral, além do próprio MEC, em particular.

Quanto a nós pesquisadoras e pesquisadores que pagamos um preço alto nas instituições acadêmicas nas quais atuamos em função de nossa convicção ativista, cabe destacar as responsabilidades que vimos assumindo muito antes da lei se tornar realidade. A propósito, nunca é demais mencionar a relevância da educação formal, permanente objeto de preocupação na organização política do povo negro, tanto no que concerne à inserção desse segmento no ambiente escolar quanto ao conteúdo dos currículos escolares aos quais deveriam ter acesso. Falemos da Frente Negra Brasileira, nas primeiras décadas do século XX, do Teatro Experimental do Negro em meados do mesmo século, dos fóruns regionais ocorridos nas décadas de oitenta e noventa como os Encontros de Entidades Negras do Norte/ Nordeste, Sul/Sudeste e Centro-Oeste, ou ainda, mais recentemente, dos COPENEs, Congressos de Pesquisadores Negros que acontecem sob a chancela da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros, ABPN. A democratização do ensino como possibilidade de ascensão sempre foi uma meta obstinadamente perseguida pelo movimento negro.

Enquanto docente e artista, oriundo desse movimento e vinculado ao Departamento de Artes Visuais, inserido na estrutura do Instituto de Artes da Universidade de Brasília, me ocupo em desenvolver pesquisa em uma seara ainda pouco explorada, mas que requer muito de nossa atenção. Atualmente procuro fazer um trabalho de imersão no conceito de Cultura Visual que surge do legado deixado pela perspectiva dos Estudos Culturais, por questões paradigmáticas colocadas para a História da Arte e por revisões antropológicas. O princípio se baseia na idéia de que as imagens, mais do que ilustrações, são formadoras de nossas consciências, de modo que somos, em certa medida, produtos culturais, das imagens com as quais nos habituamos a conviver. Portanto, nossa percepção de mundo é fruto também de um repertório de imagens a que recorremos frequentemente. A esta altura vocês já devem estar se perguntando o que isto tem a ver com o racismo e eu responderia: simplesmente tudo.

O que são os estereótipos raciais senão uma construção histórica fundada em percepções visuais a priori? Percepções que fomentaram e lamentavelmente ainda fomentam as artes plásticas, a fotografia, o cinema, a televisão, o teatro, a literatura, a publicidade enfim. Até os classificados de emprego nas páginas dos jornais foram contaminados pelo questionável requisito da "boa aparência" que na prática se traduz em uma valorização absurda da imagem dos brancos como condição para o acesso ao emprego.

A construção caricata do corpo negro vem, ao longo da formação deste país, Os fios que nos unem




habitando o imaginário da sociedade brasileira de maneira tão constante que mais parece uma marca indelével. Podemos facilmente nos deparar em pleno século XXI com imagens negativas sobre o povo negro que já eram recorrentes há mais de cinqüentas anos atrás. A diferença de hoje é que tais abordagens não ocorrem mais da forma confortável como antes, em função do crescimento de uma consciência crítica atenta ao tamanho do estrago provocado.

Meu objeto de estudo são as relações raciais no contexto da Cultura Visual e como o legado eurocêntrico pode estabelecer limites que dão sustentação à manutenção de imagens que desqualificam a presença negra na formação da cultura brasileira. Daí a noção de que africanos e afro-brasileiros produzem artes e culturas que são primitivas, tribais e pueris, como determinava o discurso colonial com base no evolucionismo unilinear que serviu de alicerce para a produção de teses racialistas no século XIX. O olhar europeu foi de extrema eficácia ao aprisionar povos africanos e ameríndios em suas categorias hierarquizantes.

Estas questões não escapam sequer à cultura popular e seus falares. Uma sociedade que inventou "serviço de branco", "coisa de preto", "programa de índio", "cabelo ruim", "cabelo bom", entre outras pérolas, certamente o fez com base em interpretações problemáticas da imagem. Portanto, pensar a cultura visual, nesses termos, significa explicitar a existência de referenciais imagéticos que dão forma e conteúdo a uma consciência coletiva retrógrada, e concomitantemente confronta-la com as práticas contra-hegemônicas de valorização das imagens das coletividades afro-brasileiras, a exemplo dos Cadernos Negros e FECONEZU em São Paulo ou da Noite da Beleza Negra do Ilê Aiyê, bem como da aurora dos blocos afros em Salvador, ou ainda da criação do Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo no Rio de Janeiro, além de outras iniciativas. Projetos inaugurados na década de setenta no intuito de se constituírem em referenciais de uma identidade positiva do segmento negro.

Se na contemporaneidade conseguimos observar um nítido aumento de pessoas auto-declaradas negras, isto tem uma relação inequívoca com movimentos culturais que há pelo menos quarenta anos atrás perceberam que uma disputa no plano do imaginário precisava ser estabelecida.

Talvez nenhum outro fenômeno seja tão preciso para explicar as conexões entre relações raciais e cultura visual em nosso contexto do que o processo de embranquecimento vivenciado por este país. Tomemos como exemplo mais recente o anúncio de tv no qual Machado de Assis é protagonizado por um ator branco, assim como Artur Bispo do Rosário já foi interpretado por Ítalo Rossi e Chiquinha Gonzaga por Regina Duarte, sem que a população soubesse de fato as suas origens. No que concerne ao trabalho de resgate dessas personalidades, sobretudo de suas imagens, vale destacar a contribuição do Museu Afro Brasil para que justiça seja feita à memória da presença negra na cultura e sociedade brasileira. Tudo isso tem a ver com a discussão em torno uma cultura visual contaminada pelo pensamento ocidental.

A guisa de conclusão me permitam um comentário. Quando penso nos fios que nos unem imagino um tear africano que vai formando uma trama constituída de vários saberes. Ao mesmo tempo em que acompanhamos a confecção do tecido que é produzido pelas mãos que manipulam esse tear nos damos conta de como a questão étnico-racial é complexa, pois cada fio pode nos conduzir para um conhecimento específico acerca do mesmo assunto.



povo ashanti), com diferentes grafismos e cores variadas, mas que agregadas dão sentido ao discurso do anti-racismo no momento em que se estabelece o debate e enfrentamento de um modelo de sociedade excludente que fez uso abusivo das imagens para nos convencer de sua coerência.

Para nós será necessária a sabedoria de um griot e a resistência de um baobá para conseguirmos, mesmo que em tempos de ações afirmativas, fazer com que a Lei 10639 e suas possibilidades não se diluam no ar, tantas vezes rarefeito. O fato de sabermos que somos muitos fios formando a mesma trama é ao menos uma metáfora alentadora para que não percamos todas as nossas reservas de esperança.
Nelson Fernando Inocêncio da Silva é professor do Insituto de Artes da Universidade de Brasília - UnB - autor do livro "Emanoel Araújo: o mestre das obras".




OS FIOS QUE NOS UNEM: TECENDO CONHECIMENTOS SOBRE A LEI 10.639/03 E A REVOLUÇÃO SILENCIOSA








Contextualizando o título desta apresentação quero invocar o símbolo Sankofa utilizado nos cursos de Conscientização da Cultura Afrobrasileira levados a efeito pelo IPEAFRO (Instituto de Pesquisa e Estudos Afrobrasileiros) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) de 1984 a 19954.



 
 



Segundo os ensinamentos da Profa. Elisa Larkin Nascimento, Sankofa representa um pássaro que vira a cabeça para trás indicando metaforicamente que "nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou para trás. Sempre podemos retificar os nossos erros". A metáfora alude também a sabedoria de aprender com o passado para construir o presente e o futuro. De origem dos povos akan da África Ocidental, sobretudo Gana, Sankofa e mais de 80 símbolos gráficos constituem os ideogramas adinkra os quais expressam conceitos filosóficos, história, tradição, cultura, normas e valores de um povo5.


Este preâmbulo tem como premissa estabelecer os fios que nos unem há mais de 180 anos.

Nós, professores (as), gestores, agentes administrativos e escolares presentes neste curso de encerramento somos o legado vivo de uma tradição de luta em prol da educação igualitária para todos desde pelo menos o século XIX. E é à esta tradição que me refiro ao mencionar 180 anos imbuída pelo espírito de Sankofa.

Nas últimas três décadas pesquisas acadêmicas realizadas por estudiosos brasileiros, oriundos de universidades públicas e privadas, assim como estrangeiros, associados a renomadas universidades e centros de pesquisas internacionais, têm relatado a existência de inúmeras escolas orgânicas gestadas no bojo de comunidades negras de norte a sul, de leste a oeste do País desde a década de 1830.

As escolas mineiras deste período para pretos, pardos, crioulos e cabras vinculadas ao ensino de ofícios específicos são destacadas no estudo pioneiro de Marcus Vinicius Fonseca abrindo um campo inovador na história da educação no Brasil6.

Os registros históricos apontam que em 1853, na corte imperial no Rio de Janeiro, o Professor Pretextato dos Passos e Silva abriu uma pequena sala de aula em Os fios que nos unem




sua residência para ensinar as primeiras letras a quinze alunos negros cujo acesso às escolas do grupo dominante branco lhes eram negados;





9 Roger Bastide. "A imprensa negra no estado de São Paulo".In: Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1973; Miriam Nicolau Ferrara. A imprensa negra paulista (1915-1963). São Paulo: FFLCH/USP, 1986; Cuti. ...E fisse o velho militante José Correia Leite. São Paulo: Noovha América, 2007; Ana Flávia Magalhães Pinto. Imprensa Negra no Brasil do Século XIX. São Paulo: Selo Negro Edições, 2010; Marcio Barbosa; Frente Negra Brasileiro: Depoimentos. São Paulo: Quilombhoje, 1998; As Associações do Homens de Cor e a Imprensa Negra Paulista: Movimentos Negros, Cultura e Política no Brasil Republicano (1915-1945). Belo Horizonte: Editora Gráfica Daliana, Ltda, 2006

Petrônio Domingues ao resgatar a trajetória do Professor Pretextato dos Passos e Silva revelou ainda que no final do século 19, no ano de 1889, em Cachoeira, na Bahia, o abolicionista Cincinatos França conduzia uma escola para alfabetização de libertos8. Isto sem contar, as escolas privadas de primeiras letras ministradas nas dezenas de Irmandades religiosas, casas de caridades, orfanatos públicos e privados espalhados pelo Brasil afora cujo escopo, propostas pedagógicas e abrangências sociais serão reveladas de acordo com as agendas de pesquisas acadêmicas nas próximas décadas.


Já no século 20, a proliferação de associações sociais, culturais, religiosas, políticas ou recreativas reforça a necessidade de se educar a população negra para a modernidade inaugurada em 1889 com o advento da República. É importante lembrarmos que essa fase da história moderna brasileira estava fortemente marcada por um clima pessimista de teorias raciais que propugnavam a inferioridade dos trabalhadores nacionais, sobretudo, negros, sertanejos, indígenas etc. Para uma população em grande parte analfabeta, é surpreendente constatarmos o número de jornais de curta ou longa duração que emergiram no limiar do século 20. Este fator, sem dúvida, aponta a importância que o letramento tinha para as populações negras ávidas pelo reconhecimento de sua humanidade e afirmação pessoal, na medida em que saber ler e escrever indicava possibilidades, ainda que reduzidas, de mobilidade social.

