segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Candomblé é uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na épocada colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráficodos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidosda Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco.A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermíniohaveria de surpreender. A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuquessimples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suasorigens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca.O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravospara os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros deAngola. No momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado,distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional. Mas o elementoafricano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santoscatólicos.Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, nasonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, aigreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros comotentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao cultoaos Orixás, desembarcavam na Bahia.Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia,conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidadenatal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originammais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas: OEngenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecidaem 1986) e do Alaketu.Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiroentre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé dequatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angola-congo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-secom a Umbanda).O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra,Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Suamanifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido peloorixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegum, aquele que tem o privilégio de ser montadopor ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas derespeito de seus descendentes que o evocaram. Cada orixá tem as suas cores, que vibram em seuelemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suassaudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediênciaos irrita.A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiaishabitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderialocalizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensãoestranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes).Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais,estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas própriasreservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio.Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o status de principal, é chamado de orixá de cabeça,que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó,apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas demaneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cadapessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem apessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes.Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé possui cerimoniais específicos para seus adeptosporém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro eocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ouas complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância dessesprocedimentos é que o Candomblé religa os humanos aos seres astrais, proporcionando àqueles oequilíbrio desejado na existência.
  • 7. O CANDOMBLÉ a uma estrutura de culto às forças da natureza, a um hino à vida como EternoMovimento, que se manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritualcomunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé ésacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN),que entoam os cantos sagrados possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidadedos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança sagrada, numhino à Alegria, Amor e Partilha. O CANDOMBLÉ se expressa nos terreiros ou roças, onde se cultuam os ORIXÁS e os ancestraisilustres. O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaçourbano, construído, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes àfloresta africana), que é considerado sagrado. O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possuem oORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. OAXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema emmovimento. O AXÉ sendo principio e força é neutro. Transmite-se, aplica-se e combina-se aoselementos naturais, que contam e expressam o AXÉ do terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ de cadaORIXÁ, realimentado através das oferendas e da ação ritual; (b) o AXÉ de cada membro do terreiro,somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino individual (ODU) e oherdado dos próprios ancestrais; (c) o AXÉ dos antepassados ilustres. O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependendo da prática litúrgica e rigorosaobservância dos deveres e obrigações. A força do AXÉ é contida e transmitida através de elementosrepresentativos do reino vegetal, animal e mineral (oferendas) e podem ser agrupados em trêscategorias: (a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendê) e mineral(cobre); (b) sangue branco do reino animal (sêmen, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz); (c)sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral(carvão, ferro). Estes três tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com sua coloração, vai determinara fundamental importância da cor no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe,partilha-se e distribuí-se através da prática ritual, da experiência mística e iniciática, conceitos eelementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite que o ORIXÁ venha e realize-se. A existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o ORUN (além,habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real, que coexiste com todos os conteúdos deste).Cada indivíduo, árvore, animal, cidade etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN. Os mitosrevelam que, em épocas remotas, o AIYÉ e o ORUN estavam ligados, e os homens podiam ir e virlivremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a conseqüenteseparação e o desdobramento da existência. Um mito da criação nos conta que nos primórdios, nadaexistia além do ar. Quando OLORUN começou a respirar, uma parte do ar transformou-se em massa deágua, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do branco. O ar e as águas moveram-seconjuntamente e uma parte deles transformou-se em bolha ou montículo uma matéria dotada de forma- um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou vida sobre ele e com seu hálito deu a vida aEXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogênito do Universo. OLORUN abrange todo espaço e detém três poderes que regulam e mantém ativos a existênciae o Universo: IWÁ, que permite ao Universo genérico o ar, a respiração; AXÉ, que permite a existênciaadvir dinâmica; ABÁ, que outorga propósito e dá direção. Ou como diz o poeta Moraes Moreira em"Pensamento Ioruba": Para tudo ser tem que ter IWA. Para vir a ser tem que ter AXÉ. Para o sempreser tem que ter ABÁ Ao combinar esses três poderes de forma específica, OLORUN transmite-os aos IRUNMALÉ,entidades divinas que remontam aos primórdios de universo, encarregados de mantê-las nas diferentesesferas de seu domínio. Os IRUNMALÉ seriam em número de seiscentos, quatrocentos da direita (osORIXÁS, detentores dos poderes masculinos) e duzentos da esquerda (os EBORAS, detentores dospoderes femininos). Os ORIXÁS são massas de movimentos lentos, serenos, de idade imemorial. Estãodotados de um grande equilíbrio que controlam as relações do que nasce, do que morre, do que édado, do que deve ser resolvido. São associados à Justiça e ao equilíbrio, principio regulador dosfenômenos cósmicos, sociais e individuais. Vimos que quando OLORUN começou a respirar, gerou ORIXALÁ e EXU, o procriado. Naqualidade de procriado, EXU não pode ser isolado nem classificado em qualquer categoria. Minhahomenagem ao meu BARA! Nestes escritos sobre os ORIXÁS, EXU com seu perfil psicológico e o tipodeterminante dos seus filhos, abrirão os caminhos sendo o primeiro a ser evocado.
  • 8. I – CARGOS NO BARRACÃO O candomblé é uma seita de origem africana na qual se presta culto aos Orixás. Chegou aoBrasil através dos negros africanos, que para cá vieram como escravos, mas trouxeram consigo o AXÈdos ORIXÀS e a forma de cultuá-los, o que foi o princípio do que até hoje é praticado. A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigaçõesrealizadas (“tempo de santo”), qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pelaindicação do Babalorixá, que o fará segundo a determinação dos Orixás. A seguir relacionam-se alguns cargos no culto: ATÔ-AXOGUN: Sacrificador de animais de dois pés. AXOGUN: Sacrificador de todo tipo de animais. ABAXÉ: Pessoa que ajuda na cozinha, ou cuida das crianças enquanto as mães estãoocupadas. IYÁ-BASSU: Pessoa responsável pela cozinha. EBÂMI ou EBÔMI: Após sete anos como Iaô, ofertadas as obrigações devidas, o iniciado élevantado EBÔMI. A situação do Iaô que passa à ebômi é modificada, pois ao receber o DEKÀ (cuia doaxé), poderá iniciar outras pessoas, assumindo a direção de outro barracão. Caso não assuma taisresponsabilidades e continue na mesma casa, assumirá funções específicas como Mãe-Pequena ou Pai-Pequeno, organizador de rituais, etc... IYÁ-KEKERÊ: Substituta da YALORIXÁ, também conhecida como Mãe-Pequena EKEDE: Cuida dos assentamentos e quartinhas do Babá, ajuda a Mãe-Criadeira, transmiteensinamentos soa Abiãs e zela pelos Orixás durante os rituais. DAGÃ e OSSIDAGÃ: Despacham o padê e determinadas oferendas a Exu. IYÁ-TEBEXÉ: Dirige o canto, obedecendo às normas do ritual. MÃO-DE-OFÁ: Conhece e colhe as ervas do culto aos Orixás. IABÁ (IYÁBÁ): Cozinheira do culto aos Orixás. TIBONÃ: Fiscal das cerimônias. OGÃ: Significa padrinho. ALABÊ: Tocador de atabaques. OGÃNILÛ: Chefe dos alabês, os quais dirige sob ordem direta do Babalorixá. TÁTA: Quando o Babalorixá atinge 21 anos de atividade no seu Egbé é proclamado TÁTA(Grande Pai). Nesse caso, ele pode escolher um filho para substituí-lo, este passará à ser Babalorixá,dando ao Táta oportunidade de elevar-se. VODUNCES: Poucos conseguem atingir esse grau, devido às exigências, especialmente detempo que é de 50 anos de culto ou Chefia. DENOMINAÇÕES DE ZELADORES: BABALAWÔ: Pai de Segredo
  • 9. BABALORIXÁ: Pai de Orixá BABALAXÉ: Pai da Força BABALADÊ: Pai da Coroa BABAOXÉ: Pai do Axé BABAEWÉ: Pai da Folha BABAODÊ: Pai da Navalha BABAKEKERÊ: Pai Pequeno BABAEFUM: Pai da Pintura do Iaô. II – TERMOS E NOMES NO RITO Conforme dissemos, o candomblé no Brasil tem origem africana, sendo assim, utiliza termose nomes cuja tradição, mantém em uso corrente no culto. A seguir, citamos alguns termos e nomes de uso freqüente: ATABAQUES: RUM: É o maior deles, pertence ao Orixá dono do ILÊ. RUMPI: Menor que o Rum, seria o de tamanho médio. LÊ: É o menor entre os três. ILÛ: Pequeno atabaque usado na nação IJEXÁ. AKIDAVÍ ( AGHIDAVÍ): É o nome dado às varas com que se toca os atabaques. AXÉ: Princípio e poder de realização. Força que dá o movimento, sem ele tudo estariaparalisado. É a fonte que torna possível a renovação da vida. Pode ser transmitido através de comidase bebidas ou pelo contato, já que pode ser transmitido a objetos e seres humanos. Para que o Agbé possa atender à sua função de vê ter AXÉ. Para isso o “plantamos”, ouseja, fazemos símbolos que representam pontos de culto do axé. Uma vez plantado, se fortificacombinando todas as formas nele existentes: (a) O Axé de cada Orixá, obtido através de oferendas, bori e iniciação. (b) O Axé de cada membro do terreiro (Egbé), somado com os de seu Orixá, através de um elo de ligação entre o filho-de-santo e o Orixá (Cuidado com os assentamentos e zelo pelas coisas do Orixá, além de respeito pelos irmãos e Babalorixá. (c) O Axé dos antepassados do Egbé, seus ilustres mortos, cujo poder é acumulado e mantido ritualmente nos assentamentos do ILÊ-IBÓ OKU. EWÓ: São cuidados com oque o filho-de-santo come e faz, afim de não agredir ao Orixá (é omesmo que quizila). Quem desobedece pode ter as mais variadas reações, tais como: enjôos,problemas materiais, espirituais, etc... ADÔXU: Nome dado às pessoas iniciadas no culto aos Orixás (Oxú). Pequeno cone feito deervas e outros axés, colocados no alto do Ori do Iaô. ATAKÂN: Pano que envolve o peito da filha-de-santo quando está incorporada pelo Orixá.
  • 10. AGOGÔ: instrumento de ferro com dois sinos, badalo, superpostos, um menor que o outro,donde se tira som batendo-se com um pedaço de ferro. ADJÁ: Sinos de metal, usados pelos zeladores para chamar os orixás. ABIÃ: São filhos ou filhas-de-santo que ainda não se iniciaram, ou seja, não nasceram. AJUNTÓ ou JUNTÓ: É o segundo Orixá que comanda a pessoa junto com o seu Orixáassentado no Ori no dia de sua feitura. ABASSÁ: Salão onde se realizam as cerimônias públicas do candomblé. AYÊ: Terra (planeta). ORUN: Além do céu. ILÊ: Terra (chão). ILÉ: Pombo. Exemplos: ILÊ-AXÉ: Casa privada destinada ao recolhimento do Iaô. ILÊ-IBÓ OKU: Casa onde são adorados os mortos e onde se encontramseus assentamentos. O local deve ser guardado por sacerdotes preparados para este mistério. Éseparado do resto do terreiro (Egbé), sendo conhecida também como ILÊ ISINMI. EGBÉ: Nível, perto, roça-de-santo, terreiro. EJÉ: Sangue. ILARE: brado de guerra do Orixá, erradamente chamado “ilá”. ILÁ: Quiabo. ADOBALE: Bater cabeça ao Orixá. DIDÊ: Levantar. Exemplo: “Didê Orixá!” JOKÔ: Sentar. ADUPÉ ou DUPÉ: Obrigado. Exemplo: “Adupé lowó Olorum” (obrigado à Olorum, agradeçoà Olorum) DIJINA ou DJINA: Nome da iniciada ou iniciado. IRUNMALÉ ou IRUNMOLÉ: São aqueles que habitam o Orum, também chamadosIrunmolés e ARA_ORUM. Usa-se essa terminologia durante as invocações, no começo dos rituais, comopor exemplo: “Awom irinwó Irunmolé ojû kofun” (Os quatrocentos Irunmolés do lado direito e osduzentos do lado esquerdo). OSIWAJU: O primeiro cargo, primeiro Orixá para os Yorubás (Oduduwa e Oxalá). Na BahiaOgum, Exu, e Oxossi. OSI: Lado esquerdo. OTUM: Lado Direito. ORI: Cabeça. PARTES EM QUE SE DIVIDE O ORI:
  • 11. ORI: Centro da cabeça. ÔJU-ORI: Parte da frente. IKÔKO ORI: Parte de trás. OPÁ OTUM: Lado direito. OPÁ OSI: Lado esquerdo. IBORI ou BORI: É a cerimônia realizada dentro do culto para adoração à cabeça (ori). Sãooferecidos sacrifícios ao ORI-INU e ao IGBÁ-ORI da pessoa. Durante este ritual, quaisquer que sejamas oferendas devem ser dadas à cabeça. Todos deverão comer obi. O OBI E SUA IMPORTÂNCIA: O Obi é um fruto africano, produtor da noz de cola.É utilizado em quase todas as oferendas(cerimônias). É o primeiro oferecimento que se faz à cabeça antes de qualquer obrigação. Pode seroferecido inteiro ou triturado pelos dentes. A massa mastigada é oferecida aos quatro lados da cabeçae ao centro. SAUDAÇÃO AO ORI: “ Ori pele atete miran atete gbeni kòósá ko sòósa tu danil gbé léyin ori eni ori pélé ori aloiye eni oriba gboboo re re yo sebe kó yó sésé” OJÚ-ORUN: O céu. ORUPIN: Cargo de todos os axés das obrigações do Iaô. OTÁ: Pedra do Santo. Cuidados com o Otá: - Não lavá-lo com sabão, esponja e similares; - Não mudar sua posição; - Limpá-lo com farinha de acaçá; - Pode-se colocar o sumo das ervas do Axé do Orixá; - Recomenda-se rezar para o Orixá durante o ossé; - Colocar somente o necessário, sem exageros; - Transmita a ele somente energias positivas; - Evite que outras pessoas zelem por ele, a obrigação é sua. PAÓ: Bater de palmas ritmado e específico, para demonstrar respeito, reverência e submissão. Representa o ato de despertar os Orixás, usado antes e depois das incorporações, oferendas, etc... IPADÊ ou PADÊ: Significa ato de reunir. Trata-se de cerimônia pública realizada no início de qualquer festividade (de saída de Iaô ao Axexê).
  • 12. No Ipadê é oferecido a Exu: OMI (água): que é a oferenda por excelência I EFUN (farinha): caracteriza abundância EPÔ (dendê): poder de gestação, ação OTÍ (cachaça): bebida destilada de sua preferência OYIN (mel): beleza, energia AKAÇA: pasta feita com milho branco, enrolado na folha de bananeira (alternativo), éfeito ao por do sol. Observação: Tipos de toques executados nas cerimônias ALUJÁ: Toque predileto do Orixá XANGÔ. OPANIJÉ: Toque específico de OBALUAÊ. AGUERÊ: Toque cadenciado com duas em duas variações, uma para OXOSSI e outrapara OYÁ, mais conhecido como “Quebra-pratos”. ADARRUM: Toque muito rápido e contínuo, usado para chamar os Orixás às cabeças dosfilhos. BOLONÃ: Toque para bolar. III – A DANÇA DOS ORIXÁS As chamadas danças ritualísticas são em forma de círculo ou semicírculo (metade de umcírculo), ao redor de algum símbolo, acompanhada de sons que representam a natureza viva(ar, fogo, animais, vento, chuva tempestade, etc...), havendo uma harmonia entre ocomponente da roda e a natureza, junto aos astros. O CÍRCULO simboliza o movimento dos astros, o poder de renovação junto à forçaespiritual. As CANTIGAS encantam os Orixás que estão relacionados aos astros. Os PASSOS E GESTOS representam as características do Orixá. Exemplo: A dança de OGUM simboliza a luta, desbravamento de caminho; A dança de NANÃ representa o embalo de uma criança; A de OXOSSI figura a caça; A de LOGUN mudança; A dança de BESSÉM representa o arco-íris, céu e terra, a serpente (AIDÃ); INHASÃ representa em sua dança os movimentos de despachar Egum, dominá-los,espalhar o vento;
  • 13. OPARÁ o ato ou ação de por fogo no mato; XANGO figura a corte, o bater do pilão e OXALÁ os movimentos do pombo. IV – TIPOS DE EJÉ QUE EXISTEM IV . 1 – SANGUE VERMELHO: REINO ANIMAL: Corrimento menstrual, sangue humano e sangue de animais. REINO MINERAL: Cobre, bronze, etc... IV . 2 – SANGUE BRANCO: REINO VEGETAL: Seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras ealguns vegetais. IYÊROSUN – pó branco extraído do IRÔSUN. ORI – MANTEIGA VEGETAL. REINO MINERAL: Sais, giz, prata, chumbo, platina, etc... IV . 3 – SANGUE PRETO: REINO ANIMAL:Cinza de animais, fósseis, petróleo REINO VEGETAL: Sumo escuro de certos vegetais como o ILÚ ÍNDICO, extraído dediferentes tipos de árvores. V – OS TIPOS DE MEDIUNIDADE: MÉDIUM CONSCIÊNTE: É aquele em que a manifestação não toma por completo seussentidos, independentemente do tipo de entidade que esteja se manifestando (Preto-Velho,Caboclo, Orixá). Ele escuta, enxerga, mas não tem controle sobre seus sentidos. MÉDIUM CONSCIÊNTE DE FORMA PARCIAL: Parte dos acontecimentos ficamregistrados outros não, a entidade se encarrega de limpar sua memória. A maior parte dosmédiuns está neste nível. MÉDIUM INCONSCIENTE: Acontece de forma mais limitada, são raros os casos, poisenvolve todo um aspecto físico, emocional e significa que este conseguiu um controle do seuinterior, entrando em transe completo. VI – COMPORTAMENTO DO FILHO-DE-SANTO, REGRAS BÁSICAS: • Ao entrar no portão saudar Exu: “ Laroiê Exu ! Peço licença ! “ • Ogum: “ Ogum Patacory ! Ogum Jacy Jacy ! ” • Ir até a árvore de Bará • Cumprimentar Ossanhe • Cumprimentar Tempo
  • 14. • Cumprimentar Oxossi • Cumprimentar o seu Orixá • Reverenciar o assentamento de seu Egbé • Pedir a Benção do seu Babá e da sua Yiá • Cumprimentar seus irmãos • Nunca chegar da rua dando notícias boas ou ruins, sem aguardar uma oportunidade conveniente • Não fumar durante as obrigações nem perto das oferendas • Não entrar na cozinha onde se prepara as oferendas para os Orixás, sem tomar banho e descansar da rua • Evitar certos tipos de assuntos • Quando duas ou mais pessoas com tempo de santo estiverem conversando, não entrar sem ser chamado nem cortar o assunto, ou mesmo passar sem pedir licença • Durante as rezas ficar deitado de cabeça baixa. Com essas medidas simples estarás honrando teu Orixá, a casa onde ele está assentado, oteu Babá, a tua Tia, além de estar ensinando aos mais novos que respeito é o primeiro sinal de amor ede força espiritual. OBSERVAÇÕES: 1 – Quando falamos de cumprimentar os Orixás ou saudá-los, falamos em pedir licença paraque através das saudações, do paó, Exu nos olhe com bons olhos e transmita ao Orixá que chegamos.Assim, parte das energias negativas que adquirimos no dia-a-dia seja encaminhada peloscoordenadores das energias negativas. Esta regra se aplica também, antes de entrarmos na casa de Exu, Orixá, Ronco, Ilê Ibó Oku.Deve-se bater na porta 3 vezes a dar paó. Tal atitude faz com que evitemos tomar sustos ou vermoscoisas indesejáveis, uma vez que estamos desrespeitando o Ilê do Orixá. Paó significa despertar o Orixá, para que ele venha ao nosso encontro e receba nossahomenagem. No momento em que estamos emitindo sons, estamos fazendo um elo de ligação entrenós e o Orixá. 2 – Para colher essabas, deve-se proceder da seguinte forma: • Saudar Ossanhe • Saudar Omulú, senhor da terra • Bater paó • Pedir ago ao orixá • Agradecer • Nunca retirar essabas após as 18: h, fazendo-o somente em casos de extrema necessidade, principalmente se você não estiver preparado. VII – ELÉKÉ
  • 15. Elékés são fio de conta diferentes do Delogun, usados por aqueles que já possuemdeterminado tempo de iniciação. Cabe destacar que delogun é usado pelos iniciados recentes. O eleké indica a hierarquia no culto e fornece uma identificação com o Orixá. A tradiçãoexige adoração e respeito por estes elementos que não são bijuterias ou adornos, mas possuempara nós a mesma importância que terço na Santa Igreja Católica. Suas cores podem variar de acordo com a nação, o tipo e a qualidade do orixá, cujarepresentação é dada a seguir: EXÙ: preto, vermelho e todas as demais cores em pequena proporção. OGUN: Azul-marinho, verde e branco. OXOSSI: Azul claro, verde e branco. OSSANHE: Verde musgo, branco e amarelo. OMOLÚ: Preto, branco, marrom, vinho e coral. OXUM: Amarelo, salmão, rosa, azul, branco, dourado. OYÁ: Vermelho, branco, rosa e cobre. YEMONJÁ: Azul em todas as tonalidades, branco e prateado. BESSÉM: Amarelo, verde e as cores do arco-íris. NANÃ: Branco, lilás e rosa. OXALÁ: Branco. IBEJI: Todas as cores, menos preto. Existem cerimônias que são de grande importância para a consagração do eleké, comopor exemplo a LAVAGEM, que consiste em retirar as impurezas físicas e astrais. No ritual da lavagem utilizam-se efusão de ervas (quinadas), que devem ser preparadaspor sete moças virgens, de preferência crianças. Enquanto as moças quinam as ervas em umagrande bacia, os filhos da casa formam uma roda ao redor delas, rezam e batem paó. Para esta cerimônia solene, todos devem estar de corpo limpo e respeitosamente lavarseu eleké, sacando-o em seguida com uma pequena toalha branca. Devem ser acendidas velas paratodos os Orixás. O período mais propício para esta cerimônia é o das águas de Oxalá ou final de ano. VIII – LOÔROGUN O Lôorogun é uma cerimônia fechada, ou seja, somente participam os filhos da casa.Consiste no “fechamento” do Egbé durante a Quaresma. Este ritual evita que forças negativasatinjam o Egbé e os filhos-de-santo, que deverão permanecer resguardados durante este período. Para que se realize o Lôorogun são necessários os seguintes procedimentos: - Todos devem chegar cedo ao Egbé e tomar o banho de costume; - É indispensável a participação de todos os filhos-de-santo; - Preparar um grande Ebó com todos os tipos de comida;
  • 16. - Agradar Exu e Egun; - Todos deverão agradecer seus Orixás e; - Todos os Orixás deverão permanecer acesos durante a quaresma. É evidente que todo Egbé possui seu ritual próprio e isto de ser respeitado. A realização do Lôorogun é indispensável em um Egbé,pois o Axé é a fonte da realização e do poder e uma vez abalado todos serão atingidos e responsáveis. Se o indivíduo se diz filho-de-santo, às vezes com orgulho exagerado, deve saber que possui direitos e OBRIGAÇÕES. O final desta cerimônia é marcado pela manifestação de todos os Orixás nos filhos-de- santo, que são a seguir recolhidos ao Roncó, de onde sairão com as respectivas folhas de cada Orixá incorporado na palma da mão e comidas cruas dentro de uma sacola branca de murim. Na saída dos Orixás canta-se: “O Lôorogun eu O lôorogun já já Acajá loni ago man sãn O loôrogun já já”. (Bis) Os Orixás fazem um sacudimento em todos os presentes e distribuem as comidas. Os Ogãs e todas as demais pessoas que não estão incorporadas retiram os enfeites do Barracão e colocam em um cesto junto com as folhas que foram usadas no sacudimento. Tudo será despachado em lugar determinado pelo Babá. Todos deverão levar flores para ofertar aos Orixás após a realização do sacudimento. IX – TERMOS E PALAVRAS EM YORUBÁ NÚMERAÇÃO EM YORUBÁ1 : Éni, Ókan 14 : Érinlá 8 : Ejó2 : Êji 15 : Édogun 9 : Ésan3 : Etá 16 : Érindi lógun 10 : Éwá4 : Erin 17 : Étadilogun 11 : Ókanlá5 : Árun 18 : Egidilogun 12 : êjilá6 : Éfá 19 : Ókandilogun 13 : Étalá7 : Êjê 20 : ÔgunGoma : ódá Anil : Ilú Pimenta : atáAzeite : epô Milho : agbádô-óká Pimenta da costa : ataré
  • 17. NOME DE ANIMAIS:Boi ou varão : málú, akô Veado : agburim Galinha : adié, uabaodiéOvelha : agutan, abô-agutan Elefante : erim, Pombo : eiyêle adjiniju,zambaÁguia : idi Rabo de cavalo : éru exin Caracol : igbinCabra : agbárigbá, ewré Abutre : gunungun Coelho : ehrôrôAvestruz : ôgôngô Cordeiro : odó agutan Coruja : owiwiCarne de vaca : eranlá Caramujo : okotó Abelha : agbónJibóia : êré Égua : abô axin Andorinha : olopandédéGato : ôlogbô, ifé, Gaivota : adie ôdôolofu Leão : kiniu, koji Carneiro : abô, oubikó, eranJacaré : ôni kadá Mosca : êxinxin Galinha d’angola : coquem,Pato : pépeiyé, pekeié, Camaleão : agemó sacuêapepeié Bode : ôlubé, ôuko Vaca : aban-maluCachorro : aja, ajaú, adiaia Peru : tolótoló, taleu-taleu Burro : patapáPorco : eledé, aledá,ledé Esquilo : ókéré Cágado : ajapá, logozéGalo : akukó, akokorô, Formiga : káriká, êrá Rabo grande : ouê-êyáuabaodié Gavião : auôdi Periquito : alodéCupim : ikan Cavalo : exin, exie-atabexi Macaco : ohá, dudôSapo : ópoló, xenimi,xenifidam Borboleta : labálabá Peixe : oguri FRUTAS:Fruta : obi Laranja : osan ôibô Limão : rômbô êwêAbacaxi: Abocatí Côco : fiju, ibêpê Manga : mangórôBanana : ógédé LEGUMESCebola: alubôsa Azedinhas : amukan Inhame : icuAbóbora : é ué êrê awunjé Batatas : kukundukun Quiabo : iláFeijão : é ué êrê aunjé Cana : irêkê Mandioca : gbágubáErvilha : orubú Cera : idá UTENCÍLIOS:
  • 18. Prato : awô Rede : anda Navalha : abeGarrafa : igô Lâmpada, luz, clarão : tânta- Cama : ibusun akété, laiáFaca : obé cumbaú Quarto : jaráColher : xibi Esteira : éni, jajá Banco : aputiColher pequena : xibi kêkêrê Travesseiro : irôri Cozinha : ilê-ageunColher de pau : xibi igi Pilão : ódô Fogão : ajeké-neuluneGarfo : agunjé Pedra de ralar : ôló Candieiro de querosene :Toalha de mesa : axó tabilé Panela : otun, ikkô teçuPrato de pimenta : awô ataré Balde, pote : akruba Panela grande : odu-ikekêToalha de prato : axó awô Saco grande : apô ôkê Travessa, tijela de louça vidrada : itaAçucareiro : awô ijó ôibô Casa : ilê Faca tridente ou garfoXícara : ago sikara Mesa : ajaké, tapacê, tridente ou lança tridente : tainguém obé-faráFósforo : ixánã Carvão : egui Alguidar : oberóVassoura : igbalé Teto : nlê Faca de ponta : obé-nuxo-Cadeira : aga-ijôkô, idiôçu inxó PARENTESCO :Parentes : ará-ibatan Irmão gêmeo : babassá Irmão mais moço : aburôAvô : babá agbá ôkurin Esposo, marido : okorimAvô patriarca : babá-nla Tio : arákurin babá, aua- Esposa, mulher : obirim meteAvó : iyá agbá, ya-nla Mulher favorita : yá-lé Tia : arábirin yiáMãe : iyá, yá Minha mulher : mô-obirim, Primo : omôkurin, arakurin, obirim-mimPai : babá táta-mete Viúva : bi-egun, muturiFilho : ómô-kurin, omam Prima : omôbirin, arabirinomoborim Noivo : okebiã Marido : o’kóFilha : ómô-birin, exi Solteiro : ikobassuomobirim Senhora : ayá Homem : oko-okorimIrmã : arábiri Moça : o’módê birin Menino : ô-madêIrmão mais velho : égbon Rapaz : o’módê kurinôkurin Casado : okuamuri SENTIMENTOS :Inveja : ilárá Raiva : binu Duvidar : xé iyémeji si
  • 19. Escutar : desiti Mentir : ro mó Tocar : gôgôBater, sacudir : já, bajá Desprezar : gan Sofrer : ranFome : ebi npá Falar : soro Sono : orun nkunOdiar, aborrecer : karijá Piedade : fun Amor : iféIgnorar : kómó Chamar : fun pê Querer, amar : féPraguejar : ro Ódio : fagurômo Ignorante, ignorância: aimó MEDIDAS DE TEMPO: Os meses do ano : awón oxúJaneiro : oxú kini ti ódun Maio : oxú kárun ti ódun Setembro : oxú kesan ti ódunFevereiro : oxú kêji ti ódun Junho : oxú kefá ti ódun Outubro : oxú kéwá ti ódunMarço : oxú kêtá ti ódun Julho : oxú kéjê ti ódun Novembro : oxú kókanla ti ódunAbril : oxú kerin ti ódun Agosto : oxú kejó ti ódun Dezembro : oxú kêjilá ti ódunÓdun kan : um ano Ixéjú kan : um minuto Lólá : amanhãÓdun tókójá : o ano passado Ósan : aurora Lótunlá : depois de amanhãÓdun to mbó : próximo ano Órun aú : tarde Ibéré : princípioÓjó-kan : um dia Óganjó : meia noite Ari i ósan : meioWakati : uma hora Lonim : hoje Nijelo : passadoAbó wakati : meia hora Lanan : ontem Opin : fimWakati kan pêlu ábó : umahora e meia Nijétá : antes de ontem VESTUÁRIO:Axó : roupa Fila : gorro, capuz de Obaluayê Peké-pé`é : chapéu de solUbatá : sapato Akêtê : chapéu Axó-dudu : roupa sujaAbata e Bata >: sapatos Ojá : fita, faixa Abade : toalha
  • 20. CORES:Dudu : preto Obádo : verde Mucumbe : roxoFin-fun, mandulé : embolo e Elvikei : vermelhoputi-branco Kiobambo : amarelo Okâm : azul BEBIDAS :Omim : água Xeketé : milho e gengobre Oin : melOtin-nibé : cerveja Emelum : feito com epô Aluá : Brasil, refresco feito deOtin-dudu : vinho tinto rapadura com casca de Furá : feito com diversas abacaxi ou tamarindo frutasOtin-fum-fum : aguardente CORPO HUMANO :Ará : corpo Enum : bocaOry : cabeça Era e Ancê : carneIpakó : nuca Ejé : sangueEtu : orelha Euú e oju : olhosImum : nariz Okan : coraçãoIban : queixo Elgiká : ombrosIrun : cabelo Obó : nádegasIrun-ban : barba, bigode Akô : machoEfin : dente Abam : fêmeaEeté : lábios Mulembu : dedoApá : braço Rivenum : barrigaQué : mãoEsse e Alessé : péItankô : coxasIdi-cu : ânusKitaba e ebeu : vaginaÉepã : testículoOgungum : osso
  • 21. VOCABULÁRIO YORUBÁ: Aféfé - Vento Àfin – Palácio“A” AFIN – 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola branca, na língua yorùbá; por extensão a cor branca (vd. efun).A dúpé - agradecemos a você Afóju - CegoÀàbò - metade Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo OrixáÀàfin - Palácio, residência de um rei (Oba) das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)ÀÀJÀ – Sineta de metal composta de uma, duas Afonjá - É uma qualidade de Xangô.ou mais campainhas utilizadas por pais-de- Àga - Cadeirasanto (vd.) para incentivar o transe. Também Àgàn - mulher estérilchamado Adjarin. Agbádá - vestes sacerdotaisÀáké – machado Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá ÈsùAará – Raio (Bará)Aará Òrun - Relâmpago Àgbaiyé - o mundo inteiroÀàrè - doença, fadiga, cansaço Agbára - PoderÀàyè - vida Agbèdù – estômagoAba - escada de mão ÀGBO – Infusão proveniente do maceramentoAbadá - Blusão usado pelos homens africanos. das folhas sagradas as quais se vem juntar oAbadô - Milho torrado sangue dos animais utilizados no sacrifício eAbánigbèro - conselheiro, aquele que substancias minerais como o sal. Esse Iíquido,aconselha, um sábio mais velho acondicionado em grandes vasilhames de barroAbanijé - difamador (porrões), é empregado ao longo do processoAbassa - Salão onde se realizam as cerimônias de iniciação e para fins medicinais sob a formapúblicas do candomblé, barracão. de banhos e beberagens.Abaya - rainha mãe Agbô - Carneiro.Abebé - Leque. Àgbon – cocoAbélà – vela AGÈ – Instrumento musical constituído por umaABIà – Posição inferior da escala hierárquica cabaça envolta numa malha de fios de contas,dos candomblés ocupada pelo candidato antes de sementes ou búzios (vd.).do seu noviciado; em yorùbá significa "aquele Agemo – Camaleãoque vai nascer". AGERE – Ritmo dedicado a Òsóòsi executadoAbomalè - aquele que cultua os ancestrais aos atabaques (vd.).(egúngún) AGOGO – Instrumento musical composto deAbòrisà - aquele que cultua/adora os orixás uma ou mais campânulas, geralmente de ferro,ABORÔ – Denominação genérica dos òrìsà (vd.) percutido por uma haste de metalmasculinos, por oposição as iabás, que são as Àgo Lónan - Com licençadivindades femininas. AGONJÚ – Um dos doze nomes de Sòngó (vd.)Aboyún - mulher grávida conhecidos no BrasilAbuku - desgraça Àgòtàn - OvelhaÀbúrò - Irmã mais nova Aguntam - Ovelha.ADAHUN – Tipo de ritmo acelerado e contínuo Ahón - Linguaexecutado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.). Áike - machadoÉ empregado sobretudo nos ritos de possessão Àìsàn - doençacomo que para invocar os òrìsà (vd.). Àiya - PeitoAdé - Coroa. Àiyé – Mundo; Palavra de origem yorùbá queADE – Termo com que se designam (nos designa o mundo, a terra, o tempo de vida e,candomblés) em especial os efeminados e, mais amplamente, a dimensão cosmológica dagenericamente, os homossexuais masculinos. existência individualizada por oposição a òrunAdèbo - pessoa que prepara a comida com os (vd.), dimensão da existência genérica e mundoanimais oferecidos em sacrifício de acordo com habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda,as regras religiosas pelos espíritos dos fiéis e seus ancestraisAdie - Galinha. ilustres.Adití – surdo Ajá – CãoADÓSÙU – Diz-se daquele que teve o osùu (vd.) ÅJÀLÁ – vd. Òòsàáláassentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô. AJALAMO – vd. ÒòsàáláADUFE – Pequeno tambor. Instrumento de Àjapá - Tartarugapercussão de uso mais frequente nos xangôs Àjé - Bruxa(vd.) no Nordeste Ajeum - Comida.Adupé = Dupé - Obrigado. AJOGÚN – Palavra de origem yorùbá queAdúrà - Oração designa os infortúnios, como a morte, a doença,Afará - oyin - fovo de mel a dor intolerável e a sujeição
  • 22. Àkàrà Jé – Acarajé recintos apropriados de uma casa-de-santo. AÀKÀSA – Bolinhos de massa fina de milho ou centralidade do conjunto é dada por um òta,farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e pedra-fetiche do òriìsà (vd.)envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de Àso - Roupafolha de bananeira. (Acaçá) Ata – PimentaAKIDAVIS – Nome dado nos candomblés Kétu e ATABAQUES – Trio de instrumentos deJeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços percussão semelhantes a tambores quede galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que orquestram os ritos de candomblé. Apresentam-servem para percutir os atabaques (vd.). se em registro grave, médio e agudo, sendoÀkùko – Galo chamados respectivamente Rum, Rumpi e LéÁLÁ – Pano branco usado ritualmente como (ou Runlé). Nos candomblés angola sãopálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais. chamados de Angombas. Sua utilização noGeralmente feito de morim âmbito das cerimonias, cabe a especialistasAláàfin - título tradicional para o rei de Oyó rituais (vd. Alabê e Ogã)Alabá - Título do sacerdote supremo no culto Atégùn - Brisaaos eguns. Àwa - NósALABÊ – Título que designa o chefe da Àwó - Cororquestra dos atabaques (vd.) encarregado de Àwo Ewé - Verdeentoar os cânticos das distintas divindades Àwo Ojú Òrun - AzulAlagba – Senhor Àwo Pako - MarromALAMORERE – vd. Òòsàálá Àwodi - GaviãoAlaruê - Briga. Àwon - Eles (as)Alàyé - Explicação Axé - Assim sejaAledá - Porco. Axó - Roupa.ALÉKESSI – Planta dedicada a Òsóòsi (vd.). Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmenteTambém conhecida como São Gonçalinho – importante na hierarquia da casa, encarregadoCasaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE de sacrificar os animais que fazem parte dasALIÀSE – vd. runko oferendas aos orixás. - Importante especialistaAlubaça - Cebola. ritual encarregado de sacrificar, segundo regrasÀlubósà – Cebola precisas, animais destinados ao consumo votivoAMACIS (ou AMASSIS) – Abluções rituais ou Àya - Esposabanhos purificatórios feitos com o líquidoresultante da maceração de folhas frescas. “B”Entram geralmente em sua composição asfolhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do Báàlè - chefe de um povoado, com menosiniciando, e as assim chamadas "folhas de status que um Obanação" (vd.). Bàbà - milho da GuinéANIL – vd. Wàjì. Bàbá - Pai.ANGOLA – vd. Nação. Bàbá nlá – VovôANGOMBAS – vd. Atabaques BABAÇUÉS – vd. CandomblésApá - Braço Babagba - homem velho, geralmente o avôApeja - Pescador BÀBÁLÁWO – Sacerdote encarregado dosApère - exemplo procedimentos divinatórios mediante o òpèlè deArailé - Parentes Ifá, ou rosário-de-IfáÀríwá – Norte Bàbálórìsà - Pai de SantoARREBATE – Abertura rítmica das cerimonias BABALORIXÁ – Sacerdote chefe de uma casa-publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de de-santo. Grau hierárquico mais elevado dotocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma corpo sacerdotal, a quem cabe a distribuição deconvocação todas as funções especializadas do culto. É oÀSE – Termo de múltiplas acepções no universo mediador por excelência entre os homens e osdos cultos: designa principalmente o poder e a òrìsà. 0 equivalente feminino é denominadoforça vital. Além disso, refere-se ao local ialorixá. Na linguagem popular, sãosagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a consagrados os termos pai e mãe-de-santo. Nosdeterminadas porções dos animais sacrificiais, candomblés jeje – doté e vodunô; e nos angolabem como ao lugar de recolhimento dos – tata de inkiceneófitos (vd. Runko). É usado ainda para BABALOSSAIN – vd. Olossaindesignar na sua totalidade a casa-de-santo e a Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé ésua linhagem. o nome de todos iniciados no culto aos eguns.ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da Babassá - Irmão gêmeo.natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e Báde - caçar em grupoconfiguração abrigam a força dinâmica de uma Bájà - lutar, brigardivindade. Consagrados, são depositados em Bàlagà - entrar na maturidade
  • 23. Balê - Casa dos mortos.Balé - Chefe de danças nos terreiros; por extensão designacomunidade. também as danças.Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros BATUQUES – vd. Batucajé. vd. CandomblésBalùwè – Banheiro Béèni - SimBANHA-DE-ORI – Espécie de gordura vegetal Beji - Orixá dos gêmeos.obtida pelo processamento das amêndoas do Berè - Perguntarfruto de uma árvore africana que é vendida nos Bèré - Começarmercados brasileiros para uso ritual nas casas- Bèru - Medode-santo. Diz-se também "banha-de-Oxalá" e Bi - Nascer"limo-da-costa". A mesma denominação é dada Biyi - Nasceu aqui, agora.a gordura de origem animal extraída do Bô - Adorar.carneiro BOMBOJIRA – vd. Èsù.BANHOS – vd. Àgbo. vd. Amacis. BORÍ – Ritual que, juntamente com a lavagem-BARCO – Termo que designa o grupo dos que de-contas, abre o ciclo iniciático. Fora destese iniciam em conjunto. Suas dimensões são ciclo, rito terapêutico. Em ambos os casos,variáveis. Há barcos de mais de vinte neófitos e consiste em "dar de comer e beber a cabeça""barcos-de-um-só". Através do barco se Buburú - Maldosoconsegue a primeira hierarquização dos seus Burú - ruim, negativo, destrutivomembros na carreira iniciática. Como unidade Buruku – Maude iniciação gera obrigações e precedências BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrenteimperativas entre os irmãos-de-barco ou na vida cerimonial dos candomblés.irmãos-de-esteira Especialmente servem às práticas do dilogun –Barapetu - grande, uma pessoa de distinção sistema divinatório onde são empregadosBARRACÃO – vd. Casa-de-santo. geralmente dezesseis búziosBATUCAJÉ – Com este termo costumavadesignar-se a percussão que acompanha as“C”Cabaça – Fruto do cabaceiro (Cucurbita CASA-DE-SANTO – Designação do espaçolagenaria L., ou Lagenaria vulgaris – circunscrito que constitui a sede de um grupocucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça de culto. Costuma chamar-se também de iléé freqüentemente utilizada nos cultos afro- (kétu), roga e terreiro (angola) e, em algunsbrasileiros como utensílio, instrumento casos, barracão. Este ultimo termo servemusical" insígnia de òriìsà ou mesmo para também para designar o recinto onde ocorremrepresentar a união de Obàtálá e Odùduwà (o as festas públicas.Céu e a Terra). CATIMBO – vd. CandomblésCABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados Catular - Cortar o cabelo com tesoura,nos candomblés-de-angola, de caboclos e na preparando para o ritual de raspagem paraumbanda. São representados, geralmente, iniciação no Candomblé.como índios do Brasil ou de terreiros da África CAURIS – vd. Búzios.mítica. CAXIXI – Chocalho de cabaça e de vimeCafofo - Túmulo. trançado, contendo sementes ou seixos. EmCambaú - Cama. alguns casos, vasilhames rituais em miniatura.CAMARINHA – vd. Runko. CESTO-DA-CRlAÇÃO – 0 saco-de-existênciaCANDOMBLÉS – Designação genérica dos (àpò aiyé), que, na cosmologia do povo-de-cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto, santo, Olódùmarè deu a Obàtálá para quedistinguir-se pelas suas designações regionais: criasse o mundo a flor das águas primordiais.candomblés (leste-setentrional, especialmente Foi, no entanto, Odùduwà quem verteu o seuBahia), xangôs (nordeste-oriental, conteúdo sobre a superfície das águasespecialmente Pernambuco), tambores CONGO – vd. Nação(nordeste ocidental, especialmente São Luís Conguém - Galinha da Angola.do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa CONTRA-EGUN – Trança de palha-da-costalitorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós que os neófitos trazem amarrada nos dois(Nordeste), batuques ou parás (região braços, logo abaixo do ombro, com ameridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina finalidade de afastar os espíritos dos mortose Paraná), batuques e babaçuês (região Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça dosetentrional, Amazonas, Pará e Maranhão), iniciado; é realizado para abrir o canalmacumba (Rio de Janeiro e São Paulo). energético principal que o ser humano tem noCANDOMBLÉS-DE-CABOCLO – vd. Caboclo. corpo, exatamente no topo da cabeça, (novd. Candomblés Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para oCaô - É um tipo de Xangô. interior de uma pessoa.
