segunda-feira, 22 de julho de 2013

Evolução histórica do racismo e da xenofobia

Evolução histórica do racismo e da xenofobia

     
 
O racismo nasceu com o surgimento do Homem. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de povos por outros, e os genocídios que ocorreram na história do Homem.
A Europa mantinha um sistema de classes em que as pessoas apenas tinham peles pigmentadas se trabalhassem no exterior e os ricos consideravam o trabalho manual dever dos “inferiores”. Os gregos fizeram referência ao racismo através de Aristóteles que afirmava: “uma parte dos homens nasceu forte e resistente, destinada expressamente pela natureza para o trabalho duro e forçado. A outra parte – os senhores, nasceu fisicamente débil; contudo, possuidora de dotes artísticos, capacitada e assim para fazer grandes progressos nas ciências filosóficas e outras”. O historiador Heródoto dizia que os gregos consideravam bárbaros os outros povos.
A Igreja também se revelou apoiante desta onda de racismo e xenofobia, estando de acordo com a ciência que contribuiu para a ideologia do racismo – em 1758, quando o botânico sueco Carolus Linaeus cria o sistema de classificação dos seres vivos, dividindo os povos:
  • Os vermelhos americanos: despreocupados e livres;
  • Os amarelos asiáticos: severos e ambiciosos;
  • Os negros africanos: ardilosos e irreflectidos;
  • Os brancos europeus: activos, inteligentes e engenhosos.
Na Alemanha, o regime Nazi, liderado por Hitler, defendia a superioridade da raça germânica que gerou milhares de mortos.
Durante os descobrimentos, os Portugueses, depararam-se com a necessidade de mão-de-obra para construir a nova colónia no Brasil o que fez com que “exportassem” populações negras de África, dando início à escravatura, que depois foi adotada por outros povos.
Na África do Sul em 1948, foi implantado o Apartheid (vida separada), segundo o qual apenas os brancos detinham o poder e os restantes povos eram obrigados a viver separadamente, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos.
Nos Estados Unidos, por volta de 1865 formou-se a primeira Ku Klux Klan, organização racista que apoia a supremacia branca e o protestantismo em detrimento das outras religiões, já muito depois por volta dos anos 50, Martin Luther King, mais tarde eleito Nobel da Paz, ficou célebre pelo seu discurso, que defendia os direitos iguais para todos, intitulado “Eu tenho um sonho”.


Racismo e xenofobia enquanto infrações aos direitos humanos

     
 
Está presente na Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação racial, ONU, 1963 que “A discriminação entre seres Humanos com base em raça, cor ou origem étnica é uma ofensa à dignidade humana e será condenada como uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, com uma violação dos Direitos Humanos e liberdades fundamentais proclamadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, como um obstáculo para relações amigáveis e pacíficas entre as Nações, e como um facto capaz de perturbar a paz e a segurança entre os povos.”
No artigo 7º da declaração universal dos direitos humanos que “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.”
No artigo 13 da constituição da república portuguesa que “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”


Interligação entre racismo e xenofobia

     
 
A xenofobia e o racismo estão intimamente ligados pois são atitudes de diferenciação e hierarquização de raças, superiorizando umas culturas em relação a outras numa tentativa racista de impor a cultura preferenciada às restantes. Existe portanto uma atitude de inferiorização de uma determinada raça advindo desta medo/receio de outras culturas e misturas entre estas (xenofobia).


 

O que é a xenofobia?

     
 
                    Origem etimológica da palavra
Xenofobia = Xeno + Fobia
A palavra xenofobia, advém da junção de dois termos: xeno que está relacionada com a ideia de estrangeiro ou estranho e fobia que é o medo patológico. Assim, podemos entender a xenofobia como a antipatia ou medo excessivo e descontrolado pelo desconhecido ou diferente.

                  Definição social
Xenofobia quer dizer repulsão a outras raças e culturas. É um medo intensivo, descontrolado e desmedido em relação a pessoas ou grupos diferentes. É uma característica de um nacionalismo excessivo.

Racismo e diversidade cultural

     
 
Quando um ser nega a diversidade cultural humana, ou seja, quando tem uma visão do mundo em que existem culturas superiores ou inferiores umas ás outras, não se incentiva o diálogo inter-cultural e não se aceita o multiculturalismo, muito pelo contrário, então esse ser é considerado racista, pois os seus ideais/crenças entram em confronto direto com a realidade da diversidade cultural.

Tipos de Racismo

     
 
Racismo individual – realça-se nas atitudes, nos comportamentos e nos interesses pessoais que estão socializados entre várias raças.
Racismo institucional – demonstrado em dados oficiais, como na Justiça, na Política e nas instituições.
Racismo cultural – manifesta-se nos valores, nas crenças, na religião, na língua, nas artes, na filosofia, entre outros.
Racismo primário – fenómeno emocional ou passional, sem qualquer elaboração ou justificações.
Racismo comunitarista ou diferencialista – é contemporâneo que se apropriou dos pontos centrais do antirracismo, ou seja que raça não é natureza.
Racismo ecológico ou ambiental – é contra a “Mãe Terra”.

O que é o racismo?

     
 
         Origem etimológica da palavra
Racismo = Raça + “ismo”
A palavra racismo deriva da junção da palavra raça que significa, grupo de indivíduos com características comuns entre si e que tem origem no latim, de ratio (espécie), com o sufixo “ismo”. Assim, racismo é uma teoria que afirma a superioridade de uma raça em relação a outra.

         Definição social

O racismo é a tendência depensamento/ atitude social ou particular que dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e algumas com caráter de superioridade sobre outras e consequente supremacia às consideradas inferiores. As raças são diferenciadas com base em características físicas como a cor de pele e o aspeto do cabelo.

    Definição filosófica

O racismo é um preconceito que surge quando um grupo social dominante sente a necessidade de se distanciar de outro grupo, que por motivos históricos possui outra cultura (tradições, comportamento, etc.), e que é usualmente diferente daquele a que pertence o sujeito, e, como tal, é uma atitude subjectiva.
As pessoas que se encaixam no grupo dominante têm a tendência de elevar a sua cultura em relação às outras, ou seja, consideram a sua cultura como a mais correta e que deve ser seguida como modelo, sendo a mais desejável para todos e tornando as outras, como inferiores e consequentemente despreza e humilha as diferenças culturais, a esta postura dá-se o nome de etnocentrismo que está intimamente ligado com o racismo.



Questão filosófica

 
Não, não existe fundamento biológico que justifique o racismo. A genética demonstra, depois de vários estudos, que existem diferenças entre os seres humanos das diversas raças, como, a cor da pele, dos olhos, dos cabelos, etc. Embora apresentem características distintas, são apenas adaptações que não alteram a estrutura da espécie.
Em suma, todas as raças provêm do Homo Sapiens Sapiens, portanto, todos os Homens são comuns, não havendo raças superiores, nem inferiores, são apenas diferentes.

 
 

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