Os estudos sobre as associações e imprensa negra do início e ao longo do século 20 retratam de maneira inconteste os sonhos de realização social, política e profissional dos negros brasileiros em diversas capitais brasileiras. As contribuições de Roger Bastide, Miriam Nicolau Ferrara, Cuti, Ana Flávia Magalhães e Pinto, Márcio Barbosa e Antonio Liberac Cardoso Simões Pires, entre outros, são referências obrigatórias quanto a esta temática9.

Dentro deste contexto, o surgimento da Frente Negra Brasileira, a primeira organização de direitos civis negra brasileira a despontar em 1931, reafirma o compromisso com a educação a partir da escola Frentenegrina que acolhia, além de alunos negros, alguns poucos brancos e outras etnias. Um dado relevante os professores da Frente eram nomeados pelo Estado. A Frente Negra foi extinta em 1937, mas a educação enquanto campo privilegiado de atuação de ativistas negros daria um grande salto político para negociação de direitos com as autoridades constituídas.

O exemplo do Teatro Experimental do Negro (TEN) fundado por Abdias Nascimento, entre outros, na década de 1940, no Rio de Janeiro, contribui para importantes referências históricas. Novamente, as aulas de alfabetização norteavam a Os fios que nos unem




formação de atores e trabalhadores comuns. Como estratégia política e de afirmação identitária seus ativistas continuamente conclamavam as autoridades brasileiras a intervirem nos processos sócio-estruturais, políticos e culturais que sedimentavam a cidadania limitada e o racismo institucional que vitimavam os negros brasileiros e seus descendentes.
Um artigo revelador desta atuação foi publicado na Revista Forma nº 4, de autoria da Dra Guiomar Ferreira de Mattos, em Dezembro de 1954, sobre o preconceito racial estampados nos livros infantis. Dra Guiomar, ativista célebre da Frente Negra Brasileira, mostrou-se indignada com o autor Humberto de Campos, membro da Academia Brasileira de Letras, que retratou em suas Histórias maravilhosas uma festa no céu, onde os protagonistas eram os pombos brancos10. Vale a pena contar resumidamente esta estória.



"Era uma homenagem de Nosso Senhor ao Divino Espírito Santo, que desceu ao mundo transformado em uma pomba cor de neve. E foram convidados todos os pombos brancos que havia na terra. Os pombos negros, porém, deveriam ficar na terra tomando conta dos borrachos. Isto porque, diz-nos textualmente, o conto de Humberto, "quando Deus pôs preto no mundo foi para tomar conta de filho branco. "Neste e noutros exemplos, que seria fastidioso transcrever, - escreve Dra Guiomar -, e qualquer pessoa achará, facilmente, em qualquer livro de histórias, estampa-se o preconceito, incutido, criminosamente, no espírito infantil. Assim é que as pobres das crianças, que nascem tão puras, tão fraternas, sem a menor idéia ou tendência de discriminação racial ou de cor, são a isso induzidas pelos adultos corrompidos, de mentalidade defeituosa, pretensos educadores, que, com suas "histórias instrutivas", de "fundo moral", lhes conformam, viciosamente, a mentalidade, deformando-a desde a mais tenra idade. Enquanto tal se fizer com a infância, adeus mundo melhor! Fraternidade entre os homens? Igualdade de oportunidade para todos? Como assim, se os pretos nasceram para servir aos brancos? De que modo, se, até, entre os animais, existe discriminação; se até entre eles há os de bem e os malnascidos, os marcados desde o berço? Induz-se destarte, a infância a situar os pretos em posição inferior, servil, pejorativa."

Atentem para as palavras indignadas da Dra Guiomar neste texto de 1954, sobretudo, para a atualidade de tal intervenção. Alguma lembrança em relação as polêmicas recentes provocadas pela livro infantil "Caçadas de Pedrinho" de Monteiro Lobato? Exatamente 56 anos separam os dois incidentes. E isso significa que sem a vigilância atenta da comunidade escolar - Paes, professores, gestores e alunos - os erros do passado tendem a se repetir no presente e no futuro.


Voltemos, então, a tecer os fios que nos unem. Logo de inicio, mencionei os cursos de Conscientização da Cultura Afrobrasileira ministrados pelo IPEAFRO entre 1984 e 1995. Vale a pena ressaltar os objetivos dos cursos daquela época para melhor entendermos o que eu denomino, sem ufanismo ingênuo, de revolução silenciosa.

"O objetivo do curso é o de contribuir para a integração dos assuntos afrobrasileiros no currículo escolar e para a preparação de quadros no magistério aptos ao ensino dessas matérias. Procuramos atender a necessidade de corrigir os Os fios que nos unem



estereótipos e distorções existentes no currículo escolar brasileiro em relação à historia, cultura, e experiência dos africanos no nosso País, nas Américas e no mundo. Entendemos que não apenas a criança negra sofre os prejuízos da imagem negativa dos povos africanos veiculadas pelo ensino. Todas as crianças saem prejudicadas, na medida em que essas distorções afetam a visão que a escola constrói de sua gente e de seu País, cuja origem africana sobressai em quase todos os sentidos: demográfico, cultural, histórico, lingüístico, e na própria personalidade, o ethos nacional. A inferiorização do grupo étnico que durante três quartos da existência do Brasil formou a grande maioria de sua população, e que ainda hoje continua majoritário, gera um complexo de inferioridade arcaico e antibrasileiro."




Dos cursos do IPEAFRO das décadas de 1980 e 1990 e de tantos outros que seguindo o seu modelo espalharam-se pelo País até 2003 foram quase vinte anos de ativismo sistemático por parte de professores negros brasileiros e simpatizantes que num esforço coletivo de "comunidades de consciência" contribuíram de forma efetiva para que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva promulgasse a Lei de nº 10.639/03 que instituiu a obrigatoriedade do ensino da Historia e Cultura Africana e Afrobrasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Em 2004, o Conselho Nacional de Educação aprovou as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de Historia e Cultura Africanas e Afrobrasileiras. Um pesquisador atento observará também a convergência de objetivos dos cursos do IPEAFRO com os objetivos de políticas educacionais almejadas por todos os movimentos sociais negros nos últimos 60 anos de período republicano.

Esse processo histórico extraordinário desenvolveu-se ao longo de décadas em virtude da ausência do estado para a efetivação de uma cidadania plena dos negros brasileiros, para além de uma "cidadania lúdica" nos dizeres de Jurema Batista, lembrado com muita propriedade por Elisa Larkin Nascimento. "Cidadania lúdica", refere-se à forma pela qual,
"… a sociedade restringe a comunidade afrobrasileira. Reduzida sua identidade especifica aos campos do esporte, do ritmo, do carnaval e da culinária, fica o afro-brasileiro, enquanto coletividade, subliminarmente excluído das esferas políticas, econômica, tecnológica, cientifica, enfim: da cidadania produtiva e do protagonismo social. O resgate da riquíssima história dos povos africanos, repleta de inovações científico-tecnológicas, sociais, políticas, intelectuais, ajuda a reconstruir a imagem da participação digna e ativa em todas as dimensões da experiência humana, esboçando as possibilidades para seus descendentes nas Américas."


É precisamente neste aspecto que dimensiono a minha asserção inicial de que estamos vivenciando uma revolução silenciosa no Brasil, principalmente no campo da educação, mas extensiva também ao mercado de trabalho e que transcendeu a tal "cidadania lúdica".

Ao discutirmos o significado da Lei nº 10.639/03 é fundamental situá-la Os fios que nos unem



historicamente dentro de um processo inovador de políticas públicas inauguradas a partir da adoção pelo estado brasileiro das políticas afirmativas em 2001. Foi por ocasião da III Conferência Mundial contra a Xenofobia, Racismo e Intolerância, em Durban, África do Sul oficialmente reconheceu o impacto do racismo no desenvolvimento das comunidades negras brasileiras, e dentro deste cenário anunciou medidas concretas contra discriminações raciais e de gênero.



O cenário internacional foi uma resposta do Brasil às pressões exercidas pelas organizações não governamentais negras que desde 1990 optaram por denunciar o governo brasileiro junto à Organização Internacional do Trabalho (ILO) pelo não cumprimento das Convenções Internacionais contra o racismo, a exemplo da Convenção 111, decretada em 1948, e que exige dos países membros signatários dessa convenção a eliminação de todas as formas de discriminação. Este protagonismo inicial de pressão internacional de uma organização não governamental negra coube ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) em parceria com a Central Única dos Trabalhadores.

As ações afirmativas no ensino superior, na modalidade de reserva de vagas, constituíram no primeiro passo de ampliação da presença negra nas universidades públicas, seguidas de projetos de redistribuição de recursos financeiros por meio de bolsas de estudos, ainda que de forma limitada. Quanto às universidades privadas, um novo programa – PROUNI – introduz novos projetos de financiamento do ensino superior baseado em critérios de renda, todavia inclusivo de categoriais raciais e étnicas. Logo, as ações afirmativas a dupla junção dos aspectos redistributivos e de reconhecimento de pertença racial como elementos básicos de inclusão social.

A Lei nº 10.639/03 decorre destes eventos de pressão política que diferentemente das noções de "cidadania lúdica" ou de "inclusão discriminatória" de simplesmente reconhecer as culturas africanas e brasileiras na formação da nação brasileira, demanda a obrigatoriedade do ensino destas disciplinas nos ensinos Fundamental e Médio em todo território nacional.

A conjunção dos seguintes fatores: uma década de ações afirmativas, conjugada a quase uma década de existência da Lei nº 10639/03 tem resultado nos seguintes desenvolvimentos: a) aumento significativo e qualitativo de estudantes negros nas universidades públicas e privadas; b) renovação do conhecimento, sobretudo, em áreas de Ciências Humanas, notadamente, História, Geografia, Literatura, Pedagogia, Religião, etc; c) liderança crescente dos NEABS (Núcleos de Estudos Afrobrasileiros) das universidades públicas na elaboração de cursos de extensão e especialização sobre a História Africana e Afrobrasileira d) formação de docentes e currículos para escolas Quilombolas; e) revisão curricular, sobretudo dos livros didáticos e paradidáticos; f) renovação das práticas pedagógicas.

Dentre as estratégias mais recentes decorrentes desses fatores estão: a) a formação de leitores críticos, com a expansão dos chamados Clubes de Leitores Negros, notadamente, o Quilomboletras em São Paulo, Porto Alegre e Salvador; b) a expansão das rodas de poesia e saraus nas periferias brasileiras; c) expansão da produção teatral e audiovisual; d) tímido aumento de publicações voltadas para a Os fios que nos unem



História e Cultura Africana e Afrobrasileira.