  • 24. “D”Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé. considerado indispensável para a elaboraçãoDáàdáà - bom ou bonito de grande parte das comidas-de-santo. SuasDabòbò - proteger, fornecer proteção folhas servem para guarnecer entradas eDáda - Beleza saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò)Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto DESPACHO – Tipo de oferenda dedicada a Èsù,Dàgbá - envelhecer, ficar velho, crescer quer no início das crimônias (vd.Pàdé), querDagô - Dê licença. nas encruzilhadas, nos matos, rios eDáhùn - Responder cemitérios.Dalè - quebrar uma promessa DIA-DO-NOME – vd. OrúkoDAN – Serpente sagrada (Daomé – Benin) Dídá - ara - boa saúderepresentando a eternidade e a mobilidade Dide - Levantar.sob a figura de uma cobra que engole a Dígí – espelhoprópria cauda. Genericamente designa os DIJINA – Nome iniciático dos filhos-de-santofilhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se dos candomblés de nação angolasincretizada com Òsùmàrè e Besen. DILOGUN (Érìn dínlógun) – Nome dado àDANDALUNDA – vd. Yemoja adivinhação com búzios que podem ser de 4 aDara - Bom, agradável. 36 (mais comumente 16). Nesse jogo de IfáDára - bom, ser bom as respostas ao oráculo são dadas por ÈsùDáradára - muito bom, tudo certo Dín – FritarDê - Chegar. DÓBÁLÈ – Cumprimento prescrito aosDEFUMADOR – Composto de essências iniciados de òrìsà femininos diante dos lugaresaromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo,em fumigações propiciatórias e terapêuticas òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termoDélade - coroar um rei iká designa o seu correspondente para o casoDele - chegar em casa de filhos-de-santo de brisa masculinosDENDÊ – Palmeira africana aclimatada no Dùbúlè – deitarBrasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla Dudu - Preto.utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo Dúpé - Agradecerobtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é Dúro - De pé“E”E Káàárò - Bom-dia efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efunE Káàsán - Boa-tarde ocorre, também, afinE Kále - Boa-noite Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmoEbí - Família propósitoEbi – Fome Égbéé - amuleto de proteção para o OrixáEBO – Termo que designa, genericamente, (Ògún)oferendas e sacrifícios, Usa-se também Egbò - chaga, feridatrabalho, despacho e, as vezes, feitiço. Ègbón - Irmão mais velhoEBÔMIN – Pessoa veterana no culto; título Ègé - Aipimadquirido após a obrigação de sete anos. Egun - Alma, espírito. Nome genérico dosOpõe-se a iaô, sendo equivalente a vodunci espíritos dos mortosÈdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Égún - espírito dos ancestraisSàngó Egúngún - Espíritos dos ancestrais, cultuadosÈdò - Fígado especialmente em terreiros situados na Ilha deEdu - Carvão. Itaparica, na BahiaEdùn - machado Èhin - CostasÉèdì - encanto, feitiço Ehín - DenteÉègun - ossos, ossos humanos Eiye - pássaroÈÈWÒ – vd. Quizila Eiyelé - PomboEfi - fumar Eja - PeixaEfó - vegetais verdes Èjè - SangueÈfóri - dor de cabeça Eji - chuvaEFUN – Nome dado a argila branca com que Èjìká - Ombrosão pintados os neófitos. Essa pintura Ejò - cobracorresponde ao que se chama de "mão-de- Ejó - Cobra. Èkáná - Unha
  • 25. Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta Erin - ElefanteÉkú - rato Erinká - milho na espigaElebó - Aquele que está de obrigação. Aquele Eró – Segredoem nome do qual se faz o sacrifício ou Erú - carregamento, fardooferenda Erú - Carrego; carga.Èlédà - Criador Erú - CinzaEledá - Orixá guia. Erú - EscravoElégbògi - curandeiro que usa ervas Èrúbo - compromisso de fazer uma oferendaElésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú aos OrixásElìkan - Ninguém Erupe - sujoElu - estranho Esan - Vingança.Èmi - Eu Èsin – ReligiãoÈmí - respiração, também se refere a alma ESSA – Espíritos de ancestrais ilustres dohumana candombléEmi – Vida Èsù – Primogênito da criação. TambémENI – Nome dado a esteira de palha utilizada conhecido como Elégbára (jeje) épelos neófitos, sobretudo durante o período de popularmente referido como compadre oureclusão. É empregada como "mesa", "cama" homem-da-rua. Suscetível, irritadiço, violento,e "tapete" em distintos ritos. No candomblé é malicioso, vaidoso e grosseiro. Dizem queusual a expressão "irmãos-de-esteira" para provoca as calamidades publicas e privadas,designar o conjunto de neófitos reclusos ao os desentendimentos e as brigas. Mensageiromesmo tempo, e que eventualmente tenham dos òrìsà e portador das oferendas. GuardiãopartiIhado esse artefato simbólico na liturgia dos mercados, templos, casas e cidades.da iniciação Ensinou aos homens a arte divinatória.Ènia - Ser humano Costuma-se sincretizá-lo com o diabo. OcorreEnìní - inimigo tanto em representações masculinas comoEnini - orvalho da manhã femininas. Nas casas angola é Bombogira; nasEnu - Boca casas angola-congo é (Exúlonã). Na umbandaEnyin - você tem múltiplas personagens, entre elas,Epô - Azeite, óleo Pomba-gira. Suas cores são o vermelho e oEpô-pupa - Azeite de dendê preto. Saudação – "Laró yè!"Equê - Mentira. ESTEIRA – vd. EniEQUÉDE – Cargo honorífico circunscrito às Eti - Ouvidomulheres que servem os òrìsà sem, Èwà - Feijãoentretanto, serem por eles possuídos. É o Ewé - folha de plantaequivalente feminino de ogã Èwòn – correnteEran - Carne Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidadeEranko – Animal Ewu - perigoERÉ – Termo que caracteriza um estágio de Èwúre - cabratranse atribuído a um espírito-criança Eya - triboÉre - Estátua Eyin - OvoErè - Lama Eyin - Vós“F”Fá - Raspar Fenukó - BeijarFadaka - Prata Féran - GostarFaiya - encantar, seduzir Fèrè - flautaFAMÍLIA-DE-SANTO – Termo de referencia Ferese - janelaque designa os laços de parentesco místico Fijúbà - respeitarnos quais incorre o filho-de-santo em virtude Filá - Gorro, chapéuda iniciação FILHO-PEQUENO – Termo de parentescoFári - cortar o cabelo com lâmina (raspar) místico que se refere a um laço interpostoFarí - Raspar cabeça pela iniciação entre um noviço e seu padrinho,Fé - amar gerando obrigações e deveres semelhantesFe - há muito tempo aos do compadrio (vd. Mãe-pequena).FEITO – 0 mesmo que adósùu e iaô. FILHO-DE-SANTO – Diz-se de todo aquele queFEITURA – Processo de iniciação que implica é afiliado ao candomblé. (vd.Povo-de-santo).em reclusão, catulagem, raspagem, pintura, FIRMA – Fecho de colar de forma cilíndrica.instrução esotérica, imposição do osùu (vd.) e Suas cores indicam a vinculação de seuapresentação publica (vd.) orúko portador a um determinado òrìsàFéniyawo - casar Fò - Lavar
  • 26. Fó - Quebrar Funfun - BrancoFòiya - estar com medo, amedrontado Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneiraFÓN – vd. Jeje. vd. Nação certaFowólérán - agir com paciência Fúnwiniwini - garoarFún - Dar Fúù - o som feito pelo ventoFunfun - branco“G”Ga - Alta, grande Gbìn - PlantarGáàri - refeição feita de farinha de mandioca Gbó - OuvirGala - veado, alce Gbogbo - TodosGANZÁ – Instrumento musical de percussão, Gbóju - bravosemelhante a um chocalho, geralmente de Gbórín - grandefolha-de-flandres e forma cilíndrica, contendo Gbúròó – ouvirem seu interior pedaçosde chumbo ou seixos Gé - CortarGari - Farinha Gé Irun - Cortar o cabeloGB Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear osGbabe - esquecer ancestraisGbada - faca com lâmina grande Géndé - homem forteGbàdúrà - rezar Gibá - JogarGbagbo - acreditar Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indicaGbaguda - farinha de mandioca linhagemGbajumo - cavalheiro; homem gentil Góòlù - ouroGbé - levantar Gùn - pessoa altaGbédè - agir de maneira inteligente Gun - subirGbérè - cumprimentos Gunnugun - abutre, urubuGbese - dívida Gúrúrú – PipocaGbéyàwó - casar“H”Hà - expressão de prazer He - pegar, apanharHalè - amedrontar, ameaçar, intimidar Hó - ferverHAMUNYIA – Cadencia executada pelos Hun - tecer, trançaratabaques e agogôs que capitula a estrutura Hùwà - comportar-sedos diferentes toques que marcam o siré(vd.). Mais conhecida por Avamunha“I”Ia - Mãe Ibá - Colar, cheio de objetos ritualísticoIa ia – Avó Ìbà - homenagem em respeito aos OrixásIABÁ – vd. Aborô. Ibà pójúpójú - febre muito altaIÁBASSÉ – Especialista ritual encarregada do Ìbamolè - forças espirituais que sãopreparo das comidas votivas dos òrìsà. merecedoras de respeitoIÁ-EFUN – Especialista ritual encarregada das Iban - Queixopinturas corporais durante o período de Ìbanújé - Tristezainiciação. Embora esse título honorífico Ibéjì - Gêmeossignifique literalmente "mãe-do-efun", o ofício Ìbere - Origemlitúrgico não se limita às pinturas com o Ìbí - Nascimentopigmento branco (efun). São também Ìbínu - Raivaempregados: wájí e osùn, respectivamente as Ibó - Lugar de adoraçãocores azul e vermelho Ibô - MatoIÁLAXÉ – Titulo honorifico geralmente Ibòòji - sombraostentado pela própria mãe-de-santo, Ibúlè - àrun - leito de doençasignificando "mãe-do-axé" ou "zeladora-do- Ibúlè - ikú - leito de morteaxé" Ibùsùn òkú - cemitérioIalorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá) Idà - EspadaIAÔ – Termo que designa o noviço após a fase Ida-oba - Espada do Reiritual da reclusão iniciatória. Em yorùbá Ìdáwò - consulente de adivinhaçãosignifica "esposa mais jovem" Ide - Pulseira
  • 27. Ideruba - Fantasma nascimento do novo filho-de-santo e, de umIdí - Ânus, nádega modo geral, a fecundidadeÌdódò - Umbigo Ìkú - MorteIdunnu – Felicidade Ikùn - estômagoIFÁ – Deus dos oráculos e da adivinhação. Ilà - marcas faciaisSenhor do destino. Há quem afirme ser sua Ilá - Quiaborepresentação a cabaça envolvida por uma Ìlà Òrùn - Lestetrama de fios de búzios. Sua cor é o branco. Ilê – Casa - vd. Casa-de-santoSeu dia é a quinta-feira. Conhecido também Ilè - Terracomo Òrúnmìlà, "somente-o-céu-sabe-quem- Ilé Okú – Cemitérioserá-salvo". Saudação – "Eèpààbàbá/" ILÉ-ÒRÌSÀ – Expressão yorùbá que designa aIfá - Adivinhação dependência de uma casa-de-santo onde seIfáiyable - visão mística encontram depositadas as diferentes insígniasÌfeseji - perdão e objetos que compõem a representaçãoÌfun - Intestino emblemática de cada um dos òrìsà. É tambémIga - quintal de um ancião conhecida a forma "quarto-de-santo" ouÌgbà - história "casa-do-santo"Igbado - milho Ìlú - CidadeÌgbàlè – cemitério Ìlù - tamborIGBÁ ODÙ – Expressão yorubá que designa a Ìmale - respeito ao ancestralcabaça ou o artefato litúrgico que contém no Ìmáwò - ara - encarnação, estado deseu interior os elementos simbólicos e as reencarnaçãosubstancias que tornam possfvel a existência Imo - ope - folhas de palmeiraindividualizada. Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà) Imonamona - raioIGBÁ-ORÍ – Expressão yorùbá que designa, no Imú - Narizrito do borí, o recipiente em que vão sendo Iná - fogodepositadas as substancias constitutivas e Inã – Fogoreveladoras da identidade do sacrificante. INKICE – vd. ÒrìsàLiteralmente significa "cabaça-da-cabeça". Na Inón - Fogoliturgia dos candomblés é freqüentemente Ìpàdé - encontroutilizada a forma ibá, com o mesmo sentido Ipadê - ReuniãoIgbe – Grito Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica aÌGBÍN – Cadência rítmica lenta executada pela linhagem familiarorquestra cerimonial em louvor a Òòsàálá. 0 Ipin - guardiãotermo designa também o molusco Ìpitan - tradição oralgasterópode terrestre, com concha univalva, Ìràwò - estrelascorpo prolongado e tentáculos na cabeça. E o Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadorescaracol também conhecido como "o boi de Ìrépo - HarmoniaÒòsàálá" e sua oferenda predileta. Na Ìrésì - arrozlinguagem corrente dos candomblés é usual a Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògúnforma ibí IRMÃO-DE-AXÉ – Termo de referência queÌgbín - lesma, caracol designa a relação de parentesco místico entreIgbó - floresta os membros de uma mesma casa-de-santo.Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma Diz-se, também, irmão-de-santo.pessoa nos mistérios dos Orixás IRMÃO-DE-BARCO – vd. Barco.Ìgboro - rua, estrada IRMÃO-DE-ESTEIRA – vd. EniIgi - Árvore Iró - MentiraIgi - òpe - palmeira Irun - cabeloIhò - buraco Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)Ija - luta, briga Ìsàlè - órgãos reprodutoresÌjábà - Acidente Ise - trabalhoÌjéta - Anteontem Ìségún - reverência aos antepassadosIjexá - Nome de uma região da Nigéria e de Isinkú - funeral, enterroum toque para os Orixás Oxum, Ogum e Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, históriaOxalá. sobre os orixásIji - Árvore Ìtan - história, lenda, mitologiaIjo - Dança Ìtefá - iniciado nos fundamentos de IfáÌka – Dedo Ito - urinaIKÁ – vd. Dòbálé Ìwà - àgba - caráter de um anciãoÌkóòdíde – Pena vermelha do papagaio-da- Ìwà - édá - naturezacosta (Psittacus eritacus, sp.). Simboliza o Ìwà - Respeito
  • 28. Iwájú orí - Testa Iyalaxé - Mãe do axé do terreiroÌwé Ìrohin - Notícia do jornal Ìyálè - esposa mais velha em uma famíliaÌwo - Chifre polígama.Ìwo - Tu ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios dasÌwò Òrùn - Oeste forças da natureza (Òrìsà), mãe de santo.Iwóòrò - ouro ÌYÁSAN – Divindade das tempestades e do RioÌyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), Niger, mulher de Ògún, e, depois, de Sòngó.dentro da sociedade dos médiuns ancestrais Relacionada com os vendavais, os raios e osÌyá - mãe trovões. Sincretizada com Santa Bárbara. SeuÌyá nlá - Vovó dia da semana é a quarta-feira. Suas insígniasÌyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá são a espada e o espanta-moscas de crinas defeminina, significa: " mãe dos mistérios ". cavalo. Suas cores são o vermelho escuro e oIyabasé – Cozinheira marrom. Considerada a mãe dos egún, que éIYÁ EGBÉ – Titulo honorífico importante na a única a dominar. Saudação – "Eparrei !"hierarquia dos terreiros que distingue sua Iyekan - ancestrais do paiportadora como "mãe-da-comunidade" Iyo – SalÌyáláwo - divindade feminina, mãe dosmistérios“J”Jáde - Sair Jéwó - confessarJádeogun - preparar o combate Ji - Acordar, roubarJádi - atacar Jigi - espelhoJagunjagun - Guerreiro, Soldado Jije - comerJajá - Esteira Jikelewi - borrifarJalè - Roubar Jimi - Acorda-meJé - acordar Jó - DançarJe - comer Jóko - sentarJe ewo - má sorte que vem como o resultado Jóná - estar em chamasde uma violação de tabu/regra Jóò - desculpar, perdoarJéjé - rogar uma praga Jowo - grande favorJEJE – vd. Nação. vd. Fón. Júbà - RespeitarJELÚ – Um dos nomes pelos quais é conhecido Juba - rezas, pedidoÈsù Àjelú ou Ijelú Juwó – AcenarJeun - Comer“K”Kà - Ler, contar Kíkún - mortalKábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei Kiniun - leão(oba) Kó - AprenderKábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe Ko Dara - Ruimou mais velho Kò Tòpé - De nadaKàdárà - destino Kókóró - chave; sagrado para o mensageiroKàgò - pedir permissão para entrar em uma Exu (Èsú)casa Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para aKalè - sentar maioria dos OrixásKan - Azedo Korin - cantarKaná - estar em chamas Kórira - odiarKárò - bom dia Koró - Fel, amargoKárùn - ficar doente Kosi – NadaKàwé - ler Kòtò - BuracoKáwó - saudação, aclamação Ku - morrerKé - cortar Ku - MorrerKedere - clarear, esclarecer Kunle - ajoelhar no chão como um gesto deKéhìndé - o segundo gêmeo a nascer respeito, tanto para um local sagrado comoKekerê - Pequeno para uma pessoa mais velhaKékeré - pequeno Kunrin - cantarKéré - ser pequeno Kuru - LongeKÉTU – vd. Nação Kurumu – redondo
  • 29. “L”Là - Abrir Léwà - ser bonitoLá - sonhar Lile - Feroz, violentoLabalábá - Borboleta Liló - PartirLábelè - secretamente Ló - IrLàí - làí - o começo (considerar tempo) Lódè - do lado de foraLáí - láí - para sempre Lodê - Lado de fora, lá foraLáikú - imortal Lodê oni - no presenteLailai - Para sempre Lodo - No rioLála - Sonhar LÒGÚN EDE – Divindade yorùbá consideradaLálé - De noite no Brasil filho de Ibualama ou Inle (Òsóòsì) eLàlóju - esclarecer, iluminar Òsun Yéyéponda. Homem durante seis meses,Láná - Ontem jovem e caçador. Nos outros seis, mulher,Larin – Moderado bela ninfa que só come peixes. Suas insígniasLAVAGENS – Termo genérico pelo qual são são o ofà (vd.) e o leque dourado (abebe) dedesignados os ritos Iustrais dos candomblés. Òsun. Suas cores são o azul e o amarelo-ouroEsses ritos purificatórios podem ser translúcido. Seu dia da semana é quinta-feira.exercitados sobre os colares cerimoniais, as Saudação – "Lóògún!"pedras (òtá) consagradas aos òrìsà, e nos Lókan - bravotemplos. A mais tradicional manifestação Lókun - fortepublica dessa cerimônia é realizada na Igreja Lóla - Amanhãde N. S. do Bonfim, na Bahia. Lona - No caminhoLAVAGEM-DE-CONTAS – Rito de agregação Lóni - hojeque consiste em lustrar os colares sagrados. Lósàn - De tardeEsse ritual marca o aparecimento do Lowo - Ricopostulante como abiã, vinculando-o a Lówò - ser rico, ter abundânciaestrutura hierárquica de uma casa-de-santo Lu - FurarLê - Forte Lukoun – pênisLétòltò - segmentos de um ritual“M”Ma - de fato, realmente Cheval, PALMAE) que guarnecem as entradasMACUMBAS – vd. Candomblés. de uma casa-de-santo contra os egún, osMÃE-CRIADEIRA – Termo de referência que espíritos dos mortosdesigna a ebômin encarregada de atender o MATAMBA – vd. Ìyásan.noviço durante o seu período de reclusão. É a MAWU – vd. Òòsàáláresponsável pelo preparo e administração dos Meje - Setealimentos; higiene pessoal; guarda-roupa e Mejeji - Duas vezesinstrução do neófito nos mistérios do culto. Méjì - doisPor isso, diz-se que "cria" aquele que está Mérin - quatrosendo iniciado. Mérìndílógún - dezesseis (16), também usadoMÃE-DE-SANTO – vd. Babalorixá. para referir a um sistema de adivinhaçãoMÃE-PEQUENA – Título honorífico feminino usado pelos iniciados de Orixás que estáque corresponde à segunda pessoa na ordem baseado nos primeiros dezesseis versos dahierárquica de uma casa-de-santo. Também divindade Ifá (Odù)ocorre a forma ia-kekerê. Seu equivalente Meta - trêsmasculino é pai-pequeno. Diz-se, também, Méwà - dezmãe ou pai-pequeno daquele que, ao lado da Mi - engolir, respirarmãe ou pai-de-santo, encarrega-se da Mí - Viverformação do iaô (vd. Filho-pequeno) Mi-amiami - Farofa oferecida para exuMaga - sacerdote chefe do Orixá Xangô Mímo - sagrado, divino(Sàngó) Míràn - outroMaleme - Pedido de perdão Mò - ConhecerMalú - Vaca Mo - EuMalu - Boi Modê – ChegueiMalú Ako - Boi Mojú - saber, conhecerMàlúù - boi Mojubá - Apresentando meu humilde respeito.Mandinga - Feitiço Louvação endereçada aos ancestrais ilustres,Màrìwò - folhas de palmeira - As folhas forças da natureza e aos próprios òrìsà,desfiadas do dendezeiro (Elaeis guyneensis, A. durante os ofícios litúrgicos
  • 30. Móoru - tempo quente MUZENZA – Diz-se dos filhos-de-santo nosMú - Pegar candomblés de "nação" angola. 0 mesmo queMu – beber iaô. Por extensão, designa a primeira saídaMuló - Levar embora pública do neófito no rito angola. Significa,Mun – Beber literalmente, "estranho ser animado", na etimologia da língua kikongo.“N”Nà - Bater Nlo - indoNá - Gastar Nmu – bebendoNá - primeiro de todos NOZ-DE-COLA – vd. ObìNAÇÃO – Designa, no Brasil, os grupos que Nrin - caminhandocultuam divindades provenientes da mesma Nro - pensandoetnia africana, ou do mesmo subgrupo étnico. Nu - SumirMo exemplos do primeiro caso as "nações" Nyín – vocêcongo, angola, jeje, ao passo que o segundocaso é ilustrado por kétu, ijesà eòyó,correspondentes aos subgrupos da etnianagô. Trata-se, na verdade, de categoriasabrangentes as quais se reduziram asmúltiplas etnias que o tráfico negreiro fezrepresentadas no Pais. 0 termo tem servidopara circunscrever os traços diacríticos atravésdos quais se revela um mundo caracterizadopor um notável conjunto de elementoscomuns. Tem servido, além disso, paiahierarquizar esse universo em termos damaior ou menor "pureza" atribuída a cada"nação" em virtude de uma suposta fidelidadee autenticidade litúrgicas.Najé - Prato feito com argilaNÀNÁ – Divindade das águas primordiais, dospântanos e brejos. Daí associada quer ao limofertilizante e a vida, quer a putrefação e amorte. Considerada mãe de Omolú ésincretizada com SantAna. Suas cores são overmelho, o branco e o azul que exibe emseus colares. Sua insígnia é o Ibiri – artefatoconfeccionado com a nervura central dasfolhas do dendezeiro, de ápice recurvo comoum báculo. Seu dia é sábado. Saudação –"Sálùba"Nba - juntar-seNfe - amarNi - dizer, ser, alguém, aquele, depende docontextoNí - TerNi Àárò - De manhãNíbi - No lugarNígbàtí - quandoNikan - sozinhoNíle - em casaNínú - dentroNipa - SobreNipon - Grosso.Nítorí - Por queNítorípè - PorqueNje - bemNjo - dançarNko - nãoNlá - grande
  • 31. “O” Òde - do lado de foraO - ele, ela, isto Odê - Fora, ruaObá – Rei Òde ayé - o mundo todoOBÁ – Terceira mulher de Sòngó, Obá é a Odideé - papagaiodeusa nigeriana do rio do mesmo nome. Odò - RioMuitas vezes se confunde com Ìyásan, pois, Òdodo - justiçaalém de casada com Sòngó, usa também Odù – Destinoespada de cobre. Na outra mão leva, seja um ODÙ – Pronunciamento oracular resultante daescudo, seja um leque com o qual esconde prática divinatória com o òpèlè (vd.), com osuma de suas orelhas em lembrança do cocos de dendê (vd.) ou com os búzios (vd.).episódio mítico que deu margem à sua Há 16 odù primários ou maiores. Suasrivalidade com Òsun. No Brasil é sincretizada combinações com os 16 secundários resultamcom Santa Catarina e Santa Joana dArc. Seu em 256, cujos desdobramentos chegam adia é quarta-feira. Seus colares são de contas 4.096. Cada odù é nominado e pertence aalternadamente amarelas e vermelhas de uma divindadetonalidades leitosas. E saudada como ODÙDUWÀ – Divindade yorubá, ora"Obáxireê!" apresentada, nos mitos, como masculino eOBALÚWÀIYÉ – É a "forma" jovem de irmão de Obàtálá (vd.) (vd. também Cesto-da-Sòpònnón, do qual Omolu é a "forma" velha. criação), ora como feminino e, no caso,Divindade da varfvola e das moléstias infecto- esposa deste ultimo. Odùduwà significa "acontagiosas e epidêmicas, consta como filho cabaça de onde jorrou a vida". É evocada, node Nàná, criado por Yemoja, e, portanto, Brasil, em alguns terreiros (vd.) e, também,irmão de Òsùmàrè Veste-se todo de palha, no candomblé-dos-eguns de Itaparica (vd.com o que cobre as suas ulcerações. Sua Egúngún).saudação – "Atotó!" – significa "Calma!", ODUNDUN – A folha-da-costa ou saiãoexigida a um deus tão poderoso e temível. africano (Kalanchoe brasiliensis, Comb.–Sua insígnia é o sàsàra – feixe de nervuras CRASSULACEAE). Uma das folhas rituais maisdas folhas do dendezeiro, amarrado com tiras importantes dos candomblésde couro, em vermelho e preto (ou branco e Odukun - batata docepreto), incrustradas de búzios. É sincretizado, Odún - Anono Brasil, com São Roque, as vezes, com São Òdúndún - erva medicinalLázaro e ainda com São Sebastião, em Recife OFÀ – Designa o instrumento simbólico deOba obìnrin - Rainha mãe Òsóòsi, consistindo num arco e flecha unidosOBÀTÁLÁ – vd.Òòsàálá em metal branco ou bronzeObé - Termo que designa a faca usada nos Ofá - Arco e flechasacrifícios, por extensão qualquer faca no Ofà - flechajargão do candomblé Òfin - lei, direitoObé fari - Navalha Ofò - feitiçariaOberó - Alguidar Òfurufú - Respirar, ar, espaçoObì - noz de cola, usado num sistema OGÃ – Título honorífico conferido, seja pelosimplificado de adivinhação. Fruto de uma chefe do terreiro, seja por um òrìsàpalmeira africana (Cola acuminata, Schott. & incorporado, aos beneméritos da casa-de-Endl. – STER-CULIACEAE) aclimatada no santo, que contribuam com sua riqueza,Brasil. Indispensável no candomblé, onde prestígio e poder, para a proteção e o brilhoserve de oferenda para os òrìsà e é usado nas do àse (vd.). Esse tipo de titulatura admitepráticas divinatórias simples, cortado em uma série de especificações que abrangem,pedaços desde cargos administrativos, até funçõesObí - sexo feminino .rituais. A iniciação dos ogãs é mais breve e seObinrin - Mulher distingue daquela dos iaôs (vd.), por excluir aObirim - Mulher, feminino catulagem, a raspagem e alguns outrosÒbo - Macaco rituais. Tal como as equédes (vd.) os ogãs nãoÓbo – vagina são passíveis de transe.OBRIGAÇÃO – vd. Ebo. Ògá - ChefeOBRIGAÇÃO DE SETE ANOS – E uma das Ogbe - crista de galoobrigações mais importantes da carreira Ogbo ato - ficar velho, vida longainiciática. Equivale a um autentico rito de Ogboni - sociedade de homens anciões queinvestidura, a partir do qual, tornando-se adoram o Orixá Onileebômin, o filho-de-santo pode proceder a Ògèdè - Bananainiciação de outros Ògèdè - encanto, feitiçariaÒbukó - bode Ogìnrin – mulherOdé - Caçador
  • 32. ÒGÚN – Divindade da forja e dos usuários do OLÓÒRUN – Divindade suprema yorubá,ferro; por extensão, da guerra e da agricultura criador do céu e da terra. Deus doe, também, da caça ou de todas as demais firmamento. É o Eléeda, "senhor-das-atividades que envolvem a manipulação de criaturas-vivas"; o eléèémí "dono-da-vida";instrumentos de ferro. É rei de Iré e por isso que criou o homem e a mulher a partir dochamado, no Brasil, Oníré. Costuma ser barro, encarregando seu filho, Obàtálá, derepresentado por um semicírculo soldado a moldá-los e animá-los com o sopro vivificante.base por uma haste, no qual se encontram, De caráter inamovível, é o numinoso quependurados no arco do semicírculo, todo o tipo permanece fora do alcance dos homens quede instrumentos, que, como o conjunto não Ihe podem render culto. Não teminteiro, são de ferro. E filho de Yemoja e irmão insígnias. Sua cor é o branco absoluto. Éde Èsú e Òsóòsì. Por isso, tem a ver com os também chamado de Olódù-marècaminhos, a caça e a pesca. Pertence-Ihe a Olórí - chefefaca sacrificial – o òbe (vd.). Os colares são de Olórum - Deuscontas verdes ou azul-escuro (em angola). Olosa - Orixá da lagunaSeu dia é a terça-feira. Saudação – "Ògún yé!" OLOSSAIN – Sacerdote encarregado da coletaOgun - Guerra e da preparação ritual das ervas sagradas naÒgún - Orixá da Guerra e Metais liturgia dos candomblés. 0 mesmo queOhùn - Voz babalossainÒjiji - Sombra Olòwò - sábio mais velhoOjise - mensageiros Olùkó - ProfessorÒjò - chuva Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselhoOjó Àbáméta - Sábado masculino dos anciãosOjó Àikú - Domingo Omi - ÁguaOjó Ajé - Segunda-feira Omi ayé - as águas da terraOjó Bò - Quinta-feira Omi Dúdú - Café pretoOjó Etí - Sexta-feira Omira - sangue menstrualOjó Ìségún - Terça-feira Omi-tútù - água friaOjó Rú - Quarta-feira Omo - filho, criança.Òjòlá - jibóia Omodé - criança jovemOjú - olho ou face, dependendo do contexto Ònà - estrada, caminhoOjú - óòri - sepultura, túmulo Ongé – ComidaOjù àse - força nos olhos Oníbàárà - clienteOjú ònà - caminho, estrada Oníbode - porteiroOju ona - Olho da rua, ( caminho ) Onílé - guarda da casaOjú Òrun - Céu Onire - nome em louvor para o Orixá do ferroOjubona - professor Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire"Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Onísé - trabalhadorÒgún em Ilé Ifè Onje - omidaOka - cobra Onje Àárò - Café da manhãOkan - Coração Onje Alé - JantarÒkè - Montanha Onje Òsán - AlmoçoOko - Esposo Òòni - O Rei da nação YorubáOkó - Pênis Oòrùn - SolOkòn - coração Òòsà - o mesmo que OrixáÒkú - cadáver, defunto ÒÒSÀÁLÁ – Este é o nome pelo qual seÒkun - o oceano, mar conhece, no Brasil, Obàtálá (o Senhor do PanoOkunlin - Homem Branco) e significa "o grande òrisà". Filho deÒkúta - Pedra Olóòrun (vd.) foi encarregado por este de criarOlé - ladrão o mundo e os homens. Nesta ultima condiçãoOlodê - Senhor da rua é portador dos títulos de Àjàlá, Àjàlámò e Alá-Olódùmarè - Supremo– vd. Olóòrun morerê. Apresenta-se ora como um jovemOlona - nome em louvor ao Orixá Ogun que guerreiro, simbolizado pelo arrebol –significa: "proprietário da estrada" Òsògìnyón, ora como um velho, curvado aoOLÓÒJÀ – Expressão yorubá que na língua peso dos anos, simbolizado pelo sol poente –ordinária significa seja o vendedor, seja o Òsòlúfón. Suas insígnias, em prata lavrada,dono do mercado. Na cosmologia do povo-de- são, em conseqüência, ora a espada e o pilão,santo, a locução dono-do-mercado equivale a ora o òpásorò – um bastão com arosum dos títulos de Èsú superpostos, adornados de pingentes,OLÓRÍ – Termo que designa o "dono da encimados por um passado (em geral umacabeça", isto é, o òrìsà pessoal de cada pomba) – símbolo do poder. Costuma-seiniciado (vd. Orí). sincretizá-lo com Nosso Senhor do Bonfim.
  • 33. Sua cor heráldica é o branco e seu dia a Osán - frutasexta-feira. A ele se dedica a grande festa Òsányìn - Orixá das ervas e dospopular da "lavagem do Bonfim" (vd. medicamentosLavagem). Saudação – "Eèpàà bàbá! Eèpàà Òsé - Sabãoèé!" Òsè - semana ritual de quatro diasÒòsàoko - Orixá da fazenda Òsí - EsquerdaÒpè – palmeira Osó – BruxoÒPÈLÈ – Colar aberto no qual se encadeiam ÒSÓNYNÌN – Òrìsà das folhas litúrgicas eoito metades de coquinhos de dende, medicinais, imprescindíveis para a realizaçãomediante um fio trançado de palha-da-costa. do culto. Na África é considerado companheiroÉ o instrumento divinatório privativo dos de Ifá e também adivinho. Seu emblema sãoautênticos sacerdotes de Ifá (vd. – Os sete hastes de ferro pontiagudas, das quais abàbáláwo (vd.). haste central é encimada por um pássaro. AsOpèlé - corrente usada pela divindade Ifá, sete hastes estão soldadas pela base,significa: " enigma da palmeira " formando, no seu ápice, um círculo em tornoÒpin ìsìn - o fim do ritual da haste com o pássaro. As cores das contasÒpolo - Sapo de seus colares são o verde (ou azul) e oÒpópó - rua vermelho leitoso. Seu dia é, para alguns, aÒpùrò - mentiroso seguinda, e para outros, a quinta-feira. SuaÒrè - Amigo (a) saudação – "Ewé ó!"Orí - Termo que designa a cabeça na vida Òsóòsì - orixá da caça - Filho de Yemoja,litúrgica dos candomblés. É, além disso, uma irmão de Ògún (vd.), companheiro de Èsú edivindade doméstica yorubá guardiã do Òsónyìn, este òrìsà, considerado rei de Kétu,destino e cultuada por adeptos de ambos os tem o título de ode (o Caçador). No Brasil ésexos. Também se diz que é a alma sincretizado, seja com São Jorge (na Bahia),orgânica.perecível, cuja sede é a cabeça – seja com São Sebastião (no Rio de Janeiro einteligência, sensibilidade, etc. Porto Alegre). Seu símbolo é o ofà (vd.). 0ORÍKÌ – Conjunto de narrativas da saga cotar votivo é de contas azul-de-viena (azulmística dos òrìsà que proclamam seus feitos. esverdeado). Saudação – "Òkè àró"Ocorre também sob a forma de pequenos Osù – Mêsenigmas endereçados a uma pessoa como ÒSÙMÀRÈ – Costuma ser identificado com ovoto de bons augúrios arco-íris e com a serpente. Representa aOrílè - nome de uma nação continuidade, o movimento e a eternidade. NoOrin – Cantiga Brasil é considerado irmão de ObalúwàiyéÒRÌSÀ – Qualquer divindade yorubá com (vd.) e filho de Nàná (vd.), possivelmente emexceção de Olóòrun (vd.). Seus equivalentes virtude de sua origem daomeana. Dele se dizfón (vd.) são voduns. A designação das que é o Rei de Jeje. Seu símbolo são as duasdivindades do culto angola-congo que Ihe cobras que leva nas mãos quando dança,correspondem é inkice. Essas equivalências sendo uma masculina e outra feminina, alusãosão imperfeitas, pois, ao passo que uns são ao seu caráter duplo de macho e fêmea. Diaforças da natureza, outros são espíritos que consagrado: terça-feira. Colares de contasretornam sob a representação de animais, verdes e amarelas listradas. Saudação –enquanto outros ainda são espíritos ancestrais "Aróbò bo yí!" Sincretizado com SãoÒrisà bi - esposa de Orungan Bartolomeu.ÒRÌSÀNLÁ – É um título de Obàtálá, a partir ÒSÚN – Divindade das águas, em particular nodo qual se formou, no Brasil, o nome Oxalá Rio Òsún, na Nigéria. E a segunda esposa deORÓGBÓ – Fava de uma planta africana Sòngó, mas foi casada também com Ògún eadaptada no Brasil (Garcinia Kola, Hae-ckel, Òsóòsì. Deste ultimo casamento nasceuGUTTIFERAE). Lògún-ede (vd.). Seus símbolos são o lequeOrúko - Expressão yorubá, empregada na dourado e a espada. É pois uma iabá que seliturgia dos candomblés, que significa "qual é caracteriza pela coqueteria, gostando deo teu nome?". Ocorre na mais expressiva enfeites e jóias de ouro (ou cobre amarelo).cerimonia publica do candomblé, conhecida Tem o título de Ialodê – chefe das mulherescomo saída-de-santo, dia-do-nome, saída-de- do mercado, sendo sincretizada no Brasil comiaô e muzenza diversas Nossas Senhoras (da GIória, daÒrùn - Pescoço Conceição, do Carmo, das Candeias, daOrun – Céu Candelária) e com Santa Luzia. Além disso, éÒRUN – vd. Aiyé a Rainha de Òsogbo e Òyó. Seus colares sãoOrúnkún – Joelho de contas amarelo-douradas translúcidas.ÒRÚNMÍLÀ – vd. Ifá Saudação – "Rora yèyé o!" Seu dia é oÒsa - Lagoa sábado.Osàn - Laranja Òsupá – Lua
  • 34. OSÙU – Artefato cônico, confeccionado a partir Otin nibé - Cervejade substâncias sagradas de origem animal, Òtitó - verdadevegetal e mineral, imposto a cabeça do noviço Otu - sacerdote que faz oferendas em nomeapós as incisões rituaisfeitas sobre o alto do do Rei (Oba)crânio (vd. Adósùu). Òtún - DireitaOta e Okuta - Pedra Òun - Ele (a)Otí - Álcool Owo - NãoOtí Bìá - Cerveja Owó - DinheiroOtin Dudu - Vinho tinto Oyin – MelOtin fum-fum - Aguardente“P”Pá – Matar PARÁS – vd. CandomblésPada – Voltar Pè - ChamarPÀDÉ – Rito que é desempenhado no início das Peji - Espécie de altar onde se encontramcerimônias do candomblé em homenagem a dispostos os diversos tipos de insígnias daÈsù, considerado necessário como rito divindade, como as pedras votivas (òta), armaspropiciatório, pois as primícias sacrificiais e demais objetos simbólicos, e onde estãodevem caber aquele que é, além de dispostos os recipientes contendo as comidasprimogênito da criação, o portador titular de ofertadas aos òrìsàqualquer oferenda. 0 seu não cumprimento é PEMBAS – Espécie de giz de diferentes coresvisto como implicando em perturbação de toda que é usado para traçar desenhos mágico-a ordem ritual religiosos e de caráter invocatório. E maisPadê - Encontrar freqüentemente empregado nos ritos dePàdé - encontrar umbanda.Paeja – Pescar Pèlé - marcas na face. Caracteriza as famíliasPAI-DE-SANTO – vd. Babalorixá. Pelebi - PatoPAI-PEQUENO – vd. Mãe-pequena Peleke - aumentarPákí - farinha de mandioca, mandioca Pépéiye - PatoPaki - Sala Pepelê – BancoPákórò - ritual noturno nos funerais Pín - dividir, repartirPALHA-DA-COSTA – Tipo de palha proveniente Pitan - contar historiasda Costa da África, com que se designa a região POMBA-GIRA – vd. Èsùsudanesa da África Ocidental (Golfo da Guiné). Pòòkò - copo feito de uma casca de cocoUsa-se trançada em diferentes artefatos POVO-DE-SANTO – Designação coletiva quelitúrgicos. abrange o conjunto dos filhos-de-santo dePamó - Esconder todos os candomblésParé - desaparecer, ser destruído PRETOS-VELHOS – Termo que designa um tipoPari - completar de entidade característica dos cultos dePariwò - gritar, barulho umbanda. Representam os espíritos de negrosPatapá – Burro escravos que se notabilizaram por suaPATÉWÓ ou ÌPATÉWÓ – Palmas em cad0ncia humildade, sabedoria e magia. São conhecidossincopada empregadas como saudação aos como Vovô/Vovó, Tio/Tia e Pai/Mãe.òrìsà, bem como em circunstâncias que impõem Pupa - Vermelhoo silencio, como no caso do recolhimento, para Púpò - Muitoindicar uma necessidade a ser atendida. Diz-se Putu – bompaô.“Q”QUEBRA-DE-QUIZILA – vd. Quizila. kimbundo e significa expor, e, por extensão,QUITANDA-DE-IAÔ – Rito do ciclo iniciático em feira ou mercado.que são rompidos alguns dos tabus que cercam QUIZILA – Interdito ritual; o mesmo que èèwò.o noviço. Consiste no desempenho dramático de Na liturgia dos candomblés há um ciclofunções e atividades evocativas de situaq5es do cerimonial, onde se realiza o rompimento dosquotidiano. 0 termo alude, ainda, a venda que o tabus que circundam o noviço durante aiaô efetua de produtos variados (frutas, doces, iniciação, conhecido como quebra-de-quizila.etc.) expostos sobre tabuleiros,como nas feiras Dele fazem parte o panán e a quitanda-de-iaô.e mercados. A origem do termo quitanda é
  • 35. “R”Rà - Apodrecer Riri - tremer de medoRà - Comprar Rò - PensarRá - engatinhar Roboto – RedondoRárá - Não ROÇA – vd. Casa-de-santoRári - rapar a cabeça, o primeiro degrau da Ròjo - choveriniciação Ronu - PensarRe - Ir Rúbo – SacrifícioRéin - rir RUM, RUMPI, RUNLÉ – vd. AtabaquesRèrè - coisas boas, boa fortuna Run - perecer, sucumbirRere - Muito bem RUNKO – Termo pelo qual se designa oRérìn - Rir aposento destinado a reclusão dos neófitosRí - Ver durante o processo de iniciação. f conhecidoRìn - Andar também como alíase, camarinha ou ainda àseRìn - Trabalhar Rúsúrúsú – Amarelo“S”Sáà - estação, determinado espaço de tempo SIRI – Conjunto de danças cerimoniais ondeSAÍDA-DE-SANTO – vd. Orúko ocorrem distintos ritmos, cânticos e estilosSaju – Antes coreográficos característicos do desempenho deSAKPATÁ – vd. Obalúwàiyé cada ÒrìsàSàn - estar bem Sise - TrabalhoSánku - morte prematura So - amarrarSánmò - céu Sódé - foraSanra - estar gordo Sòkoto – calçasSanro – Gordo SÒNPÒNNÓN – vd. Obalúwàiyé.SANTO – vd. Òrìsà SÒNGÓ – Divindade iorubana do raio e doSarapebé - Mensageiro trovão. Descendente do fundador mítico daSáré - Rápido, correr cidade de Òyò e seu 4º. rei. Seu símbolo é oSAWORO – Artefato de palha trançada e que machado duplo, notabilizando-se ainda como otem como fecho um guizo. 0 noviço deve tê-lo dono da pedra-do-raio, indispensável aos seusatado ao tornozelo, e port5-lo durante um largo assentamentos. E viril, como atestam suasperíodo ap6s a sua reclusão. Um dos símbolos várias esposas (Òsun, Oba, Oya), violento ecerimoniais da sujeição do iaô numa casa-de- guerreiro, distinguindo-se, sobretudo, pelo seusanto senso de justiça, aspecto mais desenvolvido daSè - cozinhar sua representação no Brasil, e que o liga a SãoSééré - chocalho, sagrado para o Orixá Sàngó Jerônimo, com quem é sincretizado. Suas coresSégègé - tirar a sorte, fundição de certas são o vermelho e o branco. Seu dia é quarta-formas de adivinhação feira. Saudação – "Ká wòóo, ká biyè sí!"Sèké - mentir Sòrò - falarSi Ori - Abrir a Cabeça Sòrò - FalarSimi - Descansar Sòtito - ter féSinsin - descansar Sùn - DormirSínun - Dentro Sunkun - chorarSirè – Diversão Sùrú – Paciência“T”Tà - vender Té - espalharTàbá - Tabaco, fumo Te - estabelecerTáìwo - o primeiro gêmeo a nascer Tè - pressionarTáláká - pessoa pobre Téfá - iniciação IfáTAMBORES-DE-MINA – vd. Candomblés Telé - seguirTanã - Vela, lâmpada Tèmi - Meu, minhaTanná - acender a luz TEMPO – É um índice. Corresponde ao ìrokòTara - pequena pedra nagô. Muitas vezes seus assentamentos (vd.)Tata – Gafanhoto se encontram ao ar livre, isto é, "no tempo".TATA-DE-INKICE – vd. Babalorixá Dele se diz que é o dono da bandeira brancaTaya - Esposa que distingue as casas-de-santo (vd.). Seu
  • 36. símbolo é uma grelha de ferro com três pontas- Tímótímó - pequenode-lança. É sincretizado com São Lourenço, Tìnùtìnù - sincerosanto católico que sofreu o martírio sobre uma Titi - atégrelha. Titun - NovoTERREIROS – vd. Candomblés Tò - UrinarTete – Aplicado Tóbi - Grande, maiorTETEREGUN – Planta da família das Tóbi ode - caçarZINGlBERACEAE (Costus spicatus, SW.). É Toto - Atençãoconhecida, ainda, como sangolovô e cana-de- Tún - Retornomacaco. Na classificação das folhas liturgias é Túndé - renascerconsiderada de agitaçåo Tutu - Frio, gelado“W”Wa - Nosso Wó - o qualWà - ser Wo - relaxarWádi - fazer perguntas Wodi – investigarWÁJÌ – Nome litúrgico do anil ou índigo, a cor Wogun mérin - os quatro cantos do mundo, asazul-escura quatro direçõesWakati - Hora Wolé - entrarWàrà – Leite Woléwòdè - entrar e sairWè - Banho Won - entãoWejeweje - coisas boas Wòran - assistirWere - jovem Wu - DesenterrarWèrè - Louco Wun ni - GostarWípé - dizer algo Wúrà – OuroWò - Vestir“Y”Yá - inundar irmã de iyásan, ora esposa de Òsùmáré. SeuYà - virar para o lado nome significa beleza e graça. As cores de seusYàgó - Licença colares são o vermelho e o amarelo. Usa comoYalayala - gavião, rápido, veloz insígnias o arpão, a âncora e a espada. Ha umYama - Oeste vodun daomeano com o mesmo nome, cultuadoYàn - escolher em São Luís do Maranhão. Saudação – "Riró!"Yan - Torrar Yewere - sem valor, indignoYanran - bom Yèyé - bobagemYara - quatro Yeye - mãeYára - ser rápido Yi - istoYara-ypejo – Sala Yibi - grandezaYaro - Ficar aleijado Yio - desejoYesi – quem Yiyan - AssadoYEWÀ – Òrìsà feminino do rio e da lagoa Yewè, Yo - aparecerna Nigèria. Uma das iabás, considerada ora Yonrin – Areia“S”Corresponde a letra”X”Saju - Antes Xarará - Instrumento simbólico do OrixáSirè – Diversão ObaluaiyêXANGÔS – vd. Candomblés Xê - FazerXaorô - Tornozeleira de palha da costa usada Xirê - Festa, brincadeiradurante o recolhimento para o processo deiniciação.“V”VODUN – vd. Òrìsà. l/ODUNCI – vd. Ebômin
  • 37. MÓDULO II OS ORIXÁS: - ORIXÁS POUCO CULTUADOS - EXU – ELEGBARÁ - OGUM - OSSANHE - OXOSSI - LOGUN-EDÉ - OXUM - EWÁ - OYÁ - OBÁ - YEMONJÁ - OXUMARÊ - XANGÔ - NANÃ - OBALUAÊ / OMULÚ - IRÔKO - OXALÁOS ORIXÁS São massas de movimentos lentos, serenos e de idade imemorial. São dotados de umgrande equilíbrio, necessário para manter a relação entre os que nascem e os que morrem, entre o queé dado e o que é devolvido. Por isso, estão associados à justiça e ao equilíbrio. São as entidades mais afastadas dos seres humanos e as mais perigosas. Incorrer nodesagrado ou na irritação desses Orixás-funfun é fatal. Tal situação, está associada ao sentimento queaterroriza alguns iniciados, ao aniquilamento total, a de ser completamente reabsorvido pela massa enão renascer nunca mais. Funfun aqui é utilizado com duplo sentido: do branco,de tudo que é branco, os objetos eas substâncias brancas; e a do incolor, anti-substância, o nada.O QUE SÃO ORIXÁS ? Muita gente acredita que os orixás são seres inferiores, perversos e de pouca luz. Ou, então,chegam a defini-los como criaturas demoníacas, com grande poder de destruição, usados somentepara o mal. Mas, então, o que realmente são os orixás?
  • 38. Para nós, os orixás são seres divinos criados por Olorun, nosso Deus único, que o auxiliaram nacriação do universo e de todos os seus componentes. A partir daí, eles ganharam a função deintermediários entre o criador e a criatura. É através deles que podemos tentar chegar um pouco maisperto de Deus, se isso não for muita pretensão para nós, meros mortais. Segundo os yorubás, os orixás são os donos da nossa cabeça, ou "ori", e nossos protetoresindividuais. Eles estão sempre tentando nos transmitir seus conhecimentos, que, muitas vezes, passamdesapercebidos pela nossa razão, mas não pelos nossos sentidos. Infelizmente, não damos a devidaimportância a esse fato, achando que são "coisas da nossa imaginação". Segundo acreditamos, houveuma grande ruptura entre os seres humanos e os orixás, que antes viviam lado a lado, cada umpodendo visitar o mundo um do outro; ou seja, a Terra (àiyé) e o céu (orun), estavam ligados entre si,não existindo barreiras. Algumas lendas do Candomblé contam que tudo corria muito bem, até um serhumano desrespeitar a ordem estabelecida por Olorun. Seu erro foi adentrar em um local proibido,maculando-o com a sujeira da Terra. Isso não foi perdoado, e a separação tornou-se inevitável. Assim,Oxalá soprou o seu hálito divino sobre a Terra, criando o ar atmosférico, que seria, daí em diante, abarreira entre esses dois mundos. Desde então, os seres humanos vivem tentando alcançar o céu eseus seres encantados, sem obter resultado. Nós, através do Candomblé, conseguimos restabelecer essa ligação com o orun, e temos opoder de presenciar claramente a manifestação da centelha divina em nosso interior, que é aexperiência mais maravilhosa que alguém pode experimentar. A esse conjunto de mecanismos criadospelos seres humanos para tentar chegar mais perto do criador e reatar, assim, a comunicaçãointerrompida no passado, é a melhor definição para a palavra religião.Há varias formas de um mesmo orixá, isto é, existem vários tipos diferentes provenientes de umamesma origem divina. A esse fenômeno damos o nome de qualidades. Tomemos o exemplo do orixáOxun, que reina nas águas doces. Ele irá subdividir-se em várias formas ou qualidades, como: Pondá,Opará, Kare, Topé, etc. Todas essas qualidades têm a mesma essência, mas diferem entre si emmuitas coisas, inclusive no que diz respeito a seus fundamentos e rituais. Esse tema é muito complexo,gerando dúvidas até mesmo entre os babalorixás. Por isso, para podermos detectar o orixá de uma pessoa, assim como sua forma ou qualidade, épreciso consultar o oráculo de Ifá, ou jogo de búzios. Não existe outro meio mais seguro e eficaz. Através dos búzios, um bom sacerdote será capaz de identificar, o orixá ao qual a pessoapertence, e também verificar se há, realmente, a necessidade de se fazer a iniciação. Caso isso sejainevitável, a pessoa em questão deverá passar por vários preceitos de confirmação até o dia da feitura.É fundamental que não haja erros de espécie alguma, pois é com a vida de um ser humano queestamos lidando. Quando o babalorixá identifica o orixá de alguém, terá, necessariamente de levantar todos osdetalhes que estão ligados a ele, como a família ao qual pertence, as oferendas de que gosta, o tipo decomida que mais lhe agrada, seus lugares de ebós, rezas, cantigas, etc. É, também, muito importantesaber sobre o elemento da natureza que ele habita e domina, bem como a função que desempenhadentro do universo. Os orixás podem ser evocados através de rezas (aduras), cantigas especiais (orikis), ou peloseu nome dentro do plantel dos orixás (morunko). Cada um deles tem suas cores predominantes, quederivam das três cores básicas do universo, que, segundo os yorubás, são o vermelho, o preto e obranco. As roupas rituais de cada orixá, além de todos os adereços e ferramentas que lhe sãopeculiares, também exibirão essas cores. As comidas também são indispensáveis nas oferendas,variando muito de orixá para orixá.ORIXÁSOs negros africanos, ao chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria,conhecido como Candomblé. Aparentemente de maneira infantil, cultuavam alguns deuses chamadospor eles de "orixás". Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e por outro aos homens.Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do Candomblé, não aceitavam e não aceitamaté hoje, a "incorporação" em seus médiuns de Espíritos de "mortos". No Candomblé um Espíritoerrante é chamado de "egum".As definições a seu respeito e as lendas africanas a respeito de onde eles se originaram são várias,mas coincidem em alguns pontos básicos: Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremoe o mundo terrestre, encarregados de administrar a criação e se comunicar com os homens através devistosos e complexos rituais. As estórias sobre eles falam-nos de seres profundamente humanos emseu comportamento - arquétipos que encontram correspondência com várias mitologias, entre elas agreco-romana.Existem duas correntes básicas que tentam explicar o aparecimento dos Orixás. Uma delas remonta acriação do universo. Antes de tudo havia o caos, até que um deus supremo, Olorum (à semelhança doDeus católico) criou o universo, suas estrelas, planetas, o mundo material, que se separava, de
  • 39. maneira drástica, do que havia antes, o mundo imaterial ou sobrenatural. Para estabelecer seucontrole sobre os seres que habitariam esses mundos (ou, especificamente, à Terra), Olorum criou oselementos, sendo cada um deles a forma material dos Orixás.Outra maneira de se explicar o mesmo processo é menos mística; os Orixás seriam seres humanosimportantes, donos de grande poder em vida, que morreram de maneiras incomuns, por meio degrandes acessos de cólera ou então de fulminante paixão. Essa sobrecarga de sentimento teriaprovocado uma espécie de derramamento da essência de cada ser, impedindo que eles assumissem aforma comum de todos os espíritos mortos, os eguns. Neste caso, tais espíritos se identificariam comum dos elementos da natureza.O Orixá seria, então, um ancestral divinizado, que, quando vivo, estabeleceu controle sobre certasforças da natureza, tais como o trovão, o vento, as águas doces ou salgadas, ou mesmo sobre certasatividades como a caça, o trabalho em metal, ou ainda, sobre o conhecimento das virtudes e dautilização das plantas. O poder, o Axé, do ancestral Orixá teria a faculdade, depois da sua morte, de setransmitir momentaneamente a um de seus descendentes, no decorrer de uma crise de possessão.Havia cerca de 600 Orixás na África, que se reduziram a 50 no Brasil; desses, apenas 16 são cultuadosno Candomblé na atualidade. Esse processo de assimilação, no entanto, não está definido; ao longodeste século, assistiu-se, por exemplo, à progressiva reabilitação de Nanã, assim como outrasentidades aos poucos vão sendo esquecidas.Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características depersonalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibraçãoprovocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência dedeterminado "Orixá". Diz-se, então, que ele é oriundo daquela faixa psíquica, ou como fazem noCandomblé, que ele é "filho de Santo". Os orixás podem ser considerados arquétipos da personalidadefreqüentemente escondida das pessoas. Os seus adeptos têm em comum tendências inatas e umcomportamento geral correspondente a cada Orixá: a virilidade devastadora e vigorosa de XANGÔ, afeminilidade elegante e vaidosa de OXUN, a sensualidade desenfreada de OYÁ-YANSAN, a calmabenevolente de NANAN, a vivacidade e a independência de OXOSSI, o masoquismo e o desejo deexpiação de OMOLU etc. os mais cultuados atualmente no Brasil, e de acordo com o título, uma religiãoa serviço do povo, os de maior interesse pela nossa própria necessidade, maior conhecimento einteração. Levando sempre em consideração que são denominados na linguagem yorubana.Existe uma subdivisão, entre os orixás, que os diferencia e identifica, de uma forma mais individual,mesmo dentro do seu grupo, que é denominado "qualidade" do orixá, cabe uma explicação maisaprofundada; cada pessoa tem um orixá individual, único e exclusivo, não existem dois orixás iguaisem toda terra, e todos possuímos, o que chamamos de "cuia , formada por sete orixás, sendo umprincipal, chamado de "frente" - o dono do Orí - , o segundo "ajuntó", os demais: "proteção","carrego", "alicerce" e "cumieira". A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que sepratica (kêto, gêge, angola, ijexá, fon...), essas qualidades exprimem situações desses orixás, quepodem ser, títulos honoríficos (caso de Xangô), tipos de animais, lugares, situações, formas ... os seteorixás que formam a "cuia" de cada pessoa, com as suas mais diversas qualidades, formam entre si,uma combinação matemática, quase que infinita, o que propicia a cada indivíduo, um orixá único, semoutro igual. Os ORIXÁS - deuses IORUBÁS na África e no Novo Mundo – seriam ancestrais míticosencantados e metamorfoseados nas forças da natureza. Cada Indivíduo tem um ORIXÁ principal que éo "dono da cabeça", e outros três que exigem cultua cão e que também oferecem proteção. A tradiçãoafirma que cada ser humano, no momento em que é criado, escolhe livremente sua cabeça (ORI) e seudestino (ODU). Cada pessoa tem uma origem divina, que a liga a uma divindade específica. Esta partedivina é situada dentro da cabeça. A substância de origem divina (IPORI) torna manifesta a filiação aum deus especifico – o ELEDÁ, por Isso chamado o dono da cabeça. Conhecer seu ELEDÁ possibilita aohomem ser artífice de seu próprio destino, cumprindo as obrigações ou Interdições que seu ORIXÁdetermina. Saber manipular tais influências equivale ao conhecimento do horóscopo natal com as melhorasde vida, que se pode obter sabendo ouvir os astros. 0 "dono da cabeça" (ELEDÁ) determina o tipopsicológico de seu filho e responde, também, por suas características físicas e seu destino.Tradicionalmente, sabe-se qual o ORIXÁ da cabeça, pela leitura de búzios - forma divinatória na qualse lê o ODU. Para isso, usa-se búzio africano (CAURI) previamente preparado para esse fim.Voltaremos, após uma visão geral da estrutura do CANDOMBLË, aos ORIXÄS e tipos psicológicos.ORIXÁS POUCO CULTUADOS:
  • 40. AAAJÁ : Está ligado à floresta, é aquela que ensina o uso das ervas.ABÉ : É cultuado na Casa Grande das Almas das Minas, no Maranhão, é irmã gêmea de BADÉ, no Jêjeé chamado de AGBÈ.AFÉFÉ : Deusa dos ventos, Deusa Yorubá. Se relaciona com Oyá.AFOMAN: Deus da varíola, responsável pelas epidemias.AJÉ XALUGÃ : O escolhido de Olorum, representa riqueza e sucesso. Quando grande soma de dinheirotem que ser obtida é feito apelo à este Orixá.AJÁ : É um Orixá que comenda o vento e possui uma força extraordinária. As pessoas desse Orixáfazem sacrifícios de animais e festejos separados dos demais.AGEMÓ : É um tipo de Orixá comum entre Ijébû e Agoiwóye.AZAMODÔ : Cultuado no Jêje. No seu dia é realizada uma grande festa (6 de Janeiro). Nessa festa,todos os iniciados devem usar roupa branca. As mulheres trazem na cabeça travessas e gamelas debarro repletas de frutas, que são colocadas nos pés das árvores correspondentes. Todos devem comerfrutas. Não há sacrifício de animais.APAOKÁ : Orixá que tem o seu corpo em forma de árvore, é o senhor da jaqueira. Segundo algumaslendas gerou Oxossi. È muito confundido com Irôko.AXABÓ : Orixá feminino da família de Xangô, usa vestimentas nas cores vermelho e branco (podendoser estampado). Usa sempre pano da costa. Traz na mão uma lira.AÍZA : É o vodum da morte. O seu assentamento é enterrado o mais fundo possível, ou tapado comcimento, de forma que ninguém tenha acesso. Esta entidade também protege aqueles que trabalhamno comércio, seu assentamento é fundamentado com sangue humano. Seu ferro é uma foice.AFREKUETÊ : ou AWEREKUETÉ. Deus da abertura dos caminhos, divindade africana, cujo culto émais freqüente no Jêje. Tem ligação com Kevioso.AIDOVEDÔ : Pertence ao culto da Dã.AKONKORÊ : È assentado na cajazeira sagrada. Cultuado na Casa Grande das Minas do Maranhão.AKÔSSAPATÁ : No nosso culto corresponde a Sakpatá.BAIANNI ou BANHANI : Tem ligação com Xangô. Suas vestimentas são parecidas com a de Xangô,traz também um adé de búzios, de modo que fica desproporcional com a cabeça do Iaô.BADÉ : Ele é o filho de Sogbo. È considerado príncipe. Usa roupa colorida com predominância debranco e vermelho, usa também um gorro na cabeça.BALUFON ou BALUFAN : deus inventor da tecelagem.BOSSÚKO ou POSSÚ : Pertence a família chamada Dambirá, ligada à terra. É muito perigoso.DOSÚ ou DOSÚPE : Pertence à família dos antepassados.YAMI OXORONGÁ : É um Orixá terrível ao qual devemos o máximo de respeito. Sua representação naÁfrica é através de um pássaro africano. YAMI emite sons assustadores, de onde vem o seu nome. Aose falar nesse Orixá deve-se fazer reverência. Como dona da barriga humana ela é terrível em suascobranças. É considerada uma bruxa e um pássaro ao mesmo tempo, seu símbolo é uma coruja.Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguémas conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, opoder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar
  • 41. grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a ambição das Iyami emfavor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele podepertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suasavós.Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depoisde um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo. Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente menos virulentos ecruéis que as ajé (feiticeiras).Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família,enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami sao tenazes, vingativas eatacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra verquem fala delas, trazendo sua influência.Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; érecebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhosmaléficos.Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama até omomento do retorno da ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar pimentavermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpomaculado por seu interdito.Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus pássaros. É este pássaro quem leva osfeitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e ésilencioso."Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, levarão".Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e ospulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixaas grávidas darem à luz.As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve levar umavítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e umaIyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a desencadear sua ira contra os sereshumanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária,quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimentodesprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui proibições. Não as dá a conhecervoluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor,mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muitovirtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é pordemais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa nãopensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidadocom elas. E só Orunmilá consegue acalmá-la.Fonte: As Senhoras do Pássaro da NoiteIYA : É uma Deusa cultuada pelos negros da nação Grunci. O assentamento dessa deusa é feito emum tanque, com conchas e caramujos, além de quartinhas de porcelana.LISSA : É considerado Vodun pertence a família do raio.,MAWU : Possui uma parte feminina e outra masculina, o seu par feminino é LISSA. Para alguns asduas partes são gêmeas, uma corresponde à Lua outra ao Sol, filhos de uma divindade supremaANABIOLÁ.POLIBOZI : Vodun cultuado na Casa Grande das Minas, no Maranhão, cujo pai é Sakpatá.JOKÉN : Deuses jovens que servem de guias abrindo caminhos para outros Voduns mais velhospassarem. Cultuado no Jêje.IMOLÉ : É uma entidade sobrenatural que representa os mortos e os ancestrais. São representadospor pequenos montes de terra e é batendo a terra que devem ser invocados.
