segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Nascido em Curralinho, na Bahia, Antonio Frederico de Castro Alves foi educado em Salvador, onde conviveu diariamente com uma enorme população de cativos. Ciente da situação em que os negros viviam, manifestou logo aos 16 anos, através de suas poesias, a adoção da luta abolicionista. Movido por esse sentimento, fundou aos 19 anos, em 1866, com Rui Barbosa e outros colegas, uma sociedade abolicionista.
Conhecido como o Poeta dos Escravos, seus poemas tinham um caráter marcadamente social, mas escreveu também muitas poesias líricas. Quando esteve no Rio de Janeiro em 1868, foi recebido por José de Alencar e Machado de Assis. Foi consagrado em São Paulo quando declamou o poema “Navio negreiro”.
Escandalizou a sociedade ao manter um caso com a atriz portuguesa Efigênia Cândida, mais velha que ele. Amou ainda mais a poesia, e viu em 1870 seu primeiro livro publicado, Espumas flutuantes. Sofrendo os efeitos da tuberculose e da amputação de um pé devido a um acidente com uma espingarda, morreu aos 24 anos, em 6 de julho de 1871.

Outros Julhos:
Desacordo de paz para Palmares
No fim do século XVII, os portugueses já enfrentavam a resistência do Quilombo dos Palmares há mais de cem anos. Janga Angolana, como também era chamado o quilombo, era governado pelo líder Ganga-Zumba. Com uma população que já alcançava a casa dos milhares, e continuava crescendo, o poder do quilombo se tornou uma ameaça para o domínio português. Os mocambos (aldeias) se espalhavam ao longo de mais de 200 quilômetros de extensão no território onde hoje é o estado de Alagoas, estabelecendo ligações comerciais com as regiões vizinhas.
O ataque dos portugueses aos quilombolas havia se enfraquecido durante o domínio holandês na região, mas voltou intenso depois da expulsão dos invasores em 1654. Após diversas tentativas frustradas e derrotadas pelos quilombolas, o Capitão-Mor Fernão Carrilho, juntamente com as autoridades do Recife, resolveu propor um acordo de paz para o líder Ganga-Zumba, em 18 de julho de 1678. O acordo previa a sua rendição, liberdade para os nascidos no quilombo e o reassentamento dos quilombolas. Ganga-Zumba aceitou a proposta, mas enfrentou a revolta do sobrinho Zumbi, e acabou morrendo envenenado. A partir de então, Zumbi autoproclamou-se rei de Palmares e passou a liderar a resistência.

O sequestro do cônsul brasileiro
No início da década de 1970, na época do governo Médici (1969-1974), o grupo guerrilheiro Tupamaros agitou a imprensa brasileira com notícias de sua atuação na guerrilha uruguaia. Em uma de suas ações mais violentas e audaciosas em Montevidéu, no dia 31 de julho de 1970, o grupo sequestrou o cônsul brasileiro Aloysio Dias Gomide e o norte-americano especialista em inteligência Dan Mitrione. Houve mobilização de jornais e os presidentes dos países envolvidos se movimentaram na tentativa de preservar a vida dos sequestrados.
Os tupamaros já atuavam no Uruguai desde o início da década de 1960, organizando assaltos principalmente a bancos e clubes de armas. Mas já no final da década iniciaram uma nova tática de sequestros políticos para negociar a libertação de guerrilheiros presos. O caso Gomide e Mitrione foi a ação com maior repercussão internacional e teve uma resposta rápida. As forças armadas uruguaias iniciaram uma campanha de prisões, dispersando os guerrilheiros. A recusa do governo em negociar com os sequestradores foi rebatida com a execução de Mitrione. O cônsul brasileiro, no entanto, foi preservado e libertado sete meses depois mediante pagamento de resgate angariado pela família e por campanhas de apresentadores na TV brasileira da época, como Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

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