Apesar destes avanços, o grande desafio é a morosidade na adoção sistemática e ampla da Lei nº 10.639/03 em todo território nacional. As resistências estruturais e não estruturais são imensas. Entre alguns fatores de extrema importância salientamos os estudos voltados para uma educação anti-racista os quais têm chamado a atenção dos educadores para o cotidiano escolar, onde as injúrias psicológicas e emocionais do racismo continuam a vitimar crianças, jovens e adolescentes oriundos de todos os grupos e segmentos sociais.

Independente da base socioeconômica de grupos étnicorraciais, uma verdadeira guerra cultural estruturada na violência simbólica e cultural têm permeado as relações sociais, onde gozação e xingamento funcionam como mecanismos privilegiados de mediação dessa violência.15


Precisamos urgentemente de sistematizar uma cultura de paz. A Lei nº 10.639/03 consubstancia os propósitos básicos de uma educação transformadora calcada nos ideais da democracia, valorização e respeito à diversidade étnica e racial da sociedade brasileira.

Estes desenvolvimentos decorrentes da Lei nº 10.639/03, inserida dentro do contexto de ações afirmativas, carecem de consolidação, o que significa continuarmos este processo permanente de conquistas coletivas, conscientização e avanço da cidadania substantiva. Quem sabe, esta revolução silenciosa, claramente em curso, dentro de alguns anos, em todas as modalidades de ensino público e privado no Brasil, a História das Culturas Africanas e Afrobrasileiras constituam parte integrante da formação de todos os brasileiros exatamente no sentido de Sankofa – de resgate permanente do passado para a construção do presente e do futuro.











"É nesse sentido que o racismo -- enquanto articulação ideológica e conjunto de práticas -- denota sua eficácia estrutural na medida em que estabelece uma divisão racial do trabalho e é compartilhado por todas as formações sócio-econômicas capitalistas e multirraciais contemporâneas"
(Lélia Gonzalez, 1979)
Aula de História-A história dos Afro-descendentes(ÁFRICA)

História da África

A história da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade Clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais antigos das suas civilizações. Para além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África, permitindo considerá-la o "berço da humanidade".O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Podem referir-se os estados de Kush e Meroé, ainda no nordeste de África, o primeiro estado do Zimbabwe e o reino do Congo que floresceram entre os séculos X e XV.
Paleontologia

"Lucy"ou Lilia no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México.
De acordo com as descobertas recentes de fósseis de hominídeos, a África parece ter sido o "berço da humanidade", não só onde, pela primeira vez, apareceu o Homo sapiens, mas também grande parte dos seus antepassados, como os Australopithecus (ver Swartkrans, por exemplo).
Antiguidade
Massinissa.
Nos meados do segundo milênio a.C., a ameaça asiática levou o Egito ao expansionismo, principalmente após a XVIII dinastia, quando sua história ligou-se profundamente ao Oriente antigo. No fluxo de riquezas desse período surgiu a decomposição sócio-política do Egito. Caminhou, assim, para a anarquia, caindo, por fim, no domínio macedônico.
A expansão do Islão.

Na África oriental, os árabes muçulmanos exerceram também sua dominação, mas em caráter periférico. Nos séculos VII e XI estabeleceram uma série de postos na costa africana do Índico: Mogadíscio, Melinde,< Mombaça, Pemba, Zanzibar, Moçambique, Quiloa, Sofala e Madagascar. O interesse era puramente comercial e não de conquista e conversão religiosa.
Esquema mostrando como eram transportados escravos em um navio negreiro.

Os ibéricos, principalmente os portugueses, iniciaram a conquista da África que, dos séculos XV a XVIII, foi periférica. Em 1415 os PORTUGUESES tomavam Ceuta. Logo uma série de pontos no litoral norte-africano caíram em mãos europeias. Nessa ocupação restrita, a expansão da fé cristã representou importante papel. Contra essa intervenção, santos locais ou marabus insuflaram a guerra santa. Independência e luta contra o infiel caracterizaram os movimentos berberes. A reação nativa estava presa também à decadência do tráfico caravaneiro no Saara em demanda do Maghreb, pois os portugueses e depois holandeses, ingleses e franceses desviaram para o litoral atlântico o comércio de ouro e escravos.No começo do século XVI, os turcos otomanos, que destruíram o império bizantino e irromperam na Berberia, ocupam postos estratégicos no litoral, dedicando-se ao corso do comércio cristão no Mediterrâneo. Internamente os conflitos turco-árabe-berberes delinearam as atuais Tunísia, Argélia e Marrocos. Os turcos deram ao norte da África uma organização baseada nos chefes locais, prestando tributo a Constantinopla. Aos poucos, o dominio do sultão tornou-se nominal, deixando aos governadores militares a iniciativa na administração e conquista.
OS PORTUGUESES NA ÁFRICA
Para os portugueses, além da obtenção do ouro de que necessitava a burguesia europeia, a África representava um objetivo mais longinquo: a instalação de entrepostos que balizassem o caminho oceânico para as Índias. Assim reconheceu-se Serra Leoa. Em 1482, Diogo Cão chegava à foz do Congo; em 1488, Bartolomeu Dias dobrava o cabo das Tormentas (Boa Esperança) e em 1497, Vasco da Gama, após contornar o mesmo cabo, tocava em Natal, Sofala e Melinde, chegando afinal a Calecut. Abria-se nova era no comércio internacional e o litoral da África representava o papel de fornecedor e escala. O trânsito direto das especiarias para Lisboa provocou enorme golpe na economia egípcia, declinando o comércio de Alexandria. Os portugueses, pela destruição do comércio árabe e da frota egípcia, dominaram o oceano Índico até o começo do século XVII.
Período da escravidão no Brasil

Escravos trabalhando num engenho de açúcar ( Debret)
- A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos dificultou esta prática. Os colonos partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para trabalharem nos engenhos de açúcar da região Nordeste. 
- Os escravos também trabalharam nas minas de ouro, a partir da segunda metade do século XVIII. 
- Tanto nos engenhos quanto nas minas, os escravos executavam as tarefas mais duras, difíceis e perigosas.
- A maioria dos escravos recebia péssimo tratamento. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala (espécie de galpão úmido e escuro) e recebiam castigos físicos.
- O transporte dos africanos para o Brasil era feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem.
- Os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias. 
- Os escravos não podiam praticar sua religião de origem africana, nem seguir sua cultura. Porém, muitos praticavam a religião de forma escondida. 
- As mulheres também foram escravizadas e executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade.

- Muitos escravos lutaram contra esta situação injusta e desumana. Ocorreram revoltas em muitas fazendas. Muitos escravos também fugiram e formaram quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura.
- A escravidão só acabou no Brasil no ano de 1888, após a decretação da Lei Áurea.
Escravidão no Brasil
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
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Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América.
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães –de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e ideias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto.
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História. 
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
Campanha Abolicionista e a Abolição da Escravatura
A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.  
 
A vida dos negros após a abolição da escravidão
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a sobreviver de trabalhos informais e temporários.
Você sabia?
- 25 de marco é o Dia Internacional em memória da vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.
Império Ashanti (esboço vermelho) durante o século XIX.
 
Colônias da África Oriental Italiana.
 
Os reflexos da I Guerra Mundial na África foram importantes porque significaram a interrupção do domínio alemão e turco no continente. Franceses, ingleses e belgas lançaram-se à conquista das colônias germânicas. No Sudoeste Africano, porém, a resistência foi grande, complicada com a reação bôer na União Sul-Africana. Na África Oriental Alemã os colonos resistiram por toda a guerra. Na África do Norte o tênue domínio turco esboroou-se e a Itália concluiu duramente o domínio da Cirenaica. Os tratados de Versalhes e Sévres confirmaram o fim do domínio alemão e turco na África, pois suas colônias foram repartidas entre as potências sob a forma de mandatos da Sociedade das Nações. O Togo e os Camarões foram repartidos entre Reino Unido e França. A África Ocidental Alemã ficou sob o mandato da União Sul-Africana. Tanganica ficou para a Inglaterra, e os sultanatos de Ruanda e Burundi, para a Bélgica. A Inglaterra realizava o sonho de unir o Cabo da Boa Esperança ao Cairo. No período entre-guerras, a Alemanha não cessou de exigir a devolução de suas possessões, principalmente na era nazista. Em 1935 a Itália, a menos aquinhoada das potências, invadiu a Abissínia. A Sociedade das Nações, já decadente, pouco fez. além de aplicar sanções inócuas. A 9 de maio de 1936, Mussolini proclamou a existência da África Oriental Italiana, reunindo num só bloco Abissínia, Eritreia e Somália.
Na Segunda Guerra Mundial as colônias inglesas apoiaram a metrópole. Já no império colonial francês, o governo de Vichy conseguiu a adesão de grande parte do colonos, apesar do apelo do governo livre do general Charles de Gaulle.[26] Isso obrigou os aliados a uma ação militar contra os colaboracionistas do Eixo. Em 1942 os ingleses ocuparam Madagascar. Na África do norte as potências aliadas e os nazi-fascistas disputaram violentamente seu domínio. A Líbia foi a base dos exércitos de Hitler. A Abissínia, dominada pelos fascistas, fazia perigar as rotas do Oriente. Nas areias do deserto do Sara as tropas de Erwin Rommel e Montgomery travaram uma luta difícil pelo afastamento das bases de suprimentos e pelas condições meteorológicas. Em 1942, O AfrikaKorps atingia EI Alamein, em território egípcio. Derrotados, os alemães recuaram até a Tunísia. O desembarque norte-americano liquidou as pretensões do Eixo.
 