  • 42. ONILÊ :É um irunmolé cultuado pelos sacerdotes de Eguns. É a primeira entidade a receber asoferendas nas obrigações.É uma entidade sobrenatural, pois representa os mortos e os ancestrais.Usa-se montículos de terra para representa-lo e é batendo ritualmente na terra que devem serinvocados os mortos.YEBURU ou YE-BI-IRU : Mãe de todos os Orixás. É a mulher de Orumilá, cuja ligação concebeu ExuElegbara.YAMASE : É a mãe de Xangô, a esposa de Oranmian ou Araniyan.BABA EGUNÒya teve nove filhos, uns dizem que foi com Ògún, outro foi com Xàngó, oito nasceram mudos e oúltimo nasceu um Egun e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poder de falarcom voz estranha e sobre natural, chamada Segi, que imita a voz do macaco africano chamadoIjimaré, macaco que é consagrado aos Èrés.1. IMALEGÃ - Nasceu no primeiro dia do Ebó Ykù, arrancado do ventre de Òya pelas Ìyámi, e foienvolvido em abanos.2. IORUGÂ - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com a vaidadede Òya e é o preferido.3. AKUGÃ - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde.Nãose deve tocar no chão do bambuzal.4. URUGÃ - Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos.5. OMORUGÃ - Alimenta se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondidono milharal observando os seres humanos.6. DEMÓ - Òya cobriu-o de lama para saber o segredo dos seus inimigos. Usa pele de búfalo paraacompanhar òxóòsi.7. REIGÁ - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios.Esconde nas grandes árvores do cemitérios eronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas.8. HEIGÁ - É violento e vive perseguindo o Ori do ser humano. Propicia desastres e desordens.9. EGUN EGUN - Filho de Xàngó. Òya preparou-o para combater. Ele se apossa do ser humano,fazendo cometer desatinosALGUNS BABA EGUNS QUE VEM NOS CAMINHOS DOS ORIXÁSBABA EGUN LAPORIÓ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Exú. É um egun muito perigosoquando não cultuado de acordo com suas vontade e fundamentos é trabalhador, gosta de limpar oscaminhos das pessoas, tira doenças e feitiços.Costuma trazer sorte nas loterias.BABA EGUN SENGRÉ - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Ogún, muito guerreiro e não foge auma luta para tirar seus protegidos das perseguições, ajudam muito os militares, policiais desde queestejam corretos, quando se zanga pode colocar pessoas na cadeia quando estas cometem atosincorretos.BABA EGUN OKIN - Este Baba Egun vem nos caminhos de Òxóósi, traz fartura é caçador, gosta deser bem tratado, gosta de comer espigas de milho enfeitadas com fitas coloridas, mingau de farinha deacaçá doce, frutas doces, acaçás passados no açúcar cristal; seu axó é feita do couro do leopardo.BABA EGUN BAKABAKA - Este Baba Egun vem nos caminhos de Omolú, quando bem tratado gostade tirar as moléstias das pessoas, pragas, perseguições de quiúmbas e quando aborrecido traz doençasé muito feiticeiro costuma tirar as feitiçarias de todos aqueles que lhe pedem.BABA EGUN ALAMPALÁ - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Òya e Obaluawe, traz muitaprosperidade, gosta de participar dos ebós, abre caminhos e vence demandas.Quando se da comida aele costuma aparecer um vento tipo rodamoinho marcando a sua presença. É carregador de ebó eacorrenta os quiúmbas que costumam perseguir ás pessoas.BABA EGUN XEMBÉ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Oxumarê, traz riquezas, progressos, darintuições artísticas, livra quem lhe pede ajuda das traições. Quando come as pessoas costumam ouviro sibilar da cobra.BABA EGUN BAMBUXÊ ADINÔMODO - Este Baba Egun vem pelos caminhos de Xangô, livra aspessoas de problemas de justiça e das injustiças que aparecem no dia a dia da vida de cada serhumano. Ajuda os políticos e pune quem não cumpre corretamente seus afazeres dentro da política eda justiça. È muito bom quando bem tratado.BABA EGUN OMITODÔ - Este Baba Egun vem nos caminhos de Iyemonjá, também se ouve falarque vem nos caminhos de Osún.Protege contra enchentes e maremotos, quando bem tratado
  • 43. costuma trazer riquezas, esse Baba egun protege os viajantes por mar. Quando come o marfica agitado.AXEXÊA morte para nós espíritas é transitória, episódica, porque o termo morrer, não tem grande sentido,pois nós somos conscientes que ela representa apenas um pulo de uma vida para outra, cujo mistério esegredos só Oxalá é sabedor.Só que cabe lembrar que para os iniciados no culto dos Orixás, temos que passar por um grande ritualpara dar caminho ao Egun para que ele seja encaminhado ao seu destino que lhe foi reservado esomente através deste ritual é que se poderá ter contato com o Egun e saber a direção que ele vaitomar.Uma delas é saber s ele que ser despachado ou quer ser assentado para ajudar todos que ficaram paradar continuidade ao barracão.Entramos numa parte do santo muito séria que é o culto a Baba Egun, onde tem que se ter um grandeconhecimento e ter cargo dado pelo santo, pois do contrário irá por em risco a sua vida e a dosoutros.O culto a Egun não pertence a ninguém mas se tem que ter um grande respeito, porque o egunnão é a morte, mas contém a morte por isso ter muito cuidado para não atrair Ikú.Todas as casas de Santo tem por obrigação de ter seu Lessen ( local onde fica os ojubó dos eguns,Onilé, Ikú, Òya Balé, Bara Elerú e Ossanhe que é guardião da floresta de Ikú ) para segurança dozelador e de todos que freqüentam a roça e também para poderem fazer os cerimoniais fúnebres quesão restritos e sérios.O ritual é perigoso para quem não está capacitado para tal poderá ter conseqüências com o risco daprópria vida.O sacerdote feito no santo não estará completo se não tiver conhecimento dessa parte.A roça sendo própria do zelador a situação fica mais fácil para análise perante o Asé. O jogo de Yfádará toda orientação necessária ao responsável pela obrigação, e a palavra do Egun, será ouvida paraque ele determine quem será o sucessor que assumirá o destino da casa de santo.No meuconhecimento acho uma falta de conhecimento do zelador que em vida diz que não vai querer quefaçam o Axexê quando eles partirem. Isto não é correto e contraria toda a liturgia do candomblépregadas. a todos ensinamentos deixado pelos nossos ancestrais.O que mais me indiguina é quealguns filhos de santo não dão valor à este acervo cultural, limitando-se apenas que são feitos, masnão vão as casas de santo ajudar seus zeladores nem para visitar, quando está precisando de ajuda,ou quando a casa esta em função, perdendo com isto a oportunidade de participar e aprender e atémesmo assistir quem sabe, a uma obrigação com orô raro, que muitas das vezes só irá se repetir-seanos depois, e aí, o filho perdeu o bonde da história, e não aprendeu no seu próprio Asé osfundamentos das obrigações que foram realizadas.Para quem não interessa isto nada afeta, porém para aqueles filhos que só se lembram do seu Aséquando lhes convém catar, vai um lembrete, que ao zelador também é reservado o direito de abrir asportas para quem o acompanha nos bons e maus momentos, e não os turistas, que nunca chegamjuntos, que não compartilham com os demais, que estão na roça ralando para aprender.Falarei agora sobre o procedimento do zelador quando está com um filho enfermo, muito mal mesmo.O que se faz normalmente é arriar o Ybá do santo do pepelê e coloca-lo sob água. Se for Yabácolocamos água dentro da tirrina, e se for Aboró com asentamentos de Ybá, de massa devemos colocá-lo dentro de uma bacia com água, arriamos um ebô, até que se defina a situação.Em hipótese nenhuma devemos fazer sacrifício animal em casos como esses, temos que ter paciência efé, e somente esperar, nada mais.Acontecendo a recuperação do enfermo, ficando ele fora de perigo, suspendemos o santo para opepelê, despachamos aquela água e o ebô, e a vida segue em frente, fazendo uma limpeza em regrana casa de santo, e aí sim ,pode se pensar em fazer um jogo e pedir permissão para dar comida deInjé aos Orixás.Mas como estou falando da morte após o falecimento, despacha-se a água do Ybá na casa de Egun e oebô , é carrego para ser despachado num rio.Para melhor esclarecimento, supondo que o falecimento foi o zelador ou a zeladora o procedimento é oseguinte:Arreiam-se todos os seus assentamentos, juntamos todos os seus pertences e colocamos tudo na casade Egun( Ilê Ybô Akú ) arrumado provisoriamente até a chegada do zelador que vai dar inicio ásobrigações que antecedem o Asese.A manutenção desses fundamentos secretos só é feito com pessoas altamente capacitadas, longe dosleigos.O VELÓRIO
  • 44. O velório do zelador deverá ser feito no barracão onde ele passou a maior parte de sua vida espiritual,ao lado do deus Ybás, e dos filhos do Asé.Todos os filhos da casa do falecido, deverão estar de branco, sendo que as mulheres, com suas roupassimples, sem brilho nenhum, sem anáguas, sem pinturas nenhuma, com seus ojás de cabeça semorelhas, e com uma conta de Xangô somente.Os homens deverão estar de calça, camisa, uma conta de Xangô, e os Ogans além disto um Eketé.Todos deverão usar contra Egun e as mulheres, umbigueiras e um detalhe importante, todos tem queestar descalços.Neste período do velório que serão feitas as obrigações do Ori do Egun, por quem de direito,acompanhado pelos seus Ogans.ACOMPANHAMENTOCOMO DAR ENTRADA NO YBALÉCEMITÉRIOA saída do corpo deverá ser feita após a encomendação do Egun, e entre outros detalhes, tem Orôespecial para isto.Quando chegar no Ybalé, os Ogans da casa, e outros também que são amigos, colocam o caixão nosombros e ao passar o portão principal é levantado e isto, todos cantando as louvações corretas paraentrada e acompanhamento.Ultrapassada a entrada principal , os Ogans abaixam o caixão do ombros e os levam pelas mãossegurando pelas alças.Em cada encruzilhada do Ybalé que passar, tem que parar e dar uma embaladinha para frente e paratrás três vezes, e aí são trocados os Ogans em cada uma, até chegar a sepultura.No sepultamento deverá ser o caixão ser coberto por uma toalha branca, deverá ser derramado sobreele, Deburú, Ebô, Acaçás, Ekurus, e os atins de Oxalá, além das flores que ficam a critério da família.Após o sepultamento nos tempos da antiga os filhos do terreiro voltavam todos para a roça para darinício aos preparativos para o ritual do Asese, que começava no mesmo dia do sepultamento.Bom isto é nos tempos idos realmente, porque atualmente não é possível este procedimento devido aoalto custo de vida, não cedendo margem para viabilizar a obrigação.O que se faz hoje é uma lista de ajuda, para ser passada aos membros da casa, clientes, no sentido deangariar fundos para enfrentar as despezas decorrentes da cerimônia fúnebre.Aí então, será marcado o dia do inicio e se avisa a toda comunidade do Egbé para que compareça aocerimonial.MATERIAIS PARA MONTAGEM DO ASESEOs materiais usados no Asese variam de nação para nação, e aos queridos irmãos que muito emboradigamos que Egun não tem nação, isto é verdade, não obstante, os rituais são diferentes embora,usemos mais ou menos as mesmas coisas.MATERIAIS PARA MONTAGEM DO YBALÉNo Ybalé que é montado para inicio da obrigação, nós reunimos todos os pertences do morto, todos osYbás de Santo, e tudo isto obedece a um ritual de profundidade.COMIDA PARA O POVOA comida a ser servida para o pessoal que está participando das obrigações é o peixe ou outrasiguarias oriundas do mar, como bacalhau, camarão etc. Não usando peixe, pode ser feito arroz comsalada, macarrão, enfim tudo o que puder sem levar nada de carne animal.TEMPO DE DURAÇÂO DO ASESESe for zelador com casa de santo aberta, o tempo de duração é de 7 dias. Ebomis com obrigação desete anos também são sete dias. Se for Yawó com um ano, o tempo é de um dia, se for Yawó de trêsanos, o tempo é de três dias. Ogans, Ekedy, Obás em quaisquer situação são sete dias.Yawôs ou qualquer vodunssi sem obrigação tenha ele quantos anos tiver tem direito ao menos a umdia de Asese.INDUMENTÁRIA
  • 45. Como todos sabem o branco representa o luto de Oxalá, e representa a paz, na nossa religião o brancopara essa obrigação é uniforme geral para quem vem assistir.As senhoras usam saias, camisa, calçolão, pano da costa, ojá de cabeça. Os detalhes é que não usamanáguas, e nem roupas brilhosas, orelhas nos ojás e bata.Quanto a bata, só poderão usá-las as Yalorisás de outros Asés e a zeladora da casa, se for o caso.RITUAL DAS DANÇASSabemos que o Candomblé e todo ele é ritmado e a cerimônia de Asese é também tocada pelos potese cabaças, que através dos Ogans, são encontrados os cânticos sagrados de louvação ao espírito dofalecido. Esses cânticos são lamentos, rezas e orações que propiciam o encaminhamento do Egun,viabilizando o seu desligamento das coisas terrenas. Os primeiros dias são de uma presença marcante,porque ele ainda não entendeu o seu passamento.Quando o falecimento é normal torna-se mais fácil, porém quando o falecimento é ocasionado poracidente, crime ou qualquer outra situação traumática, a aceitação é muito mais demorada.Esta é a razão por quê se faz o Asese de mês, três meses, seis meses, ano, três anos, sete anos,quartoze anos e vinte um anos. Este caso são para Babalorixás e Yalorixás que tiveram vidas muitoativas em suas casas quando eram vivas.O ritual das danças nativas obedece a uma ordem rígida ao que se refere ao ritual, apelidado de tirar opé de Egun isto quer dizer que a Yalorixá ou o Babalorisá mais velho é quem vai dançar primeiro lugar.A ordem é do mais velho para o mais novo, e quando esses estão dançando, os demais colocam asmãos para o alto no sentido de orar a pessoa, bem como transmitir uma energia positiva e forte parafila.Neste andamento uns vão trocando de pessoas na frente do Ibalé, e colocando em suas mãos moedas,que são adquiridas com os Ogans. A troca de moedas correntes trata-se de um ebó que esta sendopassado. Visto que o dinheiro anda em tudo que é lugar e troca de mãos em mãos em bons e mausambientes do planeta. Os antigos aproveitam este dinheiro adquirido, no decorrer dos dias, para ajudara pagar a missa de sétimo dia do Egun.IVOCAÇÃO DE EGUNGUNBABA Egun lase se inse Ikú aluraKodun Kodun a sagan nuganIkú adere Ikú sudan Dan nuganSe inse Baba ope iwo iwoEgun etileriwo.To ko BibiwaMaria womokokan totopé IriwaOgun Alura-Egun-AtopéEgun Igigi dagolonan sata Kadukan,Di Intoto Kukan Kotoyo KudanKotoyo Ese e Kotoyo SandePARA TRAZER O BABA EGUN AO OJUBÓBABA Egun min Dide min tie BabaYe omon Korin oná Ikúo. Emi OniléIgabaré Baba, Baba Alaye Aye BabaAdupé Akoda Ikú Onã.Nas mais diferentes culturas, a concepção religiosa da morte está contida na própria concepção da vidae ambas não se separam. Os iorubás e outros grupos africanos que formaram a base cultural dasreligiões afro-brasileiras acreditam que a vida e a morte alternam-se em ciclos, de tal modo que omorto volta ao mundo dos vivos, reencarnando-se num novo membro da própria família. São muitos osnomes iorubás que exprimem exatamente esse retorno, como Babatundê, que quer dizer O-pai-está-de-volta.Para os iorubás, existe um mundo em que vivem os homens em contato com a natureza, o nossomundo dos vivos, que eles chamam de aiê, e um mundo sobrenatural, onde estão os orixás, outrasdivindades e espíritos, e para onde vão os que morrem, mundo que eles chamam de orum. Quandoalguém morre no aiê, seu espírito, ou uma parte dele, vai para o orum, de onde pode retornar ao aiênascendo de novo. Todos os homens, mulheres e crianças vão para um mesmo lugar, não existindo aidéia de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu, inferno epurgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os espíritosretornam à vida no aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver. Os espíritosdos mortos ilustres (reis, heróis, grandes sacerdotes, fundadores de cidades e de linhagens) são
  • 46. cultuados e se manifestam nos festivais de egungum no corpo de sacerdotes mascarados, quandoentão transitam entre os humanos, julgando suas faltas e resolvendo as contendas e pendências deinteresse da comunidade.O papel do ancestral egungum no controle da moralidade do grupo e na manutenção do equilíbriosocial através da solução de pendências e disputas pessoais, infelizmente, não se reproduziu no Brasil.Embora o culto ao egungum tenha sido reconstituído na Bahia em uns poucos terreiros especializados,o candomblé de egungum da ilha de Itaparica (Braga, 1992), mais tarde também presente na cidadede Salvador e em São Paulo, está muito distante da prática diária dos candomblés de orixás epraticamente divorciados da vida na sociedade profana, perdendo completamente as funções sociaisafricanas originais, de tal modo que a religião africana no Brasil, disseminada pelos terreiros de orixás,acabou por se constituir numa religião estritamente ritual, uma religião a-ética, uma vez que seuscomponentes institucionais de orientação valorativa e controle do comportamento em face de umamoralidade coletiva exercitada nos festivais dos antepassados egunguns ausentaram-secompletamente da vida cotidiana dos seguidores da religião dos orixás.O ideal iorubá do renascimento é as vezes tão extremamente exagerado, que alguns espíritos nasceme em seguida morrem somente pelo prazer de rapidamente poder nascer de novo. São os chamadosabicus (literalmente, nascido para morrer), que explicam na cultura iorubá tradicional as elevadastaxas de mortalidade infantil. Em geral, um abicu renasce seguidamente do útero da mesma mãe.Quando uma criança é identificada como sendo um abicu, muitos são os ritos ministrados para impedirsua morte prematura. Assim como a sociedade Egungum cultua os antepassados masculinos do grupo(Babayemi, 1980), outra sociedade de mascarados, a sociedade Gueledé, celebra a mães ancestrais,às quais cabe também zelar pela saúde e vida das crianças, inclusive os abicus (Lawal, 1996). Osfestivais Gueledé não sobreviveram no Brasil (segundo o Professor Agenor Miranda Rocha, emconseqüência de disputas, no começo do século, entre lideranças do candomblé da Casa Branca doEngenho Velho, que provocaram a cisão do grupo e fundação do Axé Opô Afonjá por Mãe Aninha ObáBií). Também não sobreviveu integralmente a idéia de abicu e o termo passou a designar, em muitoscandomblés, as pessoas que são consideradas como tendo nascido já iniciadas para o orixá a quepertencem, não devendo, assim, ser raspadas, como devem ser os demais que se iniciam na religião. Amaneira fragmentária como a religião africana foi se reconstituindo no Brasil implicou, claramente, emacentuadas mudanças nos conceitos de vida e morte, mudanças que vão afetar o sentido de certaspráticas rituais, especialmente quando sofrem a concorrência de ritos católicos e de concepçõesensinada pela Igreja.A tradição cristã ensina que o ser humano é composto de corpo material e espírito indivisível, a alma.Na concepção iorubá, existe também a idéia do corpo material, que eles chamam de ara, o qual com amorte decompõe-se e é reintegrado à natureza, mas, em contrapartida, a parte espiritual é formada devárias unidades reunidas, cada uma com existência própria. As unidades principais da parte espiritualsão 1) o sopro vital ou emi, 2) a personalidade-destino ou ori, 3) identidade sobrenatural ou identidadede origem que liga a pessoa à natureza, ou seja, o orixá pessoal e 4) o espírito propriamente dito ouegum. Cada parte destas precisa ser integrada no todo que forma a pessoa durante a vida, tendo cadauma delas um destino diferente após a morte. O emi, sopro vital que vem de Olorum e que estárepresentado pela respiração, abandona na hora da morte o corpo material, fabricado por Oxalá, sendoreincorporado à massa coletiva que contém o princípio genérico e inesgotável da vida, força vitalcósmica do deus-primordial Olodumare-Olorum. O emi nunca se perde e é constantemente reutilizado.O ori, que nós chamamos de cabeça e que contém a individualidade e o destino, desaparece com amorte, pois é único e pessoal, de modo que ninguém herda o destino de outro. Cada vida serádiferente, mesmo com a reencarnação. O orixá individual, que define a origem mítica de cada pessoa,suas potencialidades e tabus, origem que não é a mesma para todos, como ocorre na tradição judaico-cristã (segundo a qual todos vêm de um único e mesmo deus-pai), retorna com a morte ao orixá geral,do qual é uma parte infinitésima. Finalmente, o egum, que é a própria memória do vivo em suapassagem pelo aiê, que representa a plena identidade e a ligação social, biográfica e concreta com acomunidade, vai para o orum, podendo daí retornar, renascendo no seio da própria família biológica.Quando se trata de alguém ilustre, os vivos podem cultuar sua memória, que pode ser invocadaatravés de um altar ou assentamento preparado para o egum, o espírito do morto, como se faz com osorixás e outras entidades espirituais. Sacrifícios votivos são oferecidos ao egum que integra a linhagemdos ancestrais da família ou da comunidade mais ampla. Representam as raízes daquele grupo e são abase da identidade coletiva.Na África tradicional, dias depois do nascimento da criança iorubá, realiza-se a cerimônia de dar onome, denominada ekomojadê, quando o babalaô consulta o oráculo para desvendar a origem dacriança. É quando se sabe, por exemplo, se se trata de um ente querido renascido. Os nomes iorubássempre designam a origem mítica da pessoa, que pode referir-se ao seu orixá pessoal, geralmente oorixá da família, determinado patrilinearmente, ou à condição em que se deu o nascimento, tipo degestação e parto, sua posição na seqüência dos irmãos, quando se trata, por exemplo daquele que
  • 47. nasce depois de gêmeos, a própria condição de abicu e assim por diante. A partir do momento donome, desencadeia-se uma sucessão de ritos de passagem associados não só aos papéis sociais, comoa entrada na idade adulta e o casamento, mas também à própria construção da pessoa, que se dáatravés da integração, em diferentes momentos da vida, dos múltiplos componentes do espírito. Com amorte, estes ritos são refeitos, agora com a intenção de liberar essas unidades espiritiais, de modo quecada uma deles chegue ao destino certo, restituindo-se, assim, o equilíbrio rompido com a morte.No Brasil, nas comunidades de candomblé e demais denominações religiosas afro-brasileiras queseguem mais de perto a tradição herdada da África, a morte de um iniciado implica a realização deritos funerários. O rito fúnebre é denominado axexê na nação queto, tambor de choro nas naçõesmina-jeje e mina-nagô, sirrum na nação jeje-mahim e no batuque, ntambi ou mukundu na naçãoangola, tendo como principais fins os seguintes: 1) desfazer o assentamento do ori, que é fixado ecultuado na cerimônia do bori, cerimônia que precede o culto do próprio orixá pessoal; 2) desfazer osvínculos com o orixá pessoal para o qual aquele homem ou mulher foi iniciado, o que significa tambémdesfazer os vínculos com toda a comunidade do terreiro, incluindo os ascendentes (mãe e pai-de-santo), os descendentes (filhos-de-santo) e parentes-de-santo colaterais; e 3) despachar o egum domorto, para que ele deixe o aiê e vá para o orum. Como cada iniciado passa por ritos e etapasiniciáticas ao longo de toda a vida, os ritos funerários serão tão mais complexos quanto mais tempo deiniciação o morto tiver, ou seja, quanto mais vínculos com o aiê tiverem que ser cortado (Santos,1976). Mesmo o vínculo com o orixá, divindade que faz parte do orum, representa uma ligação com oaiê, pois o assentamento do orixá é material e existe no aiê, como representação de sua existência noorum, ou mundo paralelo. Mesmo um abiã, o postulante que está começando sua vida no terreiro eque já fez o seu bori, tem laços a cortar, pois seu assento de ori precisa ser despachado,evidentemente numa cerimônia mais simples.Em resumo, podemos dizer que a seqüência iniciática por que passa um membro do candomblé,xangô, batuque ou tambor de mina (bori, feitura de orixá, obrigações de um, três e cinco anos, decáno sétimo ano, obrigações subseqüentes a cada sete anos) representa aprofundamento e ampliação delaços religiosos, quando novas responsabilidades e prerrogativas vão se acumulando: com a mãe oupai-de-santo, com a comunidade do terreiro, com filhos-de-santo, com o conjunto mais amplo do povo-de-santo etc. Com a morte, tais vínculos devem ser desfeitos, liberando o espírito, o egum, dasobrigações para com o mundo do aiê, inclusive a religião. O rito funerário é, pois, o desfazer de laços ecompromissos e a liberação das partes espirituais que constituem a pessoa. Não é de se admirar que,simbolizando a própria ruptura que tal cerimônia representa, os objetos sagrados do morto sãodesfeitos, desagregados, quebrados, partidos e despachados.O termo axexê, que designa os ritos funerários do candomblé de nação queto e outras variantes deorigem iorubá e fom-iorubá, ou jeje-nagô, como são mais conhecidas, é provavelmente uma corruptelada palavra iorubá àjèjé. Em terras iorubás, por ocasião da morte de um caçador, era costume matar-seum antílope ou outra caça de quatro pés como etapa do rito fúnebre. Uma parte do animal era comidapelos parentes e amigos do morto, reunidos em festa em homenagem ao defunto, enquanto a outraparte era levada ao mato e oferecida ao espírito do falecido caçador. Juntamente com a carne doanimal, depositavam-se na mata os instrumentos de caça do morto. A este ebó dava-se o nome deàjèjé (Abraham, 1962: 38). O axexê que se realiza no candomblé brasileiro pode ser pensado como umgrande ebó, com a oferenda, entre outras coisas, de carne sacrificial ao espírito do morto, e no qual sejuntam seus objetos rituais.Sendo o candomblé uma religião de transe, várias divindades participam ativamente do rito funerário,especialmente os orixás associados à morte e aos mortos, ocupando Oiá ou Iansã lugar de destaque.Iansã é considerada o orixá encarregado de levar os mortos para o orum, atribuindo-se a ela opatronato do axexê, conforme mito narrado por Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, queresume bem a idéia do axexê como cerimônia de homenagem ao morto.Assim diz o mito:Vivia em terras de Queto um caçador chamado Odulecê.Era o líder de todos os caçadores.Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá,que por seus modos espertos e ligeiros foi conhecida por Oiá.Oiá tornou-se logo a predileta do velho caçador,conquistando um lugar de destaque entre aquele povo.Mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muito triste.A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo.Reuniu todos os instrumentos de caça de Odulecêe enrolou-os num pano.Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear.Dançou e cantou por sete dias,
  • 48. espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto,fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra.Na sétima noite, acompanhada dos caçadores,Oiá embrenhou-se mata adentroe depositou ao pé de uma árvore sagradaos pertences de Odulecê.Nesse instante, o pássaro "agbé" partiu num vôo sagrado.Olorum, que tudo via,emocionou-se com o gesto de Oiá-Iansãe deu-lhe o poder de ser a guia dos mortosem sua viagem para o Orum.Transformou Odulecê em orixáe Oiá na mãe dos espaços sagrados.A partir de então, todo aquele que morretem seu espírito levado ao Orum por Oiá.Antes porém deve ser homenageado por seus entes queridos,numa festa com comidas, canto e dança.Nascia, assim, o ritual do axexê. (Santos, 1993: 91).Também participam do axexê os orixás Nanã, Euá, Omulu, Oxumarê, Ogum e eventualmente Obá, nãose incluindo, contudo, nesta lista Xangô, que dizem ter pavor de egum, conforme narram outros mitos.A seqüência do axexê começa imediatamente após a morte, quando o cadáver é manuseado pelossacerdotes para se retirar da cabeça a marca simbólica da presença do orixá, implantada no alto docrânio raspado durante a feitura, através do oxo, cone preparado com obi mascado e outrosingredientes e fixado no coro cabeludo sobre incisões rituais. O cabelo nesta região da cabeça éretirado e o crânio lavado com amassi (preparado de folhas) e água. Esta lavagem da cabeça invertesimbolicamente o primeiro rito iniciático, quando as contas e a cabeça do novo devoto são igualmentelavadas pela mãe-de-santo. O líquido da lavagem é o primeiro elemento que fará parte do grandedespacho do morto.Depois do enterro, tem início a organização do axexê propriamente dito. Ele varia de terreiro paraterreiro e de nação para nação. É mais elaborado quando se trata de altos dignitários e depende dasposses materiais da família do morto. Genericamente conserva os procedimentos básicos de inversãoda iniciação, havendo sempre: 1) música, canto e dança, 2) transe, com a presença pelo menos deIansã incorporada, 3) sacrifício e oferendas variadas ao egum e orixás ligados ritualmente ao morto,sendo sempre e preliminarmente propiciado Exu, que levará o carrego, evidentemente, e osantepassados cultuados pelo grupo, 4) destruição dos objetos rituais do falecido (assentamentos,colares, roupas, adereços etc.), podendo parte permanecer com algum membro do grupo comoherança, 5) despacho dos objetos sagrados "desfeitos" juntamente com as oferendas e objetos usadosno decorrer da cerimônia, como os instrumentos musicais próprios para a ocasião, esteiras etc.Quando, no final, o despacho é levado para longe do terreiro, tudo juntado num grande balaio, nenhumobjeto religioso de propriedade do morto resta no templo. Ele não faz mais parte daquela casa e sófuturamente poderá ser incorporado ao patrimônio dos ancestrais ilustres, se for o caso, podendoentão ser assentado e cultuado. Por ora, o egum está livre para partir. Igualmente, o orixá ou orixáspessoais do falecido já não dispõem de assentos (ibá-orixá) no terreiro, tendo portanto seus vínculodesfeitos. O ori, que pereceu junto com seu dono, também não mais existe fixado num ibá-ori(assentamento). Se algum objeto ou assento foi dado a alguém, ele tem novo dono, para quem étransferida a responsabilidade do zelo religioso. Nada mais é do morto. Nada mais há que o prenda aoterreiro.Durante o axexê, acredita-se que o morto pode expressar suas últimas vontades e para isso osacerdote que preside o ritual faz uso constante do jogo de búzios. Assim, antes de cada um dosobjetos religiosos que lhe pertenceram em vida ser desfeito, rasgado ou quebrado, o oficiante perguntano jogo se tal peça deve ficar para alguém de seu círculo íntimo. Não é de bom-tom, contudo, deixarde despachar pelo menos grande parte dos objetos. Quando se trata de fundador de terreiro ou outrapessoa de reconhecidos méritos sacerdotais, é costume deixar os assentos de seus orixás principaispara o terreiro, os quais passam a ser zelados por toda a comunidade. Não raro, assentos de orixás demãe e pais de grande prestígio costumam ser disputados por filhos com grande estardalhaço, havendomesmo relatos de roubos e até de disputas a faca e bala.O axexê é realizado no terreiro em dois espaços: num recinto reservado, preferencialmente umacabana especialmente construída com galhos e folhas, e no barracão. Na cabana, em que poucosentram, são colocados os objetos do morto, onde são desfeitos, aí se realizando os sacrifícios para os
  • 49. orixás e para o egum. No barracão são celebradas as danças, aí permanecendo os membros doterreiro, os parentes e amigos do finado.O morto é representado no barracão por uma cabaça vazia, que vai recebendo moedas depositadaspelos presentes, no momento em que cada um dança para o egum. Todos devem dançar para o egum,como homenagem pessoal. Apesar dos cânticos e danças, o clima da celebração é propositalmenteconstrito e triste. Os atabaques são substituídos por um pote de cerâmica, do qual se produz um somabafado com uso de leques de palha batidos na boca, e por duas grandes cabaças emborcadas emalquidares com água e tocadas com as varetas aguidavis. Os presentes usam tiras da folha dodendezeiro, mariô, atadas no pulso, como proteção contra eventual aproximação dos eguns. Todo essematerial, ao final, comporá o carrego do morto. No barracão também é servido o repasto preparadocom as carnes do sacrifício, reservando-se aos ancestrais, orixás e egum as partes que contêm axé.No quarto reservado, o morto é representado por recipientes de barro ou cerâmica virgens, os quaisfuturamente podem ser usados para assentar o espírito do falecido juntamente com os demaisantepassados ilustres daquela comunidade religiosa, ou despachados.Por influência do catolicismo, que costuma repetir a missa fúnebre em intervalos regulares, em muitosterreiros o rito do axexê é repetido depois de um mês, um ano e a cada sete anos, especialmentequando se trata do falecimento do babalorixá ou ialorixá. Mas a maioria dos iniciados, entretanto,acaba não recebendo sequer um dia de axexê. Isto ocorre por falta de interesse da família carnal domorto, muito freqüentemente não participante do candomblé, por dificuldades financeiras, já que é altoo custo da celebração, ou por incapacidade do pessoal do terreiro para oficiar a cerimônia. Na melhordas hipóteses, os otás, pedras sagradas dos assentamentos, são despachadas com um pouco decanjica, reaproveitando-se todos os demais objetos sagrados.Hoje, com a grande e rápida expansão do candomblé, o axexê parece estar em franca desvantagemcom relação às demais cerimônia. Sobretudo em São Paulo, onde o candomblé não completou sequercinqüenta anos, poucos terreiros dispõem de sacerdotes e sacerdotisas capazes de cantar e conduzir orito fúnebre, obrigando a comunidade, em caso de morte, a se valer dos serviços religiosos de pessoaestranha ao terreiro, que costuma cobrar e cobrar muito caro pelo serviço. Vários adeptos docandomblé, que se profissionalizam como sacerdotes remunerados, especializam-se em axexê. Sãoentão chamados para a cerimônia quando um terreiro necessita de seus préstimos. Isto,evidentemente, encarece muito a cerimônia, o que acaba por inviabilizá-la na maioria dos casos.Mesmo quando morre um sacerdote dirigente de terreiro, há grande dificuldade para a realização dosritos funerários, sobretudo naquelas situações em que a morte do chefe leva ao fechamento da casa,provocada tanto por disputas sucessórias, como por apropriação da herança material do terreiro pelafamília civil do falecido. Vale lembrar que se pode contar nos dedos os terreiros que, por todo o Brasil,sobreviveram a seus fundadores. Em geral, a família do finado não tem qualquer interesse em realizaro axexê e nem está disposta a gastar dinheiro com isso. Por outro lado, pouquíssimos pais e mães-de-santo, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, se dispõe a realizar qualquer tipo de cerimôniasem o pagamento por parte do interessado, mesmo quando o interessado é membro de seu próprioterreiro. Muitos pais e mães-de-santo mantêm terreiros especialmente como meio de vida, de modoque as regras do mercado suplantam em importância e sentido as motivações da vida comunitária.Ao que parece, o empenho das comunidades de culto na realização dos ritos funerários, na maioria doscasos, é muito reduzido quando comparado com o interesse, esforço e empenho despendidos nos atosde iniciação e feitura, como se, com a morte, pouca coisa mais importasse. Cria-se assim uma situaçãoem que a preocupação em completar o ciclo iniciático vai perdendo importância, alterando-seprofundamente, em termos litúrgicos e filosóficos, a concepção da morte e, por conseguinte, a própriaconcepção da vida. Os conceitos originais africanos de vida e morte vão se apagando e o candomblévai cada vez mais adotando idéias mais próximas do catolicismo, do kardecismo e da umbanda,criando-se, provavelmente, uma nova religião, que hoje já se esparrama pela cidades brasileiras apartir de São Paulo e Rio de Janeiro, e que muitos chamam, até pejorativamente, de umbandomblé,em que os eguns, que são na concepção iorubá ancestrais particulares de uma específica comunidade,vão perdendo suas características africanas para se transformar em entidades genéricas, não ligadas anenhuma comunidade de culto em particular, que baixam nos terreiros para "trabalhar", assumindo ajustificativa da caridade, ideal e prática cristã-kardecistas que aos poucos vão suplantando os modelosafricanos de ancestralidade e seus ideais de culto à origem e valorização das linhagens. Esta novamaneira de pensar a morte e vida por grande parte dos adeptos do candomblé, sobretudo os deadesão mais recente, constitui forte razão para a crescente perda de interesse na realização do axexêpara todos os iniciados. Com isso, certamente, ganham terreno as concepções e ideais da umbanda eperdem as do candomblé. Isto é o contrário do movimento de africanização(1) e já há muito se 1 Africanização é o processo de retomada das tradições religiosas africanas iniciado na década de 60 em terreiros de nação de origem iorubá ou nagô. Implica reaprendizado da língua iorubá, recuperação da mitologia e de rituais esquecidos e alterados
  • 50. constituiu num processo oposto, o da umbandização do candomblé. Sem axexê, a feitura de orixá nãofaz sentido, pelo menos nos termos das tradições africanas que deram origem à religião dos orixás noBrasil. O ciclo simplesmente não se fecha e a repetição mítica, tão fundamental no conceito de vidasegundo o pensamento africano, não pode se realizar. TAQUARAÇU; QUIXAMBEIRA; AMOREIRA;EGUN ALFACE; BAMBU; CARAMBOLA; JACA PRETOS VELHOSCalendário Festivo da Umbanda 13 de maio.As obrigações devem ser oferecidas nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer.Ervas ConsagradasOBS: Todos amacis( líquido sagrado preparado com folhas maceradas,que se deixarepousar. É destinado a banhar as cabeças dos iniciados.) deverão conter também ervas deOxalá (mais comum: Tapete de Oxalá (Boldo).Dias especiais também festivos.13 de junho – Santo Antônio de Pádua (Santo Antônio de Pemba).15 de novembro – Dia da Umbanda. na diáspora, inclusive os procedimentos oraculares, e abandono das práticas sincréticas católicas e do culto de entidades de origem não iorubá, como os caboclos (Prandi, 1991; 1996). Mãe Stella Odé Kaiodé, ialorixá do Axé Opô Afonjá, de Salvador, Bahia, tem sido uma das lideranças mais expressivas, em âmbito local e nacional, na luta contra o sincretismo católico, tendo o terreiro que governa há muito abandonado, ao menos formalmente, as práticas católicas que usualmente estão mescladas com o pensamento e o ritual do candomblé.
  • 51. EXÚ – “ELEGBARÁ” Elegbará é o senhor do poder, ele o representa e o controla. Apalavra Exu em Yorubá quer dizer esfera. Elegbará tem o poder de se deslocar para todos os lugares e usam transportes (carros, barcos,etc...). Não vive somente nas encruzilhadas nas madrugas fazendo emboscadas. É verdade que gostade lugares escuros e suspeitos, porém se afina facilmente a qualquer local. Elegbará tem o poder de fazer o bem e o mal. No candomblé se usam denominações diferentes para distinguir Exu Bará dos demais Exus.Emprega-se o termo Iku-egun que significa entidades que tiveram vida terrena e que cumprem missãona Terra (exus, caboclos e pretos velhos de Umbanda). Os Exus Ikú-eguns são aqueles eguns desencarnados que tiveram pouca iluminação espiritual evivem à serviço de outros Exus, os quais trataremos mais tarde. É de extrema importância que não se faça confusão com BABA_EGUN, que são ancestraismortos, com desenvolvimento espiritual mais elevado e que atingiram a categoria de Babá. Os Exus Ikú-eguns usam o tridente de ferro como símbolo, cujo significado é o seguinte: oprimeiro dente representa a força positiva, o do meio a força neutra, e o último a força negativa. O elegbará que trataremos nesse capítulo não é este que usa tridente, o Exu em questão usauma ferramenta original feita de bronze ou ferro. É constituída de sete ferros voltados para cima, quesimbolizam os sete caminhos do homem. Esse tipo de entidade recebe o nome de Exu Bará. A palavrasignifica: OBÁ: REI; ARÁ: CORPO – “aquele que habita o corpo do homem”. De modo geral, Exú Bará é o nome dado ao Exu ligado ao destino individual e princípio dinâmicode todas as coisas. O Exú Bará traz no dorso um bastão de madeira com uma cabeça humana esculpida,terminando com um gorro curvo para traz, enfeitados com as contas e búzios. Este bastão recebe onome de ògó-elegbará. Saudação: “Laroiê Exú, Exú, |Exú Mojubá!” A seguir apresentamos uma relação dos Ikú-eguns com os Orixás correspondentes:OGUN: Tiriri, veludo, Tranca-Rua.OXOSSI: Exú Veludo, Viramundo, Tranca Rua.OSSANHE: Exú da Mata, Exú Barabô Toquinho.OMOLÚ: Exú Caveira, Exú Sete Capas, Catacumba, Tata Caveira, Brasa, Maré, Carangola, Pagão, Meia-Noite.XANGÔ: Marabô e Barabô.OYÁ: Exú Ventania, Pombogira do Sumiço, Figueira e Mulando.IEMONJÁ: Exú do Lodo, Pombogira do Lodo, Pombogira Menina.OXUN: Exú Cheiroso, Brasa, Veludo, Padilhas e Pombas Giras Meninas.OXUMARÊ: Rainha do Inferno, Figueira, Sete Saias.NANÃ: Exú do Lodo, Pombogira do Lodo, Pombogira Menina.
  • 52. OXALÁ: Exú Lúcifer, Sete Encruzilhadas, Veludo, Camisa Preta.Exu é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o principio do movimento. Umavez acionado é preciso controla-lo, como se sabe com respeito a qualquer movimento. Como a fome éum dos motivos que levam o homem a se mover em direção a um objetivo, Exu come demais. E porcomerem as plantações, é que as formigas sao tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueirostambém. Ele é compreendido na África como um deus do movimento (nada a ver com o diabo cristão,embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que é "quente".Exu mora nas encruzilhadas (a idéia é "o que é mas não é", sempre. Uma encruzilhada a princípio nãoé caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?) Os pés de qualquer animal também sao de Exu,segundo os africanos. E Exu é controvertido, porque tem um gênio travesso (Em Cuba, por causa dissoele é o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem. Não tem noção de bem e de mal e se movimentaapontando o pênis pro lugar onde quer ir. Não existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exunão possa ir. Existe um oriki (verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinhocom pedra que atirou hoje para o amanha."Exu também é associado à sexualidade, a segunda fome humana. O dia da semana: segunda-feira (oprimeiro dia na semana ioruba , que tem 4 dias, também).Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos também. Um deles, de que eu gosto muitoconta que "Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação e irmão de Ogum,Xangô e Oxóssi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos animais da aldeia em que vivia. Depoisdisso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até chegar ao mar. Orunmilá previu entãoque Exu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo acomer o céu. Ordenou então a Ogum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto,Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas mesmodepois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu ressecado e semvida, doente, morrendo. Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que oespírito de Exu sentia fome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povoscomo vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então que em toda equalquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem aExu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito eassim possibilitasse a concórdia".Cor: preto e azul escuro entre os iorubas, preto e vermelho entre os angolas (A cor preta se relacionaao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento já precisa ter sido acionado, ou sejaExu deve ser antes do movimento da luz)Elemento: fogo e ar.Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendurados simbolizando o sêmen)Numero 1Comida: farofaSaudação: Laroiê, Exu!EXU ( "esfera" )A palavra EXU em iorubá significa "ESFERA", aquilo que é infinito, que não tem começo nem fim. Exuserve como intermediário entre os Orixás e nós, homens. É a força da criação, é o princípio de tudo,o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, (o que não quer dizer coisa ruim). Exu é a célula dacriação da vida, aquele que gera o infinito, infinitas vezes. É o primeiro passo em tudo. Está presente,mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo quetem vida. Principalmente dos seres humanos, que carregam em seu plexo este elemento dinâmicodenominado Exu. No candomblé é chamado Bára, ou seja, "no corpo", preso a ele. É a abertura detodos os caminhos e a saída de todos os problemas. Aquele que ludibria, engana, confunde; mas,também ajuda, dá caminhos, soluciona.Seu símbolo não é o tridente associado ao diabo, mas sete ferros voltados para cima representando ossete caminhos do homem, os sete chacras (pontos de captação, distribuição e armazenamento deenergia), as sete cores, as sete auras.É o mais humano dos orixás, sendo uma divindade de fácil relacionamento. Sua função de contatoentre o homem e os demais orixás faz com que supere o real, e atinja o mágico. São os orixásque respondem no jogo de búzios, mas é Exu que traduz a resposta. Não é dele a responsabilidade de decidir o que é certo ou errado; apenas realiza a tarefa para aqual foi invocado. Teria mesmo papel que o deus Mercúrio na mitologia grega.
  • 53. O mensageiro dos deuses. É o elemento de ligação entre este mundo e o outro. É difícil de ser definidode maneira coerente, gosta de gerar disputas e provoca acidentes. É vaidoso, grosseiro, indecente, apresença de Exu está no membro ereto do macho, na penetração da fêmea, na ejaculação, na primeiracélula que está em formação, na paixão, no desprezo, no engano, na dor. Exú trabalha mediantedinheiro, bebida ou sacrifício animal. Mas, cuidado: é bom cumprir com suas obrigações, pois ele punequem não cumpre a palavra, é um servo, porém enérgico e sensual ao extremo, atua como segurançade seus devotos, sua especialidade é quebrar normas e regras. Ele é amado e odiado em igualproporção e seus raros “filhos” costumam ser provocadores, abusados, astutos, ágeis física ementalmente.Seu comportamento humano é erroneamente ligado ao diabo, no sincretismo. Contudo, isso é umainverdade. É um orixá que vive e transita entre todas as dimensões, muito vivido e, por vezes, amargoe explosivo. Ele é o resultado da integração água e terra, masculino e feminino, sendo o terceiroelemento. Cultuado entre os Orixás, apenas por seu intermediário é possível adorar as Yabás-Mi (asfeiticeiras). Traçar e abrir caminhos é uma das suas principais atividades, pois ele circula livrementeentre todos os elementos do sistema. É o princípio da comunicação. Está fortemente representado noO-POM-de-IFÁ (tábua adivinhatória de Ifá – Deus da Adivinhação) pelos triângulos e losângulos. Osistema oracular funciona graças a ele. Está profundamente associado ao segredo da transformação demateriais em indivíduos. É o princípio dinâmico da expansão (evolução), agente de ligação, princípio donascimento de seres humanos, princípio da reparação (causa/efeito). Porém, Exú possui o lado bom e,se ele é tratado com consideração, reage mostrando-se servisal e prestativo. Se, ao contrário,esquecerem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas, podem esperar catástrofes. Desta forma, revela-seo mais humano dos Orixás, nem completamente mau, nem completamente bom.Historicamente, porter o poder de estar em vários lugares ao mesmo tempo, diz-se que Exú tem o dom da “UBIQUIDADE”.Ele controla o equilíbrio entre ÒRUN (céu) e ÀIYÉ (terra). Como Orixá, diz-se que ele veio ao mundocom um porrete, chamado OGÒ, que teria a propriedade de transportá-lo, em algumas horas, acentenas de quilômetros e atrair, por um poder magnéticos, objetos situados a distâncias grandes. EXÚé o guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas e serve de intermediário entre os homens e osdeuses. Cada ORIXÁ possui o seu EXÚ no jogo de IFÁ (uma prática comum, que se utiliza de 16búzios) é ele o portador da resposta. Chamam-no também de Legba ou Elegba. EXÚ é o primeiro quese serve e cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos, todos os orixás necessitam de suasforças, pois ele está ligado à evolução e ao destino de cada um.Cada ser humano possui o seu EXÚBARA, que é assentado, não vira na cabeça de ninguém. Este Exú nasce e morre com a pessoa.Oprincipal Exú do LÉSÉ-ÉGÚN é o MONÃMONÃ, seu culto só acontece quando trovões e relâmpagoscortam os céus. Seu assentamento fica numa cabana de sapê, aberta, ficando a mostra. Na Áfricaexistem iniciados no Culto Afro-Brasileiro, são pouquíssimas as pessoas “feitas de Exu”. Não se podeir a um Orixá sem antes tratar de Exú. Embora seus toques sejam rápidos (ex. Bravum Adarrum), eledança com satisfação qualquer toque aos Orixás quando ordenado. Exceto para Oxalufã, com o qual elebrigou por desejar seu trono.Ele tem o título de ASIWAJU, quer dizer: aquele que vai na frente dotodos e o primeiro a ser serrvido.Exú é o detentor de axé e quem, junto com Olodumaré, criou ouniverso, ambos têm o mesmo poder.Num terreiro (egbé) temos o Exú da porteira (guardião), fica na entrada do terreno, faz a revista naspessoas que entram e saem, e seguem as ordens do Exú, dono do local. Algumas casas tem, em volta,sete ou quatorze, assentos de Exú, abaixo do nível da terra, e todas as vezes que há alguma festa naroça, esses exus comem.QUALIDADESYANGI: É o mais velho, a primeira forma a surgir no mundo. É o dono do poder dinâmico do processoda multiplicação dos seres. Está ligado tanto ao ancestral masculino como ao feminino. Carrega oADOIYRAN, cabaça que contém a força de se propagar. Esta cabaça vai no assentamento. Écompanheiro, inseparável, de OGUN, a ponto de serem confundidos. Rei dos Exú. Veste o branco,vermelho e o azul escuro. Come bichos machos e fêmeas.AGBO: De OmulúAKESAN: É relacionado ao jogo de BúziosLALU: É jovem, está ligado a Oxossi, Logunedé e vem dos caminhos de Oxalá. Não deve bebercachaça nem dendê. Veste-se de branco. Vem, também, para outros Orixás. Tem muitos filhos.
  • 54. GERI: Ligado a Oxun IapondáGIBIRIN: Ligado a Oxaguiã e OssayinTIRIRI: É de grande valor e mérito, está associado a Ogun e Oxossi. Usa vermelho ou todas ascores. Sempre nas porteiras e caminhos, tem grande força.SIGIDI: Só serve a homens. Provocador de brigas.ALAKEFO: Associado a NanãBARAKESAN: Ligado a OyáIGBARABO: Junto a Xangô, Yemanjá e OgunYNÁ: É invocado no início do PADÊ. É associado ao fogo e representa a força. É simbolizado pelo EGAN(gorrinho em forma de cone), pelo pássaro e pelo IKOODÍDE, pena vermelha do papagaio ODÍDE. Usavermelho.BARA IFÁ: Destinado ao Jogo de BúziosALAKETU: É o Exú do dinheiro, veste branco, vermelho e azul escuro. Causador de acidentes.ABENEKWA: Ligado a Oxun AjaguráELERU: É o senhor das oferendas, o portador e o mensageiro. É sempre o primeiro a ser invocado.Veste o preto e o vermelho. É o dono do dendê. É ele que carrega o dendê na peneira.YGELU: Associado ao WÁJÌ, que representa o fruto da terra e por extensão o mistério do processooculto da vida e da multiplicação. Dele é o caracol africano. Veste o azul arroxeado. Às vezes aparecevestido de preto.ODARA: É invocado no padê. Providencia a comida e a bebida de todos. É benéfico, não gosta debebida alcoólica, aprecia mel e vinho, gosta de branco, mas usa vermelho e preto. Ele nos dá afortuna.LONA: É o Exú das porteiras dos barracões, vigia os caminhos. Traz os clientes e a fartura. Usavermelho, preto e azul arroxeado.OLOBÉ: Este Exu é o dono da faca. É ele que separa as frações de substâncias para formar outrosseres diferentes. É muito semelhante ao OGUN XOROQUE, anda pelas madrugadas, sempre procurandoos profanadores de oferendas postas nas encruzilhadas. Sua cor é azul arroxeado. Ele é o AXOGUN esacerdote, sacrificador da sociedade das ÌYÁMI ÀJÉ.ENÚGBANIJO: É o dono da boca, aquele que fala e traz as respostas.LARÓYÈ: É astuto e provoca brigasCOR: preto, vermelho, branco, azul-marinho e cinzaCOMIDA: • Acaçá branco/vermelho • Aberén • Obi vermelho • Orogbo • Epo pua • Farofas de: o dendê – agilizar o Waji – dinamizar o Gema de ovo – prosperidade o Clara de ovo – despachar a rua • Mel de abelhas
  • 55. • Carne frigida no epo pupa ou crua ou carne seca • Banana cozida • Banana da terra no epo pupa • Atare • orogboDIA DA SEMANA: segunda-feiraDATA: não existe especificamente, pois todos os dias são de Exú.FRUTAS: limão, banana, cana-de-açúcarFOLHAS: • Folha da costa • Bredo-sem-espinho • Alfavaquinha • Mal-me-quer-bravo • Tiririca • Folha de bobô • Cançanção-de-porco • Cançanção branco-de-leite • Picão da praia • Folha da fortuna • Urtiga • Tento de Exú • Arrebenta cavalo • Mamona • Mulungun • Vassourinha de N. Senhora • Folha de fogo • Coração de negro • Fruto da aroeira vermelha • Figueira brava • BredoBEBIDAS: Todas as bebidas fortesIIEKÉ: contas pretas e vermelhasMETAL: não tem, sua matéria é a terra, pois nasceu da terra em forma de pênis.PARTES DO CORPO: sensação de sede e de fome, cavidade do Ori (cabeça), cavidade do útero,atividade sexual (não da atividade procriadora, da fecundação, pois ele é o resultado, o descendente),placenta fecundada, os pés (bola dos pés), uma parte do fígado (a outra é de Oya).SÍMBOLOS: Ogo (bastão cheio de tranças de palha numa ponta com cabeças penduradas, nas quaisele traz suas bebidas. O Ogo é todo enfeitado de búzios).SACERDOTES: Lebasi – filhos de ExúObs: na Nigéria tem o nome de OluponáCARGOS: (femininos) DAGAN OTUN DAGAN OSI DAGANTOQUE: BravunSAUDAÇÃO:Larôye, Exú
  • 56. Koba Laroye Mojuba ExúKoko ro bi jô (EXU, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, ointérprete da linguagem dos mortais e dos ORIXÁS. É pois o encarregado de levar aos deuses da Áfricao chamado de seus filhos estrangeiros. E nestas notas introdutórias, ele e chamado a levar aos filhosestrangeiros amostragem das infinitas possibilidades deste rico Panteão, que se mantém vivo na África,no Brasil e em outros países do Novo Mundo). EXU - EXU é o preexistente à ordem do mundo. Como a própria vida, ele se transforma semparar, mas não uniformemente, porque EXU muda o jogo a seu bel prazer - é um "tríckster". Éastucioso, vaidoso, inteligente e ambíguo, a tal ponto que os primeiros missionários assustadoscompararam-no ao diabo, dele fazendo símbolo de tudo que é maldade. Mas EXU, por ser o própriodinamismo, é quem faz, com seus paradoxos, as coisas manterem-se vivas. É ele que propicia estar oAXE sempre circulando e, ao ser tratado com consideração (oferendas) reage favoravelmente,mostrando-se serviçal e prestativo. EXU revela se o mais humano dos ORIXÁS, nem completamentemau, nem completamente bom. Por estar relacionado com os ancestrais, ele é o guardião dos templos,das casas, das cidades e das pessoas. Cada pessoa tem o seu BARA - até cada ORIXÁ tem seu EXU.Ele está em tudo e com tudo, pois é o intermediário eterno entre os homens e os deuses. É por issoque em todas as cerimônias do CANDOMBLÉ sua oferenda é a primeira e chama-se PADÉ - quesignifica reunião. No PADÉ, EXU é chamado, saudado, cumprimentado e enviado ao além, com duplaintenção: convocar os outros ORIXÁS para a festa e ao mesmo tempo afasta-lo, para que não perturbea boa ordem da cerimônia, com seus golpes de "tríckster". Como transportador das oferendas, ele éOXETUÁ, filho de OXUM com os dezesseis ODU do oráculo (Jogo de búzios) (CAURI) Este aspectobenfazejo de EXU outorga-lhe o poder de restituir a fecundidade ao mundo. Como senhor do poder datransformação, ele é EXU ELEGBARA, que foi cortado em pedaços e em seguida se regenerou e, aofazê-lo, reuniu simbolicamente o Universo inteiro. EXU mantém o equilíbrio das trocas, provoca o conflito para promover a síntese. Tudo que seune, multiplica-se, separa-se, transforma-se - tudo é EXU, personificação do principio datransformação. Seu dia é segunda-feira. Ele está associado ao nascente e ao futuro e sua cor é o azulescuro arroxeado, cor do mistério da procriação. Seu animal e o cão; o cacto e o mandacaru são suasplantas. Rege o sexo e usa um chapéu que se assemelha ao falo: não há sexualidade sem EXU. OKOTÓ é o caracol, símbolo de EXU, e representa a espiral da evolução. Quando se manifesta, ésaudado por um de seus nomes (LAROYE). Veste-se de branco, azul e vermelho, leva na mão umtridente ou um ferro de sete pontas ou ainda uma lança. O tipo psicológico do filho de EXU tem as seguintes características: é robusto, ágil, dinâmico,incansável, transborda vitalidade. Ë grande amigo dos prazeres da vida, guloso, está sempre com fomee bebe bastante. E por isso que ninguém do CANDOMBLË deve beber nada sem antes jogar no chão daporta da rua, bebida para EXU. Alegre, brincalhão, gosta de pregar peças, esconder objetos, contarmentiras, ensinar o caminho errado. Adora chocar, dizer palavrões. E desordeiro e adora tumultuarfestas e reuniões. Quando lhe convém, pode ser extremamente trabalhador, eficiente, incansável eobstinado – tendo em vista sempre o que com isso irá ganhar. Mas é totalmente imprevisível, podendodeixar o trabalho em que se empenha apenas por capricho. Não é, entretanto, Insensível. É prestativoe não recusa sua ajuda aos amigos. É chamado sempre para resolver problemas financeiros, brigas,encrencas amorosas, as quais com habilidade e bom humor consegue dar uma solução feliz. Mas aprincipal característica dos filhos de EXU e a exacerbação da sexualidade; suas vidas são regidas porintensa atividade sexual, e fidelidade sexual e algo impossível de obter-se dos filhos de EXU.Exu para uns, é um Orixá como todos outros, mas que raramente se tem notícia de alguém que sejaseu filho, na maioria das vezes as pessoas desse Orixá na hora da feitura são consagradas a Ogun.Segundo a maioria dos pesquisadores, na África as pessoas consagradas a Exu são orgulhosas disso,mas no Brasil em virtude do sincretismo que fizeram de Exu com o Diabo, o mesmo não acontece aspessoas de Exu preferem ser de Ogun, para não serem discriminadas.Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixás.Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal entendidos e discussões entre as pessoas oupara preparar-lhe armadilhas. Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo, carregar,numa peneira, o óleo que comprou no mercado, sem que este óleo se derrame desse estranhorecipiente! Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje!" Èsù é o princípio reparador do Sistema Nàgô. É o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetorgeral, segundo Idowu (1962); "oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969:393) que diz: "a
  • 57. ação de Èsù é a de... punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer osacrifício prescrito".Èsù Yangí, segundo a história Atòrun dòrun Èsù, delega a dívida: o que foi introjetado por ele serárestituído através dos ebós efetuados por todos os elementos procriados. A restituição é deslocada, étransferida a um outro objeto ou a um outro ser com o qual o ofertante se identifica. Esse mecanismo,que consiste em transferir a um outro a restituição do àse absorvido, é fundamental para acompreensão dos rituais de oferenda e da dinâmica do sistema. A restituição transferida - a oferenda -é que permite manter a integridade de cada indivíduo; controlada por Èsù Elebo, ela permite ao Èsùacompanhante exercer sua função de princípio dinâmico, desenvolver e expandir a existência decada indivíduo".Assim, com o devido respeito, começamos por saudar ao Imole Eshu :Mo ju iba, Esu Oba Baba awon Esu ! Iba se, o !Saudações, Eshu Senhor e Pai de todos os Eshus !Que esta homenagem se cumpra!E pedimos-lhe Ago / licença para citar o seu Orisirisi / Contos Imemoriais onde se fala de seusdezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje emdia até pelos seus Elesu / Sacerdote de Eshu!Eis aqui seus maiores dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foramligados aos 16 Odu / Fundamentos de Tradição dos Itan Ifa / Contos de Ifá de Ile Ife / a Cidade Santade Ifé :Esu Yangi - o Senhor da Laterita VermelhaEsu Agba - o Senhor AncestralEsu Igba Keta - o Senhor da Terceira CabaçaEsu Okoto - o Senhor do CaracolEsu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os EshusEsu Odara - o Senhor da FelicidadeEsu Osije - o Mensageiro DivinoEsu Eleru - o Senhor da Obrigação RitualEsu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca ColetivaEsu Elegbara - o Senhor do Poder MágicoEsu Bara - o Senhor do CorpoEsu LOnan - o Senhor dos CaminhosEsu OlObe - o Senhor da FacaEsu ElEbo - o Senhor das OferendasEsu Alafia - o Senhor da Satisfação PessoalEsu Oduso - o Vigia dos OdusARQUÉTIPOO arquétipo de Exu é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas com caráterambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para a maldade, o desatino, aobscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que têm a arte de inspirar confiança e dela abusar,mas que apresentam, em contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos prblemas dosoutros e a de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. Ascogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhes convêm particularmente e são, paraelas, garantias de sucesso na vida.ESSABAS DE EXÚFolha da Costa – Odun-dun Fruto da aroeira vermelhaBredo sem espinho - Teté Cansansão-de-porco – Kan-kanAroeira Cansanção branco de leite - Inã
  • 58. Folha de mangueira Palma do DiaboAçoita Cavalo Corredeira PretaDedo de Exú Corredeira BrancaFolha de Tento de Exú UrtigaFolha de Bobó – Kanan-kanan Alfavaquiva – Orim-rimTiririca - Labre Folha do FogoMal-me-quer-bravo - Pepé Coração de NegroCarrapicho de Agulha – Picão-da-praia - Aberê Figueira Brava ABRANDA FOGO; AMENDOEIRA; AMOREIRA; ANGELIM; AROEIRA; ARREBENTA CAVALO; ARRUDA MIÚDA; AZEVINHO; AVINAGUEIRA; BARBA DO DIABO; BARDANA; BELADONA; BRINCO DE PRINCESA; CACTUS ( TODOS ); CANA-DE-AÇÚCAR; CANA DE MACACO; CANJERANA; CANSAÇÃO; CATINGUEIRA; BELDROEGA; CAJUEIRO; CANJERANA; CARRAPICHO; COMIGO-NINGUÉM-PODE; CORREDEIRA; CRIZANTEMO; ERVA PREÁ; FIGUEIRA PRETA; FOLHA DA FORTUNA; FEDEGOSO; FOLHA DA COSTA; GARRA DO DIABO; TAJUJÁ; SEMPRE VIVA; TAMIARANGA; TAPIXIRICA; TAYUYA; TINHORÃO ROXO; TINTUREIRA; TIRIRICAÈSÙ (DANDÁ-DA-COSTA); URTIGA; JAMELÃO; IVITINGA; JUAZEIRO; JURUBEBA; LARANJEIRA DO MATO; MACONHA; MAMÃO BRAVO; MAMÃO; MANGUEIRA; MATA CABRAS; MANJERIOBA; MATA PASTO; MUSSAMBE; MARIA MOLE; ORA-PRO-NOBIS; PALMEIRA AFRICANA; PAU SANTO; PAU DALHO; PERPÉTUA; PICÃO DA PRAIA; PIMENTA DA COSTA; PIMENTA MALAGUETA; PINHÃO BRANCO; PINHÃO ROXO; MIXIRICA; QUIXAMBEIRA; XIQUEXIQUE; SÃO GONÇALINHO; ASSA- PEIXE; BABOSA; MENTA; PATCHOULI. A seguir coloca-se em ordem de preferência as comidas que Exú gosta:- PREÁ - Comidas secas- Peixe fresco ou defumado - Cabritos e porcos- Aves Qualidades de Exú Bará:- Exú Lona ou Inã - Exú Ajelu, Ijelu, Ajelu Lalu- Exú Odara - Exú Ifê-Milê- Exú Ojise-Ebo - Exú Barakesan
  • 59. - Exú Alekefó - Exú Soroxé- Exú Alaketu - Exú Elebó- Exú Mojubá - Exú Akueran- Exú Ajake-Osun - Exú Eleru- Exú Tiriri - Exú Yangui ou AgbáQUALIDADES DE EXÚS:1.Elegbára 9.Anan ou Inan 17.Akesan2.Alákétu 10.Bará 18.Baralajki3.Laalu 11.Jigidi 19.Betire4.Jelu 12.Mavambo 20.Lamu Bata5.Run danto 13.Embeberekete 21.Okanlelogun6.Tiriri 14.Sinza Muzila7.Lonan 15.Sandú8.Jele bara 16.Baragbo ASPECTOS: EXÚ LONÃ ou INÃ: É um dos primeiros a ser invocado nas cerimônias de Ipadê. É o protetordo Babalorixá do Egbé. Este Exú está ligado ao fogo. EXÚ ODARA: Invocado na cerimônia do Ipadê, afim de proporcionar bem estar, felicidade,satisfação e harmonia. EXÚ OJISE-EBO: É invocado antes de qualquer oferenda aos Orixás. Ele é responsável pelaentrega dos ebós. EXÚ IJELU: Ligado à multiplicação e crescimento dos seres diversos, regula a lactaçãomaterna, ou seja, toda a transformação dos seios durante a gravidez. Está associado também aopequeno caracol. EXÙ MILÉ: Está relacionado ao amor, ao lado emocional, ao afeto humano. Costuma protegeros filhos de Oxum, Nana e Yemonjá. EXÚ BARAKESAN: Supervisiona as trocas feitas pelo homem. EXÚ ALEKEFÓ: Está ligado aos meses do ano, regula os movimentos da Terra. EXÚ ALAKETU: Este está ligado à nação Ketu. EXÚ MOJUBÁ: Este Exú está envolvido às traições do homem. Moju: viver à noite; Ba: armar emboscada. EXÚ AJAKE-OSUN: Este Exú só faz o bem, se recusa a fazer o mal. Só gosta de ser tratado porhomem. EXÚ TIRIRI: “Ti” - com grande força, “Riri” - valor e mérito. Tiriri recebeu este nome por ter atingido um grau especial. EXÚ SOROKÊ: Trabalha com Ogun Sorokê. Sorokê quer dizer: grito forte, brado. EXÚ ELEBÓ: Carregador de Ebó. EXÚ AKUERAN: Está ligado à caça.
