domingo, 28 de julho de 2013

OS SANTOS DE JUNHO

OS SANTOS DE JUNHO


Não são poucos os Santos venerados durante o mês de junho. Rende-se culto a Santo

Ovídio, Santa Clotilde, São Norberto, Santa Cândida, Santo Edmundo, Santa Margarida, São

Barnabé, Santa Flora, Santo Agostinho, Santa Marina, São Protásio, Santa Juliana, São Luiz

Gonzaga, São Guilherme e Santa Lúcia.

Mas, entre todos esses santos, cujos nomes figuram no calendário litúrgico do mês de

junho, destaca-se quatro, pelo prestígio que desfrutam entre os devidos brasileiros e, cuja

veneração constitui uma bela tradição da nossa gente. São eles: Santo Antônio, São João

Batista, São Pedro e São Paulo, venerados, respectivamente, nos dias 13,24 e 29 de junho.

Convém salientar a enorme injustiça, feita pelos católicos, a São Paulo, companheiro de São

Pedro nas festividades do dia 29, quando ninguém se lembra dele. A fé religiosa, que move até

montanhas, faz até com que os devotos dos santos passem descalços sobre as brasas das

fogueiras.


SÃO JOSÉ


O Ciclo Junino está ligado à colheita do milho que é plantado no dia 19 de março, dia de

São José. Mesmo não fazendo parte dos santos comemorados no mes de junho, São José pode

ser considerado um anfitrião dos festejos juninos, com o plantio do milho, os ensaios das

quadrilhas e dos casamentos matutos, é aberto em março os movimentos e organizações para

as festas juninas.

O fato marcante da vida desse homem justo foi seu mistério ao lado de Maria e seu

filho Jesus, sua fé e obediência, o binômio dos que pretendem ser cristãos.

Em torno de São José, pairam lendas e estórias, valendo salientar, que segundo a

tradição popular, a jovem Maria tinha muitos pretendentes e que os mesmos haviam deixado

seus bastões em busca de um sinal, que a todos surpreendeu, pois, prodigiosamente, o de

José, floresceu, dando lugar ao que se conhece nos jardins como cajado de São José.

Tornou-se padroeiro da Igreja Universal, a partir de 8 dezembro de 1870. Sendo

padroeiro de 161 paróquias do Brasil, dando nome a 12 municípios, ganhando para São Pedro

que registra 58 paróquias.

 
Responsabilizado pela benção do plantio do milho, São José aparece como a primeira

presença religiosa do Ciclo Junino. É protetor dos lares e da agricultura na cultura popular,

pois, se chove no dia de São José, o inverno é certo.

Para o evangelho apócrifo de São José, era viúvo e pai de seis filhos, quando casou com

Maria que tinha apenas 12 anos de idade, viveu 112 anos e morreu nos braços de Maria e

Jesus.


SANTO ANTÔNIO


Santo Antônio, chamado Fernando, nasceu em Lisboa, Portugal em 15 de agosto de

1195, em uma família rica. Ainda moço, faleceu em Pádua, na Itália, em 1231, não mais como

Cônego da Ordem de Santo Agostinho, mas na qualidade de professo da Ordem de São

Francisco. Aos 15 anos entrou para o Convento de Santa Cruz de Coimbra. Foi admitido na

ordem dos irmãos Menores de São Francisco, onde ordenou-se sacerdote. Logo depois partiu

para missões contra os infiéis, no Marrocos. Lecionou teologia nas universidades italianas de

Bolonha e Pádua e nas universidades francesas de Toulouse, Mont-Pellier e Puen-en-Velay,

adquirindo reputação de orador sacro.

Descoberto o seu dom de orador, passou a pregar a palavra de Deus. Ficaram célebres

os sermões pregados em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Dentro da Ordem Franciscana,

liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo

superior. Entre seus escritos, figura uma coleção de sermões para domingos e dias

santificados.

Foi canonizado pelo papa Gregório IX em 30 de maio de 1232. É o patrono de Portugal

e de Pádua. É atribuída a ele a frase “Cessem as palavras, falem as obras”.

Os portugueses trouxeram para o Brasil, a devoção de Santo Antônio. A devoção a

Santo Antônio de Lisboa, foi introduzida em Pernambuco, em 1550, quando foi erguida uma

capela em louvor ao santo lisboeta, que deu origem ao primeiro convento carmelita no Brasil:

Convento de Santo Antônio do Carmo, em Olinda. É o santo dos nichos e barraquinhas, e,

também, o oráculo das povoações, soldados, o santo familiar, o desvendador de pedidos e

protetor de casamento.