Nova era africana
Após a guerra, com o esgotamento das potências e a difusão das ideias democráticas, nasceu uma nova era para a África. De um lado, os ideais do nacionalismo africano e do pan-africanismo, agitando as populações nativas e levando-as à luta pela independência das colônias e sua união em blocos; e de outro, o neocolonialismo, procurando sob outras formas político-administrativas a perpetuação do domínio estrangeiro. Acrescem-se as disputas de facções locais, as influências do pan-arabismo, a luta contra o subdesenvolvimento, e os choques entre os mundos socialista e capitalista pelo predominiopolítíco no continente, para onde se transferiu um novo front da guerra fria.
Ainda em 1950, quase todo o continente africano - com exceção da Etiópia, África do Sul, Libéria e Egito - encontrava-se sob o domínio de potências europeias, na forma de colônias ou protetorados. Todavia, os anos seguintes assistiram à afirmação do nacionalismo africano e ao surgimento de movimentos de independência, assinalando o começo do rápido declínio do poder imperial na África.
Três fatores avultaram na recessão do colonialismo africano. O primeiro deles foi o clima político e intelectual geral do século XX, que encontrou expressão política no conceito de autodeterminação dos povos e no crescente respeito pelos direitos do homem, consubstanciado na declaração integrada à Carta das Nações Unidas. Essa atmosfera internacional fundada numa nova ética possibilitou a plena atuação de um segundo fator: a tomada de consciência, pelos africanos, de sua própria força, concretizada numa efetiva ação emancipadora. O terceiro fator foi a substanvial alteração do equilíbrio mundial do poder, decorrente do enfraquecimento e da perda de influência das metrópoles coloniais europeias. Após duas desastrosas guerras mundiais, a Europa Ocidental já não dispunha de força militar ou econômica necessária para perpetuar seu imperialismo. A esse quadro de debilibitação justapunha-se a transformação dos Estados Unidos e da União Soviética, países declaradamente anticolonialistas, nas duas grandes potências do século XX.
A crônica da descolonização diferiu, naturalmente, de país para país. De maneira geral, entretanto, onde existia uma infraestrutura, ainda que rudimentar, capaz de permitir a ocorrência de mudanças politicas e constitucionais, e onde a metrópole se mostrou suficientemente maleável às exigências das circunstâncias, a transição do colonialismo para a plena soberania fez-se de modo relativamente pacífico. No entanto, nos casos em que a potência colonial congelara suas políticas no contexto do espírito oitocentista, ela foi compelida a recorrer à guerra colonial a fim de manter a situação vigente, com o resultado de que a transição fez-se a preço de sangue e traumatismo.
Na África do norte, a Líbia adquirira sua independência em 1951, sob proteção da ONU. No Maghreb, a minoria estrangeira tentou por todos os modos manter o domínio colonial, já que enormes interesses industriais, agrícolas e minerais estavam em jogo. O pauperismo agravado pelo alto índice de natalidade, chegou a tal extremo que, depois da II Guerra Mundial, um inquérito constatou que 10% da população vivia da caridade pública, principalmente na Argélia. Nessas condições, o nacionalismo berbere progrediu rapidamente entre o enorme proletariado urbano, instável e pouco qualificado, atraído às cidades pelas indústrias européias.
Na África negra, os líderes realizavam, ao lado da propaganda intensiva, vários congressos e conferências africanos. Em 1955, na conferência de Bandung, que reuniu países afro-asiáticos subdesenvolvidos, os princípios de autodeterminação ganharam corpo. Líderes como SekouTouré (Guiné), JomoKenyatta (Quênia), Mamadou Dia e LéopoldSenghor (Senegal), Patrice Lumumba (Zaire, atual República Democrática do Congo), KwameNkrumah (Gana), Houphouet-Boigny (Costa do Marfim), Hastings Banda (Malawi), Julius Nyerere (Tanzânia) e Kenneth Kaunda (Zâmbia) passaram a reunir-se em congressos, como a conferência do Cairo (1957), a conferência do Estados Africanos Independentes (1958), o congresso de Cotonou (1958), a conferência dos Povos Africanos (1958) e as conferências sindicais de Brazzaville e Conakry (1959.
O ano de 1960 marcou o apogeu da descolonização africana, com a independência de 17 países: Alto Volta, Camarões (Camarão), Costa do Marfim, Congo, Daomé, Gabão, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, República Malgaxe (Madagascar), Senegal, Somália, Tchad, Toga e República Democrática do Congo (ex-Zaire).[30] Nos anos seguintes, muitos outros países chegaram à independência, de modo que em 1968, com a independência de Guiné Equatorial, Maurício e Suazilândia, 42 países já se encontravam soberanos.
Em 1974, os principais territórios não independentes que restavam na África eram as chamadas "províncias ultramarinas" de Portugal Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau) -, onde ainda lavravam as guerras de libertação, conduzidas por vários grupamentos guerrilheiros. Com a derrocada final do salazarismo em Portugal naquele ano, acelerou-se o processo de independência dessas províncias - primeiro Guiné-Bissau (1974) e depois Angola, Moçambique e ilhas do Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (1975). Restava assim uma única grande colônia, o Sudoeste Africano (Namíbia), que permaneceu sob jurisdição da África do Sul até 1990, quando tornou-se independente. O Saara Ocidental foi dividido entre Marrocos e Mauritânia após a retirada espanhola (1976). A independência do território era reivindicada pela organização nacionalista Frente Polisário, cujos guerrilheiros fustigavam as tropas de ocupação. Em 1979, a Mauritânia retirou-se e, em 1991, preparava-se um plebiscito supervisionado pela ONU para decidir o futuro da região. Comores tornou-se independente da França em 1975 e Seychelles do Reino Unido em 1976. O território francês dos Afars e Issas ficou independente em 1977 com O nome de Djibouti.
Na África meridional, o regime branco e segregacionista da Rodésia chegou ao fim em 1980, quando o país adotou o nome de Zimbabwe e elegeu um governo de maioria negra. Na África do Sul, após décadas de discriminação racial, o acordo entre o governo branco eleito em 1989 e os líderes negros já proporcionara, em 1991, a revogação da maioria das leis segregacionistas.
 
Problemas pós-coloniais
Localização da União Africana.
Um dos legados do colonialismo tem sido a dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e econômica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colônias francesas, e que persiste até hoje, acarretando inclusive um certo grau de dependência. Além disso, considerações extra-africanas ainda inibem a politica internacional de muitos Estados do continente.
A relativa brevidade da dominação europeia na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses dois grupos de países.
Conscientes desses óbices, muitos líderes africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problema do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi a criação, em maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a eclodir em 1977) e entre Quênia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos independentes pertencem à União Africana.
Geografia
O Grande Vale do Rift no norte da Tanzânia.
A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, RasbenSakka, em Marrocos, à latitude 37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15? S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°33'22? W, até RasHafun na Somália, à longitude 51°27'52? E, vai uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
Localização
Com uma área territorial de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, o continente africano é o terceiro em extensão. Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Há cinco diferentes fusos horários. O continente tem o formato aproximado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península da Somália - apontado para leste.
Zebras e elefantes no Parque Nacional do Serengueti, na Tanzânia.
Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta Terra. Por outro lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a zona intertropical (equatorial e tropical norte e sul) e temperada do norte e do sul.
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar Vermelho.Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a península da Somália, chamada também de Chifre da África, e o golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul, encontra-se o cabo da Boa Esperança.
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar — e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e Seychelles.
 
Relevo
O continente africano visto do Espaço.
O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escapamentos.Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o Ruwenzori (5109 metros.
 
Mapa topográfico do Saara.
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do continente:A Cadeia do Atlas, que ocupa a região setentrional do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. É de formação recente a apresenta montanhas cujos picos chegam a atingir 4000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato.A Cadeia do Cabo, na África do Sul. É de formação antiga, culminando nos Montes Drakensberg, com mais de 3400 metros de altura.
Completando uma visão do relevo africano, é possível observar ainda a existência de antigos maciços montanhosos em diferentes pontos do continente: o da Etiópia, formado a partir de erupções vulcânicas, o de FoutaDjalon e o de Hoggar, além de vários outros.
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste para o continente, que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze e Orange.
Clima
Mapa climático da África de acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger, antes do Sudão do Sul.Cortando a parte central da África, o Equador estabelece uma grande semelhança entre os tipos de clima do norte e do sul. As porções setentrional e meridional do continente africano são as que apresentam os menores índices de pluviosidade; nas regiões próximas ao Equador, as chuvas
Hidrografia
A porção egípcia do rio Nilo vista a partir do espaço sideral.Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados, cinco vezes mais extensa que o estado de Minas Gerais. O vale do rio Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura, onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade existiram, em parte, em função de seu ciclo anual de cheias
Vegetação
A exuberante Floresta do Congo no Parque Nacional de Salonga, na República Democrática do Congo.Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da população branca do continente.
O Deserto do Saara na Líbia.
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do solo e a predominância do clima desértico não favorecem as atividades econômicas; os obstáculos para a implantação de indústrias são muitos, e a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral.
Tais restrições do meio conduzem ao nomadismo grande parte da população, que, formada basicamente por negros e árabes, tem a pecuária como principal atividade econômica. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e urânio.
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela produção petrolífera quanto pela controvertida política externa, que tem chamado a atenção do mundo, em diversas ocasiões.
Inclui-se ainda nessa sub-região o território do Saara Ocidental, que até 1976 pertenceu à Espanha e ainda não conseguiu tornar-se uma nação independente, pois é disputado pelo Marrocos, pela Mauritânia e pela Argélia, que pretendem anexá-lo ao seu território. Isso porque, entre outras razões, essa é uma região muito rica em fosfato.
África é o terceiro continente em extensão territorial, e o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de um bilião de pessoas (estimativa para 2005 , representando cerca de um sétimo da população do mundo, cifra que lhe confere uma densidade demográfica de cerca de 30 habitantes por quilômetro quadrado.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores:
grande parte do continente é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas: desertos, florestas densas e emaranhadas e formações vegetais típicas de solos pobres;os índices de mortalidade são muito altos; embora tenham diminuído nos últimos 50 anos, ainda se mantêm superiores aos de outros continentes;a África é um continente que recebeu correntes migratórias; ao contrário, perdeu inúmeros habitantes na época do tráfico de escravos.
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias.Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia.A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.
Etnias
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara, por isso mesmo denominada "África Branca". São principalmente árabes e berberes, mas incluem também os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de europeus.Ao sul do Saara temos a chamada "África Negra", povoada por grande variedade de grupos negróides que se diferenciam entre si por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são
 
Mapa religioso da África.
 