  • 60. EXÚ ELERU: Começa a ser assentado do lado de fora até chegar dentro do Egbé. EXÚ YANGUÍ ou AGBÁ: Exú pé-de-òkotó, Rei de todos os seus descendentes. Foi o primeironascido de sua linhagem, pai ancestral. Este Exú foi formado através da mistura de água e terra (lama), matéria prima que Ikú usoupara modelar o ser humano. É conhecido também como pedra vermelha de la territa ou como a proforma (primeira forma),ou seja, primeira matéria dotada de forma.LENDA DE EXÚ Elegbara foi procurar uma rainha desprezada, cujo marido a havia abandonado. Elegbara pediu à rainha apaixonada que trouxesse alguns fios de barba do Rei, dando à ela umafaca para executar sua ordem e prometendo que lhe faria um amuleto para trazer o marido de volta. Logo após, Elegbara foi à casa do filho da Rainha, aquele que herdaria o trono. Este príncipevivia fora do reino do pai. A tradição local impunha tal condição, por acreditarem que a cobiça pelopoder lhes subisse a cabeça e os jovens príncipes fossem levados a cometerem crimes contra o Rei. Elegbara disse ao príncipe que o Rei iria para ume batalha e desejava a presença do filho e seusguerreiros no castelo real à noite. Por último, Elegbara foi ao Rei e disse-lhe que a Rainha desprezada, tomada de ódio pela suaantipatia para com ela desejava mata-lo. Elegbara disse que o Rei deveria ter muito cuidado à noite. Ao anoitecer, o Rei foi para os seus aposentos como de costume. Mais tarde, chegou a Rainhaaproximando-se devagar com uma faca, pois tencionava cortar alguns fios da barba do Rei. O Reiavisado por Elegbara toma tal situação como uma tentativa de assassinato, desarmando a Rainha ecomeçando uma luta. O príncipe chega ao palácio e ouve gritos e barulhos vindos do quarto real. Ele e seusguerreiros invadem o quarto e presenciam o Rei e a Rainha lutarem e pensam que o Rei estavatentando matar a Rainha. Por sua vez, o Rei vendo o príncipe e os guerreiros invadindo seu quarto,julga como uma conspiração entre mãe e filho para tirar seu trono. Trava-se assim, uma batalha cruelentre pai, mãe e filho, o que levou a destruição de todo o reino.LENDA DE EXÚ Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um, um pedaço de terra, dividido por umacerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra para plantio.Exú interessadonas terras, fez a proposta de adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, masdeterminado a adquirir aqueles dois terrenos, procurou agir. Colocou na cerca um boné, de um ladobranco e do outro vermelho. Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o boné nacerca. Um deles viu o lado branco e o outro o lado vermelho. Em dado momento, um dos amigos perguntou: - O que este boné branco faz encima da cerca?O outro respondeu: -Branco? Mas o boné é vermelho! E começaram uma discussão incansável. Desencadeou-se uma luta corporal, e com as mesmas ferramentas de trabalho mataram-se. Exú que de longe assistiu à tudo, esperando o desfecho já imaginado por ele, aproximou-se eassumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário bem sagaz: - Que gente confusa que não consegue resolver problema tão simples!
  • 61. LENDA DE EXÚ Havia uma rivalidade entre Exú e Oxalá. Ambos discutiam sobre a sua supremacia, ou seja,quem detinha o poder, quem era o mais antigo, quem iria governar. Oxalá se sentindo insultado, durante uma disputa cheia de malícias, armadilhas e enigmas,apodera-se da cabaça que põe fim ao poder de Exú, transformando-o em mero servidor, aquele quetransporta e codifica as informações e mantêm a ligação entre Àiyé e Orun!LENDA DE EXÚ Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso,nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria eanimação a todos. Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticosestavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação. Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a pazvoltasse a reinar. Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. Ascerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores. Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, poiselas estavam muito sem vida. Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada,mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse. Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores eentoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens queexercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.OGUN É considerado o último filho de Oduduwá, criador dos seres. Ogun é o Deus da agricultura e doferro, é responsável por tudo que a humanidade desenvolve nesses setores. Este Orixá é muito poderoso, guerreiro invencível. Ogun não tem somente o lado guerreiro, étambém amigo e companheiro do homem. É líder junto com Exú, participando das mudanças sociaispolíticas e econômicas. Os filhos desse Orixá tem uma existência marcada pelo trabalho. Personalidade: Impetuoso; guerreiro; autoritário; até certo ponto oportunista; violento; nãoperdoa arrogantes; utilizam a franqueza para melindrar os outros. O seu lado positivo é a cautela;hospitalidade; ajuda todos sem distinção; não esmorecem facilmente; dão com generosidade e servemem especial aqueles de quem gostam. Ogun é filho de Oduduwá e Iemonjá.PAÓ: 7 batidas à direita, 7 batidas à esquerda, 1 à frente, 1 atrás e as três de reverência no adobale.DIA: Terça-feiraCOR: Azul-Marinho, verde e branco.ANIMAIS PARA SACRIFÍCIO: Galo, bode, em raros casos o boi e o cachorro.METAL: Ferro.
  • 62. SÍMBOLOS: Ferramentas, espada, lança, foice, faca, enxada, pá, alicate, etc...Suas roupas são cobertas de mariô.O orixá Ogun é um dos mais amados na cultura ioruba. Em primeiro lugar porque ele foi o primeiroferreiro. Como foi ele, também, quem descobriu a fundição e inventou todas as ferramentas queexistem. Portanto é o patrono da tecnologia e da própria cultura, pois sem as ferramentas nada maispoderia ser inventado até mesmo plantar em grandes extensões seria extremamente difícil. Tendoinventado as ferramentas, com a foice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o quedá a ele o poder de abri-los ou fecha-los. Com a faca ele fez o primeiro sacrifício ritual, por isso semprese louva Ogum durante estes sacrifícios e sua invenção da faca. Com o ancinho ele arou terras eplantou, com a tesoura cortou peles e inventou os abrigos. Com o machado cortou árvores paraconstruir abrigos, com o martelo pode unir com pregos que inventou, os troncos. Com a cunha podelevantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogum, com a espada que forjou, guerrear e conquistarterritórios para seu povo. Ele, no entanto, não quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder.Continuou lutando e inventando para sempre. Hoje em dia diz-se que os computadores sao de Ogun ede Ogun sao também todos os analistas de sistemas.Ogun só cometeu um erro nos mitos, quando seu pai mandou que fizesse uma tarefa e ele pelocaminho embebedou-se com vinho de palmeira e acabou não realizando o que devia. A partir daí nuncabebeu, mas diz-se que os filhos de Ogun adoram vinho branco e devem tomar muito cuidado combebidas.A guerra é de Ogun, cujo nome significa exatamente guerra. Como Ogun nunca se cansa de lutar,costuma-se chamar por sua ajuda em situações em que é extremamente difícil continuar lutando ouquando o inimigo é extremamente forte. Não se deve invocar Ogun a toa, pois seu gênio éextremamente violento e diz um oriki que ele mata o injusto e o justo, o ladrão e o dono da casaroubada (porque permitiu que acontecesse) portanto não se deve brincar com este orixá, que nãoperdoa.Ogun vive sozinho; é um solteirão convicto. Teve muitas mulheres mas não vive com nenhuma, e criouum filho adotivo abandonado nas mãos dele por Iansã, a deusa dos ventos e raios que por sua vez ohavia adotado de Oxum, a deusa do amor e da riqueza Um dos mitos sobre ele diz que Ogum, é filhode Iemanjá com Odudua. Desde criança já era destemido, impetuoso, arrojado e viril, tendo se tornadosempre mais e mais um brilhante guerreiro e conquistado, para seu pai, muitos reinos, não havendo,por esta razão, um só caminho que Ogum não tenha percorrido. Nos intervalos entre as guerras e asconquistas, Ogum criou os metais, a forja e as ferramentas que facilitaram a vida dos homens nomundo. Ele forjou a primeira faca, a primeira ponta de lança, a primeira espada, a primeira tesoura.Um irmão dedicado, diz o mito que Ogum tinha por Oxóssi uma afeição muito especial, defendendo-ovárias vezes de seus inimigos e passando mesmo a morar fora de casa com Oxóssi, quando este foiexpulso de casa por Iemanjá.Diz ainda o mito que foi Ogum quem ensinou Oxóssi a defender-se, a caçar e a abrir seus próprioscaminhos nas matas onde reina. Ogum teve muitas mulheres, a principal delas Iansã, guerreira comoele. Tendo sido roubada por Xangô, que é seu irmão por parte de mãe, Ogum passou a viver sozinho,para a guerra e a metalurgia.Dia: terça-feiraNúmero: 7Cor: azul cobalto (ou azul ferreiro, como chamam alguns) A cor exata é o azul da chama do fogo.Símbolo: espadaComida: feijoadaSaudação: Ogun Iê!OGUM (gum: "guerra")É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha,briga. Divindade masculina iorubana, o filho mais enérgico de Odùduà, tornou-se regente da cidadede Ifé quando seu pai ficou temporariamente cego. Em outras lendas filho de Iemanjá e irmão maisvelho de Exu e Oxóssi. Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro.É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal. Força da natureza que se fazpresente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre no nosso corpo éregido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava semcessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil eamável. É a vida em sua plenitude.Os lugares consagrados a Ogum ficam ao ar livre, na entrada das casas e terreiros. Geralmentesão pedras em forma de bigorna junto às árvores. Ogum é representado também por franjas de
  • 63. palmeira ou dendezeiro desfiadas chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas,representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.O culto a Ogum é bastante difundido tanto no Brasil quanto na Nigéria. Sem sua permissão eproteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada.Deve ser invocado logo após Exu ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. Como naÁfrica, ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. A importânciade Ogum vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos deuses iorubás e, também, em virtude desua ligação com os metais e aqueles que os utilizam. Orixá yorubá, considerado rei de ifé, na Nigéria.É general de oduduwá, preside as guerras e as lutas. Executa trabalhos manuais em ferro, madeira,etc. É o criador das armas e ferramentas.Ele geralmente é assentado pelo lado de fora, gosta de ficar rodeando de árvores, como YIOBÉ,peregun, sua árvore de maior fundamento, é YIZIEEOU, pé de jaca. Mulher não deve chegar perto.O deus guerreiro de personalidade instável, filho de Yemanjá com Oxalá. No amor este soldado ésensual e aconchegante. Na guerra, é furioso e vingativo. Experiente ferreiro, utiliza-se de seusconhecimentos para defender os filhos. Amante incontestável, não dispensa uma boa peleja. Todosaqueles que se utilizam do ferro para trabalhar, do metalúrgico ao cirurgião, passando pelo açougueiroe o agricultor, estão sob sua proteção. Seus filhos costumam adorar estar com os amigos,transformando a rotina do dia-a-dia. Parecem brisas de tão suaves, mas, ao menor sinal de conflito,explodem numa fúria devastadora. Sua franqueza é desconcertante e a curiosidade, idem. Abominam aderrota e o perdão, preferindo um grito de guerra vitorioso.Ogún caça e inventa armas. Deve-se ter sempre a seus pés uma cabaça virada, pois, se ele nãoencontrá-la, fica nervoso. O fogo e o sangue simbolizam a raiva e o desejo de guerrear. Ele teve váriasesposas: Oxún, Obá e Oya, a mais importante foi ELESY OXÚN ORIY, aquela que pintava sua cabeçacom pós brancos e vermelhos.Sua representação é feita por sete, quatorze ou vinte e uma ferramentas de ferro, como por exemplo:martelo, foice, ancinho, enxada, facão, etc.Os cultos de Exú e Ogún são muito parecidos.Ogún alimenta-se de feijoada, inhame, xinxim de galinha.Ogún recebeu vários nomes, pelas aldeias e cidades por onde passava, OGÚN BENIN, OGÚN DAYO,OGÚN FENÁN, OGÚN KAUANÁ; que não são qualidades e sim títulos.QUALIDADESOGÚN MENÉ – É um jovem guerreiro. Veste-se de verde, branco e amarelo. Come com Oxalá e temgrande fundamento com Yemanjá.OGÚN MEJE: Seria o mais velho, a raiz de todos. É um Ogún completo. Come nos cemitérios.Solteirão, ranzinza e muito sanguinário. Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.OGÚNJÁ: É o Orixá da casa de Oxalá, o grande guerreiro branco. Como todo Ogún, come inhame, temtemperamento rabugento e solitário. Em seus assentamentos leva Oxún e Wáji. Não se pronuncia seunome em vão e nem à noite. Veste branco e também, o verde, suas contas são verde-claro. Cobre-sede mariwo.OGÚN XOROQUE: É um Orixá de Jeje, um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu paie sua mãe. Conta à lenda que um vulcão entrou em erupção e XOROQUE pulou de dentro dele, emforma de fogo. É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por alipassam e profanam as oferendas ali colocadas. É o Orixá da vingança, pois, seu temperamento é muitoforte. Tem que ser feito no domínio do pai, VILA MAVUMBE, e ambos no domínio da mãe, APANDÁ.Faz-se o Exú, escravizado por Ogún, tendo que assentar Oxún. Não pode ser feito dentro do barracão.Tudo é duplo, até o QUELÊ. São dois assentamentos, um de Exú, sem massa e outro de Ogún, commassa, sobre o Exú. Dança-se para Exú, Ogún e Oxún.OGÚN WARI: Feiticeiro, fica ao lado do Igbalé, o seu assentamento. É velho, agitado, violento,implacável. Sua bebida é a cachaça. Come carne crua. No seu assentamento tem duas tíbias, 1 crânioe terra de cemitério. O assentamento é na mata e fica em lugar alto.OGÚN ELEBEDÉ: Assentamento todo em ferro (mini oficina de ferreiro). Este Ogún é o marido deYemanjá Ogúnitá e o pai de Akeko. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se deazul arroxeado e o vermelho. Contas iguais à roupa. Come com Exú e Yemanjá.OGÚN AKORO: Irmão de Oxossi e ligado à floresta. É invocado no Padê. É filho de Yemanjá Ogúnté,jovem, dinâmico, empreendedor, protetor, seguro, amigo fiel e ligado ao mau. Seu assentamento levavárias folhas.OGÚN AJAKÁ: Irmão mais velho de Xangô, conquistou a cidade de Oyó e deu para seu irmãogovernar. Teria sido o primeiro rei de Oyó. É agressivo, gosta de dar ordem e ser obedecido. Guerreirosanguinário, come carne crua. Usa as cores vermelho, azul e amarelo.OGÚN ONIRE: Primeiro filho de Odùdùa. Usa contas verdes e veste-se de verde, Guerreiro impulsivo,
  • 64. violento, cortador de cabeça sanguinário, ligado a morte e aos antepassados. Muito impaciente, nãopensa antes de agir, mas acalma-se rápido.OGÚN IGBAGBO: Outro nome de Ogún Olode. É caçador e não come animais caseiros. Amigo econhecedor dos caminhos como Oxóssi. semelhante a Oxóssi. Come, em seus assentamentos, caça.Leva um Adematá e só come nos caminhos da mata.OGÚN POPO: assentado ao lado de OxaláAJÒ: Fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de Exú,ronda as encruzilhadas, comendo com Exú nas estradas. veste-se e tem contas azul arroxeado.ONIJÉ: É o Orixá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Orixá emseus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com Oya Ygbalé.IKOLÁ: É um Ogún solitário que tem ligações com Xoroque e Oxalá. Come Ìgbín e veste-se de verdeescuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de chifres grandes.ELEMONÁ: Mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, amão ser a sua própria família. Tem fundamento com Obaluaê e Exú.CORES: azul marinho, verde garrafa (Ijesá), amarelo ouro.COMIDA: feijoada e inhame.DIA DA SEMANA: terça-feiraDATA: 13 de junhoFRUTAS: manga, cajá, obi, orogbo, coco.FOLHAS:Papo de Peru (Jokomije)Mutamba (Aféré)EucaliptoMariwo (Mariwo)Peregum (Piperegun)UmbaúbaEspada de Ogún (Ewe idà òrisá)Rama de leite (Obó)ComboatáIroko (Iroko)Erva Tostão (Ereje)Chapéu de couroMal-me-quer-bravo (Banjòkò)Folha de bicho (Étípónlà)Capim limãoAkoko (Akoko)Língua de vaca (Enúm Malú)Cordão de fradeCanela de Macado (Teteregun)Capeba (Jàh)Folhas de manga espadaTaioba (Eke Apo)Alfavaquinha (Orirín)Pé de pintoParietária (Manón)Folha da Costa (Odundun)Vence demandaSão Gonçalinho (Alékèsì)Cipó chumbo (Alopepá)Abre caminhoErva PrataOmúm (Bredo)Dandá da costaBEBIDAS: água de coco, aluá, meu (vinho de palma).ILEKÉ: miçangas com segui (azulão), argolão de ferro.METAL: Ferro.PARTES DO CORPO: Mãos e couro cabeludo.SÍMBOLOS: espada, faca, maçã de ferro, facão.SACERDOTES: Ològún.CARGOS: Asògún (Sacrifica), Olobe (Senhor da Faca)Otun OsiObs.: O primeiro Asògún do terreiro tem que ser Omo Ògún.
  • 65. TOQUE: Bravun.SAUDAÇÃO: Ogún Ye (Salve Ogún)Patakori Ogún (É importante na cabeça)Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé. Era umtemível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele traziasempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueoue devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu própriofilho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Por razões queignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro eornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foiautorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje,sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba,pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares.Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Iféquando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949).Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informaçãopessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada,uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome esede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o haviasaudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausentedurante muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por eleconsiderado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder seconter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes devinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvoresonde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o quelhe valeu o nome de ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarouque já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terraadentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumaspalavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorrodaquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, se nãoencontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lançará.Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal:agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores. Desde o início doséculo, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens, os reparadores de velocípedes e demáquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis.Ogum é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún méjeje lóòde Iré, fraseque faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número 7 é, pois,associado a Ogum e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos deferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também deferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flexa e enxó, simbolos de suas atividades.ARQUÉTIPOO arquétipo de Ogum é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoarem asofensas de que foram vítimas. Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não sedesencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teriaabandonado o combate e perdido toda a esperança. Das que possuem humor mutável, passando defuriosos acessos de raiva ao mais tranquilo dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo daspessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa faltade discrição quando lhes prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e franqueza de suasintenções, tornam-se difíceis de serem odiadas.ESSABAS DE OGUN:Palmeira de dendê – Mariwô Peregun (piperegun) – piperégún nativoCanela de macaco - Teterégun Mutamba - AferêTaioba - Bala
  • 66. Rama-de-leite - Obô Folha-de-bicho - IbinErva-tostão, graminha - Eregê Erva-de-passarinho – AfomanAroeira Bredo – OmunEspada de São Jorge - Junçá Alfavaquinha – Orim-rimCapeba - Já Abre-caminho-de-OgunCipó-chumbo – Ano-peipa Aroeira brancaGuiné-pipiu CajaranaOsigbatá Folhas de manga espadaFolha da costa (saião) – Odún-dun Pau-ferroFolha-de-Ioko – Iróko CaiçaraMalmequer bravo – Pepé Cajá – JaminParietária – Monam Bredo sem espinhos - Teté ABRE CAMINHO; AGRIÃO; ALFAVAQUINHA; ALUMÃ; ARNICA; BELDROEGA; BREDO SEM ESPINHO; CAJAZEIRA; CAMBOATÁ; CANA DO BREJO; CANELA DE MACACO; CAPIM LIMÃO; CAPIXABA; CARQUEJA; CHAPÉU DE COURO; CIPÓ CHUMBO; CORDÃO DE FRADE; DANDÁ DA COSTA; ERVA DE PASSARINHO; CRISTA DE GALO; DRAGOEIRO; EUCALIPTO; ESPADA DE SÃO JORGE; GUARABU; GOIABEIRA;ÒGÚN HELICÔNIA; ÒGÙN; JABOTICABEIRA; JAMBO; GRUMIXAMEIRA; ERVA TOSTÃO; GUINÉ; JUCÁ; JATAI; JATOBÁ; LIMÃO BRAVO; LOSNA; LÍNGUA DE VACA; MUTAMBA; MALMEQUER; MANGUEIRA; PÉ DE PINTO; PAU ROSA; PIRI-PIRI; POINCÉTIA; PORANGABA; TANCHAGEM; SANGUE DE DRAGÃO; UMBAÚBA; VENCE DEMANDA; PEREGUN; MADEIRA DE LEI; AROEIRA BRANCA; CANJARANA; MANGA ESPADA; AROEIRA; LEVANTE; PAU FERRO; SÃO GONÇALINHO; CAIÇARA OGUMLocais de estradas de rodagem e ferromaior vibraçãodos orixásAs cores e Branca e Vermelha (Cravos brancos e vermelhos)flores que sãoregidas pelosorixás: Cerveja brancaAs bebidas quesão regidaspelos orixás: Manga EspadaFrutos e Frutas
  • 67. Inhame cozido na água, descascado e dividido ao meio, regado com melAlgumas das (Estrada de Rodagem). – Inhame assado na brasa, descascado dividido aocomidas mais meio, regado com dendê (Estrada de Ferro).comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas noRio de Janeiro: Espada de São Jorge, Aroeira, São Gançalinho.Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas magras, inquietas, musculosas, temperamentais,de: empreendedoras, batalhadores e conquistadoras,Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. A prata.CalendárioFestivo daUmbanda 23 de abril.QUALIDADES DE OGUN1. Onire 4. Omini 6. Eroto ndo2. Alagbede 5. Wari 7. Akoro Onigbe3. JáLENDA DE OGUN Ogun vivia em sua aldeia, quando foi requisitado para uma guerra, que não tinha data paraacabar. Antes de partir, ele exigiu que seus habitantes dedicassem um dia em sua homenagem,fazendo o sacrifício de jejuar e fazer silêncio absoluto, além de outras oferendas. Partiu, em sua longa jornada, para os campos de batalha, onde permaneceu sete anos. Noregresso à sua aldeia, caminhou durante muitos dias, sentindo muito cansaço. A fome e a sedetambém o atormentavam. Na primeira casa que encontrou pediu água e comida, mas ninguém oatendeu, permanecendo calados e de olhos fixos no chão.
  • 68. Resolveu, então, fazer outra tentativa na próxima casa, mas a cena foi a mesma, o que despertou suaira. Ele esbravejou com os moradores, exigindo que falassem com ele, mas ninguém o fez. Não se conformava com tamanha falta de respeito, depois de ter lutado tanto! Ogun esperava uma recepção calorosa em sua própria aldeia, mas, ao contrário, só encontrousilêncio. À medida que avançava pelo interior da cidade, a mesma coisa se repetia, casa após casa. Ogunnem imaginava o que estava acontecendo. Perguntava e não recebia resposta. Sua ira já estava incontrolável, quando chegou ao centro do povoado, onde haviam muitaspessoas. Estranhou o fato de ninguém estar conversando. Perguntou a eles onde estavam suasfamílias, mas não obteve resposta. Era uma afronta! Foi assim que, evocando todos os seus poderes, Ogun dizimou sua própria aldeia. Caçadores que passavam pela cidade, entre eles seu filho, o reconheceram e tentaramaproximar-se. Vendo que sua cólera era imensa, resolveram evocar Exú para acalmá-lo. A ira desse orixá finalmente foi aplacada. Seu filho, indignado ao ver tanta destruição, indagou omotivo que levou seu pai a cometer tal atrocidade. Ogun respondeu que aquelas pessoas lhe faltaramcom respeito quando não o reconheceram. Precisavam de um castigo. Foi, então, que seu filho fez-lhe lembrar da exigência que fizera antes de partir para a guerra. Ogun, tomado pelo remorso, devido à sua crueldade com pessoas que só estavam obedecendoordens, abriu o chão com sua espada enterrando-se de pé.OSSANHE ou OSSANHA: É a manifestação da conservação e da preservação. É o Orixá responsável pelas folhas, sendo cultuado nos candomblés com grande respeito, devidoà participação fundamental das ewés (folhas) em todos os axés, tais como: sacudimentos, banhos,inxés, etc... A força do culto está baseado na infusão das folhas.PERSONALIDADE: Livres, passionais, desconfiados, generosos, ciumentos, observam tudo ao seuredor, tem tendência ao isolamento e são caprichosos no que realizam.PAÓ: 3 batidas de palma, bem espaçadas, levantando-se de cada vez as mãos fechadas para diante epara cima, lentamente. Em seguida, 7 batidas lentas para frente e as 3 vezes de reverência, aindamais lentas, seguindo o adobale.SAUDAÇÃO: “ewé, ewé ossanhe!”.DIA: Quinta-feiraCOR: Todos os matizes de verde, e o branco.METAL: EstanhoANIMAIS: bode, galo e pombos.SÍMBOLO: Haste de ferro, tendo na extremidade superior um pássaro em ferro forjado. Esta mesmahaste é cercada por seis outras dirigidas para o alto em forma de leque.Ossain, é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das folhas edos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu do orum (o céuioruba). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos dasfolhas, o elemento mais importante, sem dúvida, no candomblé. Alguns mitos dizem que Ossainaprendeu os segredos das folhas com Aroni, uma espécie de gnomo africano, que tem uma perna só, ecom os pássaros, alguns deles a forma tomada pelas temíveis feiticeiras africanas (ajé) IyamiOshorongá, cujo nome não deve ser pronunciado para não atraí-las.Sentindo-se sozinho, enfeitiçou Oxóssi, a quem sempre encontrava nas matas, e o levou para osfundos destas onde lhe ensinou muitos segredos e pretendia mantê-lo, (alguns mitos dizem que comoamigo, outros dizem que como amante) o que Iemanjá e Ogum não permitiram, voltando Ossain à suasolidão.
  • 69. Segundo o mito, Xangô, o deus trovão, desejando obter os fundamentais poderes de Ossain, pediu àsua mulher, Iansã, a deusa dos ventos e das tempestades, que ventasse muito no lugar onde moravaOssain, para que as folhas sagradas que guardava em sua cabaça de segredos fossem espalhadas e elepudesse apanhá-las.Por seu amor a Xangô, Iansã assim fez. No entanto, quando vento espalhou as folhas todos os orixáscorreram para apanhá-las, sabendo de seus poderes.Ossain, ao ver o que acontecia pronunciou palavras mágicas que solicitavam que as folhas voltassemàs matas, sua casa e seu domínio. Todas as folhas voltaram, mas cada orixá ficou conhecendo o poderdaquelas que conseguiu apanhar. Só que elas não tinham o mesmo axé (poder, energia) que quandoestavam sob o domínio de Ossain. Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossain permitiu,então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico, de conhecimento e curaele liberaria quando lhe pedissem ao retirá-las de suas plantas. Em troca exigiu que jamais cortassemou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica.Toda a medicina ioruba se baseia, portanto, nos poderes de Ossain sobre as folhas-remédio e Obaluaiêo deus que rege as doenças graves. Ambos os orixás sao muito temidos e respeitados, porque tambémentre os iorubas, o mesmo princípio que cura, mata. Remédio e veneno sao questão de grau.Cor: verde escuro (cor do "sangue" das folhas)Dia da semana: quinta-feiraElemento: arSímbolo: um ramo de folhas com um pássaro pousado, indicando seus poderes de cura e de magia.Comida: milhoSaudação: Ewê! Aça!OSSAIN ("luz divina")O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do podercurativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas, ou seja, a força vital, imprescindível àrealização de qualquer ritual nos Cultos Africanos.Ossain é a mágica das folhas, tornando mágicas também a sua convivência com os seres humanos. É opai da fitoterapia; tem influência na homeopatia, aquele que gera a capacidade de cura pela ingestãoou aplicação de plantas medicinais; nos consultórios, nas cirurgias, na farmácia, nas pesquisasquímicas e científicas. Ele é o alquimista, o mágico, o senhor das poções mágicas e curativas, o bruxo,o médico dos orixás. Conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.Toda vez que queimamos uma floresta, desmatamos, cortamos árvores, ou simplesmente arrancamosfolhas desnecessariamente, estamos violando a natureza, ofendendo seriamente essa força natural quedenominamos Ossain.Assim, todo orixá que precisava de uma erva ou planta devia em primeiro lugar pedir aOssain, que cobrava por estes trabalhos, aceitando como pagamento mel, fumo, etc.… Atéque um dia Xangô passou a achar que todos os orixás deveriam ter o conhecimento daservas, e pediu a Oia-Iansã que convencesse Ossain a dividir com os demais os segredos e osmistérios das plantas. Oia-Iansã sacudiu sua saia provocando grande ventania, espalhandoas folhas para todos os orixás, para que cada um exercesse poder sobre uma delas. Em meioa ventania, Ossain repetia sem parar: Eu, eu assa!, que significa "Oh, folhas!". Embora cadaorixá tenha se apossado de um tipo de folha, com esta reza Ossain evitou que seu poderfosse distribuído com eles, pois só ele conhecia o axé de cada uma delas conservando sópara ele o poder sobre elas.OSSANYINNascido em Irawo, filho de Oxalá e Yemanjá, irmão de Ogún, Oxóssi e Xangô. Ossanyin é muito ligadoa Ogún e Oxossi, o mesmo não acontecendo com Xangô, como aparece em várias versões que eles seopõem.Ossanyin é o patrono das folhas e da vegetação. Cada folha tem uma finalidade própria dentro do Cultoaos Orixás e quando associadas tem poderes mágicos e medicinais: “KO SI ÈWÉ, KO SI ORÌSÁ” (Semfolhas não há Orixá).Sem Exú e Ossanyin não Candomblé.Num terreiro só pode haver um Omo Ossanyin (iniciado), embora possa, sem problemas, ter váriosabians, cujo Orixá principal seja Ossanyin.Ossanyin é acompanhado pelo seu principal Exu Sasaneji e o encantado Aroni, cujas características,tanto desse como daquele passamos a descrever:— Exu Sasaneji: Tem uma perna só e um olho é coberto com uma folha, no seu assentamento usa-se:
  • 70. ervas, frutas (colhidas no caminho) e raízes maceradas, vinho moscatel, azeite doce, mel.— Aroni: É um anão (duende), usa um gorro vermelho, enfeitado com búzios, um cachimbo de barro epula numa perna só. A base de seu assentamento é algodão. Suas bebidas preferidas são: aluá, águade coco com pitada de sal. Come galos brancos, mel, fumo de rolo (desfiado), etc. Para chamarmosAroni usamos fumo de rolo em cima de brasa e um ovo quebrado.Aroni é quem intui o Babalorixá a combinação das folhas.As folhas apanhadas no redemoinho são para Aroni.No Ilé Axé Opo Afon já Ossanyin é macho, já no Gantois é cultuado com fêmea e come cabra.Para colhermos folhas, na mata, despachamos o Exu de Ossanyin e o da mata.As folhas são colhidas com a mão direita e colocadas numa cabaça com acaçá dissolvido na água qualas perguntas são feitas a duas cabacinhas e suas vozes poderão ser ouvidas.As cabaças também acondicionam além de folhas, mel, fumo de rolo e cachaça, que é um elementoportador de muito Axé.A voz de Ossanyin é estranha, pois imita o grito de um pássaro — ATIORO.A colheita das flores, devem ser feitas com extremo cuidado, sempre em lugar selvagem, onde asplantas crescem livremente, deve-se estar em estado de pureza para esta colheita, abstendo-se derelações sexuais pelo menos três dias precedentes, indo a floresta durante a madrugada sem dirigir apalavra a ninguém. Tendo que deixar no chão uma oferenda a Ossanyin logo que se chegue ao local.Ossanyin usa uma cabaça chamada Igbá-Ossanyin. Fuma e bebe mel e pinga. Ele é feiticeiro, por isto érepresentado por um pássaro chamado Eleyê, que reside na sua cabaça.Ossanyin existe em todas as folhas, por isso quando queimam as matas ele fica revoltado com serhumano, que destrói a força da natureza, que é a cura de todas as doenças que existem e que vãoexistir.QUALIDADESIBENEJI: É o mais velho, usa mel e favos, etc.IKINISE: Usa cachimbo e facão niquelado ou de prata, na saída no barracão.Outras Qualidades:OYNGBO, ONIGBOGBO, ÈWE DUNDUN, ÈWE RINRIN, ÈWE ÀGBÉCOR: Verde/amarelo ou verde/branco para IbenejiCOMIDA:– Eko, espiralado, na folha da couve, banana, taioba ou mamona vermelha.– Amiyan – mingau de farinha de acaçá com canela ralada e 3 pitadas de sal.– Obi branco.– Orogbo.– Milho vermelho cozido com sal.– Feijão fradinho e preto torrado.– Mel puro.– Amendoim torrado sem casca.– Farofa de dendê com sal.DIA DA SEMANA: Quinta-feira.DATA: 5 de outubro.FRUTAS: Não cítricas.FOLHAS:Língua de galinhaFolha de dendezeiroMutambaCipó chumboCanela de macacoEspada de OgúnFolha de palmeiraPeregunRama de leiteErva tostãoPapinho de peruVassourinha de relógioParietáriaErva de passarinhoCajáBeldroega
  • 71. TaiobaAlfavaquinhaCana do BrejoBredo sem espinhoMal-me-quer-bravoFolha da costaBEBIDAS: Aluá, água de coco, gengibre, rapadura ralada e água de coco, cachaça de alambique, vinhotinto ou branco, melaço de cana.ILEKÉ: Verde rajado de amarelo.METAL: ferro, estanho, bronze.PARTE DO CORPO: O peito dos pés, parte da perna entre o tornozelo e o joelho.SÍMBOLO: Haste com folhas e um pássaro àtiórò.SACERDOTE: Olosaiyn.CARGOS: Sarapebe – homem que comunica o ocorrido de um egbe, relações públicas.Bàbálòrisá/Ìyálòrisá.Babalosaiyn.TOQUE: Ijexá.SAUDAÇÃO: Èwe Èwe AsáOssaniyn ou Ossain (como se escreve habitualmente) é o deus das ervas. Comanda as folhas, asmedicinais, as litúrgicas, é o mestre do mato. Sem ele nenhuma cerimônia é possível. Usa pilão, vesteverde, sua ferramenta tem sete pontas, uma das quais no centro com um pássaro no alto. Bode e galosão suas comidas prediletas; sua saudação: Ewê ô! muitas vêzes é representado com uma única perna.Trata-se de um dos Orixás mais importantes.OSSAIN, O SENHOR DAS FOLHASOssain recebera de Olodumaré o segredo das folhas.Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor.Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente.Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta.Eles dependiam de Ossain para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usoude um ardil para tentar usurpar a Ossain a propriedade das folhas.Falou dos planos à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos.Explicou-lhe que, em certos dias, Ossain pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suasfolhas mais poderosas."Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias", disse-lhe Xangô.Iansã aceitou a missão com muito gosto.O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudopor onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada.A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.Os orixás se apoderaram de todas.Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossain permaneceu senhor do segredo de suasvirtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.E, assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto.Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.ARQUÉTIPOO arquétipo de Ossain é das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos eemoções. Daquelas que não deixam suas simpatias e antipatias intervirem nas suas decisões ouinfluenciarem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. É o arquétipo dos indivíduos cujaextraordinária reserva de energia criadora e resistência passiva ajuda-os a atingir os objetivos quefixaram. Daqueles que não têm uma concepção estrita e um sentido convencional de moral e dajustiça. Enfim, daquelas pessoas cujos julgamentos sobre os homens e as coisas são menos fundadossobre as noções de bem e de mal do que sobre as de eficiência.ESSABAS DE OSSANHE:
  • 72. Todas as folhas, porém deve-se usa-las com cuidado pois cada uma tem uma finalidadeespecífica.São gonçalinho Papinho-de-peru – Tolu-toluGorobinha Folha de neve branca, cana-do-brejo – TimimLingua-de-galinha – Ganucô Vassourinha – Simim-simim QUEBRA-PEDRA; PATIÓBA; NARCISO; MAMONA; GUABIRA; FUMO; ESPINHO CHEIROSO; ERVA VINTÉM; DENDEZEIRO; CELIDÔNIA; CARRAPATEIRA; BUCHEIRA; BAUNILHA-DE-NICURI; ARIDAN; AMENDOEIRA; ALECRIM DO CAMPO; AKÓKÓ; ALFAVAQUINHA; MENDOIM; AROEIRA; BELDROEGA; CANELA DE MACACO; CIPÓ CHUMBO; ERVA DE PASSARINHO; ERVA TOSTÃO. FIXO;ÒSÁNYÌN JILÓ; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; LÍNGUA DE GALINHA; MALMEQUER; MAMONA VERMELHA; PITANGUEIRA; ALFAVAQUINHA; PEREGUN; JEQUIRITI; JURUBEBA; OBI; OGBO.LENDA DE OSSANHE: Ossanhe sempre viveu na floresta de onde aprendeu o segredo da força das folhas. Sendoconhecedor de tais poderes os Orixás sempre o procuravam. Xangô achava que o conhecimento de Ossanhe sobre as folhas deveria ser universal e não algosecreto, pois colocava Ossanhe como a grande sábia das florestas. Xangô pediu a Oyá que convencesse Ossanhe a lhe revelar tais mistérios. Ossanhe não sedeixou convencer. Oyá insultada, provocou uma ventania espalhando as folhas por diversos reinos.LENDA DE OSSAIN Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas eusá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturasmágicas com os vegetais, raízes e folhas. Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como oconhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seussegredos e não deixava ninguém apanhar folhas em suas florestas. Oyá (Yassan) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, enada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seusrespectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não seconformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foitão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossaingritava: "Minhas folhas, minhas folhas". A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo,possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim,os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiamdispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta. Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (dacor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar oscampos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar asplantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente. Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo. Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diantede um ser encantado e de grande conhecimento. Ao invés de castigá-lo, deu-lhe uma posição dedestaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar ossegredos das folhas.
  • 73. IBEJI:IBEJIOs Ibejis representam a solidariedade, a gemelaridade (qualidade das coisas gêmeas, compostas dedois inseparáveis, e assim do próprio processo de conhecimento humano, composto de paresinseparáveis de oposições). Representam ainda os irmãos, a infância, o inicio da vida, momento emque a dependência da solidariedade é maior.Um dos mitos diz que os orixás crianças, os gêmeos Ibejis, eram companheiros de brincadeira deLogun-Edé e de Ewá, sendo filhos de Iemanjá. Um dia, enquanto brincavam numa cachoeira, um delesacabou se afogando.O Ibeji que ficou, começou então a se tornar a cada dia menos forte, mais melancólico e sem interessepela vida.Foi então a Orunmilá e suplicou que este lhe trouxesse seu irmão de volta.Não podendo fazer tal coisa, Orunmilá transformou a ambos em imagens de madeira, e os deu depresente a Oxum, para q deles cuidasse e para que pudessem ficar juntos para sempre.Cor: Rosa e AzulNumero 2Comida: caruruDia da Semana: SábadoSaudação: Ere wa!IBEJI (ib: "nascer"; eji: "dois")Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e Congo. É o orixá Erê, ou seja, o orixá criança. É adivindade da brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância.Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé pois, assim como Exu, se não for bem cuidadopode atrapalhar os trabalhos com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dosmembros de uma Casa de Santo. É o orixá que rege a alegria, a inocência, a ingenuidade da criança.Sua determinação é tomar conta do bebê até a adolescência, independente do orixá que a criançacarrega.Ibeji é tudo de bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua alegria,sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes. Na natureza, a beleza do canto dospássaros, nas evoluções durante o vôo das aves, na beleza e perfume das flores. A criança que temosdentro de nós, as recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de umatravessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda desse orixá. Pois tudo aquilo de bom que nosaconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todasas felicidades e travessuras que todos nós, seres humanos, vivemos.A lenda, a história de Ibeji, acontece a cada momento feliz de uma criança. Ao menos para manter vivoeste importante orixá, procure dar felicidade a uma criança. Faça você mesmo o encantamento deIbeji. É fácil: faça gerar dentro de si a felicidade de estar vivendo. Transmita esta felicidade, contagie oseu próximo com ela. Encante Ibeji com a magia do sorriso, com o amor de uma criança. E seja Ibeji,feliz!YBEJIEm verdade os ybejis nada tem á ver com crianças, porque eles são a metamorfose do próprio orixácuja transformação e mutação se faz necessária a fim de reciclá-lo em adaptação a nossa vida terrena,em face de uma melhor identificação e comunicação entre eles orixás e nós humanos.Em verdade a dupla,representada pelos eres não são dois e sim três, porque quando se arruma ybeji,tudo que se faz para os dois, tem que ser fazer para o terceiro, este terceiro é que vai para rua segurartodas as demandas e feitiços que nem Exú desmancha (as vezes) porém os eres o fazem com acapacidade de maior acerto e resultados defensivos.Os seus assentos são representados com duas ou dois bonequinhos com enfeites, brinquedinhos,quartinhas pequeninas, idés, pedrinhas brilhosas, ouro, prata, cristal, bolas de gude etc.Sua criação: Galos ou galinhas garnizé, podendo dar somente galinhas ou frangos branco.
  • 74. NÃO SE FAZ YBEJIO que acontece é que existe cabeça deles, porém se faz Osún ou Oxalá preparando tudo para Ybeji,mas se trazendo esses orixás para comandar a cabeça.ARQUÈTIPOSão pessoas alegres e extrovertidas, e não têm muita responsabilidade com oscompromissos. Para eles á vida é um eterno brinquedo e eles não se ligam para o que osoutros pensam, eles fazem o que querem, a hora que desejam e fim.São criaturas dóceis e amigas e quase sempre não tem maldade em nada que fazem, vivemum mundo diferente dos demais, porque a ilusão e fantasia fazem parte constante do seu diadia.É tão bom ser assim não é? IBEIJADACalendárioFestivo da 27 deUmbanda setembroOXOSSI: Deus dos caçadores, irmão de Ogun, representando a fartura. Tornou-se um Orixá popular, poraventurar-se pelas matas para descobrir novos caminhos para acampamentos, o que deu origem avárias cidades. Apresenta esse Orixá também um lado alquímico, pois conta a lenda que Oxossi porviver grande parte do tempo na mata, aprendeu com Ossanhe, divindade das folhas, a utilidade e aaplicação de cada essaba.PERSONALIDADE: Audacioso, exibicionista, cheios de iniciativa, espertas, rápidas, estão semprealertas, hospitaleiros, generosos, temperamentais, orgulhosos, irrequietos, possuem senso coletivo,senso de responsabilidade e mudam de opinião facilmente. Cabe acrescentar ainda, que Oxossi está associado ao frio, à noite e a Lua. Relaciona-se com osanimais cujo grito imita a perfeição. Assim é Oxossi, valente e ágil.SÍMBOLOS: OFÁ: arco e flecha, capanga e aves.PAÓ: 3 batidas de palmas, bem espaçadas e levantando-se a cada vez, as mãos fechadas adiante epara cima, lentamente. Em seguida, 7 lentas na frente e as três de reverência, ainda mais lentas, emseguida do adobale.SAUDAÇÂO: “Okê Oxossi! Okê aro ode! Ode kokê maior!”.FILIAÇÂO: AparáokáDIA: Quinta-feiraMETAL: EstanhoOxóssi, é filho de Iemanjá com Orunmilá. É divinização da floresta, reinando sobre o verde sobre osanimais selvagens, dos quais é considerado o dono e dos quais tem todas as virtudes. Oxossi é sagazcomo o leopardo, forte como o leão, leve como um pássaro, silencioso como um tigre, observadorcomo a coruja, sabe se esconder como um tatu, é vaidoso como o pavão, corre como os coelhos, sobe
  • 75. em árvores como macaco, conhece os animais profundamente e com eles partilha o conhecimento danatureza.Dizem os mitos que aprendeu a caçar com seu irmão Ogum, quando este lhe deu as pontas de flechase, mais tarde, a espingarda. A essência de Oxossi é "atingir um objetivo". Fixar um alvo e atingi-lo.Alimentar a família. Oxossi sempre foi o responsável por alimentar a família. É considerado o orixá quedá de comer às pessoas, pois sob seus domínios estão os animais e os vegetais. Assim, invoca-se aenergia de Oxóssi quando se quer encontrar algo ou atingir algum objetivo e para prover sustento(moral ou físico) durante as jornadas.No limite, é Oxossi o patrono da natureza, enquanto Ogum é a cultura. Como sempre foi muitoobservador aprendeu também os mistérios e poderes das plantas com Ossain, orixá dono dos poderesde cura das folhas, que certa vez o enfeitiçou, levando-o para o fundo da floresta a fim de tercompanhia. Iemanjá, sua ciumenta mãe, enfurecendo-se, mandou que Ogum fosse buscar seu irmãona floresta e o arrancasse dos feitiços de Ossain.Invoca-se Oxossi, portanto, quando se quer encontrar remédios para certos males, embora sejanecessário pedir a Ossain que o remédio faça efeito. Ogum assim o fez, mas como Oxóssi relutasse emvoltar ao lar, e ao voltar desfeiteasse sua mãe, esta o proibiu de viver dentro da casa, deixando-o aorelento. Como havia prometido ao irmão ser sempre seu companheiro, Ogum foi viver também do ladode fora de casa.Oxóssi tornou-se o melhor dos caçadores e diz o mito que foi ele quem livrou Araketu, sua cidade, deum grande feitiço das perigosíssimas ajés (feiticeiras africanas) Iyami Oshorongá, que se transformamem pássaros e atacam as pessoas e cidades com doenças e miséria.Tendo uma destas feiticeiras pousado sobre o palácio do rei de Ketu, e os demais caçadores do reinoperdido todas as suas flechas tentando matá-la, Oxóssi, com apenas uma, deu cabo do perigosopássaro, tendo sido conclamado o rei de Ketu. Pede-se a Oxóssi, portanto, que destrua feitiços ouenergias maléficas.Um dia, enquanto caçava elefantes para retirar-lhes as presas, Oxóssi encontrou e apaixonou-se porOxum, a deusa das águas doces e do ouro que repousa em seus leitos e com ela teve um filho, Logun-Edé. Filho da floresta com as águas dos rios, Logun-Edé é considerado o orixá da fartura e da riquezaque ambos os domínios apresentam e dos quais compartilha. Mais adiante eu falo sobre Logun-Edé.Dia da Semana: terça-feiraSímbolo: ofá (arco e flecha)Cor: azul e verde (azul pela relação com o ar - no lançamento das flechas - e verde pelas matas)Elemento: ar e terraNúmero: 3Comida: milho e coco.Saudação: Okê Arô, Oxossi!OXÓSSI (oxo: "caçador; ossi: "noturno")Oxóssi, deus dos caçadores teria sido o irmão caçula ou o filho de Ogum , é o orixá da caça, chamadomuitas vezes de Odé Wawá, ou seja, "Caçador dos Céus". É a divindade da fartura, da abundância, daprosperidade, Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da míngua, da falta de provisão. Aseguir citaremos outras importâncias, isto é, atribuições de Oxóssi:Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar suacaça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.Como todos os orixás, Oxóssi também está no dia-a-dia dos seres vivos, convivendo intimamente comtodos nós. Dentro do Culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa deSanto, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois éele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita paratodos.O culto a esse orixá é bastante difundido no Brasil, mas pouco lembrado na Nigéria, o que se deve aofato de Oxóssi ter sido cultuado basicamente em Keto (terra dos panos vermelhos), onde foiconsagrado como rei. No século XIX, devido ao tráfico negreiro, a cidade foi praticamente destruídapelos ataques das tropas do rei Daomé. Os filhos consagrados a Oxóssi foram vendidos como escravosno Brasil, Antilhas e Cuba. É o orixá que cultua o próprio individualismo, tendo determinação paraqualquer combate. Outros deuses da caça: Oriluerê, Erinlé, Ibualama, Logun Edé.Oxóssi – Odé, está ligado à terra virgem. Possui muita importância em Kétu, torna-se Alákétu (rei doKétu). É àxèxè (princípio dos princípios) dos descendentes de Kétu.Os Oge (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de: Olugboohun – osenhor escuta a minha voz.
