terça-feira, 23 de julho de 2013

Para que possamos desempenhar melhor nosso papel de educadores não só na área de Educação Física mais em todas as áreas do ensino, temos que ter uma melhor compreensão de alguns conceitos muito marcantes em nossa sociedade, desta forma devemos fazer uma abordagem antropológica dos conceitos de: diversidade, desigualdade, etnocentrismo e alteridade.
Assim sendo, ao longo da história, na qual a colonização se fez presente, a escravidão, o autoritarismo e a recusa pelo negro como pessoa biologicamente e culturalmente de igual importância na sociedade, contribuíram para o sentido de inferioridade do negro brasileiro e a ideologia degenerativa do mestiço; Foram os mecanismos de dominação ideológica mais popular já produzido no Mundo sendo um exemplo claro dos conceitos do Etnocentrismo na história e que permanecem ainda no imaginário social dos tempos atuais, o que dificulta a ascensão social do negro, pois este é visto como indolente e incapaz intelectualmente.
No Brasil existe o “mito da democracia social” que tem como objetivo propagar que não existem diferenças raciais no País e que todos aqui vivem de forma harmoniosa, sem conflitos. E que existe a igualdade de oportunidades para brancos, negros, mestiços, pobres e ricos. A disseminação deste mito permitiu esconder as desigualdades que é constatada nas práticas discriminatórias de acesso ao emprego, dificuldade de crescimento social da população negra e já nessa fase, também as camadas mais pobres que ocupam os piores lugares na estrutura social, que freqüenta as piores escolas e que recebem remuneração inferior a dos Branco e ricos, pelo mesmo trabalho e tendo a mesma qualificação profissional.
No nosso cotidiano escolar traz vários exemplos do mito da democracia social. O aspecto da cultura da classe dominante que a escola transmite, pois reflete as classes privilegiadas e não a totalidade da população, embora haja, contudo no interior da escola e que possibilitam confrontar essa cultura hegemônica, desprezada pela diversidades culturais trazidas pelo diversos alunos, assim apesar da escola inculcar, introduzir o saber dominante, essa educação social diversificada poderia ser mais evidente a cultura popular.
Nós como educadores devemos ter uma proposta educacional voltada par a diversidade, junto às variações de culturas; Colocando todos nós educadores (de que área que seja), um desafio de esta atentos às diferenças econômica (desigualdade social), etnologia racial e de buscar o domínio de um saber crítico que permita interpretar essa alteridade – mudanças de culturas sem nenhum preconceito.
Nós como educadores, temos a obrigação não só de conhecer os mecanismos e os conceitos da dominação cultural, econômica, social e política; Ampliando os nosso conhecimentos antropológicos, mais também de perceber as diferenças etno culturais sobre essa realidade cruel e desumana.
A educação escolar é um espaço privilegiado para crianças, jovens e das camadas populares terem acesso ao conhecimento cientifico e cultural em geral. Do qual a população pobre e negra é excluída por estarem num meio social desfavorecido.
A escola é o espaço onde se encontra a maior diversidade cultural e também local mais discriminador. Tanto assim que existem escolas para ricos e pobres, de boa e má qualidade, respectivamente. Por isso, trabalhar as diferenças é um desafio para o professor. Por ele ser mediador do conhecimento.
A escola em que ele foi formado e na qual ele trabalha é reprodutora do conhecimento da classe dominante, classe esta que determina as regras e determina o que deve ser transmitido aos alunos. Mas se o professor for detentor de um saber critico, poderá questionar esses valores e saberá utilizar desse conhecimento o que ele tem de valor, respeitando as desigualdades, as alteridades e as diversidades.



Etnocentrismo
É uma forma de ver o mundo baseado no preconceito, em que nosso grupo é tomado como o centro de tudo, e os outros são vistos e pensados a partir de nossos modelos e idéias pré-estabelecidas. Dessa forma o etnocentrismo age como um empecilho na observação e compreensão das diferentes culturas, porque uma sociedade etnocêntrica analisa a cultura da outra tomando sempre como base sua própria cultura, dando margens à comparações e criando a idéia de que sua cultura é melhor, e a única que faz sentido.
No entanto, ao agirmos diferente, ou seja, quando compreendemos o "outro" nos seus próprios valores, e não nos nossos, estamos relativizando. Por isso, é tão importante que haja a relativização, para que os etnocêntricos entendam que as particularidades existem não porque existe cultura mais ou menos importante, mas porque suas sociedades tiveram processos evolutivos diferentes, e que essas peculiaridades são fundamentais para a construção e caracterização de um povo, de uma nação.
 