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o Islão, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e as religiões tradicionais africanas centradas no animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitas politeístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.Línguas
A Religiosidade Africana
A religiosidade africana reconhece a existência do Deus da Criação, mas não define o deus.Os povos afirmam que Deus é invisível, que é uma outra maneira de afirmar que não conhece o deus em nenhuma forma física. Subseqüentemente, em nenhuma parte da África nós encontramos as imagens ou as representações físicas desse deus, criador do universo..
No geral, os povos africanos consideram que o universo, está divido em duas porções: o visível e o invisível. Os seres humanos vivem no nível visível, o deus e os seres espirituais vivem no nível invisível. Há uma ligação entre os dois mundos. O deus e os seres espirituais que fazem sua presença no nível físico; e as pessoas se projetam para o nível espiritual através de deus e os divinizados. O religiosidade africana é muito sensível na questão sobre a dimensão espiritual.
Os seres espirituais explicam o "espaço antológico" entre seres humanos e Deus. Estes podem ser reconhecidos de formas diferentes, de que principais são: os divinizados e espíritos. Os divinizados foram criados por Deus, e alguns são também personificados de fenômenos e de objetos naturais principais tais como montanhas, lagos, rios, terremotos, trovão, etc.. Os espíritos podem ser considerados em duas categorias: divinos celestiais (céu) e do mundo. Os espíritos "divinos" são aqueles associados com os fenômenos e os objetos "divinos" tais como o sol, as estrelas, cometas, chuva e tempestades. E os "da terra" são em parte aqueles associados com os fenômenos e os objetos da terra, e em parte aqueles que são das pessoas após a morte (Egungun).
“Um Deus, que é criador de tudo”.
Naturalmente nós não podemos dizer como ele é. Mas os povos africanos não reconhecem nenhum outro ser da mesma natureza ou o outro igual como se haveria, mais de um deus, seria deus de qualquer outra coisa, outro ser, é menos do que o deus e não pode ser chamado Deus Africano, pois a religiosidade não entende a idéia que:
Não poderia ser mais de um deus que fez os homens e a terra, que criou o céu e as montanhas, as águas e a luz, as estrelas e a lua, que ainda cria bebês.. Em todo o argumento, o ato da criação, por exemplo, é atribuído ao um deus no singular, o “Deus da Criação”
A religiosidade africana tem muito para dizer sobre Deus. O monoteísmo africano focaliza Deus como sendo o criador e toda a sustentação eterna de todas as coisas.
A opinião na existência de outros seres espirituais além de Deus é difundida. Foram criados por Deus e são sujeitos a Deus. Podem ser considerados em duas categorias: aqueles associaram com a natureza e as aquelas que são restos de seres humanos após a morte. Os espíritos da natureza são personificações de objetos e de fenômenos celestes ou da terra: as estrelas, o sol, trovão, chuva e tempestades, montanhas, terremotos, lagos, cachoeiras, e cavernas. Nós indicamos que a morte não aniquila as pessoas. Simplesmente, após a morte, as pessoas vêem em forma de espíritos e continuam a viver no mundoem uma vida paralela onde se relacionam, em especial aos membros de sua família que onde são citados ainda pelo nome. Alguns desses espíritos são envolvidos na divinização.
Os ritos enfatizam um grande papel da comunidade, desde que são uma testemunha pública que uma pessoa esteve ou está adicionada à comunidade visível e quando morre eventualmente parte para o mundo invisível. Confirmando-se então que esses ritos afirmam a identidade e a importância do indivíduo, de sua existência.
A religiosidade é propriedade e a prática da comunidade africana.
 
Mapa linguístico da África.
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são: árabe, inglês, francês, português, espanhol e africâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.
Cinco dos países de África foram parte do Império Português e usam a língua portuguesa como oficial:
Angola- 9,747 milhões de habitantes;
Cabo Verde - 369 mil habitantes;
Guiné-Bissau - 980 mil habitantes,
Moçambique - 16 milhões de habitantes,
São Tomé e Príncipe - 116 mil habitantes.
Em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa.
Política
Dados da população da África, etnias, povos africanos, demografia, cidades mais populosas, faixas etárias, demografia

População da África: maioria formada por povos negros
  População da África - dados e características gerais
Como os censos de muitos países africanos não estão atualizados, não é possível chegar a um dado preciso sobre a população do continente africano. As estimativas dão conta de que a população do continente esteja entre 800 milhões e um bilhão de habitantes (estimativa de 2009).
Como o território africano é muito extenso (30,2 milhões de km2), a densidade demográfica é baixa (cerca de 30 habitantes por km2). Esta população também se distribui irregularmente pelo continente. Grande parte da população se concentra nas grandes cidades dos países litorâneos.
As áreas ocupadas por desertos e florestas densas são praticamente inabitadas, enquanto as regiões litorâneas e o vale do rio Nilo apresentam grandes concentrações populacionais.Vale ressaltar também que grande parte da população africana se encontra na zona rural. A população urbana só é maior do que a rural em países como, por exemplo, Tunísia, Argélia e Líbia.
Etnias
Existem vários grupos étnicos na África. Cerca de 80% da população é formada por diferentes povos negros, que ocupam, principalmente, as regiões central e sul do continente (ao sul do deserto do Saara). Esta região é conhecida como “África Negra”. Os principais grupos étnicos que habitam esta região são: bantos, sudaneses, bosquímanos, pigmeus, nilóticos.
Já os brancos (berberes, árabes e caucasianos) habitam, principalmente, a região setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara. Por isso essa região é conhecida como “África branca”.
Faixas etárias
Grande parte da população africana é formada por jovens, pois o continente apresenta taxas elevadas de natalidade. A expectativa de vida no continente é baixa, em função do subdesenvolvimento de grande parte dos países.
Cidades mais populosas da África:
Lagos na Nigéria - 9,9 milhões de habitantes
Kinshasa na República Democrática do Congo – 8,9 milhões de habitantes
Cairo no Egito – 8,1 milhões de habitantes
Ibadan na Nigéria – 5,1 milhões de habitantes
Alexandria no Egito – 4,4 milhões de habitantes
 
FONTE-WIKIPÉDIA
ÁFRICA DO SUL

Bandeira da África do Sul
  DADOS PRINCIPAIS:
Área: 1.221.037 km²
Capital: Cidade do Cabo (legislativa), Bloemfontein (judiciária) e Pretória (administrativa)
População: 47,43 milhões (estimativa 2005)
Moeda: Rand
Nome Oficial: República da África do Sul-Nacionalidade: sul africana
Data Nacional: 27 de abril (Dia da Liberdade) - primeiro dia de governo de Nelson Mandela
Governo: República Presidencialista
GEOGRAFIA:
Mapa da África do Sul
Localização: sul do Continente Africano
Cidades Principais: Cidade do Cabo, Durban, Johanesburgo, Pretória, Port Elizabeth, Bloemfontein ,Polokwane , Nelspruit , Rustenburgo
Províncias: Cabo Ocidental, Cabo Oriental, Cabo Setentrional, Estado Livre, Gauteng, Kwazulu-Natal, Limpopo, Mpumalanga, Noroeste.
Densidade Demográfica: 39 hab./km2
Fuso Horário: + 5h
Clima: tropical (maior parte), mediterrâneo (sul), árido tropical (norte), de montanha (oeste).
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: grupos étnicos autóctones 70% (zulus 20,5%, chosas 18%, pedis 9%, sotos 7%, tsuanas 6%, tsongas 3,5%, suazis 2%, nedebeles 2%, vendas 2%), europeus 12% (holandeses, alemães, franceses, ingleses), eurafricanos 13%, indianos 3%, outros 2%.
Idioma:africâner, inglês, sepédi, sessoto, setsuana entre outros.
Religião:cristianismo 66,4% (reformistas católicos, metodistas, anglicanos, luteranos), hinduísmo 1,3%, islamismo 1,1%, judaísmo 0,2%, sem filiação 1,2%, outras 29,8%.
IDH: 0,658 (2006)
Coeficiente de Gini: 57.8 (alto) dados do ano 2000
Esperança de Vida: 49,3
Alfabetização: 82,5%
Índice de Mortalidade Infantil: 45 por mil nascimentos
ECONOMIA:
Produtos Agrícolas: milho, cana-de-açúcar, uva, laranja e outras frutas.
Pecuária: bovinos, aves, caprinos e ovinos.
Mineração:carvão, minério de ferro, petróleo, ouro e diamante.
Indústria: química, petroquímica, carvão, alimentícia, equipamentos de transporte, siderúrgica, máquinas, equipamentos agrícolas e metalúrgica.
PIB: US$ 524 bilhões (estimativa 2010)
Renda per capita:US$ 10.700 (estimativa ano 2010).
 
ANGOLA
Bandeira de Angola
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 1.246.700 km²
Capital: Luanda
População: 18,4 milhões (estimativa 2009)
Moeda: kuanza
Nome Oficial:República de Angola
Nacionalidade: angolana
GovernoGEOGRAFIA:
Localização: sudoeste do continente africano
Cidades Principais: Luanda, Huambo, Benguela, Lubango e Lobito.
Clima: tropical (maior parte do território) e árido tropical (regial oeste).
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: grupos étnicos autóctontes (99%),
Idioma: português (oficial)
Religião:cristianismo (94,3%), crenças tradicionais (4,7%), sem religião e ateísmo (1%).
IDH: 0,403 (Pnud 2010) - baixo
Mortalidade infantil: 132 por mil nascidos vivos.
Índice de alfabetização: 68%
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 85,31 bilhões (estimativa 2010)
PIB per capita: US$ 8.200 (estimativa 2010)
Força de trabalho: 8 milhões (2010)
ARGÉLIA
Bandeira de Argélia
  
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 2.381.741 km2
Capital: Argel
População: 34,8 milhões (estimativa 2008)
Moeda: dinar argelino
Nome Oficial:República Argelina Democrática e Popular
Nacionalidade: Argélina
Governo: República com forma mista de governo
GEOGRAFIA:
Localização: norte do continente africano
Cidades Principais: Argel (capital), Oran, Béchar, Biskra, Annaba e Constantine
Clima: mediterrâneo (zona costeira) e árido subtropical no restante do território
Densidade demográfica: 14,6 hab./km²
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: árabes argelinos (83%), berberes (17%)
Idioma: árabe e berbere (oficiais)
Religião:islamismo (97%), sem religião (2,9%), cristianismo (0,1%)
IDH: 0,698 - médio (2011)
Esperança de vida: 73 anos
Analfabetismo: 30%
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 264 bilhões (estimativa 2011)
PIB per Capita: US$ 7.200 (estimativa 2011)
Força de trabalho: 11,1 milhões de trabalhadores (2011)
População abaixo da linha de pobreza: 23% (em 2006)

CAMARÕES
Bandeira de Camarões
  DADOS PRINCIPAIS:
Área: 475.442 km²
Capital: Iaundê
Continente: África
População: 19,1 milhões (estimativa 2010)
Nome Oficial:República do Cameroun
Nacionalidade: camoronesa
Governo: República presidencialista
GEOGRAFIA:
Localização: costa oeste da África
Cidade Principais: Douala, Iaundê, Garoua e Maroua.
Clima: tropical no Norte e equatorial no Sul
Densidade demográfica: 39,7 habitantes/ km2 (estimativa 2010)
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: camarões (31%), bantos (19%), quirdis (11%), fulanis (10%), outros grupos étnicos autóctones (29%)
Idioma: francês e inglês (oficiais) e línguas reginais (fang, duala e bamilequê)
Religião:cristianismo (56,5%), crenças tradicionais (29,5%), islamismo (19,6%), sem religião e ateísmo (0,6%) e bahaísmo (0,4%)
IDH: 0,482 (baixo) - 2011
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 46,4 bilhões (estimativa 2011)
PIB per Capita: US$ 2.218 (estimativa 2011)
Força de trabalho: 7 milhões (estimativa 2010)
Moeda: franco CFA
COSTA DO MARFIM
Bandeira da Costa do Marfim
  DADOS PRINCIPAIS:Área: 322.462 km²
Capital: Abidjan (sede do governo) e Yamoussoukro (sede administrativa)
População: 20,1 milhões de habitantes (estimativa 2011)
Nome Oficial:República da Costa do Marfim
Nacionalidade: marfinense
Governo: República Presidencialista
Divisão administrativa: 19 regiões subdivididas em departamentos. Brasão de armas da Costa do Marfim
GEOGRAFIA:
Localização: oeste do continente africano
Cidades Principais: Yamoussoukro, Abidjan, Bouaké, Daloa e Korhogo
Clima: tropical
Densidade demográfica: 53 habitantes/km²
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: baulenses (23%),betes (18%), senufos (15%), mandingas (11%), outros (33%).
Idioma: francês (oficial) diula e baulê.
Religião:crenças tradicionais (37,1%), cristianismo (33,9%), islamismo (28,3%), sem religião (0,4%), outras (0,3%).
IDH: 0,397 (baixo) - 2011
Esperança de vida: 49 anos
Índice de Alfabetização: 49%
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 35,6 bilhões (estimativa 2011)
PIB per capita: US$ 1.600 (estimativa 2011)
Força de trabalho: 8,7 milhões (estimativa 2011)
Moeda: franco CFA