  • 76. Oxóssi é um caçador nato, irmão mais novo de Ogum e protetor dos caçadores e policiais de todaordem. Seus filhos são lutadores, obstinados e não desistem de seus objetivos por nada. De fortesligações místicas são capazes até de adquirir poderes sobrenaturais. Acima de tudo, possuem umaalegria contagiante e uma agitação inevitável. Empunha um arco e flecha de ferro e sua coe é o azulceleste claro.Mitologicamente Oxossi é filho de Oxalá e Yemanjá , embora esta versão coexista com outra menosconhecida, que diz que o Deus da Caça é filho de Apáokà (Jaqueira).Oxossi, Caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados. Vive na floresta, ondemoram os espíritos e está relacionado com árvores também.Oxossi usa Irukèrè, uma espécie de chicote, feito com pelos do rabo do touro, cujo objetivo maior édominar os espíritos da floresta, pois o rabo do animal como fica voltado para traz, ou seja, para opassado e para os espíritos dos mortos. O Irukèrè também serve para espantar os mosquitos esobretudo as abelhas — mensageiras de Oxossi, que deixam o seu mel aos pés de Iroko ou do Apáoká— a verdadeira mãe de Oxossi, a que lhe deu o tesouro, que nada mais é do que o mel alimento real eo Àsé principal das divindades femininas. As abelhas representam os espíritos de antepassadosfemininos que povoavam a floresta. Uma das qualidades de Oxossi se identifica com a pantera – é o terrível Ode. Oxossi conhece a natureza, as plantas, as quais estão associadas à qualidade de Ode Ose Ewe eestá ligado ao frio, à noite e a lua. Inclusive vários oriki de Oxossi confirmam esta associação. Oxossi é o único Orixá que entra na mata da morte, joga sobre si um pó sagrado, avermelhado,chamado AROLÉ, que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna imune à morte e aos EGUNS.ORÔ DE OXOSSIOmo – Ode – LailaiOmo – Ode – KosajôAbaderoco KoisôOmo – Ode – KosajôQUALIDADESAKUERAN: Velho, come carne crua, culto realizado na madrugada. Tem fundamento com Oxumarè eOsónyín. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura, ele mora nasprofundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas, suas contas são azul claro. Seusbichos são: papagaio e arara, tira-se as penas e solta-e o bicho. DANADANA: Ele o Orixá que entra na mata da morte Velho, irmão de Ogún, tem fundamentocom Exu, Osónyín, Oxumarè, Oya e Obaluaê/Omulú. É e sai sem temer EGUN e a própria morte. Vesteazul claro. OTIN: Conhecido como Babá Otin – Oxossi menino, capanga de coelho, veste azul claro e o vermelho,contas azuis e chapéu de plumas brancas. Usa uma lança. Guerreiro é muito parecido com o irmãoOgún vive na companhia dele, caçando e lutando, é muito manhoso e não tem caráter fácil, muitovalente, estando sempre pronto a sacar sua arma quando provocado. Não leva desaforo e castiga seusfilhos quando desobedecido. Tem que se dar comida a Ogún.ODEMIRA: Acompanha Yemanjá, cultuado apenas no Axé Opo Afonjá.OKOLO: Velho, é Ossaiyn que traz esta qualidade no barracão.ORIEJE: Veste verde, é assentado na floresta.OSONGBO: Vem ao barracão com uma flauta de osso, cultua egungun.ORUMINA: É do mato, aprecia animais selvagens.GENDEPE: É do mato, violento.ONIPABO: Violento, acompanha Ogún, veste-se de azul, verde e vermelho.ODOOKE: Vive nos montes, Oxun do lado, come bode castrado.ÀROLÉ: Deus da caça, veste-se de peles de animais, usa polvari, come carnecrua, usa duas capangas, debaixo do assentamento tem umaestrela. É invocado no padê de Exu. É overdadeiro rei de Ketu,as pessoas dele são muito antipáticas, jovem e romântico, gosta de namorar,vive mirando-se nas águas, apreciandosua beleza. Come com Ogún e Oxún, aprecia carne de veado e é ágil na arte de caçar.ODE OSE EWE OU YBO: É o senhor da floresta, ligado as folhas e as Osonyín, com quem vive nasmatas. Veste azul claro e usa capacete quase tampando o seu rosto.IGBO: Velho, associado a Osonyín. Cultuado em Lobu. Mania de perfeição
  • 77. YBUALAMO: É velho e caçador. Come nas águas mais profundas. Conta um mito que Ybualamo é overdadeiro pai de Logunedé. Apaixonado por Oxún e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águasmais profunda em busca de seu amor. Sua vestimenta é azul celeste, como suas contas. Come comOmolú Azoani, usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha.INLÉ OU ERINLÈ: É o filho querido de Oxaguian e Yemanjá. Veste-se de branco em homenagem aseu pai. Usa chapéu com palmas brancas e azuis claro. É tão amado que Oxaguian usa em suas contasuma azul claro de seu filho. Come com seu pai e sua mãe (todos os bichos) e tem fundamento comOgún Já.KOIFÉ: Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitosficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão umaespada e uma lança. Come com Osónyín e vive muito escondido dentro das matas, sozinho. Suascontas são azuis clara, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto.Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxún Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.ODÉ KARE: É ligado as águas e a Oxún, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmasforças e funções. Come com Oxún e Oxalá. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, deperfume e de acarajé. Bom caçador, mora sempre perto das fontes.ODÉ WAW: Vem da origem dos Orixás caçadores. Veste-se de azul e branco, usa arco e flecha e oschifres do touro selvagem. Come com Oxalá e Xangô, pois, dizem que ele fez sua morada debaixo dagameleira. Está extinto, assenta-se ele e faz-se Ayrá ou Oxún Karé.ODÉ WALÈ: É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto éligado diretamente à pantera, é muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, asacha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogún.LENDA Conta-se que um grande caçador entrou na mata com seu filho Longunedé, ensinando-lhe a arte de caçar e manejar o arco e a flecha, após inúmeras caçadas, Logun sentou-se embaixo deuma árvore para descançar. Nessa árvore pousou um pássaro e Oxóssi preparou sua arma e atirou.Acertou em cheio pássaro e, também, uma colméia de abelhas. Elas foram cair justamente sobre acabeça de Logunedé, que sem ter como se defender foi picado. Oxossi vendo o desespero do filho,correu a acudi-lo, sendo mordido várias vezes. Conseguindo fugir, deitou seu filho em folhas frescas e,sem saber o que fazer, pôs-se a chorar. Eis que o Orixá Omolú vendo aquilo, parou e apiedou-se doestado de Logunedé, pois, a criança estava morrendo. Omulú tirou de sua capanga água de cana egengibre, pilou e aplicou sobre os ferimentos, aliviando as dores. Após isto, fez o mesmo com Oxossi,curando-o completamente. Oxossi então disse-lhe: Senhor dos aflitos, ponho o meu reino a seus pés e toda a minha caçaque daqui por diante eu consegui, comeremos juntos. Omulú agradeceu e seguiu seu caminho. EntãoOxossi jurou que nunca mais comeria o mel, pois, o mel o faria lembrar todo o sofrimento seu e de seufilho. Por isso Oxossi não leva mel e Logunedé é levado com açúcar mascavo e gengibre. Toda pessoade Logun tem que assentar Azoani. Tem que ter um pedaço de colméia para quando Logun chegar,depois enrola-se num murim e joga-se no rio. Também é proibido aos filhos de Logun comerempalmito, fígado de boi e caças. COR: azul claro, verde, branco (às vezes). COMIDA: ewa (feijão fradinho torrado) dentro de um oberó (panela de barro – alguidá), axoxó(milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas. DIA DA SEMANA: quinta-feira. DATA: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ). FRUTAS: coco, goiaba, manga rosa, pitanga, jabuticaba, espiga de milho, graviola, mamão e limão.FOLHAS:Jaborandi Bredo de santo Antonio Capim cabeludoSão gonçalinho Erva curraleira Lágrimas de N. Sra.Espinho cheiroso Groselha (folhas) Dandá da CostaAlecrim do campo Pitanga ArueiraMaminha de vaca Rabo de tatu CarrapichoAbre caminho Patchulim (folhas) CaiçaraAlfavaca Língua de vaca Nenúfar/Golfo
  • 78. Saião Folha do fogo OripepeIngá Capeba PeregunAcácia jurema Jarrinha Alecrim caboclo BEBIDAS: água de coco, aluá, água de coco com açúcar mascavo, água com açúcar mascavo emelaço. ILEKÉ: nas mesmas cores. METAL: bronze, metal amarelo, estanho (às vezes). PARTE DO CORPO: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão. SÍMBOLOS: Ofá, Ode Mata, Irukèrè, Oge (2), Apo (capanga). SACERDOTE: Odesi CARGOS: qualquer, inclusive Ojé.SAUDAÇÃO: Oke Aro!Oxossi, rei de Ketu, meu pai e pai de mestre Caribé, de Genaro de Carvalho e de Camafeu de Oxossi, éSão Jorge matando o dragão. Deus da caça, das úmidas florestas, com o ofá(arco e flexa), abate osjavalis, as feras, é o invencível caçador. Rei Oxossi, senhor do Ketu, rodeado de animais, usa capangae chapéu de couro. Carne de porco, eis a sua comida preferida. Gosta também de bode e galo mas nãotolera feijão branco. Come ainda ojojó, milho cozido com pedaços de côco. Dança com ofá e erukerêfeito com rabo de boi. Sua palavra de saudação é Okê. Existem várias qualidades de Oxossi: Otin, Inlée Ibualama. Orixá poderoso, encantado do maior respeito, suas festas são de grande beleza eopulência. Uma delas, a das Quartinhas de Oxossi, no candomblé do Gantois, onde reina a venerandaMãe Menininha, é inesquecível espetáculo.Ibualama ou Inlé é uma qualidade de Oxossi, marido de Oxum. Como os demais Oxossis é caçador, reide Ketu, usa ofá(arco e flexa) e chapéu de couro. Come tudo que é caça e seu dia é quinta-feira.Um Oxossi azul, Otin! Usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come tôda espécie de caça masgosta muito de búfalo.ARQUÉTIPOO arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoascheias de inicitiva e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso daresponsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem,mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumasvezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.ESSABAS DE OXOSSI:Folha de Irôko Alfavaquinha – Orim-rimCanela de macaco Folha da costa – Odún-dunTaioba Jarrinha – JacomijéRama-de-leite Dandá do brejo – Irekê-ominErva-tostão Espada de Ogun – JunçáCipó-chumbo Folha de loko – IrókoAroeira branca Folha de dendezeiro – MariwôPeregun Capim cabeludo – Irum-perlêminErva pombinho (quebra-pedra) AkokoPega-pinto Cana-fita – FitibaAlecrim do campo Parietária – MonanBredo sem espinho – TetéQUALIDADES DE ODÉ:1. Orè ou Orèlúéré 6. Asunara 12. Olumeye2. Inlé ou Erinlè, ou ainda 7. Apala 13. AkanbiAge 8. Agbandada 14. Alapade3. Ibùalámo 9. Owala 15. Mutalambo4. Fayemi 10. Kusi5. Ondun 11. Ibuanun
  • 79. ALFAVACA; ABRE CAMINHO; ACÁCIA; FUREMA; ALFAVAQUINHA; ALFAZEMA DE CABOCLO; ALECRIM DO CAMPO; ALECRIM; ARASSA DE COROA; ARASSA DO CAMPO; BREDO SEM ESPINHO; CARQUEJA; CANA FITA; CAIÇARA; CABELO DE MILHO; CAPEBA; CIPÓ CABOCLO; CAPIM LIMÃO; CIPÓ CRAVO; CARRAPICHO; ERVA CURRALEIRA; COQUEIRO DE IRI; ERVA DE PASSARINHO; GOIABEIRA; GROSELHA; ARRUDA MIÚDA;ODE GUACO; GUINÉ; HISSOPO; INGAZEIRO; MALVA DO CAMPO; JACATIRÃO; LÍNGUA DE VACA; MALVARISCO; PITANGATUBA; PARIPAROBA; NICURIZEIRO; PEREGUN; PITANGUEIRA; GUAXIMA ROSA; JASMIM MANGA; JURUBEBA; MILHO; SAIÃO; SÃO GONÇALINHO; MURICI; FOLHA DE BICHO; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; ALECRIM DO CAMPO; ARAÇA. OXOSSILocais de mata fechadamaior vibraçãodos orixásAs cores e Vermelha ( Palmas)flores que sãoregidas pelosorixás:As bebidas que Vinho Moscatelsão regidaspelos orixás: Todas as frutas e frutos.Frutos e FrutasAlgumas das Canjiquinha de milho vermelho, com pedaços pequenos de coco regadocomidas mais com mel.comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas no Jurema, Alfavaca, Jureminha, Pelegum verde, Cana de Brejo, Caiçara,Rio de Janeiro: Eucalipto.
  • 80. Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas leves, inquietas, interessam-se por tudo, poucode: perseverantes, instáveis em suas afeições, facilmente sugestionados.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. O ferro.CalendárioFestivo daUmbanda 20 de janeiro.LENDA DE OXOSSI: Oxossi é irmão de Ogun. Ogun resolveu ensinar a arte de caçar à Ibô, Como era conhecidoOxossi. Oxalá precisou da pena de uma determinada ave e recomendou os serviços de Ogun. Ogun nãoconseguiu e indicou o nome de Ibô para assumir o serviço, dizendo à Oxalá que ele era o melhorcaçador do mundo. Assim Ibô seguiu viagem, foi para a floresta e com apenas uma flecha conseguiumatar a ave e retirar a pena que Oxalá precisava. Só que na saída da floresta foi atacado por váriosanimais ferozes, conseguindo escapar com vida, carregando a pena. Andou vários dias se arrastando pelo chão. Conseguindo chegar ao reino de Oxalá nãoatravessou os portões por estar quase morto. Ogun o encontrou e o levou até Oxalá. Desconsertado Ibô desculpou-se com Oxalá pelo atraso porém, Oxalá o saudou dando à ele umnovo nome: OXOSSI – Senhor da Caça.LENDA DE ODÉ Na cidade de Ifé, realizavam-se festividades e rituais por ocasião das colheitas. Os sacerdotesda aldeia, fugindo aos seus costumes, não realizavam as oferendas obrigatórias para três das maioresbruxas conhecidas: as Iya-mi Oxorongás. Esse ato imperdoável precisava de uma boa punição. Foiassim que elas enviaram um enorme pássaro para assombrar aquela aldeia. A ave ficou pousada no telhado do palácio, de onde podia avistar toda a cidade. Um clima de medo e mau agouro espalhou-se entre os moradores, que não sabiam o que fazerpara acabar com aquele terrível monstro. Oferendas foram realizadas para as Oxorongás, mas sem resultado. Era tarde demais para isso.
  • 81. Foi então que alguns caçadores se apresentaram para matar o pássaro das bruxas, mas foramtodos derrotados. O último caçador possuía apenas uma flecha, e era a última esperança de livrar aaldeia da morte. Esse caçador era Odé. Sua mãe, que estava longe daquele lugar, teve um mau presságio com relação a ele.Consultando um babalawô, teve a confirmação do que já sabia: seu filho corria grande perigo. Foram necessárias muitas oferendas para que a missão de Odé fosse executada com perfeiçãoe, graças a isso, Odé pôde matar o pássaro com sua única flecha, livrando sua aldeia da aniquilação.Desde então, vem sendo venerado por esse povo.LOGUN-EDÉ É um Orixá ligado as águas (doces e salgadas) e à floresta. É pescador e caçador. Traz consigoa ilusão. Logun-Edé foi criado da ilusão de Oxum e Oxossi. Logo é um jovem bonito, orgulhoso e vaidoso. È um dos poucos Orixás que não é filho de Oxalá com Iemonjá, ou Oxalácom Nana.PERSONALIDADE: Astucioso, sonhador, comunicativo, cativa as amizades, inteligente, lutadores, fazemcharme para conseguir determinadas coisas, geralmente tem problemas amorosos, desconfiados,ajudam os amigos.FILIAÇÃO: Oxum e Oxossi.PAÓ: 3 batidas de palma, bem espaçadas, levantando-se de cada vez as mãos fechadas, adiante e paracima, lentamente. Em seguida, 7 batidas lentas para a frente e as três de reverência, seguindo-se oadobale.SÍMBOLO: Ofá, Abébé e capangas.DIA: Quinta-feira ou SábadoCORES: Azul claro e branco.ANIMAIS: galo, coelho, pavão e cabrito.METAL: latãoLogun-Edé, chamado geralmente apenas de Logun, é o ponto de encontro entre os rios e florestas, asbarrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentespelas florestas. Logun representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suascaracterísticas. É filho de Oxóssi com Oxum, dos quais herdou as características. Assim, tornou-se oamado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como asplantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina.Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes.Dizem os mitos que sendo Oxóssi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, poiscompetiam pelo prestigio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entreeles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seupai Oxóssi. Ambos ensinariam a Logun a natureza dos seus domínios. Ele seria poderoso e rico, alémde belo.No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito dabeleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé vestindo-se demulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com Xangô, tio de Logun,e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que ela se livrasse de Logun, Oxum aproveitou aoportunidade para punir Logun com sua transformação num orixá meji (hermafrodita) e abandoná-lona beira do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Logun para casa onde,juntamente com Ogum, passa a criá-lo e educa-lo.
  • 82. Com Ogum Logun-Edé aprendeu a arte da guerra e da forja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mitoque Logun tinha tudo, menos amor das mulheres, pois mesmo Iansã, quando roubada de Ogun porXangô, abandona Logun com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xangô e Logun, jáque por duas vezes Xangô lhe tira a mãe.Em outro episódio Logun vai brincar nas águas revoltas (a deusa Obá, também esposa de Xangô) eesta tenta matá-lo como vingança contra Oxum que lhe fizera uma enorme falsidade. Oxum, vendo emseu jogo de búzios o que estava sucedendo com seu filho abandonado, pede a Orunmilá que o salve eeste, que sempre atendia às preces da filha de Oxalá, faz uma oferenda a Obá que permite então queos pescadores salvem Logun-Edé, encarregando-o de proteger, a partir daquele dia, os pescadores, asnavegações pelos rios e todos os que vivessem à beira das águas doces.Logun nunca se casou , devido a seu caráter infantil e hermafrodita e sua companhia predileta é Ewá,que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes.Cor: Azul e amareloNúmero: 3Dia da semana: quinta-feiraComida: milho e coco, peixesSímbolo: ofá (arco e flecha) e abebê (espelho de mão)Saudação: Loci loci, Logun!LOGUN-EDÉ ("príncipe aclamado")Logum, orixá andrógino, filho de Erinlê (qualidade de Oxóssi) e Oxum-Okê (Oxum guerreira) que vivenas montanhas, cujo culto é feito, apesar de raro, em Ijexá, Nigéria. Orixá com muitos adeptos no Riode Janeiro. Representa o príncipe das matas e caça, já que Oxóssi é o rei. Durante seis meses do anovivia nas matas com o pai Oxóssi, alimentando-se da caça e, os outros seis meses vivia nas águas comsua mãe Oxum, abastecendo-se de peixes. Ele representa a síntese desses dois orixás. Esta síntesetambém está presente nas suas vestimentas, instrumentos e oferendas. Seu otá é composto de duaspedras, uma retirada da mata e outra retirada das águas (rios e cachoeiras). Logum dança ora como opai, ora como a mãe.Logum-Edé é a beleza em pessoa, o encanto dos jovens, o namoro, o flerte. Ele rege a ingenuidade dojovem, a adolescência. Seu encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, na primeiraoportunidade de "mãos dadas", no primeiro carinho. É também o deus da arte, o príncipe daquilo que ébelo e terno, da alegria e jovialidade. Porém, de gênio imprevisível, encontramos Logum-Edé naintriga, no segredo maldoso, pois ele é capcioso, matreiro, inventivo, meio moleque.Conta a lenda que seus pais brigavam muito, achando melhor viverem separados. Oxóssi na montanhae Oxum no seu domínio, onde havia água e uma cachoeira. Por gostar muito dos dois, como era umgrande feiticeiro, preparou uma poção na qual durante seis meses teria características masculinas,usando um ofá para caça e usando roupas azul turquesa, e nos outros seis meses assumiriacaracterísticas femininas, usando roupas amarelo-douradas e empunhando um abebê. Um dia Logumestava com sua mãe, entediado resolveu dar uma volta, caminhou e chegou em Ifé (reino de Ogum).Com seu jeito, cativou Ogum e foi morar com ele. Preocupada com a demora do filho, Oxum foiprocurá-lo, e tal foi seu espanto quando o encontrou morando com Ogum. Irada, expulsou-o de casa.Logum não entendendo o que se passava, foi procurar o pai, Oxóssi, que também o colocou para forade casa.Desesperado, andou até Oió, encontrando Oia-Iansã que o acolheu e o proclamou príncipe, por suaformosura, apesar da pouca idade. Sabendo da poção mágica, fez Logum bebê-la, porém nadaadiantou pois seu efeito já tinha passado. Surpreendentemente, se transformou em uma pessoaandrógina.LOGUN_EDÉO filho de Oxossi com Oxum e criado por Ogun e Inhansã, o principe pescador, adoraçao do culto deOxum e a fase em que Oxum é sua vedadeira mãe é quando ela é Yeye Pondá. Logun_Edé (Omo Ein)filho do ovo descendente da fertilidade que é representada pelo ovo símbólo da procriação.Esta divindade habita, e se magnetiza com a graça e a beleza das águas de sua mãee se encanta com a exuberância da floresta abundante de seu pai Oxossi, o guerreiro caçador, que aele seu filho ensinou a arte de pescar e caçar como seu pai. Ele viveu em companhia de Ogumtambém, com quem aprendeu a arte de guerrear para conseguir se manter. Com Oyá aprendeu a seguiar pelo vento e a brincar com as tempestades em toda sua plenitude.Logun_Edé é santo único, razão pela qual só se faz um yaô desse santo na casa uma só vez a não serque o feito na casa venha falecer.Se vocês pasarem a observar quando tem em um candomblé, mais de um Logun_Edé virado você vainotar neles umas tendências, um para o lado de Oxossi, outro para o lado de Oxum sua mãe.Suas vestes:
  • 83. Azul claro - dourado - branco - bandas - bombacho - chapéu de banda com plumas azuis e branca -braçaletes - argolas de pescoço douradas - rêde - caniço-ofá - abebê etc.QUALIDADESEDÉ LOKO - Tem fundamento com Exú.EDÉ YBAYN - Leva carrinhos e bolas de gude, pois êle é um recém nascido.APANAN - Todos comem com Exú e Oxosse. Seus fundamentos estão com sua mãe decriação Onira, sem ela Logun não caminha. Toda pessoa de Logun tem que assentar Onira etoda pessoa de Onira tem que assentar Logun_Edé, assenta também, Ybualamo, Yponda eOpará.Erinlè teria tido, com Oxum Ipondá, um filho chamado Lógunède (Logunedé), cujo culto se faz ainda,mas raramente, em Ilexá, onde parece estar em vias de extinção. No Brasil, tanto na Bahia como noRio de Janeiro, Logunedé tem, entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viverseis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de um rio,comendo peixe. Esse deus, segundo se conta na África, tem aversão por roupas vermelhas ou marrons.Nenhum dos seus adeptos ousaria utilizar essas cores no seu vestuário. O azul-turquesa entretantoparece ter sua aprovação.ARQUÉTIPOErinlè teria tido, com Oxum Ipondà, um filho chamado Lógunède (Logunedé), cujo culto se faz ainda,mas raramente, em Ilexá, onde parece estar em vias de extinção. No Brasil, tanto na Bahia como noRio de Janeiro, Logunedé tem, entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viverseis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de um rio,comendo peixe. Esse deus, segundo se conta na África, tem aversão por roupas vermelhas ou marrons.Nenhum dos seus adeptos ousaria utilizar essas cores no seu vetuário. O azul-turquesa entretantoparece ter sua aprovação.ESSABAS DE LOGUN-EDÉOripepêLOGÚNÈDÉ CARRAPICHOLENDA DE LOGUN-EDÉ Logun, jovem bonito e alegre, foi criado com muito mimo. Se tornara um menino desobediente. Oxum (Rainha das águas doces), estava cuidando dos afazeres domésticos enquanto Logunbrincava perto do rio. Oxum pediu para que não se aproximasse muito da margem, pois aquele localera muito perigoso. Logun, muito teimoso, esperou Oxossi (Senhor da caça) partir para a floresta e suamãe se distrair, para tentar atravessar o rio por meio de um galho, que não agüentou e Logun caiu norio e sumiu. A grande ave azul sobrevoava a casa de Oxossi afim de proteger Logun e Oxum. A ave voou atéa floresta e avisou Oxossi. A essa altura Oxum já estava em desespero, pois seu único filho teria sidoengolido pelo rio. Oxum começou a invocar Olorum, dizendo: “Olorum meu Pai, o senhor me deu o poder de ser aRainha das águas e vejo meu único filho morrer no meu leito e nada posso fazer!”. Oxossi, por sua vez disse: “Oh Grande Pai! Concedei-me a graça de ver meu filho renascer daságuas!”. Olorum resolvendo atender aos pais, ergue Logun do fundo do rio, mas adverte: “Aí está seufilho, que por teimosia quase não volta. De agora em diante ele será filho de Ibualama e Iepondá!Logun, seu castigo será cuidar dos rios, zelar pelas suas margens, cuidar da pesca e proteger ospescadores!”.
  • 84. LENDA DE LOGUN No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada,nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxun, e o grande caçador Odé. Esses doisorixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muitopróximos. Odé ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavamde seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta. Oxun argumentava, junto a ele, que suaágua era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorun. Odé não lhedava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentarapaziguá-los. A floresta de Odé logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que eraexuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrarcomida e faltava água para beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez maisraras. Odé não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxun, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta,mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes paraconfortá-la. Odé andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum.Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e ele nãopodia fazer nada. Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. Omaior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava matando a floresta, mas não poderiaajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. Odé, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxun, propondo a ela uma trégua. Comoera de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxun queria que Odé sedesculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiamsobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorun. Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logun-Edé, que iria consolidar esse"casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logun sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importantepara evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio danatureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limitesdefinidos. Logun, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava deum reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logun muito irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado deseu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio,onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logun criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local.OXUM: Mãe e rainha das águas doces, esta ninfa é a Deusa da Nação Ijexá. É considerada a Orixá queestá ligada ao ouro, a prosperidade e a criação, sendo responsável pelas crianças. Todas as criançasrecebem a proteção de Oxum até os sete anos, após isso, são entregues ao Orixá correspondente. Oxum traz consigo o gosto da vingança. Os seus filhos são geralmente manhosos e se metemem fofocas facilmente. Junto com Oyá, dão às mulheres um jeito sensual e faceiro. Por ser a Deusa do amor, estásempre presente no relacionamento amoroso das pessoas. Oxum é uma divindade muito ligada à magia, com Yamí Oxorongá aprendeu a ................?
  • 85. Oxum rege a fecundação, ela á a responsável pela multiplicação das células do zigoto. Todostemos uma forte ligação com o útero, uma vez que nos originamos nesse local.PERSONALIDADE: Falsidade, gosto por intrigas, protetora, sua raiva leva ao desequilíbrio emocional,meiga dengosa, intuitiva, está ligada ao jogo de búzios e à magia, faz manha quando quer as coisas.PAÓ: Mesmo de Iemonjá.Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água quemata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idéias dos homens nelematerializadas. Como as águas das rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá debeber as folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava asferidas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma maneira que Iemanjá. Por sua doçura efeminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor.A Vênus africana. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremosOxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino. Asedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos.Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, atodos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada. Equando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo de seupai, a ver o futuro. Como o cargo de oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher,Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum.Oxum então seduziu Exu, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogode ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiupara a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também aelas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exu há tempos, nãoensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exu já havia roubado os segredos de Orunmilá, mas afazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte.Tendo Exu conseguido roubar os segredos de Orunmilá, o deus da adivinhação se viu obrigado apartilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheresjogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder feminino.Em agradecimento a Exu, Oxum deu a Exu a honra de ser o primeiro orixá a ser louvado no jogo debúzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também aforça da vidência feminina. Mais tarde, Oxum encontrou Oxóssi na mata e apaixonou-se por ele. Aágua dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente erica que já existiu.Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências destes Oxum foi seduzida pela beleza, ospresentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com odeus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitasse Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonouseu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxumpretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã a deusa dosraios que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partirde então, sua esposa predileta e companheira cotidiana.Cor: amarelo-ouroNúmero: 5Dia da semana: SábadoSímbolo: abebê (espelho)Comida: Ipetê, Omolocum (feijão fradinho com camarão)Saudação: Ora ieieu, Oxum!OXUM (rio que passa por Oxogbo, na Nigéria) .Segunda esposa de Xangô, tendo vivido em outras épocas com Ogum e Oxóssi. Sua morada é nascachoeiras e rios de água doce, onde costumam lhe entregar comidas e presentes. Na África échamada Iyalode, cargo ocupado pela mulher mais importante da cidade.Foi rainha de Oyó, onde as mulheres que queriam engravidar procuravam-na, sendo respeitadíssimacomo feiticeira. Como todos os outros orixás, existem diversos tipos de Oxuns, de acordo com aproximidade de uma tribo ou a profundidade do rio. Oxum pode ser maternal, jovem feiticeira ou umaguerreira.
  • 86. Mãe da água doce, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro. Oxum é a rainha do Ijexá. Orixá daprosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.Oxum exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente olado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. No bom sentido,Oxum " é o veneno das palavras", é o modo piegas das pessoas, é a forma "metida", esnobeapresentada principalmente pelo sexo feminino. É o cochicho, o segredinho, a fofoca. Está encantadanas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas. Rege o charme, o it, a pose; tudo queestá ligado à sensualidade, sutileza, ao dengo, sendo o sexo feminino o mais influenciado. É o flerte, ocarinho. É o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível, não chegando a ser a paixão. É o amorverdadeiro; ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos eromânticos. É a deusa do amor. Oxum está muito intimamente ligada à magia, pois é a divindadeafricana mais ligada às yámi oxorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia,estando esta arte ligada ao amor.Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde setrabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. É opróprio ouro. A regência mais fascinante de Oxum é o processo de fecundação. Namultiplicação da célula mater, Exu entrega a regência para Oxum que vai cuidar do embrião,do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia nabarriga da mãe, onde no nascimento a entrega para Iemanjá, que lhe dará destino.OXÚN Oxún é a filha predileta de Yemanjá e Oxalá, ela representa as riquezas e tem suas coresrealizadas ao metal mais precioso da antiguidade que era o cobre. Sua cor preferida é o amarelo.Mantém profundos laços de amizade com Orumilá, quando ela foi esposa de Orumilá recebeu o títulode Yià Petyby, a zeladora dos cauris. Foi nessa ocasião que ela passou a ter ligações com Exu e umOdù chamado Oxeturà, para obter as respostas perfeitas do jogo de adivinhações, passando então aser perseguida por Exu, o que aqui na terra reflete nos seus filhos. As filhas de Oxún só jogam osbúzios em número de oito, o Mere Dylogun, pois os outros oito búzios restantes que completam oDylogun, o jogo dos dezesseis búzios foram roubados por Exu. Isto nos revela a perseguição que émovida às filhas de Oxún por Exu, pois elas mantêm a outra metade do segredo do Dylogun. Oxún mantém um grande laço de amizade com Orixá Ossanyin, pois para o equilíbrio da misturadas ervas para a feitura do Amacì, há necessidade das águas de oxún, Deusa das cachoeiras e daságuas doces. Olodumaré explicou, mediante as coisas estarem indo mal sobre a terra, que sem a presença daOxún e seu poder sobre a fecundidade, nenhum se seus empreendimentos poderia dar certo, e assimtodas as mulheres tornaram-se fecundas e todos os projetos obtiveram felizes resultados. Oxún é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entretodas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre aságuas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. A sua dança preferida é Igexá, lembrando o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora,ela cura doente com água fria, cura criança. Seu Oro, um pássaro que tem uma pena brilhante nacabeça, e a Yalodê, ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa, Oxún é doce epoderosa como Oni. Ela é meiga, afável, elegante tendo muito dinheiro para divertir-se, ela é poderosacomo um rei, não se iludam: Oxún é vigorosa e experiente feiticeira, seus filhos devem tomar cuidadocom álcool, as drogas e as doenças venéreas. Oxún foi a primeira Yaba, ou seja primeira zeladora de santo, raspando a cabeça da galinha deangola e quem colocou o primeiro adocho (coroa), dando assim aos seus descendentes a forma atual.Ela foi a segunda esposa de Xangô, antes, porém, esposa de Oxóssi, sua grande paixão. Patrona doventre, comanda o baixo ventre. Governa as ervas anti-sépticas e desinflamatórias. Ela é genitora,ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvimento do feto, coloca o bebê sob sua proteçãoaté que adquira o conhecimento da linguagem. Oxún, foi a primeira Iyami encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas criançase cura). Mãe ancestral suprema, Oxún é considerada a patrona dos peixes, mas é tambémrepresentada pelos pássaros. O ovo é um de seus símbolos.QUALIDADESYEYEODO: É mãe das nascentes. Come ao lado de Yemanjá, veste branco e azul.AGBALU: É velha idosa, rabugenta, veste azul claro e leva dois abebé nas mãos, sendo que na direitaé de metal amarelo e na esquerda é de metal branco, vazados com uma lua cheia. Só pode ter uma nacasa. Seu assentamento é ao lado de Yemanjá Sogba.
  • 87. AJIMU: Veste azul claro e rosa. Come com Oxalá e Omulú, não come bicho fêmea, exceto a pata. É asenhora da fecundidade e do feitiço, é velha e vira bruxa na beira do rio. Temperamento meigo. Seusfios de conta são em cristal amarelo escuro. É mais ou menos nova.IYAOMI: É ela quem pergunta a Exu o que vai ser dito ao consulente, no jogo de búzios. Noassentamento de Exu tem uma quartinha que é de Iyaomi.ABOTO: Jovem, vaidosa, fundamento no poço, considerada mãe de Ibeji, fio de conta é amarelo leitosobem claro.OPARA: Veste amarelo, rosa ou vermelho. É o braço do trovão. Jovem, guerreira e vaidosa. Temligação com Oya/Ogún ou Xangô (somente). É a Oxún da estradas. Ela é companheira inseparável deOnira, comem juntas no bambuzal ou no rio, quando juntas são perigosas, tem fundamento com Egun.AJAGURÁ: É violenta, feiticeira, nasce dos rios, temperamento impetuoso, muito guerreira,relacionada a Ogún, é terrível rival de Oya, muito agressiva e orgulhosa. Veste amarelo ouro e rosaclaro. Come com Ogún e Xangô. Come coelha.YEYEOKE: É chamada Oxún menina, relacionada aos montes. Vive no interior das matas é associada asYiamin, muito guerreira e caçadora, é casada com Oxossi. Veste amarelo ouro, usa arco e flecha, trazuma espada e um leque. Come com Oxossi e Yewà somente caça.IPONDÁ: Vive no mato e nos cemitérios. Usa uma espada, fundamento com Oxossi Ibualamo eObaluaê. Namoradeira, desconfiada, astuta, violenta. É a mãe de Logunedé. Grande Deusa de Ijexá,veste-se de amarelo ouro e na barra da saia azul claro. A pata é uma de suas grandes Kizila, o seubicho de fundamento é a tartaruga, que aprecia a carne e os ovos, come com Oxossi, Yemanjá e seufilho Logun.YEYEOGÁ: Velha, rabugenta, ligação com Xangô Ogodo.YEYEKARE: Muito bonita, guerreira, autoritária e agressiva. Veste saia branca com forro amarelo claro.Tem ligação com Oxossi e Ogún. Acompanha Yemanjá e Oxalá, come na lagoa e no encontro das águasalgadas. Devido ser muito guerreira, numa luta feriu-se na perna esquerda, é manca da pernaesquerda e come bichos fêmeas.YEYEPETU: Culto extinto no Brasil.YEYEOBA: Ligada a Xangô.ALOKE: Ligação com Yemanjá.OGBO: É relacionada ao parto e ao nascimento do feto. É a origem de Oxún, seu culto é realizado nasnascentes dos rios. Veste o amarelo ouro e azul claro, come com Oxalá e Yemanjá.AYILA OU YALA: É avó das Oxún, muito poderosa e guerreira, foi esposa de Ogún. Veste o amareloouro e azul claro, come com Ogún, mora nas matas e tem caminhos com Obaluaê.CORES: Amarelo ouro, azul claro, branco, bege (Ijimu), rosa, amarelo, azul e branco (Opará).COMIDA: Acaçá, ipeté, omolocun, inhame da costa, inhame da costa com camarão seco, obi, orogbo,uado, acará no azeite doce.DIA DA SEMANA: Sábado.DATA: 8 de dezembro.FRUTAS: Todas as frutas doces, inclusive manga rosa e carlotinha com açúcar cristal.FOLHAS:Colônia OmiNegamina MacacaMutamba Folha da fortunaFolha da costa Canela de macacoBredo sem espinho Catinga de mulataErva de Santa Luzia Rama de leiteFolha de Ioko LevanteBredo sem espinho OripepeBEBIDAS: Água de rio com essência de flor de laranjeira, mel com água de poço ou cachoeira, aluá.ILEKÉ: Amarelo ouro, amarelo claro, âmbar com marfim.METAL: Ouro, latão amarelado, cobre amarelado.PARTE DO CORPO: Todo o rosto, o baixo ventre, o baço, às vezes o coração, patrona do ventre, aterceira visão e a circulação sanguínea (os rios).SÍMBOLO: Abebé, Espada.SACERDOTE: Iyalosun ou AmolosunCARGOS: Qualquer cargo.TOQUE: Ijexá.SAUDAÇÃO: ORI YE YE OFI DE RI O MÁ (Opará)Orê Yeyê ô!
  • 88. Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostavade panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre.Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Sí uma mulher elegante possuíajóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre.Omiro wanran wanran wanran omi ro!"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de seruma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. Oxum foi a segunda mulher deXangô. A primeira chamava-se Oiá-Iansã e a terceira Obá.Oxum tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elasdeslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerososvãos permitem atravessar de um lado a outro.Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos,transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra,pois ponte nenhuma as ligava. Oxum não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela levapara longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio.Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar orio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez a Oxum uma promessa solene, entretanto,mal formulada.Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para aguerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coias.Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível daságuas e Olowu continuou sua expedição.Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamenteencontrou Oxum com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowumandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois,galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun, iguaria onde suavemente misturam-secebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre asmargens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar naságuas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio.Oxum, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenementeprometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra.O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servissede oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou dopaís.O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, oprimeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou,uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte,soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem acolhido no fundo do rio.Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros dadivindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixechegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheunuma cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobrea água e o grande peixe saltou sobre ela.Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar.Ataojá declarou então: "Oxum gbô!""Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes."Dando origem ao nome da cidade de Oxogbô. Todos os anos faz-se, aí, grandes festas emcomemoração a todos estes acontecimentos.ARQUÉTIPOO arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes evestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais,porém mais reservadas que Oiá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância.Sob sua aparência graciosa e sedutora escondem uma vontade muito forte e um grande desejo deascensão social.ESSABAS DE OXUM:Macaça Baronesa
  • 89. Folha da costa – Odun-dunVitória régia Cajá – Jamin Malva branca – EfinOripepê Papinho de peru – Tolu-tolu Beldroega – OmimOjuorô Mutamba - Aferé Capeba – JáOxibatá Folha da fortuna – Eim-dum- Folha de loko – Iróko dumOriri Malmequer branco – Pepe Rama de leite – ObôVassourinha de igreja Canela de macaco – Golfo branco – Omin-ojúBredo sem espinho – Teté Teterégun Folha de vintém – IlerinAlfavaquinha – Orim-rim Parietária – Monan ABILZEIRO; AGUAPÉ; ALFAVAQUINHA; AMOR DO CAMPO; ALUMÃ; BABOSA; ASSA-PEIXE; AZEDINHA; BANANEIRA; BRILHANTINA; BEM-ME-QUER; BELDROEGA; CAMARÁ; CAMOMILA; ERVA CAPITÃO; CANELA DE MACACO; CAPEBA; CIPÓ CHUMBO; COLONIA; ERVA- CIDREIRA (MELISSA); VASSOURINHA DE RELÓGIO; QUITOCO; ORIPEPE; MELISSA; MANJERICONA; JAMBO; IPÊ AMARELO;ÒSUN GUANDO; FOLHA DA FEITICEIRA; ERVA-DE-SANTA MARIA; CEBOLA; ERVA DE SANTA LUZIA; FOLHA VINTÉM; FOLHA DA COSTA; GRAVIOLA; JARRINHA; MACAÇA; MÃE BOA; MALMEQUER; MALVA BRANCA; MANJERICÃO; MILAME; MUTAMBA; ORIRI; OXIBATA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; FOLHA DA FORTUNA; BARONESA; VITORIA REGIA; ALFAZEMA; ORIPEPE. OXUMLocais de maior cachoeiras e riosvibração dosorixás Branca e amarela (Rosas e Palmas)As cores eflores que sãoregidas pelosorixás: Champanhe brancaAs bebidas quesão regidaspelos orixás:Frutos e Frutas Banana Ouro – Laranja Lima.Algumas das Omolocum – (Feijão fradinho cozido na água, com camarõescomidas mais refogados no azeite doce coberto por 8 ovos cozidos).comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremos Oriri, Colônia, pétalas de rosas brancas.aqui as ervasmaisconhecidas noRio de Janeiro:
  • 90. Os Orixás São pessoas vaidosas, de meiga beleza, lentas, um tanto quantonormalmente preguiçosas, interessadas, porém descuidadas.trazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhosde: O ouro.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. 8 de dezembro.CalendárioFestivo daUmbandaQUALIDADES DE OXUM:1. Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ 9. Yeye Oke (guerreira)(carrega ogum é uma Iansã) 10. Yeye Onira (guerreira)2. Jumu ou Ijimu (a mãe de todas, estreita 11. Yeye Oloko (vive nas florestas)ligação com as Ìyámi) 12. Yeye pondá (esposa de Oxóssi Ibualama,3. Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda guerreira e porta um leque)as mulheres terem filhos) 13. Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)4. Apara (a mais jovem e guerreira) 14. Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher5. Ajagura (guerreira) de Ogum)6. Yeye Oga (velha e enquizilada) 15. Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce7. Yeye Petu sobre a cabeça de suas filhas)8. Yeye Kare (guerreira) 16. Yeye Odo (dos perdões)LENDA DE OXUM: Esta lenda conta como Oxum conseguiu enganar Exú e aprender a arte de adivinhar. Oxum pediu a seu Pai Oxalá, que lhe ensinasse a arte de adivinhar. Oxalá disse a Oxum que sóExú e Ifá detinham tal poder. Oxum procurou Exú e lhe pediu que a ensinasse a jogar. Exú é claro, negou. A jovem foi para a floresta procurar Yamó Oxorongá, que admirou-se da coragem de Oxum,uma vez que ninguém entrava na floresta ao escurecer. Oxum encontrou Oxorongá e esta lhe ensinoua feitiçaria para acabar com a pose de Exú. Oxum voltou a procurar Exú, desta vez levando as mãos cheias de um pó brilhante. Oxumdesafiou Exú a adivinhar o que havia em suas mãos, quando Exú olhou o pó ficou cego por algumtempo, deixando seus búzios caírem. Oxum se fez de prestativa e começou a ajudar Exú, desvendandoo jogo. Oxum perguntava Exú: “Quantos búzios são? Quem responde no primeiro?” e assim por diante. Exú fica irritado ao saber da astúcia de Oxum e procura Ifá, que por sua vez acha graça dacoragem de Oxum e diz a Exú que terá que dividir seus conhecimentos com Oxum.
  • 91. LENDA DE OXUN Conta a lenda que Oxalá, numa de suas caminhadas pelo mundo, iria passar pela aldeia deOxun, onde pretendia parar e descansar. Exú, mensageiro dos orixás, correu para avisar Oxun que o grande orixá fun-fun estava acaminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muitoimportante para todos. Ela, então, apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza detodas as casas e lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da corbranca. Oxun cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha queestar perfeito, à altura de Oxalá. Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxun não se lembrou deconvidar as Iya-mi para a grande festa. As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas, resolveramdesmoralizar Oxun perante os convidados. No dia da chegada de Oxalá à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, noassento do trono da Oxun, um preparado mágico, que não fora notado por ninguém. Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamentada. O palácio de Oxun, que foracaprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvuraimaculada. Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia.Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé eadmiração ao grande mensageiro da paz. Oxun, sentada em seu trono, esperava com impaciência a entrada de Oxalá em seu palácio,quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar levantar-se, percebeu que estava presaem sua cadeira e, por mais força que fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foitão grande, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suasroupas e também sua cadeira. Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado,que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido. Oxun, envergonhada com o acontecido, não conseguia entender porque havia ficado presa emsua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de todos os preparativos. Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho. O jogo, então,lhe revelou que Oxorongá havia colocado feitiço em seu assento, por não ter sido convidada. Exú, a pedido de Oxun, foi em busca do grande pai, para relatar-lhe o ocorrido. Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muitoconstrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe, transformando o sangue de suas roupasem penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a deOxalá. Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou aquelapena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento. A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura do Candomblé.EWÁ: É a Deusa do rio YEWÁ, ligada à água doce. Está associada à fecundação e às virgens. Nas suasdanças ela brinca com as águas. A sua mais forte característica é ser guerreira, trás uma espada, que éum dos seus objetos de culto.PERSONALIDADE: Calma aparente, dengosa, delicada, lutadora, vaidosa e orgulhosa.PAÓ: Igual das demais Iabás.SAUDAÇÃO: “Ora Ewá eu!”.CORES: Vermelho, amarelo, salmão e branco.DIA: SábadoMETAL: CobreFILIAÇÃO: Nanã e Oxalá
  • 92. Página 62:COR: Amarelo, azul, dourado e branco.METAL: DouradoSÍMBOLO: Abébé.Muito pouco se sabe atualmente sobre Ewá.Ela é também filha de Nanã, e é vista como horizonte, o encontro do céu com a terra, do céu com omar. Ewá representa ainda outros horizontes, como a interface onde se tocam a vida e a morte, o dia ea noite e outros. Assim, todas as transformações, mudanças e adaptações sao regidas por ela.Ewá é virgem, bela e iluminada. Apesar desta beleza e do assédio dos orixás masculinos, nunca quis secasar, sendo uma moça quieta e isolada, voltada para o conhecimento dos segredos dastransformações.Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, um casamento, masEwá desejava viver sozinha, dedicada à sua tarefa de fazer cair a noite no horizonte, puxando o solcom seu arpão.Como Nanã insistisse em seu casamento, Ewá pediu ajuda a seu irmão Oxumarê, o arco-íris, que aescondeu no lugar onde ele se acaba, por trás do horizonte, e Nanã não mais pôde alcançá-la. Assim,os dois irmãos passaram a viver juntos, para sempre inatingíveis. Ambos regem o intangível e Ewátambém é compreendida como a energia que torna possível o abandono do corpo e a entrada doespírito numa nova dimensão.No Brasil poucos candomblés cultuam Ewá, pois dizem que o conhecimento sobre as folhas necessáriasao seu culto foi perdido durante o processo de aculturação dos africanos escravos.Dia da semana: segunda-feiraCor: verde-mar e rosa (o tom é o rosa do cair da tarde)Símbolo: Arpão com uma serpente enrolada, por sua ligação com Oxumarê.Comida: batata doce.Saudação: Rirró!EWÁ (nome de um rio nigeriano)É um orixá feminino, divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de raro encanto e beleza, eé considerada como a rainha das mutações, das transformações orgânicas e inorgânicas. É o orixá quetransforma a água de seu estado líquido para o gasoso, gerando nuvens e chuva.Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando figuras de animais, objetos, pessoas, ali estáa magia e o encantamento de Ewá, evoluindo e desenhando no céu. É a deusa do que é belo, dandocores aos seres tornando-os vivos e bonitos. Está ligada com a alegria, regendo com Ibeji o que se temou o que se seja ser feliz. Filha mais nova de Nanã, gêmea de Oxumaré, irmã de Obaluaiê e Ossain.YEWÀÉ uma Santa dona da visão. É um Òrixá um pouco raro no Brazil. Ela gosta que suas filhassejam novas e virgens. Quando suas filhas casam ou perdem a virgindade, elas passam a seradoxùu da Òxún. Mais tarde, se elas se abstiverem do sexo ou ficarem viúvas, Yewá passaregê-las, inclusive, a possuir suas cabeças. Ela é como Nànãn, não gosta de escolher homenspara seus eleitos, podendo os mesmos serem seus Ogãns (alabes e axoguns) e outrasfunções que não seja incorporar a Deusa. É muito amiga dos pássaros. Todas as partesbrancas lhe pertence, o branco do arco-iris, os raios branco do sol, a neve e o leite dasfolhas.Também é um Òrixá das florestas e comanda os astros como o sol, a lua e as estrelas.YEWÀ quer dizer: - A serpente azul ou a senhora da visão.Usa vermelho cristal e o amarelo gema, três contas vermelhas e duas amarelo gema.QUALIDADESGEBEUYINGYRANOMAJÉEREWÁLENDA
  • 93. YEWÀ estava a banhar-se e a lavar roupas no rio quando Orunmilá apareceu fugindo de Ikú(a morte), relatando o que estava acontecendo e a pedir que o escondesse, pois estavamuito novo para morrer. Ela atendeu escondeu-o sob um monte de roupas que estavam embaixo de sua saia. Ikú surgiu e perguntou-lhe, mulher, viste alguém passar aqui? YEWÀperguntou por que mulher?Ikú respondeu-lhe: Sabes quem sou eu? YEWÀ instigando a morte sem temê-la disse: sei ésa morte. E tu sabes quem eu sou?Sim, respondeu Ikú, és Yewà a mulher de Obaluawe e estimo meus respeitos. Com arsoberano ela disse-lhe: Vi sim,alguém passou correndo para aquele lado, indicando a Ikú olado errado, salvando assim a vida daquele jovem. Orumilá agradecido deu a Yewà o dom davidência. Nesse exato momento Yewà teve um pensamento e Orumilá falou-lhe: Yewà tuserás mãe. Era justamente o que ela estava pensando. Este era o melhor presente dado aesta grande guerreira.Orixá das águas, deusa do rio Iewá. Santa guerreira, valente. Roupas vermelhas, usa espada e brajásde búzios com palha da costa. É dos orixás mais belo. Gosta de pato, também de pombos.Yewa é a divindade do rio Yewa. Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido àcomplexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para arealização do seu ritual, daí se ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Yewa ,quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Osun ou Oya. O desconhecimentocomeça com as coisas mais simples como a roupa que veste, as armas e insígnias que segura e oscânticos e danças, isso quando não diz que Yewa é a mesma coisa que Osun, Oya e Yemoja.Yewa usa ofa que utiliza na guerra ou na caça. No seu ritual é imprescindível, dentre outras coisas, oiko (palha da costa), existe mesmo um ese Ifa do odu Otuamosun, que fala de Yewa saindo de umafloresta de iko (22). O seu grande ewo (coisa proibida) é a galinha. Corre a lenda entre as casasantigas da Bahia que cultuam Yewa, que certa vez indo para o rio lavar roupa, ao acabar, estendeu-apara secar. Nesse espaço veio a galinha e ciscou, com os pés, toda sujeira que se encontrava no local,para cima da roupa lavada, tendo Yewa que tornar a lavar tudo de novo. Enraivecida, amaldiçoou agalinha, dizendo que daquele dia em diante haveria de ficar com os pés espalmados e que nem elanem seus filhos haveriam de comê-la, daí, durante os rituais de Yewa, galinha não passar nem pelaporta. Verger encontrou esse ewo na África e uma lenda idêntica (23). Na Nigéria, Abimbola publicouum itan Ifa (história de Ifa), falando que de carta feita estando Yewa à beira do rio, com um igba(gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção.Era Ifa que vinha esbaforido fugindo de iku (a morte). Pedindo seu auxílio, Yewa despejou toda roupano chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em cima de Ifa e sentou-se. Daí a pouco chega amorte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Yewa respondeu que viu,mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifa saiudebaixo do igba e Yewa, levou-a para casa, a fim de tornar-se sua mulher (24).ESSABAS DE EWÁ:Teterégun – Cana do brejo OjuorôFolha de Santa Luzia SANGOLOVO ( CANA DO BREJO ); MELANCIA; CANA DO BREJO;ÈWÀ ARROZINHO; OJUORO;LENDA DE EWÁ: Ewá era a encarregada de cuidar das roupas de Oxalá, clareava todas com cuidado pois o donoera exigente. Quando executava tal tarefa, em determinada ocasião, uma galinha apareceu à suafrente e Ewá, sem querer estrangulou-a, sujando toda roupa do Senhor. Ewá com medo escondeu-sedebaixo do manto de Oxalá.Esta lenda relata o por que de Ewá não gostar de comer galinha.