O sincretismo das religiões populares levou aos candomblés, confundindo-se na Bahia

com Ogum, orixá guerreiro dos negros e em Pernambuco com o orixá Oxossé (Odé), também

guerreiro e batalhador.

Festejado no dia 13 de junho, foi esse dia, por muito tempo, feriado no Brasil, por ser

data de preceito em toda a América, por determinação da bula de 1722, do Papa Inocêncio

XVIII. Protetor dos louceiros em Portugal, aparece entre nós, como o protetor dos taverneiros,

dos varejistas em geral.

 

Antigamente era rara a casa comercial que não exibia num nicho rústicos, no alto das

prateleiras, fronteiro à entrada, a figura ou vulto de Santo Antônio, iluminado pela melancólica

vela de sebo ou pela lamparina de azeite.

Os devotos de Santo Antônio não queriam uma imagem grande do Santo, mas uma

pequenina, portátil, que pudesse facilmente ser manejada nos estranhos caprichos de uma fé

que, por vezes, se torna excessivamente severa e impiedosa:


Não quero Santo Antônio grande

Dentro dos meus oratórios.

Eu quero é um pequenino

Que ouve os meus peditórios

 

No sertão rezava-se assim:


Padre Nosso pequenino!

Me guiai no bom caminho,

Santo Antônio é meu padrinho,

Nossa Senhora é a minha madrinha.

Sete livros a rezar,

Sete anjos a cantar,

Quer de dia quer de noite,

Enquanto eu não me deita

 

Nas trezenas que dedicavam a Santo Antônio, cantavam vários hinos com ingênuos

versos e ingênuas melodias.

O papel de Santo Antônio como heróico defensor da integridade do solo brasileiro, foi

confirmado na Bahia onde o Padre Antônio Vieira, do púlpito da Igreja da Vitória, exaltando o

triunfo sobre os holandeses, incita os fiéis a venerar com reconhecimento o afável Santo

português. Em Goiás, Ouro Preto, por todo o Brasil, enfim. Em 07 de abril de 1707, foi

nomeado capitão na Bahia. Em 19 de setembro de 1810, foi promovido a major, etc. E, só

depois da queda do Império, a República retirou o soldo a Santo Antônio, aliás, de maneira

muito habilidosa; exigindo o comparecimento do beneficiado ou do seu procurador bastante

para o devido recebimento.

No Brasil, foram duas imagens de Santo Antônio muito veneradas: a de Santo Antônio

de Argüim e a de Santo Antônio da Mouraria.

Santo Antônio de Pádua tinha como função ser “achador de coisas perdidas”. Recitandose

a Salve Rainha até a palavra “mostrai”, para que o objeto apareça. Aplica-se outro recurso

que Santo Antônio se “explique” com os milagres, colocando-o de cabeça para baixo.


Nos primeiros treze dias de junho, realiza-se as trezenas, rezadas com fé, para a

imploração dos milagres ou fervorosos agradecimentos. A esta devoção as cerimônias se

prolongam por entre cânticos, foguetório, comes e bebes.

Para casar:


Santo Antônio me case, já,

Enquanto sou moça e viva,

Porque milho plantado tarde

Não dá palha, nem espiga!”


Depois de casada:


“Santo Antônio pequenino

Amansador de burro bravo,

Vem amansar a minha sogra

Que é levada do diabo”.


Santo Antônio, muito sofreu, exposto ao mau gênio e aos capricho nervosos das

meninas suspirosas , as quais, ele, porventura, não atendia nas suas solicitações. Assim,

justificada nessa quadra que define a crendice e os castigos:


“Minha avó tem lá em casa

Um Santo Antônio velhinho.

Em os moços não me querendo,

Dou pancadas no santinho”.


Outro método aplicado para assegurar o sucesso do pedido de casamento, era descer

ao fundo do poço e com a cabeça invertida, a imagem de Santo Antônio, devendo este aí

permanecer, nessa incômoda posição, até que o milagre se produza e o eleito apareça:


“Meu Santo Antônio querido,

Meu santo de carne e osso,

Se tu não me dás marido,

Não tiro você do poço”.


Quando uma moça desejava sonhar com o noivo, colocava três rosas vermelhas

debaixo do travesseiro, na véspera de Santo Antônio:


“Meu Santo Antônio querido,

Eu vos peço, por quem sois:


 
Dai-me o primeiro marido,

Que o outro, arranjo eu depois...”