EGITO
Bandeira do Egito
  DADOS PRINCIPAIS
ÁREA: 1.001.449 km²
CAPITAL: Cairo
POPULAÇÃO:78,7 milhões (estimativa 2009)
MOEDA:libra egípcia
NOME OFICIAL : República Árabe do Egito (al-JumhuriyaMisr al-'Arabiya).
NACIONALIDADE: egípcia
DATA NACIONAL: 23 de julho (Aniversário da Revolução). Saiba mais sobre a História do Egito Antigo.
HINO DO EGITO  Brasão de armas do Egito
GEOGRAFIA DO EGITO:
LOCALIZAÇÃO: nordeste do Continente Africano
FUSO HORÁRIO:  + 5 horas em relação à Brasília
CLIMA DO EGITO : árido subtropical.
CIDADES DO EGITO (PRINCIPAIS): Cairo, El Gîza, Alexandria.
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: árabes egípcios 98%, árabes beduínos 1%, núbios 1% (dados de 1996).
IDIOMA: árabe (oficial)
RELIGIÃO: muçulmanos 91%, cristãos 8% (em 2005).
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 82 hab./km2
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 1,9% ao ano (1995 a 2000)
TAXA DE ANALFABETISMO:  29% (estimativa 2008).
RENDA PER CAPITA: US$ 6.200 (estimativa 2010).
ECONOMIA:Produtos Agrícolas: algodão em pluma, arroz, trigo, cana-de-açúcar, milho, tomate.Pecuária: búfalos, ovinos, caprinos, aves
Mineração: petróleo, gás natural, manganês, sal de fosfato, minério de ferro, urânio, carvão.
Indústria: alimentícia, refino de petróleo, têxtil.
PIB: US$ 497,8 bilhões (estimativa 2010)

ETIÓPIA
Bandeira da Etiópia
DADOS PRINCIPAIS:
Nome Oficial:República Federal Democrática da Etiópia
Área: 1.127.127 km²
Capital: Adis-Abeba
População: 82,8 milhões (estimativa 2009)
Nacionalidade: etíope
Governo: República Parlamentarista
Divisão administrativa: 9 estados e duas áreas metropolitanas
GEOGRAFIA:
Mapa da Etiópia
Localização: Continente Africano (região nordeste)
Cidades Principais: Adis-Abeba, Dire Dawa, Nazret e Gonder.
Clima: na região norte prevalece o clima árido tropical, enquanto no sul o tropical.
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: oromos (40%), tigrinas e aimarás (32%), sidamos (9%), chanquelas (6%), somalis (6%), outros (7%)
Idioma: amárico (oficial), inglês e línguas regionais
Religiões principais:cristianismo (cerca de 55%), islamismo (cerca de 35%).
IDH: 0,414 - baixo (2007)
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 28,5 bilhões (2009)
PIB per capita: US$ 335
Força de trabalho: 37,4 milhões (2007)
Moeda: birr

MARROCOS
Bandeira do Marrocos
  
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 710.850 km²
Capital: Rabat
População: 31,68 milhões (estimativa 2003)
Moeda: Dirham
Nome Oficial:Reino do Marrocos
Nacionalidade: marroquina
Data Nacional: 18 de novembro - Dia da Independência.
Governo: Monarquia parlamentarista
GEOGRAFIA:
Mapa do Marrocos
Localização: noroeste do Continente Africano
Cidade Principais: Casablanca, Rabat e Fès.
Densidade Demográfica: 70 hab./km2
Fuso Horário: + 3h
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS
População: árabes marroquinos 70% e berberes 30%.
Idioma: árabe (oficial), berbere francês e espanhol.
Religião: islamismo 98,7%, cristianismo 1,1% e outras religiões 0,2%.
IDH: 0,644 (2004)
ECONOMIA:
Produtos Agrícolas: trigo, cevada, frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi), beterraba, tomate e batata.
Pecuária: bovinos, caprinos, aves e ovinos.
Mineração: fosforito, ácido fosfórico e carvão.
Indústria: fertilizantes, refino de petróleo, alimentícia e tecidos..
Renda per capita:US$ 5,175 (estimativa 2004).


MOÇAMBIQUE


Bandeira de Moçambique

DADOS PRINCIPAIS:
Área: 799.380 km²
Capital: Maputo
População: 20,5 milhões (estimativa 2007)
Nome Oficial:República de Moçambique
Nacionalidade: moçambicana
Governo: Républica com forma mista
Divisão administrativa: 11 províncias subdivididas em municipalidades
GEOGRAFIA:
Mapa de Moçambique
Localização: sudeste do continente africano
Cidades Principais: Maputo, Matola Rio, Beira, Nampula.
Clima: tropical
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: macuas 946,1%), tsongas, malavis e chonas (53%), outras (0,9%) - dados de 1996
Idioma: português (oficial) e línguas regionais (ronga, changã, muchope, entre outras).
Religião:crenças tradicionais (50%), cristianismo (39%), islamismo (10,2%), outras (0,2%), sem religião e ateísmo (0,6%).
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 6,6 bilhões (2005)
Força de trabalho: 9,3 milhões (2005)
Moeda: novo metical

NIGÉRIA
 
Bandeira da Nigéria
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 923.768 km²
Capital: Abuja
População: 152,2 milhões de habitantes (estimativa 2010)
Nome Oficial:República Federal da Nigéria
Nacionalidade: nigeriana
Governo: República Presidencialista
Divisão administrativa: 36 estados
  Brasão de armas da Nigéria
GEOGRAFIA:
Localização: oeste do continente africano
Cidades Principais: Lagos, Kano, Ibadan, Kaduna e Abuja.
Clima: tropical ao norte e equatorial ao sul.
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: grupos étnicos autóctones (94,5%), outros (5,5%).
Idioma: inglês (oficial) e línguas regionais (hauça, fulani, ioruba, ibo).
Religião:cristianismo (47,2%), islamismo (42%), crenças tradicionais (10,5%), sem religião (0,3%).
IDH: 0423 (2010) - baixo
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 216 bilhões (2010 - estimativa)
PIB per capita: US$ 2.422 (estimativa 2010)
Força de trabalho: 50 milhões (2010)
Moeda: Naira
QUÊNIA

Bandeira do Quênia
  
DADOS PRINCIPAIS:
Nome Oficial:República do Quênia
Área: 582.646 km²
Capital: Nairóbi
População: 39,8 milhões (estimativa 2009)
Nacionalidade: queniana
Governo: República Presidencialista
Divisão administrativa: 8 províncias
GEOGRAFIA:
Mapa do Quênia
Localização: Continente Africano (costa leste da África)
Cidades Principais: Nairóbi, Mombasa, Nakuru, Kisumu, Garissa e Kissi.
Clima: equatorial na região litorânea e equatorial de altitude no interior.
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: quicuius (21%), luias (14%), luos (13%), cambas (11%), calenjins (11%), quisis (6%), merus (5%), outros (19%).
Idioma: suaíle (oficial), inglês, luo e quicuio.
Religiões principais:cristianismo (cerca de 80%)
IDH: 0,541 - médio (2007)
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 34,5 bilhões (2008)
Força de trabalho: 17,4 milhões (2007)
Moeda: xelim queniano
SENEGAL
Bandeira de Senegal
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 196.722 km²
Capital: Dakar
População: 12,9 milhões (estimativa 2010)
Nome Oficial:República do Senegal
Nacionalidade: senegalesa
Governo: República com forma mista de governo
Divisão administrativa: 11 regiões
  Brasão de armas do Senegal
GEOGRAFIA:
Localização: costa oeste do continente africano
Cidades Principais: Dakar, Rufisque, Guediawaye e Kaolack.
Clima: tropical árido de semi-árido
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: ulofes (44%), fulanis (23%), sereres (15%), diolas (6%), mandigas (5%), outros (7%).
Idioma: francês (oficial), línguas regionais (ulof, serere, fulani, diola).
Religião:islamismo (87,2%), crenças tradicionais (6,2%), cristianismo (6%), sem religião (0,4%)., bahaísmo (0,2%).
IDH: 0,411 (2010) - baixo
Taxa de analfabetismo: 60%
Expectativa de vida: 63,1 anosECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 13,1 bilhões (2009)
PIB per capita: US$ 1.000 (2009)
Força de trabalho: 5,2 milhões (2008)
Moeda: franco CFA.
SOMÁLIA

Bandeira da Somália
DADOS PRINCIPAIS:
Nome Oficial:República Democrática Somali
Área: 637.657 km²
Capital: Mogadíscio
População: 9,1 milhões (estimativa 2009)
Nacionalidade: somali
Governo: governo de transição composto em 2004.
Divisão administrativa: 18 regiões
GEOGRAFIA:
Localização: Continente Africano (Chifre da África), extremo oriente da África
Cidades Principais: Mogadíscio, Hargeysa, Kismaayo, Berbera, Marka.
Clima: árido tropical
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: somalis (98,3%), árabes (1,2%), bantos (0,4%), outros (0,1%)
Idioma: árabe e somali (oficiais), italiano e inglês
Religiões principais:islamismo (cerca de 96%)
IDH: 0,284 (2001) - baixo
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 5,7 bilhões (2009 - estimativa)
PIB per Capita: US$ 626
Força de trabalho: 3,4 milhões (2007)
Moeda: xelim somaliano

TUNÍSIA

Bandeira da Tunísia
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 163.610 km²
Capital: Túnis
População: 10,3 milhões (estimativa 2007)
Nome Oficial:República da Tunísia
Nacionalidade: tunisiana
Governo: República Presidencialista
Divisão administrativa: 24 governadorias
GEOGRAFIA:
Localização: norte do continente africano
Cidades Principais: Túnis, Sfax, Ariana, Sousse e Ettadhamen.
Clima: mediterrâneo na região litorânea e tropical árido no restante do território.
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: árabes tunisianos (99%) e berberes (1%).
Idioma: árabe (oficial), berbere e francês
Religião: islamismo (99%), cristianismo (0,5%), sem religião e ateísmo (0,5%).
IDH: 0,698 - elevado (2011)
Taxa de alfabetização: 75% da população (2009)
Mortalidade Infantil: 19/1000 nascidos
Expectativa de vida: 74 anos
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 101,7 bilhões (estimativa 2011)
PIB per capita: US$ 9.500 (estimativa 2011)
Força de trabalho: 3,9 milhões (estimativa 2011)
Moeda: dinar tunisiano

LÍBIA
Bandeira da Líbia
DADOS PRINCIPAIS:
Nome Oficial:Grande República Socialista Popular Árabe da Líbia
Área: 1.759.540 km²
Capital: Tripoli (capital administrativa), Surt (capital legislativa e executiva)
População: 6,4 milhões (estimativa 2009)
Nacionalidade: líbia
Governo: República
Divisão administrativa: 3 províncias subdivididas em 10 governadorias
GEOGRAFIA:
Mapa da Líbia
Localização: Continente Africano
Cidades Principais: Tripoli, Benghazi, Misratah, Surt e Al-Kufrah
Clima: na região norte prevalece o clima árido tropical, enquanto no sul o clima tropical.
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: árabes líbios (97%), turcos, berberes e outros (3%).
Idioma: árabe (oficial)
Religiões principais:islamismo (cerca de 96% da população)
IDH: 0,755 - elevado (2010)
Esperança de vida da população: 74 anos
Índice de alfabetização: 84%ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 62,4 bilhões (2009)
PIB per capita: US$ 9.750
Força de trabalho: 2,5 milhões (2009)Moeda: dinar líbio.