  • 94. OYÁ: Oyá é uma ninfa que está ligada às águas através das tempestades. Sendo a Rainha do Vento,provoca tufões, furacões, em fim vários danos aqui na Terra. É guerreira corajosa, representa a agressividade. Segundo suas lendas, Oyá tem domínio da espada, do escudo, da caça, do búfalo d dos Eguns.PAÓ: O mesmo das demais Iabás.COR: Amarelo, rosa, vermelho e branco.ANIMAIS: Caça em geral.SAUDAÇÃO: “Eparrei Oyá! Oyá mesan orun!”.SÍMBOLO: espada e o Erû-kerê.QUALIDADES:Oyá Seno Oyá Topé Oyá OniraOyá Gunãn Oyá Egbalá Oyá SirêOyá BaganIansã é a força dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como ovento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestades, que assolam a existência mas não durampara sempre.Iansã ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para aviva-lo mais e mais, eassim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambostanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Iansã era uma companheira perfeita paraOgum. Diz o mito que Iansã não podia ter filhos, por isso adotou Logun-Edé, filho abandonado porOxum, e o criou durante algum tempo.Diz o mito, também , que Iansã era tão linda que, para fugir ao assédio masculino vestia-se com umapele de búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar umacerimonia de encaminhamento da alma de um amigo caçador ao orum (céu). Iansã não parava jamais.Um dia em que Xangô foi visitar seu irmão Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Iansã(também conhecida como Oyá) apaixonou-se por Xangô, e partiu para viver com ele, deixando Logun-Edé com Ogum, que terminaria de criá-lo.A partir de então, tornou-se uma das três esposas de Xangô e com ele reina e luta, enviando seusventos para limpar o mundo e anunciando a chegada dos raios e trovões de seu amado.Dia da semana: quarta-feiraCor: vermelho, rosa, marromSímbolo: eruxin (rabo de cavalo, signo de poder ioruba) obé (espada)Número: 9Comida: acarajéSaudação: Eparrei, Oyá!OIA-IANSÃ ou OYÁ (mesan: "nove")Oia-Iansã é o orixá de um rio conhecido como Níger, cujo nome original em iorubá é Oyá. Deusa daespada do fogo, dona da paixão, Oia-Iansã é a rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões,vendavais.Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, senhora docemitério.Orixá da provocação e do ciúme. Paixão violenta , que corrói, que cria sentimentos de loucura, que criao desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento maisforte que a razão. A frase "estou apaixonado" tem a presença e a regência de Oia-Iansã, que é o orixáque faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais
  • 95. profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínioenlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das conseqüências de um atoimpensado no campo amoroso. Oia-Iansã rege o amor forte, violento.Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns. É a deusa dos cemitérios. É ela queservirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela queindicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda a falange dos Boiadeiros.Embora tenha sido esposa de Xangô, Oia-Iansã percorreu vários reinos. Foi paixão de Ogum,Oxaguian, Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaiê.Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito domanuseio da espada. Em Oxogbo, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo.Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia.No reino de Oxóssi, seduziu o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e setransformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-Edé ecom ele aprendeu a pescar. Oia-Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrirseus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiêresolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início, Oia-Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foimais forte aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oió, reino de Xangô, elá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reinodo deus do trovão, Oia-Iansã aprendeu muito mais. Aprendeu a amar verdadeiramente e com umapaixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.O fogo é o elemento básico de Oia-Iansã. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que queima. E aquelesque dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, sãodignos de pena e mais dignos ainda, do perdão de Oia-Iansã.ÒYAÒya é a dona dos raios,dos ventos e dos mortos,controla Ygbalé ( casa dos mortos ). Esposa de seuprimo, Xango, foi a maior guerreira que já existiu na Africa,sua fúria era incontrolável, não temendonem a morte.Ligada ás florestas que ela domina com seu OruKeré,que foi presenteado por Oxosse. Éassociada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja. Está relacionada ao vermelho e érepresentada pelo relâmpago.Oya teve 9 filhos, uns dizem que foi com ogun, outros que foi com Xangó, oito nasceram mudos esurdos e o último nasceu um Egun e graças aos sacrifícios recomendados por Ifá, nasceu com o poderde falar com voz estranha e sobrenatural, chamado Segi, que imita a voz do macaco africano chamadoIjimaré, macaco que é consagrado aos Êres.QUALIDADESOYÁ Igbalé - (ligada diretamente ao culto aos eguns)OYÁ FurêOYÁ OdoOYÁ IamesanOYÁ OniraOYÁ YatopéOYÁ Afefé Ykú FunanOYÁ AfakarebóOYÁ AfeféOYÁ BaganOYÁ PetúOYA EgunnitáOya (Oiá) é a divindade dos ventos, das tempestades e do rio Niger que, em iorubá, chama-se OdòOya. Foi a primeira esposa de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso. Conta uma lendaque Xangô enviou-a em missão na terra dos baribas, a fim de buscar um preparado que, uma vezingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oiá desobedecendo às instruçõesdo esposo, experimentou esse preparado, tornando-se também capaz de cuspir fogo, para grandedesgosto de Xangô, que desejava guardar só para si esse terrível poder.Oiá foi, no entanto, a única das mulheres de Xangô que, ao final do seu reinado, seguiu-o na fuga paraTapá. E, quando Xangô recolheu-se para baixo da terra, em Kossô, ela fez o mesmo em Irá.ARQUÉTIPOO arquétipo de Oyá-iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podemser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quandocontrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações da mais extrema
  • 96. cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosasextraconjugais múltiplas e frequentes, sem reserva nem decência, o que não as impede decontinuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados.ESSABAS DE OYÁ:Oriri Louro Canela-de-macaco – TeterégunFolha da Costa – Odún-dun Bredo sem espinho – Teté Espada de Ogun – JunçáFolha de Umbaúba - Abauba Alfavaquinha – Orim-rim Folha de fogo – Adimum-ade-Erva Tostão - Eregê Jarrinha – Jacomijé rumMacaçá Erva-de-passarinho – Afoman Espada de Oyámésèèsán rosa – Obe-cemi-olaPeregun Pega-pinto – Tepola Parietária – MonanFolha de Azaléia Capeba – Já Taioba – BalaPapoula Beti-cheiroso – Obayá Cajá – JaminPara-raio Piperégún – nativo Mutamba – AferéFlor de Coral Folha de Loko – loko Lingua-de-galinha – GunocoBrinco de Princesa Malmequer – Pepé Rama de leite – Obô PARA-RAIO; PARIETÁRIA; PEREGUN; MUTAMBA; FOLHA DE FOGO; CANELA DE MACACO; BAMBU; BOMINA; BREDO SEM ESPINHO; CAPEBA; CASUARINA; ERVA DE PASSARINHO; ERVA TOSTÃO; ESPADA DE SANTA BÁRBARA; GUINÉ; ORTELÃ DA HORTA; JABORANDI; JARRINHA; LÍNGUA DE GALINHA; LOURO; MALMEQUER; MALVA ROSA; MARACUJÁ-CAIANO;OYA MARAVILHA BONINA; NEGA MINA; PINHÃO BRANCO; PINHÃO ROXO; SANTA BARBARA; SENSITIVA (DORMIDEIRA); TAIOBA BRANCA; TROMBETA; LACRE; FOLHA DE CORAL; ANIZ; LINGUA DE VACA IANSÃLocais de bambuzal e rochasmaior vibraçãodos orixásAs cores e Amarela e Coral ( Palmas e Rosas rubras)flores que sãoregidas pelosorixás:
  • 97. Vinho branco e Champanhe brancaAs bebidas quesão regidaspelos orixás: Manga Rosa.Frutos e Frutas Acarajé (feijão fradinho descascado e moído com camarão seco batido atéAlgumas das o ponto, frito no azeite de dendê em forma de bolinhos, semelhante seucomidas mais formato ao “quibe”).comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas noRio de Janeiro: Erva de Iansã, Espada de Santa Bárbara, Folhas de Bambu, Pára-Raio.Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas conquistadoras, vivas, ativas, ciumentas e até mesmo cruéis,de: trabalhadoras e incansáveis.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. O cobre.CalendárioFestivo daUmbanda 4 de dezembro.QUALIDADES DE YANSÃ:
  • 98. 1. Oya Biniká 11. Bagbure 2. Fure2. Seno 12. Tope 3. Guere3. Abomi 13. Filiaba 4. Toningbe4. Gunán 14. Semi 5. Fakarebo5. Bagán 15. Sinsirá 6. De6. Onìrá 16. Sire 7. Min7. Kodun 17. Gbale ou Igbale (aquela 8. Lario8. Maganbelle que retorna à terra) se 9. Adagangbará9. Yapopo subdividem em:10. Onisoni 1. FunánAs últimas , estão ligadas ao culto dos mortos.Tem forte ligação com Omulu , Ogun e Exú.LENDA DE OYÁ: Oyá, bela e extrovertida, saía pelo mundo em busca de obter conhecimentos. Por onde andavageralmente se relacionava com reis e príncipes, os deixava apaixonados e depois partia em busca denovas aventuras. A Rainha dos Ventos chegou à Ifé, reino de Ogum o grande guerreiro, que apaixonado por ela,ensinou-lhe como lutar com espadas, logo em seguida, o abandonou seguindo para Oxogbô, onde viviaOxoguian. Seduziu-o, aprendeu o uso do escudo e abandonou. Na estrada encontrou Exú e o atraiu com seu jeito espalhafatoso. Exú lhe ensinou como lidarcom fogo e tudo sobre magia. Não se prendendo à Exú, foi para floresta onde se relacionou comOxossi, aprendendo a caçar e a tirar a pele do búfalo, transformando-se nas horas de perigo nesteanimal. Encontrando Logun encantou-o, aprendendo com ele a pescar. Seguindo para a terra de Obaluaê queria descobrir os seus segredos, tentou seduzi-lo com adança do vento, mas nada adiantou, pois Obaluaê não se sentiu atraído por ela. Obaluaê com penapelo esforço de Oyá, lhe ensinou a dominar Egun. Oyá continuou viajando até chegar a Oyó, onde conheceu Xangô, dividindo com ele os poderesdo raio e do trovão, só que desta vez apaixonou-se pelo Rei.LENDA DE OYÁ – YANSAN Segundo a lenda, Oyá vivia feliz com Ogun, pois os dois tinham muitas coisas em comum, comoo gosto pela guerra e o desejo de desbravar novos lugares. Gostavam da companhia um do outro,sentindo-se em harmonia. Com ele, que é conhecedor de todos os caminhos, Oyá aprendeu a andarpela Terra. Gostava muito de vê-lo trabalhar, em seu oficio de ferreiro, tentando aprender como eleconfeccionava suas armas e ferramentas. Oyá pedia insistentemente que lhe fizesse uma arma paraguerrear. Um dia, Ogun a surpreendeu, oferecendo-lhe uma espada curva, que era ideal para seu uso.Isso a agradou muito, tanto que, mais tarde, todo seu exército estava usando esse mesmo tipo dearma. Mas Ogun não a levava em suas batalhas, deixando-a sozinha e entediada. Sem falar no tempoque gastava em seus afazeres de ferreiro. Oyá adorava a liberdade, mas, ao mesmo tempo, nãodispensava uma boa companhia. Começou a sentir-se rejeitada por ele. Foi nesse momento que Xangô, o grande rei, foi procurar Ogun, pois precisava de armas paraseu exército. Ele era muito atraente e cuidadoso com sua aparência. Era impossível não notar suapresença. Ogun, aceitando o pedido, começou a produzir armas para Xangô, que tinha muita urgência.Ficaria na aldeia o tempo necessário para o término do serviço. Xangô também notou a presença de Oyá, sentindo uma grande atração por ela. Com seu jeitode ser, aproximou-se dela para trocar conhecimentos a respeito de suas habilidades. Descobriram,
  • 99. nessas conversas, que possuíam muitas afinidades, inclusive que não gostavam de viver isolados,assim como Ogun. Oyá estava muito interessada em Xangô e em tudo o que estava aprendendo com ele, mas nãoqueria magoar Ogun, a quem respeitava muito. Xangô propôs-lhe uma união eterna, sem monotonia, sem solidão, viajando sempre juntos portoda a Terra. Seria uma união perfeita. Quando Ogun terminou seu trabalho, os dois já haviam partido. Ele ficou enfurecido com atraição de ambos, mesmo sabendo que sua companheira não podia ficar cativa para sempre. Partiu atrás deles para vingar sua desonra! Oyá estava vindo ao seu encontro, para explicar-lhe que não poderia mais ficar com ele, poisXangô a completava, mas que iria respeitá-lo sempre como grande orixá da guerra. Ogun estava tão enfurecido, que não ouviu o que ela dizia, e foi com grande fúria que investiucontra ela, erguendo sua espada. Oyá, em defesa própria, também o atacou. Ela foi golpeada em novepartes do seu corpo, e Ogun em sete, formando curas. Esses números ficaram muito ligados a essesorixás, assim como as curas, que foram introduzidas nos rituais africanos.OBÁ: Está ligada às águas e à guerra. Atribuem-se as enchentes e as cheias dos rios à este Orixá.Pelo fato de conviver muito tempo com Xangô ela aprendeu a lidar com energias diferentes, tais comoa energia elétrica.Obá também rege a desilusão amorosa, o sentimento de perda, a depressão e a raiva.PERSONALIDADE: Guerreira, são frágeis nas relações amorosas, sinceras, depressivos, raivosos, boas,habilidosas e rápidas.PAÓ: Igual à Oyá.COR: Amarelo, vermelho e branco.SÍMBOLO: A luta.METAL: Dourado e cobre.ANIMAIS: Galinha, galinha d`angola e cabra.Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas saoconsiderados domínios de Obá. Ela representa também o aspecto masculino das mulheres(fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos.Por sua envergadura física e força, tornou-se uma guerreira, a única mulher capaz de desafiar Ogumpara uma luta, e por ser Obá extremamente forte e destemida, Ogum se viu obrigado a usar de umtruque contra ela, espalhando quiabo amassado no chão, e atraindo Obá para aquele canto, onde aguerreira escorregou e não apenas perdeu a luta como foi possuída à força por Ogum, que se tornouseu inimigo.Sendo uma cozinheira excelente foi escolhida para ser a terceira esposa de Xangô, o deus trovão.Sempre se sentindo menos desejada por seu amado que Oxum e Iansã, Obá se esmerava em agradá-lo com seus pratos cada vez mais aprimorados. Mas Oxum era sempre a preferida de Xangô.Um dia Obá não se conteve e perguntou a Oxum qual o segredo de sua sedução. Oxum, que vivia coma cabeça enrolada em turbantes maravilhosos, disse que havia cortado a própria orelha esquerda ecolocado no amalá (uma comida à base de quiabo) de Xangô que, ao comê-lo, por ela se perdera depaixão para sempre.Obá então cortou a própria orelha e a colocou no amalá.Ao ver Obá com um ferimento no lugar da orelha Xangô quis saber o que houvera e Obá contou.Neste momento Oxum tirou seu turbante e, mostrando as duas orelhas intactas a Obá, desatou a rir.Xangô, zangado com a insensatez de Obá e enojado por ver sua orelha na comida, expulsou-a de seupalácio e Obá tanto chorou e teve raiva que se transformou num rio revoltoso. Na África, no lugar ondese encontram os rios Obá e Oxum o estouro das águas é extremamente violento.Cor: vermelho com amareloNumero: 4
  • 100. Símbolo: ObéComida: quiaboDia da semana: Quarta-feiraSaudação: Obá xirê!OBÁ ("rainha")Divindade guerreira, considerada até como uma Oia-Iansã velha, originária do rio de mesmo nome naNigéria. Ligada à água doce como Oxum, ao contrário desta está presente nas águas revoltas como:enchentes, inundações e cheias dos rios e também no corisco, que lhe foi dado pelo marido Xangô. É oorixá que domina a paixão. Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, aincapacidade do homem de ter o que ama e deseja. Obá é a raiva, a frustração, a solidão, a depressão,o sentimento de abandono. Embora a lenda diga ser Obá uma guerreira vencedora, ela conseguiu seuencantamento no oposto, ou seja, na derrota.Obá era esposa de Xangô, juntamente com Oxum que muito esperta queria se livrar da rival. Certo dia,para enganar Obá, Oxum apareceu com um pano cobrindo uma das orelhas. Obá quis saber o que eraaquilo, e ela então contou que tinha cortado a própria orelha e colocado na comida de Xangô, e esteteria gostado muito, daí ela ser a sua favorita. Obá por tanto amor que nutria pelo marido, não pensouduas vezes, e fez o mesmo. Xangô repugnado expulsou-a de seu reino. E toda esta dor, desesperança,abandono, ficou em Obá e tem sua regência. É a lógica dizendo que é a "última gota", que faztransbordar nossos sentimentos. Se um rio enche e transborda, é porque não suporta mais o volumede água, deixando escapar "aquilo que não cabe mais", isto é Obá, esta é sua regência, seuencantamento e sua influência. Geralmente quando incorpora, lança-se contra as filhas de Oxum,principalmente se estas estiverem próximas do orixá Xangô. A iniciação de uma filha de Obá necessitade certas ervas difíceis de serem encontradas no Brasil. Daí o grande número de filhas de Oia-Iansã,de características muito semelhantes a Obá, crescer a cada dia.OBÁÉ a divindade do rio do mesmo nome, foi a terceira mulher de Xangõ. Como ás duas primeiras, Oyá eOsún,ela foi também mulher de Ogun segundo uma lenda de Ifá.Obá é um orixá feminino muito enérgico e fisicamente mais forte que muitos orixás masculinos. Eladesafiara e vencerá na luta, sucessivamente, Oxalá, Xangô e Orumilá. Chegada à vez de Ogun,aconselhado por um babalawo, ela preparou uma oferenda de espigas de milho e quiabo. Amassoutudo num pilão, obtendo uma pasta escorregadia, que espalhou pelo chão, no lugar previsto, digo ondeaconteceria a luta. Chegado o momento, Obá que fora atraída até o lugar previsto, escorregou sobre amistura, aproveitando-se Ogun para derrubá-la e possuí-la no ato.Mais tarde, quando Obá se tornou a terceira mulher de xangõ, uma grande rivalidade não demorou asurgir entre ela e Osún.Esta era jovem e elegante e Obá era mais velha e usava roupa fora de moda,fato que nem chegava ser dar conta, pois pretendia monopolizar o amor de Xangô. Com este objetivo,sabendo quanto Xangô era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinhautilizadas por Osún, a fim de preparar ás comidas de Xangõ.Osún irritada, decidiu pregar-lhe uma peça e um belo dia, pediu-lhe que viesse assistir, um pouco maistarde, á preparação de um determinado prato que, segundo lhe disse Osún maliciosamente querealizava maravilhas junto a Xangõ, o esposo comum. Obá apareceu na hora indicada. Osún, tendo acabeça atada por um pano que lhe escondia as orelhas, cozinhava uma sopa na qual boiava doiscogumelos. Osún mostrou a sua rival, dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando-aspara ferver na panela, a fim de preparar o prato predileto de Xangõ. Este chegando logo, tomou a sopacom apetite e deleite e retirou-se, gentil e apressado, em companhia de Osún. Na semana seguinte,era vez de Obá cuidar de Xangõ. Ela decidiu por em prática a receita maravilhosa: cortou uma de suasorelhas e cozinhou-a numa sopa destinada a seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer de vê-lacom a orelha decepada a achou repugnante o prato que ela lhe serviu. Osún apareceu, nestemomento, retirou o seu lenço e mostrou que suas orelhas jamais haviam sido cortadas nem devoradaspor Xangô. Começou, então a caçoar da pobre Obá, que, furiosa precipitou-se sobre sua rival. Seguiu-se uma luta corporal entre elas. Xangõ, irritado fez explodir o seu furor. Osún e Obá, apavoradas,fugiram e transformaram-se nos rios que levam seu nomes. No local da confluência dos dois cursos deágua, as ondas se tornaram-se muito agitadas em conseqüência da disputa entre as duas divindades.Conta-se ainda, sobre Obá, uma lenda por vezes atribuída a Osún,baseada num jogo de palavras: OraiOwu, partindo em expedição guerreira,teve que atravessar o rio Obá com seu exército. O rio estava emperíodo de enchente e as águas tão tumultuadas que não podiam ser atravessadas. Oreifez, então,uma promessa solene, embora mal formulada.Ele declarou: Obá,deixe passar meu exército, eu lhe imploro, faça baixar o nível de suas águas e sesair vitorioso da guerra,eu lhe oferecerei uma nkan rere(boa coisa).Ora,êle tinha por mulher uma filhado rei Ibadan que levava o nome nkan. As águas baixaram, o rei atravessou o rio e venceu a guerra.
  • 101. Regressou com um saque considerável.Chegando próximo ao rio Obá, ele encontrou novamente emperíodo de cheia. O rei ofereceu-lhe todas as nkan rere, tecidos, búzios, bois e comidas, mais o riorejeitou todos estes dotes. Era nkan a mulher do rei, que ele exigia. Como rei de Owu era obrigado apassar, teve que lançar nkan as águas, mas ela estava grávida e pariu no fundo do rio. Este rejeitou orecém nascido, declarando que somente nkan lhe havia sido prometida. As águas baixaram e o reivoltou triste aos seus domínios, seguido pelo seu exercito. O rei de Ibadan tomou conhecimento doocorrido. Indignado, declarou que não tinha dado sua filha em casamento para ela servir de oferendapara um rio. Fez a guerra a seu genro,venceu-o e expulsou de seu país.OBÁ NO NOVO MUNDONo Brasil, assim que Obá aparece num candomblé manifestada em uma de suas iniciadas, ata-se umturbante em sua cabeça a fim de esconder uma de suas orelhas, como na recordação da lenda jánarrada. Se Osún manifesta-se no momento, a tradição exige que as duas divindades encarnadasprocurem lutar novamente e é preciso, então intervir energicamente para separá-las. A dança de Obá éguerreira, ela brande o sabre com uma das mãos e na outra leva um escudo.Suas oferendas consistem em, cabras,patos e galinha dangola.Sincretismo: Obá é sincretizada com Joana DArque, mais também é sincretizada como Sta Catarina.Qualidade: Obá não tem divisão,é uma santa guereira que traz espada, e reina nas fogueiras eacampamemtos é a água viva do mar,muitos antigos dizem que Obá pode ser uma qualidade de Oyá.Deusa do Rio Obá. Espôsa de Xângo. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo e lança. Nadança briga com Oxum que a induziu a cortar uma das orelhas para usá-la na comida de Xangô e comisso manter seu amor. Os resultados revelaram-se desastrosos e Obá foi repudiada por Xangô. Obácome conquén, cabra e pato. Dança tapando com a mão o lado do rosto de onde cortou a orelha.Obá era uma mulher vigorosa e cheia de coragem. Faltava-lhe, talvez, um pouco de charme erefinamento. Mas ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar.Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas asdisputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi decombate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força.Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Chegou a vez de Ogum!Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas,compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter umamassa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eleslutariam.Ogum seguiu, fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O dia do encontro échegado".Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um contra o outro". A luta começou.No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara aoferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-la. Rapidamente,libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo, tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulherde Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa.Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor deXangô. Obá procurava, sempre, surpreender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando estapreparava as refeições de Xangô.Oxum, irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha. Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir àpreparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô. Obá chegou na horacombinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas.Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Oxum fezcrer a Obá que se tratava de suas orelhas, que ela cozinhava, assim, para preparar o prato favorito deXangô. Este logo chegou, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelose, galante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.Na semana seguinte, era a vez de Obá cuidar de Xangô. Ela decidiu pôr em prática a receitamaravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achourepugnante o prato que ela lhe preparara. Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrandoà sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas.Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade. Uma verdadeira luta se seguiu. Xangô,encolerizado, trovejou sua fúria. Apavoradas, Oxum e Obá fugiram e se transformaram em rios.Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas, no lugar de sua confluência, em lembrançada briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.
  • 102. ARQUÉTIPO(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")O arquétipo de Obá é a das mulheres valorosas e incompreendidas. Suas tendências um pouco virisfazem-nas frequentemente voltar-se para o feminismo ativo. As suas atitudes militantes e agressivassão consequências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se,frequentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram geralmente compensação paraas frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perderdos seus bens tornam-se garantias de sucesso.ESSABAS:Mesmas de Inhasã e Oxum. NegaminaCandeia Folha de amendoeira ASSA-PEIXE; GOIABA; BETERRABA; GERÂNIOOBAQUALIDADES DE OBÁ:1. Obá Gideo2. Obá RewáLENDA DE OBÁ: Seguindo pelo mundo revoltada, Obá dedicou-se a luta, sendo conhecida como a bela guerreira. Todos comentavam sobre a imbatível Obá, chegando ao conhecimento de Ogum. Este se sentiuofendido, resolvendo procura-la e quando a encontrou encantou-se com a bela guerreira. Marcaramuma luta na qual se Ogum ganhasse ela o amaria, caso contrário seria a mais hábil guerreira e Ogumlhe entregaria a espada. Ogum usando de esperteza, mandou que seus guardas esgalhassem baba de quiabo pelo chão.Chegando o dia, Obá parte para cima de Ogum, sendo que mal consegue ficar em pé, pois o chãoestava escorregadio. Obá percebeu a malícia de Ogum e puxou-o, os dois lutaram durante horas masnenhum conseguiu vencer. Os dois se entenderam. Ogum quis levar Obá, mas esta o recusou por ter seu coração com Xangô.IEMONJÁ: Esta Deusa está ligada à criação, é considerada a Grande Mãe. Sendo uma das ninfas das águas salgadas tem sua representação nos mares e oceanos, é aresponsável pela vida dos animais do meio aquático. A Iemonjá tratada neste trabalho é filha deOloôkun (Senhor dos Oceanos). Ela e Oxalá tiveram uma união, da qual muitos Orixás foramoriginados. Suas danças representam as ondas do mar.PERSONALIDADE: Francos, intuitivos, voluntariosos, decididos, ciumentos, custam muito a perdoaruma ofensa, são amigos até a morte, vaidade pouco acentuada, sinceros, teimosos, valentes, passamgrande parte do seu tempo pensando.
  • 103. PAÓ: Batidas de palmas imitando o som das ondas do mar, seguindo-se as 3 de reverência e oadobale.FILIAÇÃO: OloôkunSAUDAÇÂO: “Odoiyá! Odô Siaba!”.DIA: Sábado.COR: Azul claro, branco, pérola e transparente.METAL: Metais brancos.QUALIDADES:Asaba Akurá ou Konlá RanaraOgunté Malebô Olossa AsesuYemowoQUALIDADES DE YEMONJÉ:1.Yemanjá Ogunté (esposa de Ogum Alagbedé) 5.Yemanjá Ataramogba/Iyáku (vive na espuma2.Yemanjá Saba (fiadeira de algodão, foi esposa da ressaca da maré)de Orunmilá) 6.Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)3.Yemanjá Sesu/Susure (voluntariosa e 7. Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas,respeitável, mensageira de olokun) esposa de Oxalá)4.Yemanjá Tuman/Aynu/IewaIemanjá, sao todas as águas salgadas e areias do mar. É considerada o princípio de tudo, juntamentecom a terra, Oduduwa. Iemanjá é o mar que alimenta, que umidifica as terras, que energiza a terra, etambém o maior cemitério do mundo. Representa ainda as profundezas do inconsciente, o movimentorítmico, todas as coisas cíclicas, tudo que pode se repetir infinitamente. A força contida, o equilíbrio.Iemanjá uniu-se a Oxalá, a criação, e com ele teve os filhos Ogum, Exu e Oxóssi e Xangô.Como seus filhos se afastaram dela, Iemanjá foi aos poucos se sentindo mais e mais sozinha e resolveucorrer o mundo, até chegar a Okerê, onde foi adorada por sua beleza, inteligência e meiguice. Lá, o reise apaixonou por ela, desejando que se tornasse sua mulher. Iemanjá então fugiu, mas o Alafincolocou seus exércitos para persegui-la. Durante sua fuga, foi encurralada por Oke (as montanhas) ecaiu, cortando seus enormes seios, de onde nasceram os rios. Assim, ela é também a mãe de Oxum,Obá e Iansã (em alguns mitos).Conta-se que a beleza de Iemanjá é tamanha que seu filho Xangô não resistiu a ela e passou apersegui-la, com o desejo incestuoso de possuí-la. Na fuga, Iemanjá cai e corta os seios, dando origemàs águas do mundo e aos Ibejis, filhos de Xangô com Iemanjá. Outro mito ainda, narra a sedução emsentido contrário. É Iemanjá quem persegue seu filho Aganju (a terra firme) e este é quem foge.Representando o inconsciente, Iemanjá é considerada também a "dona das cabeças", no sentido de serela quem dá o equilíbrio necessário aos indivíduos para lidar com suas emoções e desejosinconscientes.Cor: azul claro e verde, nos tons do mar.Símbolo: Abebê (espelho, símbolo das águas em geral)Dia da Semana: SábadoNumero: 10Comida: arroz com melSaudação: Odô Iyá!IEMANJÁ (iya: "mãe"; omo: "filho"; eja: "peixe").A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas,considerada como mãe da maioria dos orixás, regente absoluta dos lares, protetora da família.Chamada também de deusa das pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento denascimento.
  • 104. Essa força da natureza também tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela reger nossoslares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmoteto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidadeao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festasde casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ounão.Numa Casa de Santo, Iemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformandoessa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmãopara irmão em pessoas que a bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também osentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dosBabalorixás (Pai de Santo) ou Ialorixás (Mãe de Santo) com os Omorixás (Filhos de Santo).A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência deIemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em setratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e odesejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar.É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindodo seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto.Protege a vida marinha.Filha de Olokum e mãe da maioria dos orixás. Sua cor é branca, associada ao orixá Oxalá; juntosteriam feito a criação do mundo. É proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existeum rio com o mesmo nome do orixá.Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a à força, tentando violentá-la. Uma grande luta sedeu, e bravamente Iemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe.Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu "caiu no mundo" desaparecendo no horizonte.Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho,pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada comoa lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesados orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.YEMONJÁÉ uma belíssima ninfa negra de grandes e belos seios desnudos e volumosos, aparecesempre com uma vestimenta da cintura para baixo, nas cores azul e branca, com um adornoem forma de coroa, chamado Akoro, mas conhecido como Adê, na cor prateada, tendo nosbraços braceletes de prata e idés, em suas mãos um leque de prata em forma de peixe,chamado de Abebè e uma espada chamada de Kupanga Omyi Benbe ou Lidá, demonstrandoassim as riquezas encontradas nas águas profundas do mar. Divindade das águas salgadas.QUALIDADESYEMUOÉ a primeira, a mais velha e esposa de Xangô. Veste branco e cristalYIAMACÈ ou YIAMACI-MALÉÉ a segunda, mãe de xangô e Oxumaré. Esposa de Orannian e muito festejada durante asfestas consagradas a seu filho Xangô. Suas contas são brancas leitosas, rajadas de vermelhoe azul.YINAÉ ou MALELEÉ a terceira, aquela que os filhos sempre serão peixes, também conhecida como Maribó,mora nas águas mais profundas, é a sereia, ligada a reprodução dos peixes, vem sempre abeira mar apanhar sua oferendas. Ligada a Oxalá e a Exú.OGUNTÉÉ a quarta, espôsa de Ogun Alakibebé, mãe de Ogun Akoro. Ogunté quer dizer aquela quecontém Ogun. Vive perto das praias, no encontro das águas com ás pedras. Traz na cinturaum facão e todas as ferramentas que Ogun usa, penduradas em sua vestes. Sua maiorquizila é a pata.Come carneiro e todos os bichos machos, castrado na hora do sacrificio. Come com seu filho
  • 105. Ogun nos campos e caminhos. Veste azul marinho e branco cristal ou verde e branco (nascasas de jeje não come carneiro).OLOSSÁÉ a quinta. Come com Osún e Nanan. Veste verde claro e sua contas são branco cristal. Comecarneiro castrado na hora do sacrificio (nas casas de jeje não se copa carneiro).ASAABÁ ou SOBÁÉ a sexta.É velha e manca da perna esquerda, devido uma luta com Exú. Muito rabujenta etraiçoeira, fala de costas,fia as roupas de Oxalá e comanda ás camadas profundas do mar.Foi casada com Orumilá IFÁ e usa uma corrente de prata no tornozelo, come pata e tempavor de carneiro, come junto com Omolú,Osún Karé e Oxalá.YIASESSU ou SESSUÉ a sétima. É a mensageira de Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e émuito esquecida e lenta. Come com Obaluwàiyé e Ogun. Veste verde água e suas contasbranco cristal. Come pata e carneiro castrado na hora do sacrifício(na nação jeje não comecarneiro).AKURÀÉ a oitava. Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algasmarinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, come com Nanan, veste o verde águae contas iguais.AYIOÉ a nona. Muito velha e veste sete anáguas para proterger-se. Vive no mar e descansa nalagoa. Come com Osún e Nanan.SUAS FOLHASErva prata, macassá, capueraba branca e azul, umbúba, oxibata, altéia, arassá da praia,colõnia, condessa, graviola, erva de santa luzia, mãe boa, lágrima de Nossa senhora, pata devaca e a principal que é o papo de peru.Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes"), é o orixá dos Egbá, umanação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Asguerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokutá, no início doséculo XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaramconsigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região,tornou-se, a partir de então, a nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, serconfundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente à opinião de numerosos queescreveram sobre o assunto no fim do século passado. Não nos deteremos nas extravaganteshipóteses do Padre Baudin, retomadas com entusiasmo pelo Tenente-Coronel Ellis e outros autores.Daremos, porém, em notas um resumo destes textos.O principal templo de Iemanjá está localizado em Ibará, um bairro de Abeukutá. Os fiéis destadivindade vão todos os anos buscar a água sagrada para lavar os axés, não no rio Ògùn, mas numafonte de um dos seus afluentes, o rio Lakaxa. Essa água é recolhida em jarras, transportada numaprocissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira(ère) e um conjunto de tambores. Ocortejo na volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.Iemanjá seria filha de Olóòkun, deus (em Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa história de Ifá, elaaparece "casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei deIfé,...Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao Oeste. Outrora,Olóòkun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não sesabe jamais o que pode acontecer amanhã", com a recomendação de quebrá-la no chão em caso deextremo perigo. E assim, Iemanjá foi instalar-se no "Entardecer-da-Terra", o Oeste. Olofin-Odùduà, reide Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Iemanjá, em vez de se deixar prender e
  • 106. ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se namesma hora, levando-a para Okun, o oceano, lugar de residência de Olóòkun (Olokum).Iemanjá tem diversos nomes, relativos, como no caso de Oxum, aos diferentes lugares profundos(ibù)do rio. Ela é representada nas imagens com o aspecto de uma matrona, de seios volumosos, símbolode maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios mais que majestosos - ousomente um deles, segundo outra lenda - foi origem de desentendimentos com seu marido, embora elajá o houvesse honestamente prevenido antes do casamento que não toleraria a mínima alusãodesagradável ou irônica a esse respeito. Tudo ia muito bem e o casal vivia feliz. Uma noite, porém, omarido havia se embriagado com vinho de palma e, não mais podendo controlar as suas palavras, fezcomentários sobre seu seio volumoso. Tomada de cólera, Iemanjá bateu com o pé no chão etransformou-se num rio a fim de voltar para Olóòdun, como na lenda precedente.Iemanjá no Novo MundoIemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedrasmarinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe éconsagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas devidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato epratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;Iamassê, mãe de Xangô;Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que freqüentemente é confundido comIemanjá em certas lendas;Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjáexiste, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.ARQUÉTIPOTomamos emprestada a descrição do arquétipo de Iemanjá a Lydia Cabrera, sua filha, certamente amais competente de todas aquelas que nos foi dado o prazer de conhecer: "As filhas de Iemanjá sãovoluntariosas, fortes, rigorosas, protetoras, altivas e, algumas vezes, impetuosas e arrogantes; têm osentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades quelhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais.Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam doluxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se aspossibilidades do cotidiano não lhes permitem um tal fausto".ESSABAS DE IEMONJÁ:Oriri Bredo sem espinho – TetéManjericão Alfavaquinha – Orim-rimRama de leite - Obô Malva branca – EfinMacaçá Golfo-branco – Omin-ojúFolha de colônia Jarrinha – JacomijéFolha da costa – Odun-dun Folha de bicho – IbinPata de vaca (beira de rio) Capeba – JáUmbaúba Beti-cheiroso – ObayáErva de São João (mestrato)
  • 107. Folha de loko – Iróko Canela de macaco – TeterégunFolha de neve branca, cana-do-brejo – Tinin Parietária – MonamGolfo de baronesa – Ereximominpala Cajá – Jamin AGUAPÉ; ÁGUA DE LEVANTE; ALFAVAQUINHA; ALTÉIA; UNHA DE VACA; UMBAÚBA; SALSA DA PRAIA; PATA DE VACA; PAPO DE PERU; MUSGO MARINHO; MARICOTINHA; JASMIM; ERVA DE SANTA LUZIA; DANDÁ DO BREJO; CONDESSA; CAMÉLIA; ARASSÁ DA PRAIA; BREDO SEM ESPINHO; CANA DO BREJO; CANELA DE MACACO; CAPEBA; COLONIA;YEMOJÁ ERVA PRATA; FOLHA DA COSTA; FOLHA DE BICHO; GRAVIOLA; JARRINHA; LÁGRIMA DE NOSSA SENHORA; MACAÇA; MÃE BOA; MALVA BRANCA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; OXIBATA; ERVA SÃO JOÃO YEMANJALocais de praiasmaior vibraçãodos orixásAs cores e Branca (Palmas e Rosas)flores que sãoregidas pelosorixás: Champanhe brancaAs bebidas quesão regidaspelos orixás: Mamão.Frutos e FrutasAlgumas das Arroz cozido com fatias de coco regado com mel.]comidas maiscomunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas noRio de Janeiro: Erva da Lua, Alfazema, Colônia, pétalas de rosas brancas.
  • 108. Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas facilmente irritáveis, generosas até certo ponto, dede: tendência maternal e amantes da solidão.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. A prata.CalendárioFestivo daUmbanda 15 de agosto.LENDA DE YEMONJÁYemonjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos. Era possuidora de umgrande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos. Embora casada, não tinha grande apego porseu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, enão permitiria tal desonra. Yemonjá também pensava no bem-estar de seus filhos, não podendo deixá-los desamparados.Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável. Elanão agüentava mais se submeter aos caprichos de um homem que ela desprezava.Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar. No fundo, ela já estavadecidida a fugir, mas precisava de seu apoio. Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e,como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém. Ele, então, deu à sua filha uma cabaça comencantamentos, para que ela usasse quando estivesse em perigo.Yemonjá colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos.Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seumarido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muitos e seria uma luta desleal. Yemonjá odeia osconfrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida.Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai. Do seu interior escoouum líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção aooceano.Foi nessas águas que Yemonjá e seu povo encontraram um caminho para a liberdade.OXUMARÉ: Oxumaré (serpente, arco-íris) é a servidora de Xangô e o seu trabalho é o de recolher as águascaídas sobre a Terra durante as chuvas. É a manifestação do conflito natural, é a manifestação do conflito e da união (DÃ).
  • 109. Tem sua representação na pororoca, junto com Iemonjá e Oxum, e noarco-íris. É o Orixá da riqueza.PERSONALIDADE: temperamento desconfiado, falsos, retraídos quando é conveniente, observadores,alegres, trazem a transformação a beleza e a fartura, com o sucesso tornam-se generosas.PAÓ: Igual a Oxum.SAUDAÇÃO: “Arrobobôia, Tiuaraça Bessém!”.DIA: Sábado.CORES: Verde e amarelo, além das que compõe o arco-íris.ANIMAIS: Bode, cabra, frangos e galinha d`angola.Oxumaré ou Oxumarê, é a energia das cores, da luz do sol após as chuvas, o arco-íris, e por issomesmo associado às serpentes, que sao muito coloridas e poderosas.Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este eraOxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido os preceitos de Orunmilá, Oxumarênasceu sem braços e sem pernas, com a forma da serpente, rastejando pelo terra, e ao mesmo tempode homem. Mais uma vez decepcionada, Nanã abandonou Oxumarê.Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava,a nadar e possuía imensa astúcia e inteligência.Orunmilá, o deus da adivinhação do futuro admirando-se e apiedando-se dele tornou-o um orixá belo,de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. ÉOxumarê portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova.Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quandotivesse esta missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas ao homens ou apobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do arco-íris.Número: 10Cor: as do arco-írisDia da semana: quinta-feiraSímbolo: Dã. (ma serpente enrolada numa árvore, simbolizando o poder da adaptação)Comida: batata doceSaudação: Arroboboi Oxumarê!OXUMARÉ ("aquele que se desloca com a chuva e retém o fogo nos seus punhos" )Orixá andrógino, cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação etransformação. Por ser bissexual, tem uma natureza dupla; é representado na mitologia daomeana poruma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição.Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como incumbência levar as águasda cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu). Nos outros seis meses, Oxumaré assume a formafeminina, e nessa fase, seria uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamadaBessém.A dualidade de Oxumaré faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si:bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo.Como uma cobra, morde a própria cauda formando o símbolo ocidental do Orobóros, gerando ummovimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante doscorpos celestes no espaço. Nas lendas, aparece sempre como filho de Nanã e Oxalá.No Brasil, seus iniciados usam o brajá, um longo colar de búzios trabalhados de maneira a pareceremas escamas de uma serpente. Durante sua dança, o iaô aponta os dedos para cima e para baixo,alternadamente indicando os poderes do céu e da terra. Em algumas regiões é cultuado como deus dariqueza, simbolizado por uma grande cunha entre seus apetrechos de culto.Oxumaré está presente nas negociações, no pagamento das contas, no recebimento de um prêmio, nacompra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nasfinanceiras, enfim, nos lugares em que se manuseia dinheiroÉ o Orixá da riqueza (material e espiritual). Está associado ao ciclo vital, símbolo de continuidade davida. É representado por uma serpente, que, rastejando sobre a Terra, desenhou vales e rios.
  • 110. É o Orixá que controla e regula os movimentos celestes. Simboliza a atividade, a continuidade e apermanência. Sua comunicação com os homens é expressa pelo arco-íris, o que revela as suasmúltiplas funções. Leva água dos mares, transformando-a em chuva, trazendo o raio e o trovão àTerra, garantindo a fertilidade e o crescimento dos elementos da natureza. Por isso se diz: Àróbò vo yi!Aquele que vai, dá a volta e continua!Oxumaré, na cultura yorubá é filho de Nana e Oxalá, entre os africanos que trouxeram este culto parao Brasil, Oxumaré é Rei da Nação Jeje, onde recebe o nome de DAN, BESEN ou DANGBÉ. Por se Orixáda continuidade, tem como representação uma serpente engolindo o próprio rabo.Oxumaré, por estar ligado a terra e as águas, já que reside nas profundezas do oceano, é o dono dasriquezas escondidas nas florestas, nas entranhas da terra e nos fundos dos mares. É também dono daspedras preciosas, do ouro, do coral, do sègi, que vem a ser os excrementos que deixa no mundo.Oxumaré é o Orixá de todas as coisas compridas: das extensas palmeiras e do cordão umbilical (quedeve ser enterrado aos pés da palmeira para assegurar vida longa e próspera ao recém-nascido). Umadas características dos filhos de Oxumaré, são pessoas que tendem à renovação e à mudança.Periodicamente mudam tudo em sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, dereligião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro,para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.São magras como a cobra, possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas não enxergam,se prendem a valores materiais, ostentando riquezas; são orgulhosas, exibicionistas, mas tambémgenerosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.QUALIDADESKETUEFERIN: Vem ao barracão com ade em palha da costa, com as 7 cores do arco-íris, usa também umacouraça de metal, de várias cores e duas serpentes em estanho.EBASUN: Ao lado de Obaluaê, tendo na mão direita uma cobra e na esquerda um espadim, como odesenho abaixo:Obs: Esta qualidade é assentada fora de casa.EJO: É feita fora de casa, é terrívelKAFORIDAN: É velho, pai de Dan (A serpente encantada) e está ligado a fertilidadeJEJEDAN: Vodun velhoBESE: Rei do Jeje – fêmeaDANCILÉ:DANBAGLÁ: Cultuado também no Haiti, está ligado a bruxariaDANGBÉ: Se veste de branco, come cabritos brancos, usa 2 cobras imersas no azeite de dendê/azeitedoce. É machoAYDOWEDO: É fêmeaCOR: Verde, amarelo, preto e amarelo, Jeje: preto, amarelo com sègiCOMIDA: Isu(inhame), batata doce, egbo bem mole, acaçá, omolocun (ovos cozidos, cortados emrodelas e fritas no azeite doce), acarajé, folha de mostarda frita no azeite de dendê com camarão seco,pipoca, quiabo, banana da terra frita no azeite de dendê, feijão fradinho, feijão preto, egbo, camarãoseco, azeite de dendê e azeite doce, farofa de ovos, sai como ebó: salada de frutas com mel, pipoca noazeite doce e dendêDIA DA SEMANA: Terça-feiraDATA: 24 de agostoFOLHAS:Iroko Pente de OxumaréParietária Mutambataioba Golfo redondo de NanãMariazinhaBEBIDAS: Aluá, águaILEKÉ: Brajá ou BarajáMETAL: Estanho, bronze, ferroPARTE DO CORPO: Espinha dorsal, sistema nervoso e sistema neurovegetativoSÍMBOLOS: Ojá em forma de serpente, 2 ibiri em forma de cobra, 2 cobras em estanho, usadas nasmãosSACERDOTE: Podem ocupar qualquer cargoTOQUE: Bravun, Opanijé, Avania, DahoméSAUDAÇÃO: ARO BO BOI ou ARO MO BOI
  • 111. Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô). O adivinho do rei Oni. Sua única ocupação era ir aopalácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos iorubás. O rei Oni nãoera um rei generoso. Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essarazão vivia na miséria com sua família.O pai de Oxumaré tinha um belo apelido. Chamavam-no "o proprietário do chale de cores brilhantes".Mas tal como seu filho, ele não tinha poder. As pessoas da cidade não o respeitavam. Oxumaré,magoado por esta triste situação, consultou Ifá. "como tornar-me rico, respeitado, conhecido eadmiradopor todos?" Ifá o aconselhou a fazer oferendas. Ele disse-lhe que oferecesse uma faca debronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei mandou chama-lo. Oxumaré respondeu: "Poisnão, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia." O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré,recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais. Entretanto, voltando à suacasa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo arespeito de seu filho que estava doente. Ele não podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão equeimava-se nas cinzas do fogareiro.Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela. Todas as doenças da criançaforam curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré. Ela ofereceu-lhe umaroupa azul, feita de rico tecido. Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qualOxumaré retornou à sua casa em grande estilo. Um escravo fazia rodopiar um guarda sol sobre suacabeça e músicoa cantavam seus louvores.Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: "Oh! De onde vieste? De ondesairam todas estas riquezas?" Oxumaré respondeu-lhe que a rainha Olokum o havia consultado. "Ah!Foi então Olokum que fez tudo isto por voce!" Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaréuma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes. Oxumaré tornou-se,assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia asnuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de umlado a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!" Oxumarétornou-se, assim, muito célebre. Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende aesteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava. Elemandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados. Depois disso, Olodumaré não deixoumais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse dia, é no céu que ele mora e só tem permissão paravisitar a Terra a cada três anos. É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas."Oxumare é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nosseus empreendimentos e que não medem sacríficios para atingir seus objetivos. Suas tendências àduplicidade podem ser atribuídas à natureza andrógina de seu deus. Com o sucesso tornam-sefacilmente orgulhosas e pomposas e gostam de demonstrar sua grandeza recente. Não deixam depossuir certa generosidade e nçao se negam a estender a mão em socorro àqueles que delanecessitam.ESSABAS DE OXUMARÉ:Folha de café Mutamba – AferêOriri (alfavaquinha de cobra) Rama de leite – ObôJibóia Golfo redondo do monam – ExibatáFolha de Iróko – Iróko Jarrinha – JacomijéParietária, brotozinho – Monan Folha de neve branca, cana-de-brejo – TimimTaioba – Bala Mariazinha – PeculéCajá – Jamin Papinho-de-peru – Tolu-toluPente de Òsúmaré – Aberê-ejó
  • 112. PENTE DE OXUMARÉ; MARIAZINHA; LÍNGUA DE VACA; INGAZEIRO; MARÉ; GRAVIOLA; CAVALINHA; BATATA DOCE; ALTÉIA; ALCAPARREIRA; ANGELICÓ; CANA DO BREJO; COQUEIRO DE VENUS;ÒSÙMÀRÈ ERVA DE PASSARINHO; MUTAMBA; PARIETÁRIA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; FOLHA DE CAFÉ; ORIRI; JIBOIA; DORMIDEIRALENDA DE OXUMARÉ (BESSÉM): Oxumaré era jovem e dotado de muita inteligência. Um certo dia Oloôkun, Senhor dos Oceanos, a procurou para saberonde poderia encontrar pedras preciosas. Oxumaré pensou por algunsminutos, e disse à Oloôkun que se ele quisesse descobrir o local teria quelhe dar antes seis mil búzios. Oloôkun deu-lhe os búzios e, logo em seguida, Oxumaré apontou para o mar, dizendo que antesde chegar ao fundo ele encontraria tais pedras preciosas. Oloôkun deslumbrado com as pedras, além dos seis mil búzios, deu a Oxumaré a capacidade dese transformar em serpente e poder chegar ao céu com sua cabeça, com o rabo permanecendo naterra. Oxumaré com tal poder, esticou-se toda e foi ao céu consultar Olorum, levando consigo seis milbúzios. Oxumaré chegando ao céu, reverenciou Olorum e pediu que lhe desse a capacidade de dobrartudo aquilo que possuía. Olorum aceitando seu pedido, dobrou os seis mil búzios em doze mil. Retornando a Terra Oxumaré passou a atender à todos os Orixás, pois detinha o poder demultiplicar as coisas,logo em seguida, transformou-se em conselheiro inseparável de Xangô.LENDAS DE OXUNMARE Oxunmare, filho de Nanan e Orixalá, recebeu de Olorun uma missão muito especial e importantepara dar continuidade ao processo de criação e renovação da natureza. Sua tarefa consistia emcarregar, dentro de suas cabaças, toda água da Terra de volta para o céu. Era uma tarefa árdua einterminável, pois, nem bem ele enchia as nuvens, a água já começava a escorrer, molhando tudonovamente. Ele não tinha tempo a perder, mas, numa dessas viagens, parou para olhar a Terra e viu umimenso lugar, onde tudo era extraído da lama. Estava faltando alguma coisa para dar mais alegria aolugar. O próprio Oxunmare já tinha colocado em movimento todos os seres criados, como Olorun haviaordenado, mas ainda não bastava, tudo parecia muito igual e sem vibração. Ele resolveu, então, pedir a Deus que o ajudasse a encontrar uma maneira de trazer maisfelicidade para a Terra, e Olorun concedeu a ele a realização desse desejo. Quando estava carregando água, sem querer, deixou cair algumas gotas pelo caminho. Derepente, formou-se um arco colorido, de uma beleza incrível. Aquele arco mostrava as cores do universo, e, através dele e de suas infinitas combinações,Oxunmare poderia colorir toda a Terra com diversos matizes, tornando-a mais alegre e vibrante. A partir de então, formou-se uma aliança entre Deus (Olorun) e os seres criados, que semprepoderia ser vista quando as águas do céu encontrassem a luz do sol.
  • 113. O arco-íris tornou-se, também, símbolo desse Orixá, que gosta de movimento e harmonia emtodas as coisas.XANGÔ: É a manifestação da justiça, da força e do poder. Suarepresentação se dá através do trovão e do fogo. Este Orixá é o rei de Oyó, região da África onde seu culto ébastante acentuado. Oloôkun o encarregou de julgar os homens. Esta divindade nãoAceita injustiças. Por ser considerado Rei, dono de muitas riquezas, recorre-se freqüentemente à ele pedindo-seprosperidade.PAÓ: comum, seguindo-se de adobale.SÍMBOLO: É o machado de duas lâminas, trás na mão também o xerê, instrumento musical, usadosomente pelos filhos desse Orixá.COR: Marrom, vermelho e branco.METAL: Cobre.DIA: Quarta-feira.FILIAÇÃO: Oranmian e Yamase.SAUDAÇÃO: “Kawô Kabiêcilê, Obá nixé Kawô!”.ANIMAIS: Galo, bode, carneiro e cágado (àjapá).QUALIDADES:Dadá Oba Kossô Airá IgbonanAgodô Jakutá Airá AdjolosAirá IntiléQUALIDADES DE XANGÔ:1. Dadá 6. Jakuta 11. Airá Igbonam2. Afonjá 7. Aganju 12. Airá Mofe ou Adjaos3. Lubé 8. Baru4. Ogodo 9. Oloroke5. Koso 10. Airá IntileXangô, em seu avatar Ayrá é a força representada pelo som do Trovão, e no avatar Aganju, é a terrafirme. É um orixá que representa o poder em todas as suas dimensões: da riqueza, da sedução, dajustiça, da força física, da inteligência. É irmão de Ogum por parte de mãe e também de Oxóssi, sendoum filho mais caseiro e próximo de Iemanjá.Xangô Aganju, a terra firme, apaixonou-se por sua mãe Iemanjá, o mar, perseguindo-a por longotempo até que ela, cansada, caiu e Aganju a possuiu. Deste incesto nasceram outros orixás, filhos deIemanjá e Aganju, entre eles os Ibejis.
  • 114. Xangô era extremamente mulherengo e competitivo, tendo roubado as mulheres favoritas de seus doisirmãos, às quais seduziu com sua beleza, inteligência e poder, pois ele reinou sobre todos sobre todasas terras e teve como esposas Oxum, a deusa do amor e da beleza, roubada de Oxóssi, o deus dasmatas, e Iansã, a sensual deusa dos ventos e tempestades, roubada de seu irmão Ogum, o deus daguerra. Ele manteve sempre três esposas, sendo a terceira delas a poderosa Obá, guerreira forte, aúnica a enfrentar Ogum numa luta física (perdendo, embora, a luta) e senhora dos segredos dacozinha, aos quais Xangô não resistiu, embora Obá não fosse uma mulher bonita.Em suas lutas Xangô conta sempre com a vidência e magia da deusa dos rios, Oxum, com a coragem eimpetuosidade de Iansã e com a força bruta de Obá. Xangô mora num palácio nos céus, onde preparaas chuvas para sua mãe IemanjáXangô tem poderes secretos, e seu machado bipene é o portador de sua justiça. O barulho dos trovõesé o machado de Xangô caindo do céu para fazer justiça.Cor: vermelho/branco.Número: 12Dia da semana: quarta-feiraSímbolo: Oxé (machado de dois cortes)Comida: amalá (quiabo moído).Saudação: Kaô Kabiecilê, Xangô!XANGÔ ("aquele que se destaca pela força e revela seus segredos")Talvez estejamos diante do orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeirodeus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. É portanto, o principal tronco doscandomblés do Brasil.No aspecto histórico xangô teria sido o terceiro Aláàfin Òyó, filho de Oranian e Torosi; no seu aspectodivino, permanece filho de Oranian, divinizado, porém tendo Yamase como mãe e três divindades comoesposas: Oiá, Oxum e Obá..Xangô é o rei das pedreiras, senhor dos raios e do trovão, pai da justiça e o orixá que gera o poder dapolítica. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o orixá mais vaidoso entreos deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termo Obá, que significa rei.E é o orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país.No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais,associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gerahabilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussãopela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também osentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado "sangueazul", o poder de liderança.Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelorei é mais importante que o medo.Este, que apesar de grande guerreiro, justo e conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que jámorreu. Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se até que ele é uma espécie deimã de eguns, daí sua aversão a eles.Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da mortedestes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.XANGODeus do trovão, irmão mais novo de Xangó Ajaká, foi o quarto Alafin de Oyó. Viveu em 1450 antes decristo com o nome de Olofiran.Foi o maior conqistador e possuia o poder de provocar raios e relâmpagos. Foi marido de sua primaOya. Enforcou-se na colina deKosso em Oyó, onde hoje existe o palácio real de Alafin; reinou por 14 anos. Foi o mais poderoso emais forte de tôdos Alafins.Para os africanos êle reúne em sua figura mística três importantes divindades, que sâo:JACUTÁÉ aquele que atira pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun(Deus criador).ORANFÉ
  • 115. É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de IféTAPÁÉ muito conhecido por seu temperamento imperioso e viríl. Não perdoa os erros de seusfilhos.Xangó usa um machado de duas lâminas, chamado Oxé, dado por Ogun e na mão o Xére, queé feito de umacabaça alongada compequenos grãos de areia dentro, que ao ser agitada produz um ruído semelhante ao dachuva. Os Edun Ará (pedras de raio ) são colocadas numa gamela redonda, em cima do Odó(pilão de duas bocas), em seus altares sagrados. Usa também uma bolsa de couro, ornadacom búzios, que usa a tiracolo, guardando ali suas pedras de fogo, num total de 12,representando seus 12 ministros, que lança na terra durante as tempestades e contra seusinimigos nas batalhas. Usa ainda uma corôa ornada de búzios.Xangó como todos os reis e chefes de estado, traz consigo os seus conselheiros, os homensque o ajudam a governar e que recebem uma designa: os do lado direito: Otún Obá e do ladoesquerdo: Oci Obá.Os Obás da direita não seguram o Xere, porém tem direito a voz e voto, os da esquerdaseguram o Xere é só tem direito a voto.OS SEIS OBÁS DA DIREITA SÃOObá Abi OdunObá YirèObá AroluObá TeláObá OtopiObá KankufóOS SEIS OBÁS DA ESQUERDA SÃOObá OnoxokunObá AressáObá ElerinObá OnikoinObá OlubonObá XorunApós o desaparecimento de Xango, seus sacerdotes reuniram-se com a finalidade deperpertuarem a memória de seu rei e, num culto secreto e religioso, criaram o culto dosObás de Xango.Ele é o Deus da justiça, das pedreiras e do trovãoQUALIDADESAGANJÚQuer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com Yemanjá. È o filho mais novo deOrannian e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração doinimigo na ponta da lança. É o Xango amaldiçoado que matou e comeu á róía mãe.BARÚPega tempo e come com Exú. Dependendo da época este Orixá ora é barú ora é Yroko. Temcaminhos com Oyá Topé. Não come quiabo nem amalá, come amendoim cozido e padê. NaAfrica ele é chamado de maluco, pois, durante seu reinado fez muita besteira, motivo peloqual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava a todos.
  • 116. Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguais a roupa. Toca se para Exú e Xango.Barú era muito destemido, mas quando comia quiabo, que ele comia gostava muito, dormiao tempo todo e por isso perdeu muitas contendas, pois quando acordava seus adversários játinham voltado da guerra. Ele ficava indiguinado. Então resolveu consultar um Oluó que lhedisse: Se é assim deixe de comer quiabo. Barú perguntou: me diz o que comerei no lugar doquiabo...Só folhas...Só folhas? perguntou barú -Sim! respondeu o Oluó. Tem duasqualidades, uma se cha oió e a outra xaná, são boas e gostosas como o quiabo. E Barú falou:-A partir de hoje, eu não comerei mas quiabo.BADÉÉ o mai jovem Vodun da família do raio (cujo chefe é Keviosso ), corresponde a Xango jovemdos nagô. É irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás. Não fuma, não bebe, nãofala. Um de seus animais prediletos é o chicharro.OBAKOSSOPerdeu os poderes mágicos de transportá-se da terra para o céu, enforcando-se num pé deobi. Tem fundamentos com Exú, Eguse Oyá, devido a sua morte.AGODÔMuito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi êle que raptou Obá. Come comYemonjá.AFONJÁÉ o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá. É aquele que fulmina seusinimigos com o raio. Come com Yemonjá, sua mãe.ALAFINÉ o dono do palácio real,o governante de Oyó.Vem numa parte de Oxalá e caminha comOxaguian.OBÁ OLUBÉmuito orgulhoso,intratável e muito bruto. Come com OYá.OLO ROQUESeria o pai de Oxun Opará. Tem fundamento com Oxossi. Veste vermelho e branco oumarrom e branco.ALUFANÉ idêntico a um Airá. Confundem-se ele com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas sãoprateadas.SUAS FOLHASBico de papagaio, chocalho de Xangõ, erva de São João, inhame Acará, malva cheirosa,panacéia, para-raio, quiabeiro, tamarindeira,urucum, xiquexique etc."Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Poresse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por umraio é uma casa marcada pela cólera de xangô".Afonjá, Ogodô, Aganjú, Ayrá, Lubé, IbarúARQUÉTIPO
  • 117. O arquétipo de Xango é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e concientes de suaimportância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, corteses, mas que nãotoleram a menor contradição, e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas eincontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato eencanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites dadecência. Enfim, o arquétipo de Xango é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da suaprópria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidadee benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo econstante sentimento de justiça.ESSABAS DE XANÔ:Osigbatá Jarrinha – JacomijéEucalipto Folha de mitamba – BambaFolha da costa – Odun-dun Folha de capitão – AlapáFolha da fortuna Folha de loko – IrókoFolha de akoko Folha de caruru – OicôCamboatá Chocalho de xangô – Xére-obáHortelã (grosso) Bicheiro – Oxé-obáManjerona Parietária – MonamMusgo de pedreira Mutamba – AferéErva de São João (mestrato) Rama de leite – ObôBredo sem espinho – Teté Bico-de-papaguaio – OdidíAlfavaquinha - Orim-rim Beti-cheiroso (macho e fêmea) – Obayá XIQUEXIQUE; TAMARINDEIRO; SUSPIRO ROXO; ROMANZEIRO; QUIABEIRO; PESSEGUEIRO; PAU PEREIRA; PANACEIA; NOZ MOSCADA; MUSGO DA PEDREIRA; MORANGUEIRO; MALVA CHEIROSA; LEITEIRA; JAQUEIRA; INHAME ACARÁ; GAMELEIRA BRANCA; FEDEGOSO; ERVA DE SÃO JOÃO; ERITRINA; CRISTA DE GALO; CHOCALHO DE CHANGO; CASTANHA DO PARÁ; CAMPARÁ VERMELHO; BICO DE PAPAGAIO; BEIJO VERMELHO; AZEDINHA; AROEIRA BRANCA; ALUMÃ; ÁGUA DE LEVANTE; ALFAVACA ROXA; ANGELICÓ; AROEIRA ROXA; BETE CHEIROSO; BREDOSÀNGÓ SEM ESPINHO; CANSAÇÃO; CAPEBA; CAVALINHA; ERVA GROSSA; ERVA PRATA; ERVA TOSTÃO; FOLHA DA COSTA; FOLHA DE BICHO; FOLHA DA FORTUNA; FOLHA DE FOGO; MANJERICÃO; MELÃO DE SÃO CAETANO; MULUNGU; MUTAMBA; NEGA MINA; PARA-RAIO; PARIETÁRIA; TAQUARAÇU; TAIOBA BRANCA; UMBAÚBA; URUCUN; VENCE DEMANDA; JARRINHA; CAMBOATA; HORTELÃ GROSSO; MANJERONA; MUSMO DE PEDREIRA; ERVA SÃO JOÃO; KITOKO XANGO
  • 118. Locais de pedreiras, fendasmaior vibraçãodos orixásAs cores e Amarela e Roxa ( Palmas amarelas e Saudades roxas)flores que sãoregidas pelosorixás: Cerveja Preta amargaAs bebidas quesão regidaspelos orixás: Abacaxi – Laranjas ácidas.Frutos e FrutasAlgumas das Rabada em pedaços com quiabos e carne de peito. – Ajebó (quiabos emcomidas mais rodelas batidos na mão, com mel). – Angu (Fubá).comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas no Quebra pedra, Pára-Raio, Manjericão Roxo, Alevante, Chapéu de Couro,Rio de Janeiro: Saião.Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas com tendência à obesidade, bons “vivants”, ás vezes comde: tendência á libertinagem, reservadas.