Se o noivado não ia muito bem, ou se o noivado vai ficando prolongado, rezava as

donzelas a seguinte oração:


“Padre Santo Antônio dos cativos, vós que sois um amarrador certo, amarrai, por

vosso amor, quem de mim quer fugir; empenhai o vosso hábito e o vosso santo cordão, como

algemas fortes e duros grilhões para que façam impedir os passos de ........................... (diz

o nome do pretendente), que de mim quer fugir e, fazei ó meu bem-aventurado Santo

Antônio, que ele case comigo sem demora!”


Mas, não é apenas em questões de amor que o santinho benévolo intervém. Se uma

pessoa amiga se afastou, por desavenças e, você quer que ela retorne à amizade, bastará

dizer três vezes atrás da porta:


“.......(fulano)........foi embora e não voltou.

Abri-vos, portas e portais,

Por onde Santo Antônio entrou,

E há de entrar cada vez mais!”


No Recife, Santo Antônio é comemorado com uma procissão, que sai do Convento de

Santo Antônio. A paróquia de Água Fria e do Arruda, cuja matriz leva o seu nome, faz suas

referências com missa, procissão e queima de fogos de artifícios.

No ano de 1995, foi comemorado os 800 anos de nascimento de Santo Antônio, com

grande comemoração pelos seus devotos. Durante sua trezena há a tradição da distribuição de

pães aos pobres e a comercialização de lírios, que é o símbolo externo da pureza das intenções

de Santo Antônio.

Os negros no Brasil e, em particular na Bahia, sincretizaram Santo Antônio ao orixá

Ogum, identificados, por ser Ogum, um orixá da guerra e das lutas e, por ter sido Santo

Antônio, um soldado português, cuja vida movimentada, meio-história, meio-lendária, de

aventuras guerreiras, chegou ao conhecimento do negro baiano, incorporando-se ao mundo

dos orixás. No Rio, Santo Antônio é sincretizado ao orixá Oxósse e no Recife ao orixá Odé, etc.


SÃO JOÃO

HISTÓRICO DO SANTO


É preciso que não se confunda João, o Batista com João, o Evangelista, autor do Quarto

Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. O Evangelista era filho de Maria e de Zebedeu, o Batista

era filho de Isabel e Zacarias.

 

É o único santo, além de Nossa Senhora e Jesus Cristo, festejado no dia em que

nasceu, 24 de junho. Seu nascimento e missão foram anunciados pelo Anjo Gabriel. Filho do

sacerdote Zacarias e de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus, nasceu na cidade de Judá.

Na circuncisão recebeu, por inspiração divina, o nome de João. Era seis meses mais

velho que Jesus, mas iniciou sua pregação pública, à beira do rio Jordão, alguns anos antes de

Cristo dar início à sua própria missão. Chamaram-no Batista pela importância que, em seu

ministério, emprestou ao batismo. E também o precursor porque pregou antes de Cristo,

anunciando-o.

Segundo os evangelhos, João alertava o povo para aproximação da vinda do Messias e

insistia na preparação pela penitência para essa vinda. Praticava um ritual de purificação

corporal por meio de imersão na água, significando mudança interior de vida.

Sua missão termina com o encarceramento na fortaleza de Maquerunte, onde foi

degolado por ordem de Herodes Antipas, em 29 de agosto, a pedido de sua enteada Salomé.

Sua figura está ligada ao sacramento do batismo.

São João Batista, também, é conhecido como São João do Carneirinho por estar sua

imagem arrodeada de carneiros. Os carneirinhos representam o próprio Jesus Cristo, apontado

por João Batista como o verdadeiro cordeiro de Deus, segundo o Evangelho de João.


AS FESTIVIDADES


A Antigüidade das comemorações juninas no Brasil é registrada pelo frei Vicente do

Salvador, o primeiro brasileiro que escreveu histórias da nossa terra, que informa que já no

ano de 1603, os índios participavam de todos os festejos portugueses “com muita vontade,

porque são muito amigos de novidades, como no dia de São João, por causa das fogueiras e

capelas”.

Dos três santos festejados no mês de junho, São João teve o poder de dar ao mês se

nome e qualificar de “juninas”, as festas realizadas no decorrer dos seus trinta dias.

