domingo, 28 de julho de 2013

VIVA CAPIBA!


VIVA CAPIBA!




 


Lourenço da Fonseca Barbosa, o nosso Capiba, nasceu em Surubim, Pernambuco, no dia

28 de outubro de 1904, e nos deixou em 31 de dezembro de 1997. Aos oito anos, Capiba já lia música, era

íntimo dos instrumentos de sopro. Filho de músicos, aprendeu a tocar antes de ser alfabetizado. A

trompa foi o primeiro instrumento de sopro a que ele teve acesso. Dos onze filhos do professor

Atanásio, que se criaram, oito homens e três mulheres, todos tocavam pelo menos um

instrumento. Todos tinham vocação para música.

A Rua Barão de Itamaracá, no bairro recifense do Espinheiro, onde Capiba morou por

mais de trinta anos, desde seu casamento com Dona Zezita, não será mais a mesma sem o som

do seu piano. Jovial, bem-humorado, otimista, modesto e, sobretudo, um músico de primeira

grandeza, com sua enorme sensibilidade de perceber as pequenas dádivas da vida e sorvê-las,

prazerosamente, transformando-as em canções. Assim era Capiba.

Com certeza, o nosso velho e querido Capiba encontrar-se-á presente naqueles que o

amaram e o fizeram seu mestre. O seu maior intérprete não o deixará esquecido das novas

gerações, principalmente, durante o carnaval. Conclamamos Claudionor Germano, escolhido

pelo próprio Capiba, como mensageiro da sua alegria, para que receba a missão de transformar

esse sentimento de saudade em notas musicais e faça delas registros de perpetuação de suas

canções na memória do povo pernambucano. Contamos, também, com Expedito Baracho para manter

e enaltecer o grande amor pelo carnaval que ardia no coração de Capiba.

Seresteiro e romântico, o nosso Capiba chegou aos 93 anos de bem com a vida. Pintor

nas horas vagas, com dois livros publicados, aposentado pelo Banco do Brasil, o maior

representante da música pernambucana nos legou culturalmente um acervo singular, em que o



folclorista, o historiador, o cronista e o compositor popular deixou-nos, como herança, suas

composições em forma de valsas, tangos, polcas, guarânias, foxtrotes, serenatas, sambascanções,

toadas, baiões, maxixes, modinhas, choros, missas, lundus, dobrados, música para

teatro e para cinema, maracatus, cocos, cirandas, marchas pernambucanas, cantigas, música

armorial e, sobretudo, frevos.

Pouca gente sabe que Capiba fundou a Casa do Estudante de Pernambuco,

pensando em ajudar jovens em dificuldades que vinham estudar no Recife. E foi na condição

de estudante que ele criou e liderou a Jazz Band Acadêmica, levando a música pernambucana às

mais diferentes platéias do Norte e do Sul do Brasil.

Capiba foi testemunha, no decorrer de quase cem anos, das transformações

socioculturais do povo pernambucano, tornando-se um marco na história da cultura do Brasil e

um símbolo do nosso carnaval.

Capiba bem disse na letra do seu frevo-canção:

Os melhores dias de minha vida. “...Eu


fiquei chorando, quando foste embora. Quem sente saudade é quem chora...”.

A saudade ficará como um disparador de
emoções, pois Capiba vive nos corações dos

verdadeiros foliões.

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