  • 119. Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. O cobre.CalendárioFestivo daUmbanda 30 de setembroLENDA DE XANGÔ Xangô, quando viveu aqui na Terra, era um grande Obá (rei), muito temido e respeitado.Gostava de exibir sua bela figura, pois era um homem muito vaidoso. Conquistou, ao longo de suavida, muitas esposas, que disputavam um lugar em seu coração. Além disso, adorava mostrar seus poderes de feiticeiro, sempre experimentando sua força.Em certa ocasião, Xangô estava no alto de uma montanha, testando seus poderes. Em altos brados,evocava os raios, desafiando essas forças poderosas. Sua voz era o próprio trovão, provocando umbarulho ensurdecedor. Ninguém conseguia entender o que Xangô pretendia com essa atitude, ficandoali por muito tempo, impaciente por não obter resposta. De repente, o céu se iluminou e os raioscomeçaram a aparecer. As pessoas ficaram impressionadas com a beleza daquele fenômeno, mas, aomesmo tempo, estavam apavoradas, pois nunca tinham visto nada parecido. Xangô, orgulhoso de seu extremo poder, ficou extasiado com o acontecimento. Não parava deproferir palavras de ordem, querendo que o espetáculo continuasse. Era realmente algoimpressionante!Foi, então, que, do alto de sua vaidade, viu a situação fugir ao seu controle. Tentou voltar atrás,implorando aos céus que os raios, que cortavam a Terra como poderosas lanças, desaparecessem. Masera impossível - a natureza havia sido desafiada, desencadeando forças incontroláveis! Xangô correu para sua aldeia, assustado com a destruição que provocara. Quando chegou perto do palácio, viu o erro que cometera. A destruição era total e, para piorar asituação, todos os seus descendentes haviam morrido. Ao ver que o rei estava muito perturbado, seupróprio povo tentou consolá-lo com a promessa de reconstruir a cidade, fazendo tudo voltar ao que eraantes. Xangô, sem dar ouvidos a ninguém, foi embora da cidade. Ele não suportou tanta dor e injustiça, retirando-se para um lugar afastado, para acabar com sua vida. O rei enforcou-se numa gameleira. Oyá, quando soube da morte de seu marido, chorou copiosamente, formando o rio Niger. Ela,que tinha conhecimento do reino dos eguns, foi até lá para trazer seu companheiro da morte, que veioenvolto em panos brancos e com o rosto coberto por uma máscara de madeira, pois não podia serreconhecido por Ikú, o Senhor da Morte. Xangô ressurge dos mortos, tornando-se um ser encantado. Efoi assim que surgiu uma nova forma, ou qualidade, desse orixá, a qual chamamos Airá. Essa variaçãoda essência de Xangô adotou, além do vermelho, a cor branca. Outra lenda nos dá conta que Xangô, com sua irresistível aparência, atraía muitas mulheres. Eramuito vistoso, com seus cabelos trançados e os enfeites de cobre em seu corpo. Possuía muitasesposas, como Obá e Oxun. Oxun era a mais bela esposa de Xangô, muito mais vaidosa do que ele, dispensando grandeparte de seu tempo para enfeitar-se e, assim, poder agradar seu amado. Xangô apreciava muito sua companhia e o esforço que fazia para fazê-lo feliz. Obá não tinha o mesmo tratamento, por isso, sentia-se rejeitada. Ela era muito possessiva emseus relacionamentos e não suportava mais essa situação. Oxun havia percebido que Obá a invejava e queria roubar-lhe o companheiro. Muito faceira ecom ares de superioridade, começou a contar vantagens para a rival, que fingia não se importar. Diziaque Xangô adorava um certo quitute preparado com um ingrediente muito especial: um pedaço deorelha.
  • 120. Obá acreditou nela, pois, naquele momento, Oxun estava com um torço amarrado na cabeça.Embora parecesse estranho, devia ser tudo verdade, pois Xangô estava enfeitiçado por Oxun. Juntando muita coragem e determinação, Obá cortou fora sua orelha para preparar o tal prato. Xangô chegou bem na hora e viu o sangue que escorria da cabeça de Obá. Preocupado, quissaber o que havia acontecido com ela. Quando soube do acontecido, ficou enfurecido com Obá, porpensar em oferecer-lhe uma comida tão esquisita! Percebendo a mentira de Oxun, saiu furiosa à sua procura para ajustarem contas. Xangô separou as duas rivais, que se transformaram em rios. Obá foi embora desse reinado enunca mais voltou.NANÃ: Aqui mostra-se um outro lado de Nanã, que muitas vezes é esquecido. Todos a conhecem comoa senhora dos lagos, pântanos e da lama, deixando assim, de falar da sua participação na purificaçãoastral. È considerada uma das Deusas mais antigas, por isso, responsável pela ordenação do Aiyê e doOrum.PERSONALIODADE: Dignidade, agem impensadamente, bravas, gentis, quando a situação lhesfavorece, ranzinzas, gostam de criança, exibicionistas, dengosas, educa os filhos com dengo,agem comsegurança e majestade, são sábias, são lentas no cumprimento do seu dever e vivem sempre rodeadasde pessoas.FILIAÇÃO: A própria criação.PAÓ: 7 batidas de palmas lentas, na frente da esquerda para a direita, e as três de reverência,seguindo-se o adobale.SAUDAÇÃO: “Saluba Nanã-Buruquê!”.DIA: Sábado e DomingoNanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual sao feitos os homens. Dela saem seres perfeitos eimperfeitos, modelados por Oxalá e cuja cabeça é preparada pelo sensível Ajalá.Dizem os mitos que antes de criar o homem do barro, Oxalá tentou criá-lo de ar, de fogo, de água,pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvanecia; não adquiriaforma. O de fogo, consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã seofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quandoestes morressem fossem devolvidos a ela.Sendo o barro, Nana está sempre no principio de tudo, relacionada ao aspecto da formação dasquestões humanas , de um indivíduo e sua essência.Ela é relacionada também , freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente,dos atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, aouso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é oprincípio do ser humano físico. E assim é considerada a mais velha das iabás (orixás femininos).Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instável, sua aparência afastava os homens,que dela tinham medo.Nanã, teve dois filhos com Oxalá: Obaluaiê e Oxumarê (a terra e o arco-íris) e uma filha, Ewá, queteria nascido de uma relação entre Nanã e Oxóssi, ou ainda, entre Nanã e Orunmilá, conforme o mito.Como já vimos nos mitos de Obaluaiê e Oxumarê, ela os gerou defeituosos, por ter quebrado umainterdição e mantido relações sexuais com Oxalá, marido de Iemanjá. Abandonou a ambos, que foramcriados por outros orixás, e acabou sozinha quando Ewá, para fugir de um casamento que sua mãe lheimpingia, fugiu de casa para morar no horizonte entre o céu e o mar.Alguns mitos dizem que ela é também a mãe de Iansã, os ventos, e que foi expulsa de casa para nãomatar sua mãe, a lama, ressecando-a.Nanã sempre esteve em demanda com Ogum, que amava muito sua mãe Iemanjá, tomando partidodesta na disputa que se estabeleceu entre elas pelo amor de Oxalá.
  • 121. Ogum muitas vezes tentou se apoderar dos territórios lamacentos de Nanã sem, no entanto, conseguir.Como diversão, Ogum gostava de provocar a orixá, que exigia de Oxalá que este fosse castigado, semnunca ter conseguido, pois Ogum tinha fama de justo. Tantas vezes Ogum irritou Nanã que ela nãorecebe nenhuma oferenda feita ou cortada com objetos de metal e mesmo o sacrifício de animais feitoem sua homenagem deve ser feito com faca de madeira ou coberta por um pano.Cor : roxo ou lilásNúmero: 15Comida: mostardaSímbolo: ibiri (conhecido como " vassoura de Nanã, um instrumento de palha com elementos mágicosdentro, semelhante ao usado por Obaluaiê, com a qual Nana varre a terra)Dia da semana: segunda-feiraSaudação: Saluba!NANÃ (originalmente Néné / Nana / Nanã)Nanã, chamada também Nanã Burucu, Nanã Buruquê, é de origem Jeje, da região de Dassa Zumê eSavê, no Daomé, hoje conhecida como República de Benin.A mais temida de todos os orixás, a mais respeitada, a mais velha, poderosa e séria. Está associada àmaternidade. Teria o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também consideradaorixá da fecundação e dos primórdios da criação. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada àterra, para onde somos levados), transcendência.Entre o mundo dos vivos e dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e amorte. Sua regente: Nanã. Senhora e geradora da morte (Iku).Seus cânticos são súplicas para que leve Iku para longe, para que a vida seja mantida. É a força danatureza que o homem mais teme. Ela é senhora da passagem desta vida para outras, comandando oportal mágico, a passagem das dimensões.Nanã está presente nos lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama,dando origem a sua própria vida. Na África, é chamada de Iniê, e seus assentamentos são salpicadosde vermelho. Ela é a chuva, a garoa, a tempestade. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seuelemento; uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande orixá.Nanã é a mãe de Obaluaiê. Tratou sempre de si e de seu filho de forma nobre, nunca se metendo oupreocupando com o que as outras pessoas faziam da própria vida. Ogum travou batalha com Nanã pelodireito de passar por suas terras. Por ser um forte e valente guerreiro, não admitia em pedir licença auma "velha" para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foiobrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por suavez, aboliu o uso de metais em suas terras. E até hoje, nada pode ser feito com lâmina de metal paraelaNANÃ BURUQUÊNanã é a deusa da morte e seu culto não é popular no Brasil. Ainda hoje há temor, por parte de algunssacerdotes, de iniciarem os Omo Nanã. Preferem iniciar seus filhos nos cultos de Omulú/Obaluaê eassentar Nanã, porém, a rigor, não se inicia homens no culto de nanã, por ser o órgão genitalmasculino o maior Exó de nana.Nanã acompanha seus mortos até a desintegração total e está sempre acompanhada de Egun,assemelhando-se, neste caso a Oya.Nanã é a mais velha das Iyagba, considerada “vovó” dos orixá. Não se usa faca de metal para Nanã.Segundo a lenda é mãe de Somponnon, Oxumaré, Obaluaê e Omolu.É um orixá bastante complexo. representa a memória transcendental do ser humano e o acervo dasreações pré-históricas de nossos antepassados.É uma divindade das águas paradas e dos pântanos. Responsável pela matéria-prima (barro) que deuforma ao primeiro homem, participando, assim, da criação do mundo e dos seres.Nanã rege fisicamente o estômago, os intestinos, a memória e os pés. Temida por todos que conhecemos seus hábitos e costumes, é este orixá o representante da continuidade da exigência humana e,portanto, da morte. Por isso se diz:QUALIDADESBURUKU: A mais velha, verdadeira Deusa da Morta. Veste-se de branco, roxo ou lilás.TINELOKUN: Mais nova, tem culto, quase extinto.IGBA: Seu assento é numa cabaça.IGBAIYN: A Dona da Terra.INANDILÉ: Associada a Oxumaré.KITI: Fundamento com Oxumaré.INSELE: Culto extinto.MAAPAN:
  • 122. IYAMIBASUN: Culto extinto.COR: Branco/azul marinho, lilás ou roxoCOMIDA: Aberem (milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzáDIA DA SEMANA: SábadoDATA: 26 de julhoFOLHAS: Bredo sem espinhoOxibataErva passarinhoE as demais folhas usadas no Culto aos OrixáSálù bá Nana Burúku!Divindade que separa os espíritosTrevosos da morte!ILEKÉ: Principal é Brajá (1 búzio pra fora outro pra dentro)METAL: Bronze, estanho, ferroPARTES DO CORPO: Protege a barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheresgestantesSÍMBOLOS: Ebiri ou ibiriTOQUE: Oponijé – mais lentoSAUDAÇÃO: Salugba NanãESSABAS:Ôriri Alfavaquinha – Orim-rimFolha da costa – Odun-dun Golfo redondo de manam – ExibatáCapeba - Já Jarrinha – JacomijéCana-do-brejo Erva de passarinho – AfomanManjericão Folha de neve branca, cana-do-brejo – TimimRama de leite - Obô Parioba – PeculéFolha de mostarda Taioba – BalaGuaraná Cajá – JaminPapoula roxa Mutamba – AferéBredo sem espinho – Teté RAMA DE LEITE; NÀNÁ; SAMAMBAIA; QUARESMA; MARIA PRETA; MANACÁ; MACAÉ; FOLHA DA COSTA; CEDRINHO; BROTO DE BEIJÃO; ALFAVACA ROXA; ANGELIM; ASSA-PEIXE; AVENCA; BREDO SEM ESPINHO; CANA DO BREJO; CAPEBA; CIPRESTE; CRIZANTEMO; ERVA DENÀNÁ PASSARINHO; FOLHA DA FORTUNA; JARRINHA; LÍNGUA DE GALINHA; MÃE BOA; MELÃO DE SÃO CAETANO; MUTAMBA; RAMA DE LEITE; TAIOBA BRANCA; TRAVESCÂNIA ( BROTO DE FEIJÃO PRETO ) NANÃLocais demaior vibração charcos, lamaçal de chuvasdos orixásAs cores eflores que são Rubra (Rosas rubras)regidas pelosorixás:
  • 123. As bebidas quesão regidas Champanhe brancapelos orixás:Frutos e Frutas MelãoAlgumas dascomidas maiscomuns Berinjela cozida na água, regada com azeite doce.oferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas no Colônia, Manacá, Folhas de Berinjela, pétalas de rosas vermelhasRio de Janeiro: (rubras).Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizerque os filhos São pessoas de espírito velho, resmungonas e fechadas, falam pouco,de: um tanto quanto melancólicas e vingativas.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. O ouro.CalendárioFestivo daUmbanda 26 de julho.QUALIDADES DE NANÃ:1.Ologbo 3. Biodun 5. Elegbe2.Borokun 4. Asainán 6. SusureLENDA DE NANÃ: Ogum, impetuoso desbravador de caminhos, fora viajar em busca de conquistas e novas terrase ultrapassando a floresta viu um pântano. Ogum sabia que uma senhora morava lá e achou que seriafácil conquistar tal lugar, julgando que poderia tomar as terras de uma velha. Ogum começou a atravessar o pântano, e logo apareceu Nanã com sua vassoura e disse aOgum que pedisse licença para passar, pois ali tinha dono. Ogum respondeu com mal-criação à Nanã:“Ogum não pede licença, toma! Ogum exige!”. Nanã se irritou, começou à ordena-lo e Ogum tentou acerta-la com sua lança, porém, Nanãinvocou ao pântano e a lama que sugasse Ogum. Este começou a ser puxado pelo pântano, teve quelutar muito para sobreviver e Nanã, enquanto isso, assistia com grande serenidade. Ogum consegue se libertar, e Nanã o adverte:
  • 124. “Não cobice as coisas dos outros. Nunca mais entre sem pedir licença, aqui você não passamais!”.LENDA DE NANÃ: Olorun enviou Nanan e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade. Os dois foramdotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nanan tinha o domínio doreinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça. Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos.Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento. Nanan, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela erareconhecida nesse reinado. Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela,foi visitar egun, sem lhe pedir autorização. Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que elehavia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente. Enfurecida com a descoberta, resolveufechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso. Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanan, tentando descobrir seus mistérios, masapenas ela conseguia comunicar-se com os eguns. Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz. Oxalá, usando umpedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seusopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas,quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída. Nanan não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontraruma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude deambos. Nanan errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar peloeguns. Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante,Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, quesomente as iyabás usam.OBALUAÊ (REI DONO DA TERRA)OMULÚ (FILHO DO SENHOR) Distinguiu-se aqui Obaluaê e Omulú, da seguinte forma: Obaluaê representa a força jovem, oinício da vida; Omulú representa a força velha, ou seja, cansada pela vida. O verdadeiro nome de Obaluaê ou Omulú é Xaponã ou Sakpatá, mas dentro do culto não sepronuncia tal nome, pois provoca a ira do Orixá. Deus da varíola e das doenças contagiosas, este Orixá pune seus filhos sem piedade. Todos os anos é realizado o Olubajé, no qual o Orixá presencia a cerimônia dançando, enquantoos filhos comem suas oferendas.PERSONALIDADE: Masoquistas, vivem em movimento quando estão tranqüilos ou tristes, inteligentes,ajudam àqueles que vão ao seu encontro, rancorosos e temperamentais.METAL: Ferro ou chumboDIA: Segunda-feiraCOR: TodasANIMAIS: Porco, galo e bode.
  • 125. PAÓ: 5 batidas de palma acima, 5 abaixo e as 3 de reverência, seguindo-se o adobale.FILIAÇÃO: Oxalá e Nanã.SAUDAÇÃO: “Atoto (para Obaluaê)” e “Ajuberu (para Omulú)”.OBS: Omulú traz vestimentas especiais, como o corpo coberto de palha e roupas estampadas. Traz namão direita um objeto denominado xaxará.Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem oumais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças depele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar.A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis emgeral. No aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nana (a lama primordial de que foram feitas as cabeças - oris-humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido porambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo sabendo que lhe era interditado por ser ele o marido deIemanjá.Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que amaré cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficadocom muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizesem todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas.Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjáe Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas,escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado.Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava quelhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto desde a cabeça compalhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas.Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis,as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palhaamaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou naaldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber,rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água aquem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrandonuma festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusados ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem umbelo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade E dançou com ele pela noiteadentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças edos espíritos dos mortos, evitando desgraças aconteçam aos homens.Os iorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, masprincipalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçarapós um violento sofrimento.Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por suasadoção por Iemanjá) e as doenças das plantações.Numero: 13Cor: preto, vermelho e brancoSímbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos dentro)Dia da semana: segunda-feiraComida: pipocaSaudação: Atotô!OBALUAIÊ ( "rei", "senhor da terra")Deus originário do Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Obá (rei) - Oluwô (senhor) - Ayiê (terra),"rei, senhor da terra". Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) - Oluwô (senhor) quequer dizer "filho e senhor". Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o maisvelho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam amesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesma força da natureza.
  • 126. Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ounão. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da Costa),porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença, e pelorespeito que devemos a esse poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor quesentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A eledevemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como emissário de Oxalá(princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho,servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seuinterior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar docorpo sem vida. Também conhecido como Xapanã.Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Estápresente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seusefeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Estápresente nos hospitais, casas de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege osmutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É oorixá da misericórdia. Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje,mas louvado em todas as nações por sua importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foicuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, epassava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.OMOLÚ- OBALUAIYÉOBA + OLU + AIYE = OBALUAIYEREI + SENHOR + MUNDO = REI E SENHOR DO MUNDOOMO + OLU = OMOLUFILHO + SENHOR = FILHO DO SENHOROrixás consagrados na África, onde há grandes endemias e epidemias. São Deuses da desintegração,mostram as faces da existência e a vida, dizendo que todos nós temos princípio, meio e fim, daí a suadança no OPANIJÉ mostrando o céu e a terra. Aqui, no Brasil, Omolu/Obaluae são velhos e decrépitos,contrapondo-se a concepção africana. Esses Orixás representam a transformação, estão ligados ao sol,ao acaso, a noite e o dia, ao princípio e o fim, ao movimento de rotação e translação da Terra e estãoassociados as endemias e epidemias.Tem como companheiros inseparáveis Ogún e Exú devendo por isso ser cultuado em lugar destinado aExu, fato este que explica também ser sua morada as encruzilhadas.As doenças como: desinteria constante, infecção estomacal, perda vertiginosa dos cabelos, vômitos,erisipela, pústulas, furúnculos, escorbuto, inchaços, alguns problemas circulatórios, coceiras, sarampo,catapora, rubéola, lepra, coqueluche e alergias em geral são associadas a Omulu/Obaluaê.Coberto dos pés a cabeça, para esconder sua aparência esquálida e ferida, Omulu inspira medo emquem o vê. Uma espécie de varíola e das doenças e epidemias. Fechando e circunspecto, vive curvadopor dores e tremores de febre. Usa como arma o Xaxará, um cetro adornado em contas e búzios queserve como captador de energias negativas. Limpando almas e ambientes.Os raros filhos de Omulu são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultados para decisõesimportantes e, não raro, vivem solitários. Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, massentem que o bom humor não é seu forte. Omulu come pipoca, feijão preto, milho e farofa com dendê,servido em folhas de mamona ou bananeira. Apesar de intimamente ligado à morte, Omulu curadoenças, pois anda abarrotado de cabaças medicinais.O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas de sementes existentes dentro da fruta doIgi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também bradga, um colar longo de cauris. Obaluaê é opatrono dos cauris e do conjunto de 16 búzios, que reina do instrumento ao sistema oracular: obrendilogun, que lhe pertence.Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta sob o saiote omistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a própria terra que recebe nossoscorpos para que vire pó.Obaluaê mede a riqueza com cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra delecomo o Orixá da moléstia.A SUA FESTA “OLUBAJE”Diz a lenda que no princípio do mundo houve uma grandiosa festa em que todos os Orixás se fizeramrepresentar com toda a sua corte, tudo engalanado muita alegria e muita gente presente ao evento. Ocandomblé prosseguia com muita empolgação e quando chegou dentro do XIRE a hora de louvar agrande Yaba Nana Buruque do meio do povo saiu um Orixá, um Vodu que caminhava todo tortinho e
  • 127. com dificuldade, entrou no barracão e com aquele jeito todo esquisito e foi dançar para sua Mãe Nana,acontece que por ser alejado, deformado seus passos eram trôpegos.Originando daí por parte dos outros Orixás uma verdadeira Xoxação criando o ridículo para aqueleOrixá que acabara de chegar. Triste ele acabou de dançar para sua mãe e magoado com aquela faltade respeito e ele, antes de se retirar passou a mão em todas as suas chagas, soprou para cima detodos eles a varíola contagiante que deixou os Orixás naquele instante doentes e o candomblé acabou,e uma verdadeira praga foi disseminada e em todo o mundo principalmente em cima de quemcompartilhou daquelas ofensas.Os Orixás em desespero foram procurar YFÁ o Deus da adivinhação para que os orientassem sobre oque fazer para acabar com aquela epidemia, Yfá jogou o seu Opele Yfá e respondeu a eles que elestinham agravado seriamente XAPANÃ, aquele velhinho que tinha sido Xoxado naquele candomblé,quando resolveu dançar para sua Mãe Nana, e por isso eles estavam sendo seriamente castigados. Edisse mais que eles deveriam fazer uma romaria à casa de Xapanã com todas as suas comidas votivasem suas cabeças e em círculo em volta de sua casa fossem depositando e entre cânticos e rezas,pedissem perdão a Xapanã.Xangô não levou Amalá, porém como era o dono de todos os Cauris (búzios) deu-os de presente aXapanã tornando-o rico muito rico e assim ele pedira também perdão a Xapanã.Os Orixás à medida que iam arriando as comidas votivas cantavam “OBUBAJE AJE- UMBO AYEAJEUMBO” todos em fila e Xapanã emocionado pegou suas flores o “deburu” e jogou em cima delescantando a seguinte cantiga XAXARÁ BALEFUN AWO BALE BALE e na medida em que iam caindo asflores D’Omolu em seus corpos as suas chagas e varíolas iam sumindo ficando bons totalmente.Essa e a história da festa linda D’obaluaê que traz em seu bojo o ensinamento de que não devemosdebochar de ninguém.Por uma questão de sincretismo, no Brasil esta obrigação normalmente é realizada nos meses deagosto, ocasião que vemos nas ruas as Yaos com seus tabuleiros na cabeça, visitando sete casas nachamada peregrinação até o dia do candomblé em suas casas.QUALIDADESKETÚ:JAGUN: Quando vem ao barracão, é Oxaguiã quem o traz.AJAGUN: Essa qualidade é trazida ao barracão pelo Oxalufã.AYERAN: Sai, no barracão, com uma seta na mão esquerda e o Xaxará na mão direita.INTOTO: Ligado a gameleira e aos antepassados, seu assentamento é feito no barro.ALAPAFUMO: Encontra-se, seu culto, em extinção, seu deburu é feito na terra e depois amassado.ARAWE: Só come galos brancos.AJASE: Associado a Ogún e Oya, é guerreiro e usa dois xaxarás.SAPEKO: Veste-se de vermelho – palha da costa tinturada com osun ou urucum, calçolão ornado embúzios.AJUNSUN: Associado a Oxumaré e Orinsanlá, só come orogbo e no cuscuzeiro tem 7 setas e 2 cobrasamarradas ao okutá.WARU-WARU: Velho.AFOMAN: Nem sempre é reconhecido como qualidade.AKAVAN: Relacionados ao cemitério – culto em extinção.JEJE:SAKPATA: Saí, no barracão, com o KUMON (haste feita de bambu, ornada com búzios, crânio humano,untado com cera de abelha e palha da costa). Tem dois assentamentos, um é enterrado em frente acasa de Exu envolto em pano preto e vermelho, a cada 7 anos é renovado. Come ao meio dia, em céuaberto, além de quadrúpedes, come também camaleão com crista.AWIMAJE: Quando saí no barracão, usa um Xaxará, como o desenho descreve:AZOANI: Duas cabacinhas e 41 búzios no assentamento.BOZORAN: Acompanha Nana e Oxumaré.POSU (BOSUKO): Usa máscara leonina e garras de bambu.ANGOLA:KAFUNJENESU:KAFUNJE:KAFUNJINÃ:BURUGUNÇO:EKITATI:KAVIUNGO:KANJANJA:COR: preto (preto/branco), vermelho (marrom/vermelho), branco (vermelho caboclo).COMIDA: -dogburu (para Sakpatá é no dendê).-Eko branco.
  • 128. -Acaçá.-Obi funfun.-Aberen.-Abará.-Acarajé.-Farofa de ori.-Latipá (folha de: mostrada, língua de vaca, espinafre, caruru, bredo St° Antonio, acrescentar: dendê,camarão seco e cebola ralada).-Miolo de boi com camarão seco e cebola ralada.-Mocotó.-Egbo.DIA DA SEMANA: Segunda-feira.DATA: 13 ou 16 de agosto.FRUTAS: abacaxi, fruta-de-conde, graviola, abacate, gengibre.FOLHAS:Dandá da costaCanela de macacoRaiz de santaFolha de cambaráCordão de fradeVassourinha de relógioSaco-sacoMal-me-quer-bravoAlfavaquinhaFolha de batataCrista de galoFolha de São RoqueCarrapicho de boiTaiobaCanela de velhoMil homensBEBIDAS: Aluá, água.ILEKÉ: Lagidibá (pode ser entremeado com terracota ou coral).METAL: Ferro/bronze.PARTE DO CORPO: A pele e os pulmões.SÍMBOLO: -Aso Iko (Aze).-Xaxará (talos do dendezeiro, contas, palha da costa e couro).-Oko (lanças com setas).-Búzios.-Xaworo.-Igba.SACERDOTE:ASEGBA: Senhor do Igba (cargo masculino)ASOGBA: Cargo no Ile Axé Opo Afonjá.ASOGBANILE: Concertador de cabaças.APOTUN: Zelador de Omolu, somente nos terreiros de Omolu.APOGAN: idem.CARGOS: Qualquer um, menos os relacionados a Xangô.TOQUE: Opanijé (mata-come)PRINCIPAL CERIMÔNIA: OLUBAJÉ: Comidas na folha de mamona ou couveKOLEODO: Folhas de trepadeira maceradas, no pilão, com epo pipa, são passadas no corpo da pessoaao meio dia.SAUDAÇÃO: A TO TOA TO TO (pedido de silêncio)
  • 129. Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado, Nupê.Era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo.Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem. Seus inimigos saíam doscombates mutilados ou morriam de peste.Assim, chegou Xapanã em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades de Savalúe Dassa Zumê.Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta região, apavorados,consultaram um adivinho. E assim ele falou: "Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que setornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não oaceitar, ele o destruirá!É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas; todas as que elegoste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita,muita pipoca!Será necessário também que todos se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que opovo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!"Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumêreverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no:"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!""Respeito e Submissão!"Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: "Está bem! Eu os pouparei! Durante minhasviagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam paramim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!"Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro nãovoltou mais a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê.Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas. Ele tem também o poder de curar.As doenças contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-se mal. Seu verdadeiro nome é perigoso demais pronunciar. Por prudência, é preferível chamá-loObaluaê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omulú, o "Filho do Senhor".Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma nova terra, o nome de Sapatá. Aí,também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra", ou, então, Jeholú, o "Senhor daspérolas".O fato de ser chamado Jeholú e Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé, poiseles também usavam estes títulos.Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias vezes, Jeholú Ainon do Daomé e obrigaram-no avoltar momentaneamente, à terra dos Mahis.Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola!Atotô!ARQUÉTIPOO arquétipo de Obaluaê é das pessoas com tendências masoquistas, que gostam de exibir seussofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de sesentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis erejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas queem certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completaabstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.ESSABAS:Taioba - Bala Jurubeba VelameCapeba - Já Parietária - brotozinho – Manjericão Roxo MonamFolha da costa Barba de velho Cajá – JaminCanela de velho Umbaúba Mutamba – AferéPicão Carqueja Rama de leite – ObóErva de bicho
  • 130. Ovo redondo de Monan –Exibatá Erva de passarinho – Afaziam Mariazinha – PeculéJarrinha – Jacomijé Folha de neve branca – Turim Papinho de peru – Tolu-tolu AGAPANTO; ALAMANDA; AGONIADA; ALFAZEMA DE CABOCLO; ALFAVACA ROXA; ALUMÃ; ASSA-PEIXE; JENIPAPO; MOLOLÔ; MUSGO; QUITOCO; RABUJO; SABUGUEIRO; SETE SANGRIAS; PAINEIRA; MAMONA; MANJERONA; CANELA DE VELHO; CAFÉ DO MATO; CANENA COIRANA; CAROBINHA DO CAMPO; CAPIXINGUI; CEBOLA DO MATO;OMOLU CIPÓ CHUMBO; ERVA MOURA; CORDÃO DE FRADE; CORDÃO DE SÃO FRANCISCO; ERVA DE PASSARINHO; ESPINHEIRA SANTA; VELAME; HORTELÃ BRAVA; GUARAREMA; GERVÃO ROXO; CRIZANTEMO; BABA DE BOI; BABOSA; BELDROEGA VERMELHA; BOMINA; OMULU (OMBALUAIE)Locais demaior vibração grutas, praias, cemitériosdos orixásAs cores eflores que são Vermelha (Cravos)regidas pelosorixás:As bebidas quesão regidas Água de arrozpelos orixás:Frutos e Frutas Abacaxi.Algumas dascomidas mais Milho de pipoca estourado (flores), com fatias de coco com mel.comunsoferecidas aosOrixás:Mencionaremosaqui as ervasmaisconhecidas no Canela Velho , Barba de Velho, Cinco Chagas, Cordão de Frade (SãoRio de Janeiro: Francisco).Os Orixásnormalmentetrazem emseus filhossuascaracterísticasfísicas e decaráter. Assimpodemos dizer São pessoas reservadas, até um certo ponto pessimistas, batalhadores,que os filhos mentalidade autodestrutiva, na maioria de vezes trazem pequenos defeitosde: físicos quase não percebidos.Os Orixás têmsuaspreferênciastambémquanto aosmetais. O ferro.CalendárioFestivo daUmbanda 17 de dezembro.
  • 131. QUALIDADES DE OBALUAIÊ:1. Jagun Agbagba (ligação com Oyá) 12. Agoro2. Omolu 13. Tetu/Etetu3. Obaluayie 14. Topodun4. Soponna/Sapata/Sakpatá 15. Paru5. Afoman/Akavan/Kavungo (ligação com Exú) 16. Arawe/Arapaná(ligação com oyá)afomo; contagiante,infeccioso 17. Ajoji/Ajagun (ligação com Ogun, Oxagian)6. Savalu/Sapekó (ligação com Nana) 18. Avimaje/Ajiuziun (ligação com Nana,7. Dasa Ossain)8. Arinwarun (wariwaru) título de xapanan 19. Ahoye9. Azonsu/Ajansu/Ajunsu (ligação com Oxalá, 20. AruajeOxumare) 21. Ahosuji/Segí (Ligação com Yemanjá,10. Azoani (ligação com Yemanjá e Oyá) Oxumare/Besén)11. Posun/PosuruLENDA DE OMULÚ: Um dia, em que todos os Orixás reunidos no palácio de Obatalá dançavam e se divertiam,Omulú tentou imita-los. Mas este Orixá é coxo, e devido à sua enfermidade, tropeçou e caiu. Deuses eDeusas romperam em ruidosa gargalhada. Furioso, Omulú jurou vingar-se e tentou infestar a todos os Deuses com a varíola. InterveioObatalá que, de espada em punho, deitou Omulú à porta do palácio e proibiu-lhe, dali por diante, deestar junto com os outros Deuses.LENDA DE OBALUAYE – OMULU Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita, nascendouma criança doente, com muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo. Ela não conseguia imaginarque maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas uma criatura tão infeliz! Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para ela,resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria melhor para todos. Yemonjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da praia. Ficouolhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta dele, mas ninguém aparecia.Então, a grande divindade das água foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou mais perto,pôde compreender que aquela criança tinha sido abandonada por estar gravemente enferma. Sentindouma imensa compaixão por aquela pobre criatura, não pensou em mais nada, a não ser em adotá-locomo a um filho. Com seu grande instinto maternal, Yemonjá dispensou a ele todo o carinho e os cuidadosnecessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo o corpo do menino com palhas, para que suapele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas. Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e ninguém, a não ser sua queridamãe, tinha visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustadosde todos. Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob aquelas palhas. Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria desvendar, de umavez por todas, aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor atenção, negou-se a fazê-lo. Ela, quenunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo voaras palhas que o protegiam. Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de uma beleza tão radiante, que só poderia sercomparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá, conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todosentenderam que aquele mistério deveria continuar escondido. Uma outra lenda nos mostra que esse poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo, podepresenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que Olorun criou e deu vida brigavam por umpedaço de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus líderes pudessem conquistar extensõesmaiores para seu reinado. Os limites, para esses guerreiros, eram insuperáveis, e as guerras não
  • 132. tinham mais fim. Obaluayê não entendia o motivo destas guerras, já que Olorun havia criado a terrapara todos. As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à vidahumana. Os homens só pensavam em seus interesses materiais. Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior tesouroque alguém pode ter. O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um grande círculo no chão, no centro dosconflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença existente. Todo guerreiro, que por ali passasse, iriacontrair algum tipo de doença. De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram, inclusive os líderes dos exércitos. Sóisso conseguiu por fim às guerras. As doenças se transformaram em epidemias, deixando populações inteiras à beira da morte. Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem sobre o que estavaacontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado essas mazelas para a terra, a fim demostrar que, enquanto temos saúde e uma vida plena, não devemos nos preocupar excessivamentecom coisas materiais. Desta vida nada se leva, a não ser o conhecimento e a experiência queacumulamos. Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme explicou o babalawô,conseguiram livrar-se de suas enfermidades e restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nemtodos agiram assim. Talvez, por isso, existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares de anos,tentando não se desligar da natureza.IRÔKO: Senhor do dia, da tarde e da noite. Este Orixá está sempre em movimento, se assemelhando àExú neste aspecto, pois ambos são dinâmicos. Irôko está ligado às árvores e aos quatro elementos da natureza (ar, terra, água e fogo). Porisso representa as estações do ano.PERSONALIDADE: Temperamentais, dominadores, intransigentes, fartos, generosos, sábios,emocionais e dedicados.PAÓ: Comum acompanhado de sopro.COR: Cinza, branco e azul.FILIAÇÃO: Oxalá.METAL: Chumbo, alumínio e ferro.Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens.Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado deOduduwa, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital,que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz,desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo",embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, aprimeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para omal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas q passavam.Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia,as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Irokoe pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receberdons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometerammuitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko estacriança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a queprometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.
  • 133. Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou.Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar ooutro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou obabalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feiçõesde uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse acriança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko,repousando deitado em seus galhos.Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.Numero: 11Símbolo: grelha (representando as direções do tempo)Cor: verde/marromDia da semana: Quinta-FeiraComida: inhame, carneiroEle reside na gameleira branca. É assentado no seu pé, após preparo ritual da raiz, e o tronco éenfeitado com ojá branco. A relação com essa árvore é comum a várias divindades e exprime suarelação com os antepassados. Como Exú, Yroko carrega para longe os fluido aléficos. Quandomanifesta-se os fiés jogam sobre ele os fluídos que querem se livrar e ele corre para fora para atirar nomato todo os malefícios. As vezes bebe tanto que cai no chão. Cobre-se então com um alá branco e,pouco depois, já recuperado ele ergue-se e torna a dançar. Dança de joelhos no chão e o bravun, ritmojeje, como Oxumarè. Veste cores fortes, vermelho, azul e verde, as vezes cinza ou marrom e branco eleva uma lança na mão. Suas contas são verde musgo riscadas e riscadas de marrom. As vezes veste-se de palha como Omolú. Sua incorporação é pouco vista, seus filhos giram tontos, cambaleando pelobarracão antes de cairem fulminados, logo levantam-se e pôem-se a dançar.Seu assentamento é feito numa gamela oval, pega-se um pedaço de tronco da gameleira branca e faz -se uma pequena estátua de um negro africano com um idé branco no nariz, na cabeça um colar debúzios e moedas.Na gamela poe-se uma corrente em volta, seis moedas e no meio da gamela umaseta e a estátua.QUALIDADESGIROKOSILOKOSSISUAS FÔLHASMilame, colônia, saião, mãe boa, barba de velho, erva prata, crita de galo, nóz moscada, abilzeiro,jaqueira, cajueiro.Quando se faz o Orixá, poe-se uma folha de saco-saco embaixo do pé do Iyawó uma fôlha de saco-saco na boca uma folha de assa-peixe.SEUS BICHOSUm cabrito de chifre viradoQuatro frangos de esporão grandeUm galo dangolaUm pombo brancoApós copar os bichos, tira-se a lingua de todos eles e as esporas do galo.ESSABAS:Gameleira branca Folha da fortuna Folha da costaFolha de akoko Folha de colônia SAIÃO; IRIRI; CAJUEIRO; ABILZEIRO; NOZ MOSCADA; CRISTA DEÌRÓKÒ GALO; BARBA DE VELHO; COLONIA; GAMELEIRA BRANCA; JAQUEIRA; MÃE BOA; MILAME;
  • 134. LENDA DE IROKÔ; Irôko vivia junto a seu pai Oxalá, era um ser afoito e reclamava demais. Um dia Irôko reclamou a Oxalá que se considerava muito agitado, e gostava de resolver váriascoisas ao mesmo tempo, achava que um dia era muito curto e não conseguia resolver tudo à tempo.Só que os períodos de tempo quem estipulava era ele mesmo, ninguém o determinava, era algo de seupróprio desejo. Oxalá não agüentando mais a pressão de Irôko, resolveu lhe dar o dia, a noite e a tarde, asestações do ano e as horas. Então, ele passou a controlar todo o tempo.Tempo/Irôko e Ifá/OrumiláTempo /Irôko Tempo ou Loko é um orixá originário de Íwerè, região que fica ao leste de Oyó na Nigéria, tãoimportante que ele é um orixá (e os africanos a muito sabem disso). Tem um dito que diz "O tempo dá, o tempo tira, o tempo passa e a folha vira", muitas vezesprecisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto oulongo, com o bom uso do tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar. Irôko tem um temperamento estável, de caráter firme e em alguns casos violento. Na Nigéria, Irôko é cultuado numa árvore que tem o mesmo nome. Porém, no Brasil esta árvorefoi substituída pela gameleira-branca que apresenta as mesmas características da árvore usada naÁfrica. É nesta árvore, a gameleira-branca, que fica acentuado o caráter reto e firme do orixá pois suasraízes são fortes, firmes e profundas. Irôko foi associado ao vodun daomeano Loko dos negros de dinastia Jeje e ainda ao inkiceTempo, dos negros bantos. Irôko, na verdade, é o orixá dos bosques nigerianos, onde lá na Nigéria é muito temido, porquecomo conta um itan, ninguém se atrevia a entrar num bosque sem antes reverenciá-lo. No Brasil, énos pés da gameleira-branca que fica seu assentamento e também é ali que são oferecidas suasoferendas. Sua cor é o branco e ainda usa palha da costa em sua vestimenta. Sua comida é o ajabó, ocaruru, feijão fradinho, o deburu, o acaçá, o ebô e outras. Em geral na frente das grandes casas de Candomblé, principalmente em Salvador, existe umagrande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande Alá (pano branco), este éIroko, que é tido com árvore guardiã da casa de Candomblé pois ter esta árvore plantada no terreno dacasa de Candomblé representa força e poder.. Este orixá é conhecido na angola como Maianga ou Maiongá.Orumilá /Ifá A importância de Orumilá é tão grande que chegamos a concluir que se um homem fizer algumtipo de pedido ao todo poderoso Olorum (Deus, o Senhor dos Céus), esse pedido só poderá chegar atéEle através de Orumilá e/ou Exú, que são somente eles dois dentre todos os Orixá os que têm apermissão, o poder e o livre acesso concedido pôr Olorum de estar junto a Ele, quando assim fornecessário. Ainda vale ressaltar que somente Orumilá e Exú possuem para si um culto individual, onde sãofeitos adorações totalmente específicas para os mesmos, também são eles os únicos que podempossuir para somente o seu culto um sacerdote específico. Isso só é possível pôr causa dos poderesdelegados pelo todo poderoso a eles, pois os demais Orixá são totalmente dependentes de Ifá e Exú,enquanto que eles não dependem de nenhum dos Orixás para desenvolverem sua própria evolução, ouseja, o culto à Ifá e Exú não dependem do culto aos Orixá, entretanto o culto aos Orixá dependemtotalmente de Ifá e Exú. Orumilá é o senhor dos destinos, é quem rege os o plano onírico (sonhos), é aquele que tudosabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorum, ele sabe tudo sobre o passado,o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos
  • 135. oráculos, foi quem acompanhou Odudua na criação e fundação de Ilé Ìfé, é normalmente chamado emsuas preces de:Elérí Ìpín - "o testemunho de Deus Ibìkéjì Olódúmarè - "o vice de Deus" Gbàiyégbòrún - "aquele que está no céu e na terra" Òpitan Ìfé - "o historiador de Ìfé" Acredita-se que Olorum passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimentopossível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orumilá, fazendocom que desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que estivesse. No Terra Olorum fez com que Orumilá participasse da criação da terra e do homem, fez comque ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, também fez com que ajudasse ohomem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu orì. No Céu lhe ensinou todos os conhecimentosbásicos e complementares referente todos os Orixá, pois criou um elo de dependência de todos peranteOrumilá, todos devem consultá-lo para resolver diversos problemas, com pôr exemplo, a vinda deOxalá à terra para efetuar a criação de tudo aquilo que teria vida na mesma, porém o grande Orixá nãoseguiu as orientações prescritas pôr Ifá, e não conseguiu cumprir com sua obrigação caindo nastravessuras aplicadas pôr Exú, ficando esta missão pôr conta de Odudua. Também Orumilá fala e representa de maneira completa e geral todos os Orixás, auxiliando pôrexemplo, um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer um determinado Orixá,obtendo desta forma um resultado satisfatório para o Orixá e para o consulente. Orumilá sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nossomundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a terra, e é neste exatoinstante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinadoespírito. É pôr isso que Orumilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe é feita, e que eletêm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é pôr esta razão que ele têm oremédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, pôr mais impossível que pareça ser a suacura. Todos nós deveríamos consultar Ifá antes de tomarmos qualquer atitude e decisão em nossasvidas, com certeza iríamos errar menos, os Iorubás consultam Ifá antes de tomarem qualquer decisão,com pôr exemplo, antes de um casamento, antes de um noivado, antes do nascimento e até mesmo nahora de dar o nome a criança, antes da conclusão de um negócio, antes de uma viagem, etc. Além disto tudo, Orumilá é também quem tem a vida e a morte em suas mãos, pois ele é aenergia que esta mais atuante e mais próxima de Olorum, podendo ele ser a única entidade que tempoderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa. Não é Orixá, encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olorumé o ser supremo dos Iorubás, o nome que dão ao Absoluto, Orumilá é a sua emanação maistranscendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar. Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odudua quando da suachegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes devir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria deadivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho dodestino das pessoas. Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orumilá. A iniciação de um babalaô nãocomporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos orixás. É uma iniciaçãototalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos,em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans(histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cinqüenta e seis odú (signos de Ifá), cujoconjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua Iorubá. Cada indivíduo nasce ligado a um Odu, que dá a conhecer sua identidade profunda, servindo-lhede guia por toda vida, revelando-lhe o Orixá particular, ao qual deverá ser eventualmente dedicado. Ifáé sempre consultado em caso de dúvida, antes de decisões importantes, nos momentos difíceis davida.LENDAS DOS ORIXÁSIroko Castiga A Mãe Que Não Lhe Dá O Filho Prometido No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Irôco, mais antiga que o mogno, o pé deobi e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Irôco, morava seu espírito. E o espírito de Irôco era
  • 136. capaz de muitas mágicas e magias. Irôco assombrava todo mundo, assim se divertia. À noite saia comuma tocha na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedrasque guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal. Todos temiamIrôco e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte. Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. Já não havia criançaspequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi então que as mulheres tiveram a idéia derecorrer aos mágicos poderes de Irôco. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo ocuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face aface. Suplicaram a Irôco, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o que teria em troca.As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroko milho, inhame,frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar. Uma das suplicantes,chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer.Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irôco o primeiro filho que tivesse. Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães,felizes e gratas, foram levar a Irôco suas prendas. Em torno do tronco de Irôco depositaram suasoferendas. Assim Irôco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contou toda ahistória ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais aomenino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos,temerosa, o filhinho tão querido. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criança longe da árvore e,assim, o menino crescia forte e sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Irôco,entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou otemível espírito da árvore. Disse Irôco: "Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada.Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa." E transformouOlurombi num pássaro e ele voou para a copa de Irôco para ali viver para sempre. Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte. Elemantinha o menino em casa, longe de todos. Todos os que passavam perto da árvore ouviam umpássaro que cantava, dizendo o nome de cada oferenda feita a Irôco. Até que um dia, quando oartesão passava perto dali, ele próprio escutou o tal pássaro, que cantava assim: "Uma prometeumilho e deu o milho; Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregou asfrutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme a promessa que foi feita. Só quemprometeu a criança não cumpriu o prometido." Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudoimediatamente. Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Irôco. Ele tinha que salvar sua mulher! Mascomo, se amava tanto seu pequeno filho? Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta,escolheu o mais belo lenho de Irôco, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhadafez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido. O fez com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou oboneco com esmero, preparando-o com a água perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de paucom as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos. Quandopronto, ele levou o menino de pau a Irôco e o depositou aos pés da árvore sagrada. Irôco gostou muitodo presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, sua expressão, dealegria. Irôco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos secruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas,com medo de o olhar de frente. Irôco estava feliz. Embalando a criança, seu pequeno menino de pau,batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a antigapromessa, Irôco devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltoupara o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim libertado da promessa. Alguns dias depois, ostrês levaram para Irôco muitas oferendas. Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros,laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos portodos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi. Até hoje todos levamoferendas a Irôco. Porque Irôco dá o que as pessoas pedem. E todos dão para Irôco o prometido.Iroko Ajuda A Feiticeira A Vingar O Filho Morto Irôco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era Ajé, a feiticeira, a outraera Ogboí, que era uma mulher normal. Irôco e suas irmãs vieram juntos do Orun para habitar no Aiê.Irôco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé tevesó um, um passarinho. Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé. Elacuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou ofilho pássaro com Ogboí. Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer umpassarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram. Gritavam de fome,
  • 137. queriam comer, mas tinha que ser um pássaro. A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, queseus filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam ecomeram o filho de Ajé. Quando Ajé voltou e se deu por conta da tragédia, partiu desesperada aprocura de Irôco. Irôco a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Irôco vingou Ajé,lançando golpes sobre os filhos de Ogboí. Desesperada com a perda de metade de seus filhos e paraevitar a morte dos demais, Ogoí ofereceu sacrifícios para o irmão Irôco. Deu-lhe um cabrito e outrascoisas e mais um cabrito para Exú. Irôco aceitou o sacrifício e poupou os demais filhos.Irôco Engole A Devota Que Não Cumpre A Interdição Sexual Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por um herdeiro. Ela foiconsultar o babalaô e o babalaô lhe disse como proceder: Ela deveria ir à árvore de Irôco e a oferecerum sacrifício, comidas e bebidas. Com panos vistosos ela fez laços e enfeitou o pé de Irôco. Aos seuspés depositou o seu ebó. Fez tudo como mandara o adivinho, mas de importante preceito ela seesqueceu. Ela deu tudo a Irôco, ou, quase tudo. Ela esqueceu que o babalaô mandara que nós três diasantes do ebó ela deixasse de ter relações sexuais. Só então, assim, com o corpo limpo, deveriaentregar o ebó aos pés da árvore sagrada.Irôco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso tronco e engoliu quasetotalmente a mulher, deixando de fora só os ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajudae toda a aldeia correu para o velho Irôco. Todos assistiam o desespero da mulher. O babalaô foitambém até a árvore e fez seu jogo, e o jogo revelou sua ofensa, sua oferta com o corpo sujo. Mas amulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse libertada. Toda a aldeia ali reunidaregozijou-se pela mulher. Todos cantaram e dançaram de alegria. Todos deram vivas a Irôco. Temposdepois a mulher percebeu que estava grávida e preparou novos laços de vistosos panos e enfeitouagradecida a planta imensa. Tudo ofereceu-lhe do melhor, antes resguardando-se para ter o corpolimpo. Quando nasceu o filho tão esperado, ela foi ao babalaô e ele leu o futuro da criança: deveria seriniciada para Irôco. Assim foi feito e Irôco teve muitos devotos. E seu tronco está sempre enfeitado eaos seus pés não lhe faltam oferendas.OXALÁ: Criador do Universo, responsável pelos seres (animais, vegetais e o homem). Este Orixá rege o destino do Homem. Oxalá participa de todos os orikis. Sendo o Orixá que originou quase todos os outros Orixás,através das uniões com Iemonjá e Nanã. Dentro do culto é tratado com muita reverência.PERSONALIDADE: Fortes, lutadores, prepotentes, algumas de suas qualidades são bondosas,agressivas, reclamões, irritantes gostam do perigo.PAÓ: Comum, de forma lenta e compassada. Seguindo do adobale.COR: Branco e azul.SÍMBOLO: Oxoguian (pilão, escudo e a espada), Oxalufan (cajado).METAL: ChumboFILIAÇÃO: A própria criaçãoQUALIDADES:Oxoguian Amadiocilé * Obatalá *Oxalufan Oduduwá * Oxaluzí *Lissaça
  • 138. QUALIDADES DE OXALÁ:1. Oxalá -o sol 16. Canaburá - o nascer do dia2. Oxaguian - o nascer do sol 17. Obatalá3. Oxanyin - Oxalá moço 18. Odudua4. Oxadinhan - Oxalá moço 19. Okin5. Oxagiriyan - Oxalá feminino 20. Lulu6. Oulissa - Oxalá no gege 21. Ko7. Oxalufan - Oxalá velho 22. Oluiá8. Oxá olokun - Oxalá do mar 23. Babá Roko9. Orixalá - Oxalá do meio dia 24. Babá Epe10. Obi-am - esposa de orixalá 25. Babá Lejugba11. Orixá okô - Oxalá da agricultura 26. Akanjapriku12. Obá-okê - Oxalá da montanha 27. Ifuru13. Ora minhan - filho de odudua e obatalá 28. Kere14. Orixanlá - rei dos orixás 29. Babá Igbo15. Ifá - o espírito santo 30. AjagunaORIOri é o deus portador da individualidade de cada ser humano. Representa o mais íntimo de cada um, oinconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro dascabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aqueleq pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos,sao libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o ori, a individualidadepessoal, para que a pessoa não se transforme em um mero espelho do orixá. À cerimônia de equilíbriodo Ori dá-se o nome de Bori (bo = comer, ori = cabeça => dar comida para a cabeça, fortalece-la).Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao orum, levado por Nanã ou Ewá.Diz este mito q um dia Ori percebeu q era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, oUniverso, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes. Olorumpermitiu, com a condição de q apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Oripudesse opinar sobre esta questão. E que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosseconsultado" .Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com osorixás, possuindo um número no jogo de búzios onde "fala".A quizila de Ori é a mentiraAJALÁAjalá é o oleiro primordial. A parte de Oxalá responsável pela criação física dos homens, por seu corpo,sua cabeça (onde vive Ori). Ele representa o aspecto mais orgânico do ser humano; o tipo de barro, demaior ou menor qualidade, mais ou menos cozido (o que implica maior ou menor numero deproblemas), mais claro ou escuro. Ajalá mistura ao barro folhas, frutas, minérios, sangues e uma sériede materiais que determinam como será aquela pessoa, como Ori poderá agir nela. Estes ingredientes,com o tempo perdem o axé (energia) e precisam ser, de vez em quando, repostos, o que é feito nosrituais do candomblé, entre eles a iniciação.Diz um dos mitos que Ajalá foi incumbido de moldar as cabeças dos homens com a lama do fundo dosrios e outros elementos da natureza. Ele moldava as cabeças e as punha para assar em seu forno.Ajalá tinha, contudo, o hábito de embriagar-se enquanto cozia o barro e criou muitas cabeçasdefeituosas, queimando algumas e deixando outras com o barro cru. A causa dos problemas quemuitas pessoas apresentam antes de serem iniciadas viria exatamente de um ori cru, ou queimado, oumal proporcionado feito durante alguma bebedeira de Ajalá. Como os orixás não gostam de cabeçasruins, a pessoa ficaria desprotegida, sem a energia do orixá. Depois que Ajalá terminava de fazer osoris (cabeças) Obatalá soprava nelas e lhes dava eni, a vida.Ajalá é considerado avatar de Oxalá, mantendo as mesmas características. Não é cultuado. Apenaslouvado.ORUNMILÁ
  • 139. Orunmilá, também conhecido como Ifá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos doespírito, o olhar que conhece o futuro. É o deus invocado no jogo de búzios, pois é ele quem conhecetodos os destinos (odus), cabeças (oris) e caminhos. Ele diz a Exu que movimente suas palavras até osbúzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, porque, com q destino. É considerado um avatarde Oxalá, pois ele estava no começo do mundo. Olodumare (o universo) Obatalá (o principio), Oxalá (acriação), Oxaguiã (o conflito), Orunmilá (intuição), Oduduwa (o planeta terra), Ajalá (o oleiro q moldaos oris - cabeças)e Fururu (o sopro de vida) são considerados Oxalá todos eles. O começo de tudo. Oprincípio dividido em oito, o infinito.Diz o mito que Obatalá havia reunido todos os materiais necessários à criação do mundo e que mandoua Estrela da Manhã convocar todos os orixás a fim de começar o trabalho com sua ajuda. Mas na horamarcada, apenas Orunmilá apareceu. Obatalá gostou muito da atitude de Orunmilá e o recompensou,ordenando à Estrela da Manhã que revelasse a Orunmilá todos os segredos da criação e do porvir. E elaentregou a Orunmilá todos os segredos e materiais que compõem a vida humana, e que estavamescondidos há muito tempo dentro de uma concha de caramujo guardada num vaso que ficava entreas pernas de Obatalá. Orunmilá tornou-se, desde este dia, o dono dos segredos, das magias, dasfórmulas dos ebós, dos rituais, de tudo quanto envolvia o conhecimento da alma humana e de seudestino. Ele conhece a vontade dos orixás e sabe com que matéria foi feito cada homem.Outro mito narra que Orunmilá/Ifá é filho dos dois princípios mágicos. Que nasceu mudo e não disseuma só palavra até a adolescência, quando seu pai lhe bateu com um bastão. E neste dia ele disse :"Gbê-medji", palavra que ninguém compreendia. Quando apanhou de novo, tempos depois, disse:"Yeku-medji". E assim, em diversas ocasiões, ele foi dizendo palavras, as 16 palavras q compõem oopelê-ifá. Depois, disse a seu pai que se apanhasse mais poderia dizer muito mais que uma só palavra.O pai então bateu muito em Orunmilá, que disse então que ele não ficaria na terra, mas que entregariaa seu pai uma herança que serviria eternamente para todos os deuses de Oxalá. E explicou que os 16nomes que havia dito eram os nomes de seus futuros filhos e que cada um deles tinha umconhecimento. Que se transformaria numa palmeira e que com os caroços de seus frutos (seus filhos)se faria o jogo de Ifá, que poderia ser consultado quando se quisesse saber o futuro ou como resolverproblemas.Cor: verde/amareloComida: banana com sal.Número: 16Símbolo: iruke (um bastão de madeira, curvo)Dia da semana: sexta-feiraOXAGUIÃOxaguiã, também conhecido como Ajagunã, é o conflito que antecede a paz; a revolução que antecedeas transformações profundas; a instabilidade necessária ao dinamismo da vida e da sociedade e abusca do conhecimento. Por isso é compreendido como Oxalá moço, enquanto a paz, a tranqüilidade, aestabilidade, a sabedoria sao compreendidos como Oxalá velho, Oxalufã. Ele é também guerreiro, esente prazer em destruir para q o novo se estabeleça.Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obatalá. Não teve mãe. Nasceu dentro de umaconcha de caramujo. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, semsentido.Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado, branca. Apesarde feliz com sua cabeça. ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. Esofria muito. Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar domedo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estavao tempo todo acompanhando o orixá. Foi então que Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã,que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça de inhame, mastanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e semproblemas.A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflitode idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja atecnologia ou a guerra.Cor: Branca e azulNumero 4Comida: Inhame piladoDia da semana: sexta-feiraSaudação: Exeuê, babá!, Epa Babá!