Depois do menino Deus, reverenciado nas festas natalinas, São João é o santo mais

festejado pelos católicos de todo o país. A data para a comemoração é dia santificado, embora,

à moda brasileira, poucas pessoas vão às igrejas e aos cultos reverenciar o homenageado,

preferindo as manifestações profanas.

Enquanto os historiadores buscam as origens das festas de São João nos cultos

profanos, o povo simples tece o seu rosário de lendas:


“Nossa Senhora, indo visitar sua prima Santa Isabel, pediu que, ao nascimento de seu

filho, desse um sinal da feliz natividade. Santa Isabel prometeu a Maia mandar plantar um

mastro na montanha próxima e acender em torno uma fogueira. Ao nascer São João Batista, o

Precursor, a promessa fora cumprida, fumaça, labaredas e o mastro, Maria avistou no local




combinado. Maria partiu logo a abraçar sua prima Isabel. Desde então se celebra o santo com

fogo e mastro”.


Em alguns lugares do Nordeste, conta-se que São João dorme durante a sua festa, para

não querer descer a terra e participar das brincadeiras, pois, o mundo se arrasaria em fogo.

Outra crença popular diz, que, nessa noite, São João, a pedido de seus devotos e

festejadores, baixava do céu, vindo ver sua festa e abençoar as fogueiras. Para esperá-lo, as

casas deviam conservar abertas e em divertimentos, ficando marcadas as que fossem

encontradas às escuras.

Uma das cerimônias mais divertidas e movimentadas, nos antigos festejos juninos, é,

por certo, aquela com que se pretendia simbolizar o batismo de Jesus pelo miraculoso filho de

Santa Isabel. O banho nos rios era imprescindível, para onde todos se dirigiam cantando:


“Vamos, vamos,

Toca a marcha,

N’água de São João

Vamos nos lavar...”


E, na volta:


“N’água de São João me lavei

Toda a mazela que tinha deixei...”


Quando iam e voltavam, levavam à cabeça grinaldas de folhagem, e cantavam:


“Capelinha de melão

É de São João,

É de cravo e de rosas,

É de manjericão...”


O melão que se refere a quadrinha é uma trepadeira (planta), que dá um pequeno fruto

silvestre, popularmente chamado de melão de São Caetano.

Em outras partes do Brasil, como no Norte, o costume dos banhos era com ervas

aromáticas, “o banho de cheiro”. Costume que teve origem indígena e negra.

O banho lustral de São João poderia ser tomado em qualquer tipo de água corrente: rio,

córrego, cachoeira, mar. É a crença popular em que as águas, na manhã do dia 24, com os

primeiros raios do sol, adquiriam singular virtude e poder. Há nessa crença, nas virtudes da

água, uma reminiscência do culto pagão das fontes e das divindades protetoras dos lagos e

rios.

 

Eram celebres em Portugal as “orvalhadas de São João”, no dia 23 de junho, onde as

pessoas se lavam na água corrente para aproveitar a força daquele momento e levava o gado

a beber, para o mesmo efeito.

Nos cultos afro-brasileiros, São João é sincretizado ao orixá Xangô em quase todo o

Brasil É nos candomblés que são mantidas até a data presente o Acorda Povo ou Bandeira de

São João, tradição muito antiga, onde, segundo alguns pesquisadores, mantem-se a seguinte

diferença: a Bandeira de São João remonta um ato religioso, onde esta procissão é realizada à

tardinha; o Acorda Povo é uma comemoração mais ao ritmo profano, com comes e bebes, e

realizada em plena madrugada.

As danças de origem africanas, ao som de adufes (tambores quadrados), caxambús

(tipo de tambor), canzambês( tipo de reco-reco), etc., eram também freqüentes na grande

noite de São João: batuque, lundú, samba, catira, cateretê, coco, fandango, entre outras.


SÃO PEDRO

HISTÓRICO DO SANTO


São Pedro, nasceu na Galiléia, onde exerceu o ofício de pescador em sociedade com o

irmão André. Sempre em evidência nos evangelhos, Pedro, um dos doze apóstolos de Cristo,

também é conhecido por Simão, Simão Pedro e Simão Barjona (filho de João ou Jonas).

Sabe-se que foi casado porque viveu com a sogra em Cafarnaum. Jesus, certa vez, viu

as margens do lago Genesaré àquele rude pescador queimado do sol, de mãos calosas e

grosseiras, e lhe disse: - “

Segue-me e farei de ti um pescador de homens”. E assim foi.

