quarta-feira, 31 de julho de 2013

 

 

Batuque-boi

O batuque-boi também é conhecido apenas como batuque. É luta africana, de origem banto, encontrada na Bahia, principalmente em Cachoeira, Santo Amaro e Salvador.
As disputas realizam-se sempre aos domingos ou em dias de festa, como Natal, Ano-bom, Carnaval. Para Edison Carneiro, o batuque é apenas um variante da capoeira, “tanto que todos os atuais capoeiristas da Bahia sabem jogar e jogam o batuque, embora, já hoje, a luta seja, para eles, um jogo acessório”.

A luta mobiliza um par de jogares de cada vez, que usam apenas as pernas: dado o sinal, um deles une as pernas firmemente e aguarda as pernadas do adversário, que tenta derrubá-lo; depois de algumas tentativas infrutíferas, a posição se inverte e o que dava as pernadas passa a recebê-las. Quem derruba o adversário é o vencedor.

Entre os golpes podem ser citados a “encruziada”, em que as duas pernas são atiradas contra as pernas do adversário; a coxa-lisa, golpe de coxa contra coxa; o baú, quando as duas coxas do atacante golpeiam com força e bem de frente as coxas do adversário; e outros.

A orquestra é a mesma da capoeira: berimbau-de-barriga, ganzá, pandeiro. Semelhante à pernada carioca, ao bate-coxa alagoano. 
 

Batuque

O batuque é uma dança considerada originária de Angola e do Congo (África). Sinônimo de batucada, é talvez a dança brasileira de mais antiga referência, tendo sido assinalada no Brasil e em Portugal já no séc. XVIII.
É realizada em roda, da qual participam não apenas os dançarmos, mas também os músicos e os espectadores. A introdução ou prelúdio da dança chama-se baixão e é executada pelo violeiro.

No centro da roda fica um dançarino-solista ou um ou mais pares que se incumbem da coreografia. Consiste em forte marcação pelos quadris, sapateados, palmas e estalar de dedos. Apresenta como elemento específico a umbigada — que o dançarino ou dançarmos-solistas dão nos figurantes da roda escolhidos para substituí-los.

Em São Paulo, pelo menos na região de Tietê e Piracicaba, onde é também chamado samba, o batuque é dança de terreiro e sua coreografia é em fileiras opostas, com a presença do modista e do carreirista.

A palavra deixou de designar uma dança particular, tornando-se, como o samba, nome genérico de determinadas coreografias ou danças apoiadas em forte instrumental de percussão.

Atualmente, no Rio Grande do Sul, batuque é cerimônia afrobrasileira, nome gaúcho para os cultos fetichistas como a macumba, o xangô e o candomblé. Na Bahia é também outra denominacão do batuque-boi. 


Batucajé

O batucajé (ou batucajê) é o título genérico das danças religiosas dos candomblés brasileiros. Do yorubá (grupo étnico africano, que habita a Nigéria) "batuc" (homens que tocam) e "ajé" (mulheres que dançam).
Essa palavra é também aplicada a danças profanas afro-brasileiras, citadas por Nina Rodrigues.

Na Umbanda é a dança religiosa do ritual do terreiro, tendo por finalidade facilitar a incorporação dos guias nos médiuns que a executam.

De diferentes localidades, é também chamada de "batuque do Jarê" na Bahia e "dança cabinda" também chamada "piauí" onde usam o pandeiro, a cuíca, o chocalho e a matraca como instrumentos.



 

Baralho

O baralho era uma brincadeira que ocorria no antigo Carnaval maranhense. Eram grupos de negros andrajosos, salpicados de polvilho de tapioca, a promover fortes algazarras pelas ruas da cidade, em geral empunhando chapéus-de-sol e sombrinhas desmanteladas.
As mulheres desses grupos, pejorativamente chamadas de “negritas do baralho”, calçavam sandálias e traziam flores no cabelo.

Não há referências a música nem a eventuais instrumentos acompanhadores da brincadeira.

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"Brincadeira formada por grupos de negros que percorriam as ruas da cidade cantando músicas com letras picantes de duplo sentido, tocando castanhola, sanfona, pandeiros, reco-reco, tambores e remexendo as cadeiras (quadris) em danças lascivas que escandalizavam a sociedade da época. Isso gerou termos depreciativos como "negras do baralho", "polvilho do baralho" com a intenção de rejeitar as pessoas que brincavam o Baralho, por ser uma brincadeira contagiante e alegre que atraia muita gente por onde passava.

Seu Augusto Aranha lembrava que "tinha o Baralho da Madre Deus, Baralho da Praia do Caju, hoje Beira-Mar, o Baralho da Praia do Desterro. Eram os três célebres. Todos se reuniam na hora do almoço nos lugares e saiam 2 horas da tarde. Era muita gente, muito pior que essa banda que sai aí todo sábado" (ele se referia à extinta Banda do Baixo Leblon que saia da Beira-Mar e animou os pré-carnavais de rua até o início da década de 90). O traje? " eles se trajavam à vontade. Era aquelas saias grandes, as mulheres, e os rapazes de calça, chapéu de palha, cara pintada, tudo cheio de pó. Antes tinha cabacinha. Eles compravam bexiga de boi, esticavam bem e fabricavam a cabacinha com água e tinta colorida...atirava aquilo que espocava e sujava a roupa do camarada todinha"
 
 
 

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