O FREVO TERMINA NA PONTA DO PÉ
É tudo bastante simples, nem aculturação, nem assimilação, nem etnicidade, nem
hereditariedade, nem tão pouco relatividade cultural. É só ouvir, sentir, deixar entrar pela
cabeça, tomar todo o corpo e acabar no pé; não há quem resista quando o frevo começa!
A complexidade da hegemonia termina no carnaval, “ao som dos clarins de momo
o povo aclama com todo ardor”, os quatro dias do reinado da maior manifestação popular do
mundo.
O carnaval do Recife tem cheiro, gosto e cor. Alforria a alma e o coração dos
foliões, desperta sentidos e sentimentos, resultando nessa explosão de alegria.
A história relata os fatos, mas é na alma do povo que a cultura se estabelece, não é
somente ver e ouvir, vai muito além do que qualquer informante, por mais capacitado que seja,
possa expressar. É a consonância na evocação das raízes dessa gente que está construindo com
espontaneidade nossa história.
A oportunidade dos disfarces das máscaras e fantasias é única no carnaval, é a
ocasião da liberação da criatividade. A sociedade permite, talvez ela mesma retire nestes dias
de carnaval a sua própria máscara, e revele sua verdadeira face.
O carnaval acolhe, pluraliza e diversifica a todos os tipos de folguedos, há uma
ação de transformação e caracterização de diversos tipos culturais, o importante
é que todos se
identifiquem e se emocionem.
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