MADAGASCAR
Bandeira de Madagascar
DADOS PRINCIPAIS:
Nome Oficial:República de Madagascar
Área: 587.051 km²
Capital: Antanamarivo
População: 19,6 milhões (estimativa 2009)
Nacionalidade: magaxe
Governo: República parlamentarista
Divisão administrativa: 6 províncias subdivididas em regiões e comunas
GEOGRAFIA:
Mapa de Madagascar
Localização: Continente Africano
Cidades Principais: Anatanamarivo, Toamanasina, Antsirabe, Mahabo, Vangaindrano, Mahajanga
Clima: tropical
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: grupos étnicos autóctones (98%), outros (2%)
Idioma: magaxe e francês (oficiais), linguas regionais, hova.
Religiões principais:cristianismo (cerca de 51%) crenças tradicionais (cerca de 47%)
IDH: 0,543 - médio (2007)
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 9 bilhões (2008)
Força de trabalho: 8,9 milhões (2007)
Moeda: ariary
GANA
Bandeira de Gana
DADOS PRINCIPAIS:
Área: 238.537 km²
Capital: Acra
População: 25,2 milhões (estimativa 2012)
Nome Oficial:República de Gana
Nacionalidade: ganense
Governo: República Presidencialista
Divisão administrativa: 10 regiões subdivididas em distritos
GEOGRAFIA:
Localização: Continente Africano
Cidades Principais: Acra, Kumasi, Tamale, Tema, Sekondi-Tokaradi
Clima: equatorial
  Brasão de armas de Gana
DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:
Composição da População: acãs (44%), móssi-dagombas (16%), euês (13%), gás (8%), outros (19%)
Idioma: inglês (oficial), línguas regionais
Religião:cristianismo (57,6%), crenças tradicionais (22,1%), islamismo (19,8%), sem religião e ateísmo (0,3%), outras (0,2%).
IDH: 0,541 (2011) - médio
ECONOMIA:
PIB (Produto Interno Bruto): US$ 74,7 bilhões (estimativa 2011)
PIB per capita: US$ 3.100 (estimativa 2011)
Força de trabalho: 10,7 milhões (2011)
Moeda: novo cedi
RÉPUBLIQUE DU CONGO
REPÚBLICA DO CONGO
Capital-Brazzaville
Cidade mais populosa            Brazzaville
Língua oficial-Francês
Governo República presidencialista
 Presidente Denis Sassou-Nguesso
Independência da França
 Data   15 de agosto de 1960
Área- Total     342 000 km² (63.º)
 - Água (%)     3,3
 FronteiraCamarões, República Centro-Africana (N), República Democrática do Congo (E e S), Angola (S), e Gabão (W)
População - Estimativa de 2008
3 905 010 hab. (127.º)
 - Densidade 8 hab./km² (188.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 - Total            US$ : 13,229 bilhões (127.º)
 - Per capitaUS$ : 3 730 (119.º)
Indicadores sociais- IDH (2010)
0,489 (126.º) – médio[2]
 - Esper. de vida   55,3 anos (164.º)
 - Mort. Infantil70,3/mil nasc. (161.º)
 - Alfabetização84,7% (108.º)
MoedaFranco CFA (XAF)
Fuso horário(UTC+1)
ClimaTropical

Dia da Consciência Negra
História do Dia da Consciência Negra, cultura afro-brasileira, importância da data, quem foi Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares: um herói brasileiro
História do Dia Nacional da Consciência Negra
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
 
Importância da Data

               A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
A Comenda Zumbi dos Palmares foi criada pela lei estadual nº 16.239, de 18 de abril de 2008, e tem por objetivo agraciar pessoas físicas e jurídicas que se destacaram em ações contra a discriminação racial, sendo concedida anualmente em comemoração ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A entrega da comenda contou com a presença do Governador Marconi Perillo, da Secretária de Estado Gláucia Teodoro Reis, da Superintendente da Igualdade Racial Raimunda Montelo, e outras autoridades e integrantes do movimento negro.
Musica: “Quando for fazer cantiga, lá na Serra da Barriga, me diga que eu queroir”. Com esta frase o compositor PetrúcioBaêtto e o músico Gustavo Gomes iniciam a músicaPonto do Colibri, resultado de parceria para homenagear o líder Zumbi, no Estado de Alagoas. Inédita, a canção teve como inspiração momentos de reflexão de Baêtto em suas visitas a Serra onde existiu o maior quilombo da América Latina, o Quilombo dos Palmares.
Compositor de músicas relacionadas com a poesia e influencias regionais, Baêtto conta que quando chegava ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, no alto da Serra, sentia a necessidade de fazer música. Mas não servia qualquer uma, faltava algo de história, de sentimento. Em frases simples o artista apresenta sua relação com a natureza e com o “território negro”. “Ponto do Colibri tem um apelo muito forte. É uma das melhores parcerias que já fiz”, afirma.
A melodia de Gomes completou a obra. Nela, os sons de viola, violão e violino se harmonizam à percussão e a vocais que levam o ouvinte a refletir sobre sua ancestralidade. “A canção é um lamento, quase um apelo. Com um vocal e um toque mais oriental mostra certa semelhança com cantos africanos”, explica Gomes que afirma ter sido esta sua primeira experiência em musicar uma canção com temática negra.Repercussão – Depois de finalizada, Ponto do Colibri foi apresentada e transmitida uma única vez no dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – por meio da Rádio Educativa do Instituto Zumbi dos Palmares de Maceió. Embora pouco conhecida, a canção que já conquistou corações negros alagoanos pode vir a se tornar o Hino da Serra da Barriga e do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.De acordo com Genisete de Lucena Sarmento, representante da Fundação Cultural Palmares em Alagoas, a proposta será feita aos músicos o mais breve possível. “É uma música única, diferente de todas que já vi. Representa bem a ‘terra de Zumbi’”, ressalta. “Para que a obra tome essa dimensão só dependerá do retorno deles”, afirma.
Arte africana: Muitas das chamadas artes tradicionais da África estão sendo ainda trabalhadas, entalhadas e usadas dentro de contextos tradicionais. Mas, como em todos os períodos da arte, importantes inovações também têm sido assimiladas, havendo uma coexistência dos estilos e modos de expressão já estabelecidos com essas inovações que surgem. Nos últimos anos, com o desenvolvimento dos transportes e das comunicações dentro do continente, um grande número de formas de arte tem sido disseminado por entre as diversas culturas africanas. A arte Africana tem uma coisa interessante. Você pode achar semelhança entre dois países sem eles se assemelharem.Além das próprias influências africanas, algumas mudanças têm sua origem em outras civilizações. Por exemplo, a arquitetura e as formas podem ser vistas hoje em algumas regiões da Nigéria, em MaliBurkina Faso e Niger. Alguns desenhos e pinturas do leste indiano têm bastante similaridade em suas formas com as esculturas e máscaras de artistas dos povos Dibibio e Efik que se estabelecem ao sul da Nigéria. Temas cristãos também têm sido observados nos trabalhos de artistas contemporâneos, principalmente em igrejas e catedrais africanas. Vê-se ainda na África, nos últimos anos, um desenvolvimento de formas e estruturas ocidentais modernas, como bancos, estabelecimentos comerciais e sedes governamentais.
Os turistas também tem sido responsáveis por uma nova demanda das artes, particularmente por máscaras decorativas e esculturas africanas feitas de marfim e ébano. O desenvolvimento das escolas de arte e arquitetura em cidades africanas tem incentivado os artistas a trabalhar com novos meios, tais como cimentoóleopedrasalumínio, com uma utilização de diferentes cores e desenhos. AshiraOlatunde da Nigéria e Nicholas Mukomberanwa de Zimbábue estão entre os maiores patrocinadores desse novo tipo de arte na África.
A pintura é empregada na decoração das paredes dos palácios reais, celeiros, das choupas sagradas. Seus motivos, muito variados, vão desde formas essencialmente geométricas até a reprodução de cenas de caça e guerra. Serve também para o acabamento das máscaras e para os adornos corporais. A mais importante manifestação da arte africana é, porém, a escultura. A madeira é um dos materiais preferidos. Ao trabalha-la, o escultor associa outras técnicas (cestaria, pintura, colagem de tecidos).
Cultura africana no Brasil


Música
Serpente Negra
Ará Ará eu sou AraKetu
Ketu Ketu ode oba nixar
KêKêKê leva eu
KêKêKêAraKetu sou eu
Daomé nação de uma serpente negra
O rei manda lhe falar
O arco-íris ao se dissipar
Orixá maior é a força da natureza
Que representa Ketu nação
De um rei Olofin da atual República Beniin
No reino de Daomé
Serpente Negra era um babalaô
O arco-íris que vem lá do alto
Trás a força do superior
Ará Ará eu sou AraKetu
Ketu Ketu ode oba nixar
KêKêKê leva eu
KêKêKêAraKetu sou eu
O quadro negro
Representa na face da Terra
Hoje não existe mais guerra
A escravidão acabou ô ô
AraKetu retrato da tal mocidade
Representando o passado
E tudo que aqui ficou
Derramando nossos prantos de felicidade
Por ser essa tal entidade
Nomeada a Ode caçador
AraKetu força divina força maior
Ô ôôô ó óóóó
Pois o sangue desses negros
Derramavam na Terra
Para que os senhores passassem
Um tipo de vida melhor
OráoráoráoráOrayê
Oráoráorá eis Oxumaré
 