 
Etnocentrismo & Intolerância
Etnocentrismo é um termo novo, mas sua essência sempre esteve presente na evolução do mundo e das sociedades. Há vários exemplos de atitudes etnocêntricas. Nas escolas, uma criança muda de cidade e de escola, quando chega à nova escola já é segundo semestre, é recebida com olhares curiosos e comentários intrigantes: “olha só, ela usa lenço na cabeça, eu nunca usaria isso!”


Quando saímos de nossa cidade de origem para passearmos em outros lugares, somos minunciosamente analisados e recebidos com sentimento de estranheza pelas pessoas que moram naquele lugar, pois para eles, somos o novo, o engraçado, o inadequado.


Mas o etnocentrismo pode ir muito além de um sentimento de estranheza, tornando-se algo extremamente preocupante. Entrelaçando-se assim, ao sentimento de intolerância (não toleração) da cultura de outrem. Como conseqüência da intolerância, vemos guerras e subjugação de povos.


Um fato que demonstra com excelência essa última conseqüência é a escravidão. Pessoas com tradições e costumes próprios, mas que foram subjugadas por não possuírem uma cultura compreensível aos seus “dominadores” (os brancos) , passando a serem considerados pessoas sem alma.


Com os índios não foi diferente, também foram e são inferiorizados, por suas maneiras de se vestir, suas danças, festas, rituais de sacrifício (típicos de algumas tribos), etc.


O etnocentrismo também traz consigo conseqüências quase imperceptíveis. Quando não aceitamos e não toleramos a cultura de outrem, perdemos a oportunidade de rever nossos conceitos e crescer culturalmente.
 
 
Etnocentrismo & Mídia
Etnocentrismo é a disposição humana de enxergar o mundo de acordo com os costumes do próprio grupo. Ao enxergar outras culturas de maneira etnocêntrica o homem acaba por menosprezá-las, principalmente se os elementos de significação na cultura do outro não forem semelhantes aos seus.


A mídia, através de todas as estratégias de divulgação e controle dos pensamentos do telespectador, também acaba por agir etnocentricamente em diversos momentos. Um exemplo disso seria a visão do Nordeste que é passada através dos veículos de comunicação.


A imagem do Nordeste que é vista pelas outras regiões é sempre de um lugar onde nada floresce, nada sobrevive, de um povo pobre e miserável, e que tem apenas no litoral alguma chance de crescimento por conta das lindas praias. A televisão é a principal divulgadora dessa cultura de gente sofrida e sem qualquer perspectiva de vida. Nós, nordestinos, sabemos que aqui há lugares de muita pobreza, como há em outras partes do Brasil. Contudo, não é só isso que compõe o Nordeste brasileiro.


A beleza da Caatinga, os grandes poetas, escritores, compositores, artistas, as maravilhosas festas religiosas e de outros cunhos culturais, a generosidade e simplicidade do povo, e a diversidade cultural em geral, são só alguns aspectos que compõe nossa região. Entretanto, a mídia também age erroneamente e não divulga as maravilhas que temos. Isto acaba induzindo as pessoas das demais regiões a acharem o Nordeste uma região inferior. É neste aspecto que a mídia age etnocentricamente, pois reduz nossa região, divulgando que apenas no Sudeste e Sul há progresso. Este pensamento negativo com relação ao Nordeste é divulgado também por aqui. Tanto que não são poucos os nordestinos que migram para outras regiões por acharem que aqui não há qualquer possibilidade de sucesso.


Como futuros comunicólogos, cabe a nós mudarmos esse pensamento etnocêntrico sobre o Nordeste. Principalmente entre os próprios nordestinos, afinal se nem nós valorizamos nossa região, não há como outros a valorizarem. Devemos parar de observar a cultura alheia de maneira etnocêntrica, já que não há melhor ou pior quando se trata de manifestações culturais de um povo ou região.
 
 
 
 
 
 
 

 

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