Simão Pedro foi denominado o fundador da Igreja Católica, pelas sábias confissões,

relativas ao poder do Mestre durante o Ministério de Cristo, apesar da negação que o torna

parecido conosco.

De acordo com a narrativa evangélica, era espontâneo, leal e generoso, de iniciativas

ardentes e raciocínio rápido, ao mesmo tempo em que era precipitado e um tanto medroso.

Reconheceu a divindade de Jesus, junto aos apóstolos, mas, depois negou três vezes

que o conhecia aos soldados que acabavam de prendê-lo.

É incontestável sua liderança no início da vida cristã. Tanto é assim que é mencionado

23 vezes no Evangelho de Marcos, seu discípulo, 24 no de Mateus, que o exalta mais do que

qualquer outro, 27 no de Lucas e 39 no de João. No Novo Testamento é citado 182 vezes.

Quando chefe da comunidade cristã em Jerusalém, após a morte de Cristo, Pedro foi

preso inúmeras vezes. Num dia de junho, provavelmente em 67 d.C., os apóstolos Pedro e

 

Paulo foram arrastados ao tribunal militar, ouviram a enumeração de seus crimes e foram

condenados. Paulo foi levado para um campo bem distante dos muros da cidade e ali, como

cidadão romano, decapitado por uma espada.

Pedro foi arrastado, sua cruz à frente, para um lugar no alto ou perto da

colina Vaticano e ali pregado na cruz. Persiste a tradição de que foi crucificado, a seu pedido,

de cabeça para baixo, sob a alegação de que era indigno de morrer como Cristo morreu.


AS FESTIVIDADES


Sendo São Pedro protetor dos pescadores, várias homenagens lhes são rendidas

através de procissões terrestre-fluvial.

No Recife, há mais de cinqüenta anos a tradição se repete. Os pescadores da Colônia Z-

1, do Pina, organizam dezenas de embarcações, enfeitadas com bandeirinhas de papel e saem

da bacia do Pina em direção à barra do Porto do Recife. Durante o percurso, o padroeiro dos

pescadores é saudado pelos devotos com fogos de artifício e muitas palmas.

Ao final da travessia, a imagem retorna à capela da colônia Z-1 e as homenagens

terminarão com uma festa profana, com feirinha típica, coco de roda, ciranda, quadrilhas e

outras atrações.

É festejado pelos marítimos por ter sido pescador e, pelas viúvas por ter sido viúvo. No

Nordeste ainda se costuma fazer o seguinte: qualquer Pedro deve e pode ser amarrado no dia

do seu aniversário com uma fita no braço e será obrigado a dar um presente a quem o

amarrou.


SÃO PAULO


São Paulo, cidadão romano, iniciou a sua vida como perseguidor dos cristãos, sendo um

dos mandantes do apedrejamento de Estevão, o primeiro mártir. O Evangelho registra de

Saulo: “Assolava a Igreja, entrando palas casas e arrastando homens e mulheres, os

encerravam na prisão”.

Paulo de Tarso foi um dos grandes perseguidores do cristianismo nascente. Combateu o

quanto pode a missão salvifica de Cristo, contribuindo para a prisão, o martírio e a morte dos

adeptos do novo credo, até o dia em que o Senhor o surpreendeu na estrada de Damasco,

com uma voz que dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues? E Ele disse: - Que és Senhor? E

disse o Senhor: - Eu sou Jesus a quem tu persegues”.

 

A partir daquela hora, Saulo passou a ser chamado Paulo, e começou o se ministério,

falando ousadamente em nome de Jesus, em muitas viagens que realizou, sofrendo

perseguições e prisões, até chegar o momento em que na companhia de São Pedro, conheceu

a morte, no mesmo dia 29 de junho.

São Paulo, além das suas viagens, escreveu treze epístolas, que se encontram na Bíblia

Sagrada, no Novo Testamento. Paulo viajou muito, pregou muito e escreveu muito, numa

gigantesca missão em prol do Cristianismo. Escreveu o mais belo poema, definindo de modo

incomparável, o que seja o amor.

Foi fiel ao seu ministério até a morte, e morte por dedicação e fidelidade ao Evangelho.

Em vista disso, São Pedro e São Paulo, companheiros de ministério na vida e na morte, são

lembrados no dia 29 de junho como santos juninos.

Com São Pedro e São Paulo, encerra-se o ciclo das celebrações juninas, que os

pernambucanos conservam como de suas mais puras e mais belas tradições religiosas.


 

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