Composição: (Ythamar Tropicália, Gibi, Roque Carvalho, Walmir Brito)
 
 
Madagascar  Olodum
Criaram-se vários reinados
O Ponto de Imerinas ficou consagrado
Rambozalama o vetor saudável
Ivato cidade sagrada
A rainha Ranavalona
Destaca-se na vida e na mocidade
Majestosa negra
Soberana da sociedade
Alienado pelos sues poderes
Rei Radama foi considerado
Um verdadeiro Meiji
Que levava seu reino a bailar
Bantos, indonésios, árabes
Se integram à cultura malgaxe
Raça varonil alastrando-se pelo Brasil
SankaraVatolay
Faz deslumbrar toda nação
Morinas, povos, tradição
E os mazimbas que foram vencidos pela invenção
IêêêSakalavasoná ê
IáááSakalavasoná á
IêêêSakalavasoná ê
IáááSakalavasoná á
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
E viva Pelô Pelourinho
Patrimônio da humanidade ah
Pelourinho, Pelourinho
Palco da vida e negras verdades
Protestos, manifestações
Faz o Olodum contra o Apartheid
Juntamente som Madagascar
Evocando liberdade e igualdade a reinar
IêêêSakalavasoná ê
IáááSakalavasoná á
IêêêSakalavasoná ê
IáááSakalavasoná á
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Madagascar, ilha, ilha do amor
Aiêêê, Madagascar Olodum
Aiêêê, eu sou o arco-íris de Madagascar, e eu disse aiêêê
Aiêêê, Madagascar Olodum
Aiêêê, eu sou o arco-íris de Madagascar
 Canto Para o Senegal
Sene SeneSeneSene Senegal
Sene SeneSeneSene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
A grandeza do negro, se deu quando houve este grito infinito
E o muçulmanismo que contagiava como religião
Ilê-Ayê traz imensas verdades ao povo Fulani
Senegal faz fronteira com Mauritânia e Mali
Os sereê êê, a tribo primeira que simbolizava
Salum, Gâmbia, Casamance, seus rios a desembocar
Mandigno, Tukuler, Uolof, são os povos negros
E uma das capitais mais lindas hoje se chama Dakar, Ilê
Ilê ê êê, Dakar á á, obatalá
Agôiê ê êê
Esses são os meus sentimentos do antepassado
Senegal narrado como tema Ilê Ayê
(Refrão)
Sene SeneSeneSene Senegal
Sene SeneSeneSene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
êahê, ahê ê
á, ia, iê (2x)
Baol reino de lá
Hamba-kali povo de Dakar
Negros ilê-aiyê avançam pelas ruas centrais da cidade
Senegalesas mulheres vaidosas mostrando intensidade
Incorporadas num só movimento frenético do carnaval
Caolak, Rufisque, Zinguichor, são as cidades do Senegal
Ilê-Ayê ê ê... está nos torsos, nas indumentárias africanas
Lingüisticamente o francês na dialética união baiana
Baobás árvore símbolo da nação
dos Deniakes, os Berberes, dinastia da região, Ilê Ayê Senegal...
(Refrão)
Sene SeneSeneSene Senegal
Sene SeneSeneSene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
êahê, ahê ê
á, ia, iê (2x)
Baol reino de lá
Hamba-kali povo de Dakar


ALIMENTAÇÃO
 
Influência da comida africana no cardápio brasileiro
Muitas das técnicas de preparo e ingredientes são de origem indígena, tendo adaptações por parte dos escravos e dos portugueses. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada, prato típico do país, é um exemplo disso.
A alimentação cotidiana na África por volta do século XVI incluía arroz, feijão (feijão-fradinho), milho, sorgo e cuscuz. A carne era em sua maior parte da caça abundante de antílopes, gazelas, búfalos, aves, hipopótamos e elefantes.
Pescava pouco, de arpão, rede e arco. Criavam gado ovino, bovino e caprino, mas a carne dos animais de criação era em geral destinada ao sacrifício e trocas; serviam como reserva monetária. Preparavam os alimentos, assando, tostando ou cozendo-o e para temperar a comida tinham apreço pelas pimentas, mas também utilizava molhos de óleos vegetais, como o azeite-de-dendê que acompanhavam a maioria dos alimentos.
O escravo era apresentado aos gêneros brasileiros antes mesmo de deixar a África, recebendo uma ração de feijão, milho, aipim, farinha de mandioca e peixes para a travessia. A base da alimentação escrava não variava de acordo com a função que fosse exercer, quer fossem-nos engenhos, nas minas ou na venda. Essa base era a farinha de mandioca. Ela variava mais em função de seu trabalho ser urbano ou rural e de seu proprietário ser rico ou pobre. A alimentação dos escravos nas propriedades ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caçar; nas pobres era de farinha, laranjas e bananas. Nas cidades, a venda de alguns pratos poderia melhorar a alimentação do escravo através dos recursos extras conseguidos.
Histórica verdadeira de racismo em um avião
Segundo o texto, uma passageira de 50 anos embarca numa aeronave da TAM e, ao chegar em seu lugar, ela se recusa a se sentar ao lado de um passageiro negro na classe econômica.A comissária resolveu o problema da passageira depois de conversar com o comandante. Depois de um tempinho, a comissária teria dito para a senhora:
“Veja, é incomum que a nossa companhia permita a um passageiro da classe econômica se sentar na primeira classe. Porém, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável.”
Uma das versões do texto afirma que o racismo teria acontecido em um vôo da TAM
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária diz:
“Portanto, senhor, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe!”
O texto, no final, conta que todos ao redor aplaudiram a atitude da comissária .
            Dentre os negros que vieram escravizados para o Brasil, grande parte eram provenientes dos sudaneses e bantos. Os sudaneses eram os iorubas, os gêges, os minas e os fanti; os bantos eram os angolas, os benguelas, os congos e os moçambiques.
Os sudaneses foram levados para a Bahia, e os bantos para o Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Amazonas. Os africanos trazidos para o Brasil possuíam uma religião politeísta que logo impregnou-se de cristianismo.
A mistura de devoção gerou o sincretismo religioso, quando uma imagem de santos católicos representava os santos africanos. Africanos de origem islâmica como os fulas e os mandes também foram trazidos para o Brasil e apresentavam uma religiosidade em Alá e Mariama.
A língua portuguesa falada no Brasil recebeu fortes influências africanas, termos como batuque, moleque, benze, macumba. catinga, e muitos outros passaram a ser usados no país.
No folclore são de origem africana as danças de cateretê, jongo e o samba; e instrumentos musicais como o atabaque, a cuíca, a marimba e o berimbau.
Textos suplementares
 
Consciência Negra
 
No dia 20 de novembro comemoramos o dia nacional da “Consciência Negra”. É um momento para o povo brasileiro lembrar que a luta para uma sociedade igualitária, democrática, unida e livre de preconceito é necessária para o desenvolvimento da nação.
Devemos ter cuidado para que esta data não seja apenas mais uma no calendário, pois ela nos faz lembrar da resistência de um povo num passado de escravidão; faz-nos lembrar principalmente de Zumbi dos Palmares, líder dos Quilombos dos Palmares, que foi traído por escravos, capturado e morto, tendo sua cabeça exposta em Recife como exemplo para amedrontar os seus seguidores e simpatizantes, tornando-se por isto símbolo da resistência negra no Brasil. Sendo assim, podemos perceber que o preconceito racial é uma questão histórico-cultural que ganhou força a partir da escravidão e se perpetuou no Brasil inteiro, porém, os negros estão cada vez mais conseguindo conquistar o seu espaço possuindo cargos os quais anteriormente pertenciam apenas aos brancos.
Portanto, é importante que as pessoas se conscientizem de que os negros são pessoas competentes e capazes assim como qualquer outra e que o preconceito racial é desumano, maléfico e é crime previsto em lei.

 
O Preconceito Racial

O racismo acontece muito no Brasil. Já estamos em pleno século 21 e isso ainda acontece frequentemente, pois existem pessoas que não gostam dos negros, discriminam, batem, jogam coisas, só por conta da cor da pele. Isso não deveria mais existir.
Racismo é uma coisa que deveria ter acabado porque não importa a raça, todos somos iguais perante Deus. A cor da pele não faz do negro uma pessoa pior, nem tão pouco menos capaz. Muitas pessoas dizem que não tem preconceito em relação aos negros, mas infelizmente muitas delas os veem com outros olhos, com indiferença. Apesar de tudo isso, os negros já tiveram várias conquistas, porém há muito ainda a ser conquistado, inclusive o respeito dos demais cidadãos.
Portanto, as pessoas precisam urgentemente aprender a não excluírem alguém para qualquer finalidade em razão de sua cor. É necessário que nos respeitemos e nos valorizemos mutuamente independentemente de qualquer coisa.

 
 
Consciência negra

Antigamente havia muito mais preconceito do que hoje contra os negros. Quem era negro, era escravo ou pobre demais. Entretanto, os negros foram conquistando seu espaço e muitos são tratados com igualdade e respeito. Atualmente existe menos preconceito porque foi criada uma lei determinando que as pessoas não podem ser racistas nem cometerem qualquer outro preconceito por causa de etnia, raça, cor, religião, classe social, gênero, opção sexual, deficiência ou qualquer outro atributo pessoal, como mostra muitas histórias por ai. Pessoas que sofrem preconceito por serem diferentes podem ficar deprimidas, tristes, o que pode trazer consequências graves.
Nos dias de hoje, com tanto crescimento tecnológico, globalização, etc., é inadmissível que aconteça preconceito racial, mesmo porque racismo dá cadeia e é isso que merece quem o comete.

EU, sentar ao  lado de um negro?

( FOLHA DE SÃO PAULO / março 2006)

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica... e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
- Qual o problema, senhora?, pergunta  uma comissária.
- Não está vendo? respondeu a senhora.
- Vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você  precisa me dar outra poltrona.
- Por favor, acalme-se, disse a aeromoça. Infelizmente, todos os  lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos alguma  disponível'.
A comissária se afasta e volta ...  alguns minutos depois.
- Senhora, como eu disse, não  há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e  ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo na classe  econômica'.
E  continuou:
- Temos  apenas um lugar na primeira classe.
E  antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
- Veja, é incomum  que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se  assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o  comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao  lado  de uma pessoa tão  desagradável .
E,dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
- Portanto,   senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois  reservamos para o senhor um lugar na primeira classe.

E todos os passageiros próximos, que,  estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
Se você é  contra o racismo,  envie  esta mensagem  aos seus amigos,
mas não a delete...  sem ter mandado  pelo menos  a uma pessoa.
'O que me preocupa não é o grito dos maus,  é o silêncio dos bons
 
REFLETINDO
O Preconceito e a discriminação
 
Ainda hoje, mais de cem anos depois da extinção da escravidão, os descendentes de africanos no Brasil, sofrem o preconceito e a discriminação por parte de uma grande parcela da Sociedade brasileira.