  • 140. OXALUFÃOxalufã é o princípio da criação, o vazio, o branco, a luz, o espaço onde tudo pode ser criado, etambém a paz, a harmonia, a sabedoria que vem depois do conflito (Oxaguiã). O fim do círculo e orecomeço. Oxalufã é o compasso do terra, Oduduwa. Caminha apoiado em seu cajado cerimonial, queé o também o símbolo da ligação que ele estabeleceu entre o Orun (o céu) e o Ayê (a terra). O grandepai ioruba, considerado a bondade masculina.São muitos os mitos que falam de Oxalá, mas o mais conhecido nos candomblés é o que conta queOxalá sentia muitas saudades de seu filho Xangô, e resolveu visitá-lo.Para saber se a longa viagem lhe seria propícia, foi consultar Orunmilá o deus adivinho, seu grandeamigo. Este jogou os ikins (casca de caroços de dendezeiro) divinatórios e lhe disse que a viagem nãose encontrava sob bons auspícios. E que se ele desejasse que tudo corresse bem deveria se vestirinteiramente de branco e não sujar suas roupas até chegar ao palácio, devendo também mantersilêncio absoluto até o momento em que encontrasse seu filho.E assim fez Oxalá.Exu, contudo, que adorava atormentar Oxalá, disfarçou-se de mendigo e apareceu no caminho deste,pedindo a ajuda para levantar um pesado saco de carvão que se encontrava no chão. Sem poderresponder nada e sendo piedoso, Oxalá levanta o saco de carvão para Exu, mas estando este saco como fundo rasgado, abre-se e cai sobre Oxalá sujando sua roupa branca. Exu ri loucamente e se vai..Prevenido como sempre fora, Oxalá toma banho num rio e veste roupas brancas novamente. E segueseu caminho. Novamente Exu se disfarça e pede ajuda ao viajante, dessa vez para entornar um barrilde óleo num tacho.Sem poder responder para explicar e tendo boa vontade em ajudar, Oxalá levanta o barril e Exu oderrama sobre suas roupas, que desta vez não podiam mais ser trocadas, pois eram as últimas roupaslimpas que Oxalá tinha para trocar.Sujo e cansado, Oxalá vai seguindo seu caminho quando vê o exército de Xangô se aproximar dele,sinal de que estava bem perto de seu destino. Este, contudo, prende Oxalá, confundindo-o com umprocurado ladrão. Como não podia falar, Oxalá nada diz e acaba jogado numa prisão durante seteanos.Neste meio tempo o reino de Xangô entra em decadência: suas terras não produzem alimentos, osanimais morrem, o povo fica doente.Desesperado, Xangô chama um babalaô que ao jogar o ikin lhe diz que todo o mal do reino advém dofato de haver injustiça na terra do senhor da justiça.Xangô vai então averiguar pessoalmente todos os presos de seu reino e descobre Oxalá pai na prisão.Desolado, coloca o velho pai sobre suas próprias costas e o carrega para o palácio, onde se encarregade banha-lo e vesti-lo com sua alvas roupas, realizando a seguir uma grande festa.A cerimônia do candomblé chamada "Águas de Oxalá" rememora este episódio.Cor: brancoDia da semana: sexta-feiraNumero 16 e 8Comida: canjicaSaudação: Epa, Babá! Exeuê, Babá OXALÁOxalá, o mais importante e elevado dos deuses iorubanos, foi o primeiro a ser criado por Olorum, odeus supremo. Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de criar o mundo.De sua união com Iemanjá resultou o nascimento da maioria dos orixás e da linha do horizonte,dividindo o céu e o mar. É considerado o pai de todos os orixás na cultura iorubana.Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povosda terra e do cosmo. É considerado o fim pacífico de todos os seres. Orixá da ventura, dacompreensão, do entendimento, do fim da confusão.Oxalá é orixá que vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano, o fim com a certezado dever cumprido. A morte deve ser encarada com naturalidade como encaramos os demais assuntosda nossa vida, pois ela faz parte da natureza e sabemos que tudo tem um início, um meio e um fim.Exu inicia, Oxalá termina. É assim nas rodas de Candomblé, nos Xirês, quando louvamos todos osorixás. É ele que sempre atuará como mediador para acalmar discórdias em qualquer plano eproduzindo uma solução, uma definição.Oxalá era marido de Nanã, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente osseres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótesealguma. Determinação que servia também para Oxalá, que com o passar do tempo não se conformavacom esta decisão, não só por ser marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dosorixás.
  • 141. Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo desua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adê (coroa) com os chorões no rosto, próprio das iabáse aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade. Foi pego, porém, por Nanã no exatomomento em que via o outro lado da dimensão. Nanã aproximou-se e determinou:- "Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, voucompartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará ocajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer dasvestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!"E Oxalá passou a comer não mais como os demais santos aborós (homens), mas sim cabras e galinhascomo as iabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhordo princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.ORIXÁS BALÉS (ligados à morte)OGUM - intimamente ligado a causa de acidentes e desastresOBALUAIÊ - ligado à doenças letais e contagiosas. Servirá de guia para os espíritos desencarnados;OIA-IANSÃ - regente dos cemitérios e principalmente por também ser guia dos eguns;NANÃ - dona do portal da vida e da morte. Considerada como a própria morte;OXALÁ - princípio ativo da morte. A determinação final. A paz. O fim.OXÀLÚFÓNEle é muito velho, idade avançada, aleijado, lento. Move-se com muita dificuldade, associa-se a idéiade repouso, de imobilidade, dança curvado e apoiado no Opáxoro, treme de frio e de velhice. Detestaviolência, disputas e brigas, evita tudo que é excitante, come sem sal e sem dendê, odeia côres fortese particurlamente o vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas como a prata; no reinovegetal o algodão; no animal o caracol, dangola, martim pescador e o preá. Tem ódio do cavalo, pois,por causa deste animal que ficou prêso por sete anos e muito sofreu.QUALIDADESBABA NILÀBABA OJOBÈBABA OTUN DUNDUN- Usa uma tira prêta sob ás vestes.Não se raspa.BABA OlÓÒKUN- É o responsável pelo fundo do mar.Pai de Yemonjá.BABA ORYYJALADÉO Òpaxoro,na Africa, é o bastão cerimonial feito de um galho fino de árvore Akoko. No Brasil é feito demetal brancoLENDAOxalufon saudoso de seu filho Xangô resolveu visitá-lo,porém,antes consultou um Babalawó para saberse correria tudo bem nessa viagem. O Babalawó disse-lhe que não fosse, pois haveria contratempos.Oxalufón mesmo assim, quis se aventurar-se. O Babalawó disse-lhe que a viagem seria muitoperigosa, se realmente quisesse ir, deveria seguir tudoo que êle dissese. Oxalofon aceitou e ele disse que leva-se três peças de roupas brancas e sabão eaceitasse tudo que lhe acontecesse sem reclamar. Oxalufon fez todas as oferendas que lhe foramconfiadas e partiu, como era muito velho ia muito lentamente,apoiado em seu cajado. Encontrou logoem seu caminho Exú Elepô Pupa, dono do azeite de dendê, sentado na beira da estrada com um barrilde azeite de dendê do lado, após trocas de saudações, Exú pediu a ele que ajudasse a colocar o barrilsobre a sua cabeça, ele concordou e Exú aproveitou para, durante a operação derramar,maliciosamente, o conteúdo do barril sobre Oxalufon, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou,seguindo as recomendações do babalawó, lavando-se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixouaquela como oferenda, continuando a andar e foi vítima, ainda pôr duas vezes, de triste aventuras comExú Eleedu, dono do carvão e Exú Alaady, dono do óleo de palma, Oxalufon sem perder a paciêncialavou-se e trocou de roupa, após cada uma das experiências, enfim chegou aos arredores de Oyó e foisurpreendido pelo tropel de um cavalo que havia fugido, tentando agarra-lo. Os guardas confundindocom um ladrão, nessa época o roubo de cavalos era um crime ina fiançável pegaram como de costumena época, quebraram-lhe ás pernas, porque assim que faziam com os ladrões. Preso e impossibilitadode comunicar-se com seu filho Xangô, pelos maus tratos,acabou por ficar aleijado.Logo as coisascomeçaram a cair em Oyó, as colheitas secaram,as mulheres ficaram estéreis, as colheitas não maisproduziam,os animais começaram a morrer, as calamidades e doenças invadiram o reino de Oyó.Xangô muito preocupado procurou um Oluwo, advinho, este disse-lhe que tudo estava acontecendo porcausa de um velho que estava preso em suas masmorras em seu castelo. Xangô imediatamente se
  • 142. dirigiu para as masmorras, pois queria saber quem era esse velho que tanto danos a seu reino causara.Chegando ao calabouço, ordenou que abrissem as celas, para sua surpresa,em uma delas, encontrava-se seu pai, soltando imediatamente e suplicando, desculpas, sendo perdoado. Então ,como porencanto, tudo começou a properar em Oyó. Xangô vestiu seu pai ricamente e banhou-o com as águasmais limpas das fontes, sercando com belas mucambas, Oxalufon sentiu-se no paraiso, fartas colheitase fartos banquetes lhe foram servidos, só tinha um porém, ele estava aleijado e não podia andar, seufilho então lhe presenteou com uma bengala de prata, ornada com pedras preciosas e pérolas, oOpaxoró.Quando Oxalufon teve que seguir para Ilé Yfé, cidade sagrada pelo povo Yorubá, devido ao seu estadoalquebrado, Xangõ pediu a Ayrá que o carregasse nas costas, Ayrá era um Orixá no fundamento dexangô, era um de seus servos de confiança. Xangô naquele momento estava reconstruindo Oyó, nãopodia ausentar-se da cidade nem do seu povo, para redimir-se com Oxalufon, pediu a Ayrá que olevasse, pois sentia-se indignado com que havia acontecido com seu pai, mesmo sabendo que nãotinha sido de propósito.Ayrá ia ser o preferido de Oxalufon no período de reconhecimento, entretanto, Ayrá percebeu queOxalufon era um Orixá muito especial, um ser de grande sabedoria e sabendo que era da confiança dexangô, aproveitou o momento para saber os segredos de Oxalufon, então usou de má fé e tentouconvencer a este que Xangô era culpado pelos sete anos que passou na prisão de Oyó.Oxalufon,porém, estava ciente de que tudo que passou, pois Olodumare e o Babalawo o havia prevenido. Ayrápassou a ter uma grande rivalidade com xangô, por este motivo não se deve colocá-los juntos namesma casa, para xangô se põem pilão e para Ayrá não, porque irá criar confusão entre Oxalufon exangõ. Chegando a Yfé, Oxalufon agradecido a Ayrá deu-lhe o título de seu primeiro ministro, fazendodele seu mais fiel amigo, por este motivo Ayrá come diferente dos Xangô, sendo suas oferendaslevando todos ingredientes que estavam na mesa de Oxalufon, foi lhe concedido comer em sua gamelao arroz, a canjica e o mingau de acaçá, sendo lhe proibido o dendê, o sal e os caroços do quiabo, quequando secos prepara-se certos atins de Exú.OXAGUIANFilho de Oxalufon, é jovem,guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú e xangô. Éo único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas deseguy, e suas roupas brancas podem,ás vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto deYroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames. È pai de Oxossi Inlé, come comOgun já, Oxossi Inlé, Ayrá, Exú, Oyá e Onira. Tem fundamento com Oyá, pois é o dono do atorifundamento que lhe foi dado por ela, motivo pelo qual as pessoas de Guian devem agradar muito aOyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com Exú. Seus filhos devem evitar brigas, confusões ementiras, principalmente não devem enganar a Ogún ou a seus filhos, pois será castigado sem dó. Nãodevem comer ovo frito para não esquentar o Orixá, cachaça, sal e dendê. É um Orixá muito perigoso.QUALIDADESORANDIANOXANDIANOXANDINOXANINOXAMINO QUE É ORIDentro da cultura yorùbá, orí é explicado com muito teor de sabedoria e complexidade da bagajem tãorica que nos foi deixada como herança por esse povo milenar.Orí não é somente a cabeça que carregamos sustentada pelo pescoço. Sua função é mais profunda ede suma importância que abrange um conjunto de: <Alma + Personalidade>.O Orí é o que direciona o ser humano, em todas suas ações, seja lá o que for.O Orí é como se fosse uma grande bateria que comanda todo nosso corpo. No Orí são gerado energiaspositivas, que trazem muito axé para o ser humano,mas em contra partida quando enfraquecidaacumula energias negativas trazendo terríves consequências para o ser humano.Como tragédias, assassinatos, guerras, loucuras, doenças etc. Tem Orí que é bom e é chamado de oríenergizado, calibrado as pessoas que tem esse ori são pessoas afortunadas, possuidoras de Olorí-IRE.As pessoas que carregam um mal ori, são pessoas infelizes possuidoras de OLORÍ-Buruku.Por isso eu chamo a atenção de todos que estão lendo essa explanação, trate de cuidar de seus oris,dando comida a cabeça, passando primeiro pelo processo de limpeza como:<Balaio de Eguns, comida abara, comida a terra, comida a Ikú, odus, bori branco a cabeça, com assento de Ibaori.
  • 143. AXÉ ORÍORUNMILÁ IFÁO Oráculo africano. Deus dos destinos que aparece no Candomblé como qualidade de Oxalá.Teria sidoo encarregado de estabelecer a ordem no mundo, de separar os elementos e instituir a paz entre oshomens.É o dono das nozes que revelam a vontade dos deuses, o senhor da adivinhação, que exprimea palavra do criador. As mulheres não podem ser sacerdotizas de Ifá.Não se manifesta. Dono dos Búzios, Ifá é um orixá muito importante e muito bom, acredita-se que odeus todo poderoso mandou Ifá que morava lá no céu para terra, para que êle consertasse, deusabedoria, conhecimento e muita inteligência que lhe permitiu o poder maior entre os outros Orixás.ESSABAS:Folha da costa (Oxalufan) Lingua de vaca (Oxalufan) Folha de neve branca, cana do brejo – TimimTapete de Oxalá (Boldo) Bredo sem espinho – Teté(Oxafufan) Folha da Costa branca – Alfavaquinha – Orim-rim PachoróFolha da fortuna – Ori-dum-dum Folha de bicho – Ibin Parietária – MonamRama de leite - Obô Malva branca – Efin Parioba – PeculéColônia Folha de vintém – Ilerin Folha de leite – Omim-ibá- ojúGolfo branco de Monan Beldroega – Omim Taioba – BalaLevante (Oxoguian) Golfo branco – Omin-ojú Cajá – JaminArruda (Oxoguian) Jarrinha – Jacomijé Mutamba – Aferê ÁGUA DE LEVANTE; AKÓKÓ; VENCE DEMANDA; TAPETE DE OXALÁ; SÁLVIA; PAINEIRA; MANJERICÃO; MAMOEIRO; MALVA BRANCA; MACAÇA; JITIRINA; INHAME; GUACO; FUNCHO; FOLHA VINTÉM; EWEBI; ERVA PRATA; COLONIA; BOLDO; BETE CHEIROSO; ALGODÃO;ÒRÌSÀNLÁ BELDROEGA; DENDEZEIRO; FOLHA DE BICHO; FOLHA DA FORTUNA; LOURO; MANJERONA; SANGOLOVO ( CANA DO BREJO ); UMBU; MANACÁ; ARRUDA; LINGUA DE VACA; MILAGRE DE SÃO JOAQUIM; ALFAVACA; ERVA DOCE. OXALÁLocais de maior vibração dos colina descampadaorixásAs cores e flores que são Branca ( Palmas e Rosas)regidas pelos orixás:As bebidas que são regidas Vinho tinto docepelos orixás:Frutos e Frutas Uva Branca.Algumas das comidas mais Canjica branca cozida, regada com mel e noz moscada em pó, cobertacomuns oferecidas aos com algodão.Orixás:Mencionaremos aqui as ervasmais conhecidas no Rio de Tapete de Oxalá (Boldo), Manjericão branco, Puejo, Cinco Chagas, Saião,Janeiro: Alecrim, Barba de Velho, Canela de Velho.Os Orixás normalmentetrazem em seus filhos suascaracterísticas físicas e decaráter. Assim podemos dizerque os filhos de:
  • 144. Os Orixás têm suaspreferências também quantoaos metais. A prata e o chumbo.Calendário Festivo daUmbandaLENDA DE OXALUFAN - OXALÁ (A CRIAÇÃO DA TERRA) Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e dasprimeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Oxalá. Logoem seguida, criou um outro orixá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome deNanan. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo. Oxalá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direitode Olorun. Nanan, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outrosorixás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um comuma função determinada para executar os planos divinos. Exú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles comOlorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva asmensagens e carrega os ebós. Olorun confiou à Oxalá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderesnecessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé queseria utilizado. Oxalá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas aExú. Exú, vendo que Oxalá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seriacumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiriachegar ao local indicado por Olorun. A caminhada era longa e difícil, e Oxalá começou a sentir sede, mas, devido à importância desua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foioferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente,encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foirecusado. Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. Derepente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Oxalá, já delirando de tanta sede,atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (eravinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo. Exú avisou Nanan que Oxalá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminariasua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamenteas oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas umcamaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. Exú aceitou tudo,mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nanan, pois ela iria precisar mais tarde. Outrossacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Oxalá, que havia esquecido o sacoda criação com o qual criaria a Terra. Nanan, após terminar suas oferendas, foi atrás de Oxalá,encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar. Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nananprosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanan pegou o saco dacriação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, paraespalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente,para compactá-la e torná-la firme. Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado,correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Exú antes de partir, julgando-sesuperior a ele. Oxalá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova eimportantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele nãopoderia falhar! Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seuhálito sagrado, deu-lhes a vida.
  • 145. Desta forma, Nanan e Oxalá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com avaliosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo emque vivemos.O Orixá e sua relação com os Santos Católicos:Oxalá - N.S.Jesus Cristo, N.S. do BonfimXangô - São Jerônimo, São PedroOgun - São Sebastião (Bahia), São Jorge (RJ)Oxossi - São Sebastião(RJ), São Jorge (Bahia)Obaluaiê - São Lazaro, São RoqueOxumare - São BartolomeuLogun edé - Santo ExpeditoIbeji - São Cosme e São DamiãoExu - Santo Antônio, e erroneamente DiaboNanã - N.S.SantanaIemanjá - N.S. da Glória, N.S. dos NavegantesOxum - N.S.Conceição (RJ), N.S. das Candeias (Bahia)Iansã - Santa BárbaraOba - Santa Catarina ORIXÁS SINCRETISMOS Menino Jesus de Praga Oxaguiã Jesus com 33 anos, Pregador OXALÁ Oxalufã Cristo, o Nazareno, crucificado - Senhor do Bonfim Oxalá (Bahia) Nossa Senhora da Conceição Oxum Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Iemanjá SENHORAS Navegantes (Bahia) Iansã Santa Bárbara, Santa Luzia, Santa Joana DArc Nanã Rainha Santana, Santa Teresinha, Santa Edwiges Cosme Damião IBEJI Doum Congêneres na Religião Católica Crispim Crispiniano Xangô Agodô São João Batista Xangô Alufam São Pedro Xangô Agojô São Paulo XANGÔ Xangô Kaô São Jerônimo Xangô Alafim São Tiago Maior Xangô Aganju São José Xangô Abomi Santo Antônio e São Benedito Ogum de Malê Ogum Beira Mar Ogum Dilê Ogum de Nagô OGUM São Jorge (São Sebastião na Bahia) Ogum Guerreiro Ogum Rompe Mato Ogum Megê OXÓSSI São Sebastião (São Jorge, na Bahia) ALMAS Representada pelo Cruzeiro das Almas (cemitério) NEGATIVOS
  • 146. Omolu São Lázaro OXALÁ Obaluaê São Judas Tadeu Iatôtô Judas IscariotesOS DOZE ORIXÁS MAIS CULTUADOS * OMOLOCÔ NAGÔ CONGO Zâmbi Olorum Nazamb Oxalá Oxalá Lembá Di Lê Oxum Oxum Kissimbi Iemanjá Iemanjá Danda Lunga Iansã Iansã Kaiongo Nanã Iansã Rodialonga Ogum Ogum Roximucumbí Oxóssi Oxóssi Kibuco Motolombo Ibeji Ossanyn Katende Xangô Xangô Zaze Omolu Omolu Kingongo Exu Exu Bombogira (masculino) Pomba-gira Exu Panjira (feminino) * Orixás ou Voduns do culto Mina-Gêge OS SETE ORIXÁS PRINCIPAISNAGÔ GÊGEOxalá Olissara ou LissaOxum AziriXangô Sobô ou BadêOgum Gú ou GouOxóssi Aguê ou AghéOmolu Azoani ou Sakpate ou SakpataExu LegbaNa Umbanda o sincretismo ficou assim estabelecido:OXALÁ- Nosso Senhor Jesus CristoIEMANJÁ- Nossa Senhora da GlóriaOXUM- Nossa Senhora da ConceiçãoOBALUAIÊ- São Lázaro e São RoqueNANÃ- Nossa Senhora de Sant´AnnaOGUM- São JorgeOXÓSSI- São SebastiãoXANGÔ- São JerônimoIANSÃ- Santa BárbaraDIFERENÇA ENTRE CANDOMBLÉ E UMBANDA É necessário elucidar a diferença entre Candomblé e Umbanda, pois a frase mais comum queouvimos de pessoas leigas no assunto é: eu achava que tudo era a mesma "coisa". O primeiro pontosobre a diferença entre Candomblé e Umbanda, é que: não há semelhança entre os dois. A começar
  • 147. pelas origens, o Candomblé é uma religião africana que existe desde os tempos mais remotos daquelecontinente, que é o berço da terra. De uma formabásica, no Candomblé não existem "incorporações" de espíritos, pois os orixás de quem sentimos forçae vibrações, são energias puras da natureza, que não passaram pela vida, ou seja, não são"entidades", mas elementais puros da natureza, criados por Olorún. No Candomblé a consulta é feitaatravés da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios (no Brasil) - forma de leitura exclusiva dopovo candomblecista - e o tratamento para cada caso, é feito com elementos da natureza, oriundosdos reinos vegetal, animal e mineral, através de ebós (oferendas), Orôs (rezas) e rituais africanos. A Umbanda por sua vez - sem qualquer demérito a quem a pratica,pois se levada de uma forma séria e consciente tem seu mérito, valor e aplicação -, é uma religiãobrasileira, que advém do sincretismo católico-fetichista, necessário em uma época de grande repressãodas religiões africanas, em que era proibido o culto dos orixás na sua forma de origem. A partir destapremissa, a Umbanda começou a tomar corpo, com algum conhecimento de alguns africanos no tratocom seus ancestrais, onde se fazia a "incorporação" de algum ente falecido, por um elégún por motivosfamiliares. Na Umbanda por sua vez, a consulta é feita através de um médium "incorporado" , e os"trabalhos" pelo espírito ali incorporado com seus elementos rituais. A umbanda é deste século, eutiliza os orixás do Candomblé, sob outra forma e outro aspecto. Qualquer incorporação, deste gênero,que se fale com as pessoas, beba ou fume em público, não é Candomblé, é umbanda; a únicamanifestação "semelhante" no Candomblé é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elementalda natureza, com uma conduta infantilizada, e que nunca passou pela vida, portanto não é um egun(espírito de morto). Ele tem função específica, e uma delas é se comunicar pelo orixá, justamente pelofato de que ele não fala. Assim, nos referimos como "estado de erê".O RITUAL DE ENTRADAO ritual de iniciação no candomblé é uma cerimônia secreta. Antes de ser iniciada, a noviço (a) ficaquase um mês trancada na camarina, um quartinho muito simples que tem uma portinha, a palha dodendezeiro e para entrar é necessário tirar os sapatos. O teto é de amianto e a camarina tem umajanelinha, para ventilar o ar. No chão, uma esteira e atrás uma mesinha, um prato, uma caneca e anoviço (a) só pode comer com colher. Durante o período de clausura, o futuro filho de santo passa por um processo deentorpecimento, tendo a cabeça raspada, bebendo sangue de animais sacrificados e fazendo ojuramento ao candomblé. No dia da festa, o terreiro fica cheio de convidados. O barracão canta com osatabaques. O iniciado (a) é finalmente apresentado ao público.ENCORPORAÇÃO E POSSESSÃOAssunto polêmico até mesmo entre os adeptos, o qual dá margem, a interpretações e atitudes,erradas, exageradas e equivocadas, dentro e fora da comunidade.Duas situações de extrema seriedade, normatizam e definem na sua essência a "incorporação" peloorixá do seu "filho", lista na categoria dos adoxús, aqueles que "sentem" o orixá:1º - A Lei de Deus não permite, em momento ou instante algum, que o ser humano, não esteja sempreem condições de exercer seu livre arbítrio, ou seja, comandar a si mesmo.2º - Este mesmo livre arbítrio está presente em todas as horas e situações no Candomblé, e, comodissemos, o orixá, é uma energia pura da natureza.Portanto, o que sentem os adoxúns quando "incorporados", é uma forte vibração dessa energia, que noprimeiro impacto, é muito forte e com o decorrer do tempo de "incorporação", vai enfraquecendo, paraexplicar melhor ao leigo, é como uma forma de "encanto", motivo pelo qual a atitude, de quando aindaa pessoa é iniciada, não abre os olhos ou fala, pois se o fizer, some o "encanto", com o passar dosanos, este orixá "incorporado" assume algumas atitudes independentes, pelo seu próprioamadurecimento e compreensão desta forma de energia . O que varia bastante de pessoa para pessoa,é a intensidade dessa energia, e, como se sente, quando está sob esse efeito. A única possibilidade,fora disso, para uma perda de consciência, é de que, na África, conforme consta em alguns livros,eram ministrados aos iniciados (mas somente nesta fase) um tipo de beberagem. Composta de plantasque teriam este poder, da pessoa ficar num estado de letargia ou sub-consciência.A RELIGIÃOO Candomblé é uma religião dinâmica, ao contrário da imaginação de muitos, pela sua variedade dedeuses, é essencialmente monoteísta, crê em um único Deus e criador, Olorún (olo=dono, senhor ;orun= céu, espaço celeste sagrado), que criou o céu e a terra, os orixás e o homem. O Orún suamoradia e dos Araorún, todos os ancestres e elementais divinizados; o Aiyé, moradia dos Araiyé, os
  • 148. seres humanos, os animais, vegetais, minerais e toda forma da natureza; os orixás, elementais danatureza por excelência, guardiões e fiscais da mesma energia indispensável para toda sobrevivência,com função dupla: reger e cuidar da natureza em si e da natureza humana; o homem, objeto maior dasua criação, para de tudo usufruir dentro dos critérios do seu Criador. Ateologia yorubana, crê no Orún e Aiyé, e em momento algum cita as palavras inferno e pecado. Asleis, a lógica, o bom senso e os ensinamentos permeiam a conduta das pessoas. No candomblé nada seinventa, tudo se aprende, o saber e o conhecimento só vem com o tempo, ensinamento, humildade,axé, merecimento e compreensão; a sua prática tende a se adaptar, pelo crescimento e modernidadedo mundo, professando a sua religião através dos seus ritos, cada vez mais, confinados no Ilê.AS REGRASPara existir um Ilê (casa de candomblé), é necessário um Babalorixá ou Yialorixá, competente, iniciadodentro da lei, seguindo rigidamente ao longo dos seus anos de iniciação suas normas e preceitos, poissomente assim terá o aval, o consentimento, o axé necessário para desenvolvimento das suasatribuições, atributos esses consignados por seu iniciador no nosso plano material, e seu conseqüentedesempenho com resultados positivos junto à sua comunidade, que só serão obtidos com aaquiescência dos orixás que os monitoram de forma permanente, permitindo ou até mesmointerrompendo uma situação de resultados realmente significativos, quer seja na sua leitura esotéricaou no trato com o povo. Um Ilê com axé, é estruturado com estudo, aprendizado, dedicação,humildade, respeito e principalmente, conduta ritual. A medida que o ilê vai "merecendo" os orixás vãolhe "dando” valores ao ponto de se obter uma estrutura suficiente, para o início das atividades de umnovo Ilê. As pessoas que freqüentam uma casa de candomblé, basicamente são: praticantes,simpatizantes e usuários. A procura por esta religião tanto para prática como consulta, é muito emvirtude de um atendimento pessoal e individualizado, em que as pessoas têm uma participação ativa.Naquele instante a pessoa não é uma a mais na multidão, mas o centro das atenções, de uma formaque possa canalizar toda sua fé, para obtenção do seu objetivo.O AXÉEnergia mágica, universal e sagrada do orixá. É uma energia muito forte, mas que por si só é neutra.Deve ser anipulada e dirigida pelo homem através dos orixás e seus elementos símbolos. O axé dosiniciados está ligado, e diretamente proporcional a sua conduta ritual - relacionamento com seu orixá;sua comunidade; suas obrigações e seu babalorixá.O axé é o elemento mais precioso do Ilê, é a força que assegura a existência dinâmica. É transmitido,deve ser mantido e desenvolvido, e como toda força pode aumentar ou diminuir e essa variação estárelacionada com a atividade e conduta ritual. A conduta é determinada pela escrupulosa observaçãodos deveres e obrigações, de cada detentor de axé, para consigo, seu orixá e para com seu ilê. Odesenvolvimento do axé individual e do grupo impulsionam o axé do ilê. A força do axé é contida etransmitida através de certos elementos e substâncias materiais, e é transmitido aos seres e objetos,que mantém e renovam os poderes de realização. O axé está contido numa grande variedade deelementos representativos dos reinos: animal, vegetal e mineral. Quer sejam da água (doce ousalgada), da terra, da floresta, mato ou espaço urbano. Está contido nas substâncias naturais eessenciais de cada um dos seres animados ou não, simples ou complexos, que compõem o universo.Os elementos portadores de axé podem ser agrupados em três categorias:1 – sangue vermelho (ex: sangue, óleo de dendê, cobre e bronze etc)2 – sangue branco (ex: sêmen, álcool e sais etc)3 – sangue preto (ex: cinzas de animais, carvão e ferro etc)Toda oferenda e ato ritualístico implicam na transmissão e revitalização do axé. Para que sejaverdadeiramente ativo, deve provir da combinação daqueles elementos que permitem uma realizaçãodeterminada. Receber axé significa incorporar os elementos simbólicos que representam os princípiosvitais e essenciais de tudo o que existe. Trata-se de incorporar o aiyé e o orún, o nosso mundo e oalém, no sentido de outro plano. O axé de um ilê é um poder de realização transmitido através de umacombinação que contém representações materiais e simbólicas do "branco", "vermelho" e "preto", doaiyé e orún. O axé é uma energia que se recebe, compartilha e distribui, através da prática ritual. Édurante a iniciação que o axé do ilê e dos orixás é "plantado" e transmitido aos iniciados.
  • O JOGO DE BÚZIOSO
  • jogo de búzios é uma leitura divinatória e esotérica por excelência, utilizado como consulta paraidentificar nosso orixá (ori= cabeça + ixá=guardião), que é a mesma figura do anjo de guarda comotambém a situação material, astral e espiritual de uma pessoa.A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. O jogode búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados.
  • 149. Os búzios são jogados em número de dezesseis, que correspondem aos dezesseis odús principais:okaran (exú), megioko (ogum), etaogunda (obaluayiê), iorosun (yemanjá), oxê (oxum), obara (oxossie logunedé, na África é um odú de xangô), odí (omolu e oxalá), egionile (oxaguian), ossá (oyá eyemanjá), ofum (oxalufan), owarim (oyá), egilexebora (xangô), egioligibam (nanã), iká (ossain eoxumare), obeogundá (ewá e obá) e alafia (orixalá).Duas formas são as mais utilizadas, sobre a urupema (peneira), ou sobre erindilogun (fio de contas),que em alguns casos constam os dezesseis orixás cultuados atualmente no Brasil; igualmente constamdesta parafernália: uma otá, uma vela branca, um adjá (espécie de sineta) usado para saudar osorixás, abrir o jogo e convocar o eledá do consulente para que permita uma boa leitura; água;indispensável os fios de Oxalá e Oxum; um côco de ifá; moedas; favas; obi; orobô; um imã; uma fava(semente) especial que represente no jogo o eledá consultado, aforante a isso um preparo dobabalorixá, e os orôs (rezas) necessários.Para uma boa leitura de búzios, três situações são fundamentais:1) Conhecimento e aprendizado.2) Autorização, através de ritual próprio, o qual é ministrado por sacerdote responsável, tendo oiniciado passado por completo, com seriedade e merecimento, seu período de iniciação, que são nomínimo 7 anos.3) Seriedade do consultor e do consulente.Quem "responde" no jogo de búzios é o orixá do consulente, ele é quem determina a formação dosbúzios para serem analisados, é uma espécie de permissão, do orixá, para que a situação do seu filhoseja exposta.

  • O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS
  • Os animais comumente utilizados são, em via de regra: galos, cabritos, carneiros, pombos e galinhasda angola; machos e fêmeas. Sua forma de abate, é cortado o pescoço com faca bem afiada. Após osacrifício do animal, cujo sangue é derramado, em local determinado, são retirados os "axés", que sãoas vísceras principais (moela, rim, pulmão, coração...) que serão cozidas ou fritas, colocados numoberó (prato de barro) e oferecidas como complemento. A carne, será consumida normalmente pelaspessoas, como se estivesse sido comprada em um supermercado.No Candomblé, utilizar o sangue e demais vísceras dos animais dessa forma tem uma causa e objetivonobre: o de produzir uma energia, o axé, que irá cumprir uma função: o sangue como forte elementoportador de energia.AS ERVAS DOS ORIXÁSAs ervas contém grande quantidade de axé – energia mágico-universal e sagrada, que bemcombinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva. Um banho deervas do orixá do candomblé age sobre a aura eliminando energias negativas, produzindo boasenergias. Um banho de ervas deve reunir as ervas adequadas a cada caso a fim de agir diretamentesobre distúrbios, eliminando sintomas provocados por más energias. Algumas das ervas largamenteutilizadas pelo candonblé são:Babosa, Aloe Vera, Erva de Santa Luzia, Sete Sangrias, Goiabeira, Mamona Vermelha, Melissa,Alfavaca, Patchouli, Alecrim, Alfazema, Algas Marinhas - Saião Amoreira.AS FOLHAS SAGRADAS DOS DEUSES AFROSACÁCIA-JUREMALigada ao Deus (Orixá) Oxossi. Usada nos banhos de descarrego, sacudimentos, lavagem de contas.Obs.: ESTA FOLHA NUNCA DEVE SER QUEIMADA. Nos cultos de Catimbó, os indígenas fazem umabebida, extraída da raiz desta planta, que chamam de Cauim ou Ajucá. Da infusão ou decocção obtidada casca, dizem os índios que, depois de bebê-la, se sentem leves, transportados para o Céu. Namedicina caseira é utilizada externamente, em banhos ou compressas sobre ulceras, cancros, e naerisipela, em razão de um princípio orgânico nela contida.ALECRIM DO MATO OU DE CABOCLOLigada aos Deuses ( Orixás ) Oxalá e Oxossi e vários Orixás. A única diferença do alecrim do mato éque esta espécie chega a uma altura de dois a três metros. Usada para banhos, amacis de Ori Banhode cabeça ), lavagem de contas, e defumações pessoais e de ambientes, banhos de Abô
  • 150. (indispensável), pois afugenta os Éguns ( espíritos desencarnados ) e Exu ( Orixá das encrizilhadas,que muitas vezes confundem o bem com o mal ). Na medicina caseira é usada como remédio eficazpara tosses (catarros), bronquites, usando-a como chá.ALFAVACA DO CAMPOPlanta conhecida na Bahia como Quioiô e no Nordeste como remédio de xaqueiro. Usada paraobrigações de amaci de Orí. Descarrego, banho de Abô ( limpeza espiritual ), lavagem de contas. Docozimento das folhas, usa-se fazer o chá e um xarope para coqueluche e principalmente para combatertosses rebeldes, bronquites e asma.ALFAZEMA DE CABOCLO OU ACÁCIA OU JUREMINHALigada aos Espítos dos Caboblos. Usada para o Abô, amaci de Ori, lavagem de contas e nas defu-maçôes pessoais e de ambientes. Na medicina caseira é usada para fazer essências aromáticas(perfumes) ou são colocados em ramos em saquinhos perfiunados (sachê). para as gaveta. O chá éusado contra tosses rebeldes e bronquites.ARACÁ DO CAMPOLigada ao Deus Oxossi . Usada para lavagem de contas. Na medicina caseira, é usada como chás paradiarréias e para alterações das vias urinárias.ARRUDA MACHOUsada em todos os rituais e principalmente em banhos para cortar inveja, olho-grande, benzimentos,lavagem de contas. Esta planta na Bahia é usada para se fazer amuletos, patuás, figas e cruzes. Namedicina caseira, usada contra vermes e reumatismo. O sumo macerado é utilizado para fechar feridas( excelente sicatrizante ).ALAMANDALigada aos Deuses Obaluayê e Oxun. É muito usada para banhos de descarrego. Na medicina caseira émuito usada nos tratamentos das doenças de pele, sarna (coceiras), eczemas e furunculose.Usa-seuma loção feita com as folhas cozidas.ÁLFAVACA-ROXALigada aos Deuses Obaluayê e Xangô. Na medicina tem as mesmas aplicações descritas antes.ALOÉS OU BABOSA AZEVRE OU AZEBRE — ALOÉLigada aos Deuses Obaluayê e Ogun. Da gosma contida no interior da folha, faz-se aplicações paraqueimaduras, tônico capilar, cristel para hemorróidas. Tendo grande eficácia como emoliente, é muitousada para abscessos e tumores. Como esta planta custa muito a secar é substituida pela piteira (folhade Ossayn), que oferece sempre folhas secas pam uso imediato e que, do mesmo modo, é um Aloés.ANDA-AÇU OU INDAIAÇU OU COTIEIRA— Ligada ao Deuse Obaluayê ou Omólu. Na medicina caseira é tida e havida como eficaz, aplicados osfrutos socados, para descarregar o intestino, pois age como laxante e purgativo. No campo daveterinária, também é usada em doses muito fortes. Do cozimento das folhas é feita uma mistura parao tratamento do reumatismo, em demoradas compressas ou em banhos quentes demorados. Tambémé usada como regulador do fluxo menstrual das senhoras.ARATICUM –DE-AREIA OU BIRIBÁ OU MALÔLOLigada aos Deuses Obaluayê, Oxun e Yemaujá. Planta africana muito usada pelos povos Bantus,principalmente no Congo e na Angola, onde toma os nomes de Yôlo, Maylo ou Malólo. Liturgicamentemuito usada, sem mistura de outra erva, para banhos de descarrego. Na medicina caseira, a polpa dosfrutos é usada para vazar tumores, e do cozimento das folhas para o tratamento de reumatismo ( Obs:Há outra espécie que pertence à mesma família, que é o araticum-do-mato, aironacea, pertencente aosmesmos Orixás e que dá uma fruta gostosa, conhecida como Biribá)ARREBENLA-CAVALOLigada aos Deuses Obaluayê e Exu. Usada como aroeira, para banhos fortes de descarrego, do pescoçopra baixo. Participam do cozimento para banho (sem ir ao fogo), maceradas: O pinhão roxo, sãogonçalinho e a vassourinha-de-relógio ( Obs.: Esta planta difere bastante da outra que possui o mesmonome. Esta não tem espinhos, as folhas são denteadas, macias e a planta é leitosa, enquanto que aoutra dá uns frutos arredondados e vermelhos; quando maduros, as folhas e caules sào espinhosos).ESTA PLANTA NÃO TEM USO NA MEDICINA CASEIRA.

  •  ANGELICALigada aos Deuses Ossaiyn e Oxalá. Ter um ramalhate em casa afasta a inveja e os más fluídos.Usada serve também para atrair o amor perfeito, quando usada em magias para tal.ANTÚRIO OU ZANGA Ligada aos Deuses Tempo ou Ossaiyn. Dentro da medicina caseira, é usada comotônico capilar.ALFACEContam as lendas que Vênus - Afrodite quis um dia esconder Adonis, e para isso acomodou-o num depé de laface, cobrindo-o com as folhas da referida planta. Deste modo protegeu o filho da ira dosoutros deuses por longos anos. A alface para os gregos era tida como planta sagrada. Nos cultos afro-brasileiros é folha de Éguns ( mortos ). Toma-se chá das folhas para retirar influências de espíritosdesencarnados.AROEIRALigada aos Deuses Exu, Ogum e Logun-Éde. O banho forte serve para descarregar energias negativas elavar instrumentos e latares , visando sua purificação das larvas astrais danosas.ARREBENTA CAVALOLigada aos Deuses Exú e Obaluayê. O Banho é usado para descrrego de larvas astraias danosas ( dopescoço para baixo ).AVELÓS OU FIGUEIRA DO DIABO OU GAIOLINHATrazida da África por um missionário e plantada em Caruaru, estado de Pernambuco, em 1892. Usa-sesocada para purificaçâo dos instrumentos mágicos e altares. Obs.: O LEITE DESTA ÁRVORES , CASOCAIA NOS OLHOS, CEGA.BAMBÚLigada aos Deuses Ogum e Iansâ. Usado as folhas secas com bagaços de cana para defumações e obanho do pescoço para baixo, contra as influências danosas de energias de espírtos negativos,.BRINCO DE PRINCESAPara (Eligbará – Rei dos Exús). Empregada em banhos fortes de descarga contra energias negativas,preferencialmente numa encrizilhada, tendo-se o cuidado, de deixar um vela acessa e um copod´água, em caso, num local mais lato que a cabeça e fazendo-se uma presce ao seu guia espiritual (firmar o guia ).BRIO DE ESTUDANTELigada aos Deuses Ossaiyn e Ogun. Na medicina caseira é usada em chá, contra a insônia.BARBA-DE-VELHO OU MUSGOLigada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Aplicada nas defumações após os banhos de descarrego. Na me-dicina caseira é usada como uso tópico em forma de suco para combater hemorróidas.BELDROEGALigada aos Deuses Obaluayê, Exú e Tempo. Usada para purificação de altares e isntrumentos. Apurificação é feita limpando-se os instrumentos e utencílios com sabão da Costa ou de coco. Depois debem limpa com a palha da Costa e o sabão, tudo é lavado e friccionado com a Beldroega. Na medicinacaseira, usam-se as folhas socadas para apressar a cicatrização das feridas (cortes, ferimentos por balaou faca), colocando-se por cima, o efeito é rápido, em razão do princípio ativo da planta, o ácido sali-cílico.BERINJELA ROXALigada aos Deuses Obaluayê e Tempo. Na medicina caseira as folhas aquecidas, colocadas por cimados tumores, desinflaman-nos com brevidade. O chá das folhas é eliminador dos calculos da bexiga erins, sendo um ótimo diurético, aumentando o volumeda urina.CAAPEBA OU PARIPAROBALigada aos Deuses Xangó e Oxóssi. Usada em Banhos e lavagem de contas. Na medicina caseira, ochás erve para os males do fígado, e do cozimento das raízes em decocção, é usada como diurético epara as perturbações uterinas.
  • 152. CAFERANA OU ALUMÃ ( CAFÉ )Ligada aos Deuses Ossaiyn, Xangô e Ogun. Na Bahia é conhecida por Alumã. Na medicina caseira éusada para fraqueza e debilidade. PoderososCABELO DE MILHOLigada ao Deus Oxóssi . A aplicação na medicina caseira está no cabelo. Nasce das espigas ao fruto eàs sementes do milho. As espigas são ligadas a Deusa Iansâ. A espiga usada como Yteque (amuleto),dependura na porta da cozinha ou copa, sem que lhe retire a palha, fazxendo-se uma alça de palhaque capeia a espiga e deixando-se a metade, no sentido do comprimento, descoberta, ficando os gãosà vista. É um modo de atrair fartura de alimentos.Obs.: Quando estiver secando, trocar por outra verdinha. Na medicina caseira é usado como diurético epara cáculos renais (toma-se o chá).CAPIM-LIMÃONa Bahía e Nordeste é conhecido como incenso de caboclo. Erva sagrada, Axé de Oxóssi, muito usadaem lavagem de contas e instrumentos mágiscos ritualisticos e nas defumações. Na medicina caseira éusado para males do estômago, resfriados, bronquites, tosses.CIPÓ – CABOCLOUsado nos banhos de descarrego e lavagem de contas e instrumentos mágiscos ritualisticos. Namedicina moderna, usado em banhos para combater o linfatismo, inchaços e inflamações das pernas etestículos.CIPÓ CAMARÃOUsado em banhos de descamgo e defumações. Na medicina caseira, do cozimento das folhas e do cipópara feridas e contusões ( lavagem ou compressas ).CIPÓ BRAVOLigado aos Deuses Oxalá e Oxóssi. Na medicina caseira é usado para cmbater o fumo excessivo,controlador do sono e calmante.COCO DE IRILigado aos Deuses Oxossi e Iemanjá. Das Folhas são feitos banhos de descarrego. Na medicina caseira,pelo cozimento das raízes, debela os males do aparelho genital feminino. Usado em banhos e lavagens.CAROBINHA DO CAMPO OU JACANDÁ PETERÓIDESLigada aos Deuses Obaluayê, Omulú e Tempo. Esta planta é de grande Axá ( poder ) nos cultosbaianos, pelo uso que o povo faz. Não conhecemos em outras nações, fora do Congo, o empregolitúrgico. Na medicina caseira o seu emprego vem dos Cambutas (Grupo Kilongo), negros que atrouxeram para a Bahia, como debeladora dos males ou doenças de pele, coceiras, feridas eesfoladura.CEBOLA DO MATO OU CENCÉMLigada aos Deuses Obaluayê e Exu. Na medicina caseira, usada ralada sobre tumores, é resolutivacomo emoliente. Do cozimento (folhas), apressa a cicatrização de feridas que não fecham.CIPÓ-CHUMBOLigada aos Deuses Obaluayê e Exu. Na medicina caseira muito usado como xarope para tosses ebronquites. Do cozimento das folhas é feito o chá para diarréias sanguinolentas e icterícia. Seco ereduzido a pó é eficaz para cicatrizar feridas.COENTROLigada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Na medicina caseira é usado como regularizador das funçõesdigestivas e eliminador de gases intestinais.CELIDÔNIO OU ERVA -DE-ANDORINHALigada aos Deuses Ossaiyn, Obaluayê e Tempo. Na medicina caseira é utilizada para lavar as vistas(cataratas). A lenda conta que as andorinhas apanhavam esta planta para dar vistas aos filhos. Erachamada pelos gregos de KLELIDÓN, que quer dizer andorinha, por isto vulgarmente é denominadaerva-de-andorinha. É usada para banhar o rosto e o corpo e para tirar manchas.COCO-DE -DENDÊ
  • 153. Ligada aos Deuses Ossaiyn, Yfá e Exu. O óleo que se extrai da polpa do referido coco tem um teorenorme de vitaminas. A semente do coquinho, desprovida da polpa fornece um óleo branco e servepara substituir a manteiga: é a chamada manteiga de Carité ou Adin. Na medicina caseira é muitousado o coco, pera debelar dores de cabeça, anginas e diminuição da vista, em razão de fraqueza dosórgãos visuais (cataratas, etc..) inchaços de pernas e cólicas abdominais.Cebola-do-Mato ou Mangue-CebolaLigada aos Deuses Exu, Omolú . Usada como a cebola-cecém, cortada em 4 partes iguais e distribuídapelos cantos, debaixo dos móveis para afastar falsidade, inveja, etc.FEDEGOSO OU CÁDIA Ligada ao Deus Exu. Usada para sacudimnentos de ambientes, banhos. Acompnha outas ervasque prestam à mesma finalidade. Também empirgada para limpeza do chão. Pode ser tambémempregada como oferenda para deuses da guerra ( Ogum, Áries e etc...).DOURADINHA DO CAMPOLigada ao Deuse Obaluayê. Na medicina caseira é usada no tratamento das doenças da pele oudermatoses. Esta erva cura a sarna e é o ponto final nas coceiras.ESPINHEIRA SANTALigada aos Deuses Obaluayê, Oxalá e Tempo. Também chamada de caucerosa, salva-vidas, espinho-de-deus. Usada para banhos de descarrego. Na medicina caseira possui bastante aplicação quandorecebeu de Olorun ( Deus Supremo ), para aliviar as dores humanas. E empregada para debelar asafecçôes do estômago, nas gastrites, gastralgias, úlceras e câncer: Põe fim as dores com espantosarapidez.ESTORAQUE BRASILEIROLigada aos Deuses Obaluayê e Oxalá.Usada a resina (goma) que aparece após se aplicar talhos,golpes, em volta do pé, do caule. Tirada a resina, esta é reduzida a pó. Emprega-se misturada combenjoim e alfazema, em farta defumação pessoal, depois do banho de descarrego. Na medicinacaseira, o pó resultante da resina ou das cascas e folhas é usado para o tratamento de úlcerasvaricosas. Modo de usar: polvilhando as varizes.ERVA CUNALEIRALigado ao Deus Oxássi. Usada em banhos de descarrega. Na malicina caseira usada como diuretico esudorífico, muito empregada para o combate da sífilis. Usa-se o cozimento das folhas.FIGO DO INFERNO OU FIGUEOIRA BRAVALigada ao Deus Exu. Belíssima arvore que da frutos grandes, de cor marrom-escura. No tronco nascemos frutos em grandes quantidades, bem juntos. Interessante é o perfume que chama a atenção dequalquer pessoa que se aproxima do trunco. É local de concentração para Exu e de arriada deobrigações.Excelente para se deixar presentes para as entidades das ruas e da terra.FOLHA-DA-FORTUNA / FOLHA -DE-OXALÁ OU FOLHA-DA-COSTALigada aos Deuses Oxalá e Exu. Usada nos banhos lustrais.FIGO BENJAMIMLigada aos Deuses Obaluayê e Exu. Usado em banhos fortes para pôr fira à perseguição (obsidiação,obsessão). Fazer a gangorra — banho dado com o paciente de costas, sentado sobre uma gangorrafeita de um paralelepídeso e uma tábua, onde o paciente fica sentado no meio e o banho escorre parao ralo. Para melhor efeito, este banho deve ser dado no tempo ( ao ar livre ), junto com três sabugosde milho cortados ao meio.Obs.: Estes sabugos tem de ser colhidos nos restos das feias-livres ou no lixo, junto a estes, o piãoroxo, pau - d’alho, aroeira, vassourinha-de-relógioGUACO CHEIROSOLigado aos Deuses Oxalá, Oxóssi, Oxumaré. Também conhecido como erva das serpentes. Usado parabanhos de limpeza. Na medicina caseira é usado contra tosses rebeldes, bronquites, como xarope.Aplicado contra veneno de cobra (soro antiofidico), com folhas secadas no local e o chá forte ( bebido), dosagem de 30 gramas para 1 litro d’água.
  • 154. GUINÉ PIPIUsado em defumações pessoais e de ambientes. Na medicina caseira, o chá é usado para dores decabeça (enxaquecas) e para reumatismo articular (artrite).GUINÉ CABOCLOMuito diferente do Guiné Pipi. pois esta dá em árvores de dois a três medos de aluna. Própria derestingas, capoeiras e matas. Encontrada principalmente em Arauama e ao longo do litoral fluminense.Na medicina caseira, usada em chá, para os males do intestino, estômago, má digestão.GAMELEIRA Ligada aos Deuses Tempo, Iroko ou Leôko e Xangô. Planta de grande poder e tida como intocávelfetiche do Orixá Irôko, no Ketú, que no Jêjê é chamado de Loôko e no Congo e Angola de Tempo.Delas se reco-lhe, por ocasião das desfolhas, as folhas que caem e também aquelas que ficam com aparte direita do limbo para cima. É tal como se encontram quando presas ao caule. No Brasil éconhecida a gameleira branca, árvore rara e quase extinta, embora existam outros tipos de gameleira.POR SER UMA ÁRVORE INTOCÁVEL, E SAGARADA NÃO TEM USO NA MEDICINA CASEIRA.HISSOPO OU ALFAZEMADE CABOCLOUsada nos amacis de Ori, lavagem de contas, banhos. Na medicina do povo, usada nas afecções doaparelho respiratório e principalmente como xarope expectorante, anticatarral e bronquite.HORTELÃ PIMENTA Ligada ao Deus Exu. Usada para banhos de descarga, do pescoço para baixo, para anular mausfluídos e cargas, na purificaçao do altae e instrumentos mágicos.KITOCOLigada ao Deuses . Na medicina caseira muita utilizado nas doenças de estômago, em chá; e nosabscessos e tumores, as folhas são aplicadas socadas. Também para doenças de senhoras (chá), paradores uterinas, cólicas mensftuais. etc.JABORANDIUsada Na medicina caseira na lavagem dos cabelos, tomando-os sedosos; tônico dos cabelos(policarpica). Serve para suadouro eficaz nas pleuras, bronquites e febres que tragam erupções(sarampo).JENIPOPOLigada aos Deuses Obaluayê, Tempo Iruko, Loôko e Ossaiyn. As folhas usadas para banhos dedescarrego ou limpeza. Esta árvore presta-se para uma simpatia muito útiI e eficaz para exterminar osataques de cólera e epilepsia ou ataques do Tempo, apesar desses males serem consideradosincuráveis. Coloca-se o doente de pé, encostado na árvore, e ao lado acende-se três velas dos trêsreinos da natureza, sendo uma de cera (animal), uma de carnaúba (getal) e outra de espermacete (mi-neral) comum, formando um triângulo, e com uma faca virgem, de aço, reza-se suplicando a Ossayn eao Tempo a extinção do mal, dando golpes no anuredo, dizendo: ASSIM COMO CORTO ESTA ÁRVORE,FICARÁ CORTADO DE FULANO, PARA SEMPRE, ESTE MAL. Na medicina caseira as folhas são cozidasjuntamente com as cascas e se extrai um sumo, usado no tratamento das úlceras varicosas. Lavando-as e o caldo dos frutos é remédio para combate à hidropisia.JUREMA BRANCA OU MIMOSA VERRUGOSABastante diferente da jurema preta, principalmente devido aos calombos que existem no caule, pelosramos. È também armada de espinhos. Na medicina caseira o uso de cascas em decocção (saboramargo) tem aplicação em banhos ou lavagens, como adstringente para doenças da pele. O chá ëempregado como narcótico para insônia e estado nervoso.LÁGRIMA DE NOSSO SENHORALigada aos Deuses a Ossaiyn e Yemanjá. As folhas com as sementes são usadsas para banhar osolhosd propiciando o desenvolvimento da clarividencia. A aplicação é feita pela manhã e o banho dosolhos deve ficar durante a noite exposto ao sereno, retirando-se antes do Sol nascer. Obs.:Esta ervanâo vai ao fogo. Na medicina caseira e tida como excelente diurético, chá Os banhos debelam oreumatismo e reduzem as inchações.MALVA DO CAMPO OU MALVARISCO
  • 155. Ligada aos Deuses Oxalá e Oxóssi. Usada nos banhos para purificação pessola, de altyares einstrumentos. Na medicina caseira, é usada como emoliente, empregando-se em bochechos egargarejos. em abscessos nas gengivas, inflamações da garganta e operações da boca.MANJERICÃO ROXOLigada aos Deuses Obaluayê, Xangô, Tempo, Iansã. Colhido e posto a secar, é grande preventivocontra raios, coriscos, em dias de tempestades, usando-se o defumador. Usa-se em defumaçâo comopurificador do ambiente. É indispensâvel como banho de descarrego e proteção. Na medicina caseira éusalo, como os outros, para males do aparelho digestivo e eliminador de gases.MANGUE VENNELHO OU MANGUE-SAPATEIROLigada aos Deuses Obaluayê e Omólu. Usado na medicina caseira para adstringente no tratamento dasúlceras varicosas e feridas rebeldes, sendo aplicado em compressas ou banhos nas partes lesada Usadotambém para lavagens ginecolágicas ou banhos de assento (moças virgens) para tratamento de leucor-réia (flores brancas).MASTRÚÇO OU MASTRUZLigada aos Deuses Obaluayê e Oxalá. Usado na medicina caseira, goza de grande prestígio notratamento das afecçoes puimonares, principalmente nas pleurisias secas ou com derrames. Usa-se osumo, simples ou de mistum com leite quente, quantas vezes possível. È um excelente antibíoticonatural.MALVARIOSCO OU CHAPÉU-DE – TURCOUsada para banhos de descarrego.MANGUEIRALigada aos Deuses Exu e Ogun. Usada pøm banhos de descarego com a mistura de arueira, pinhãoroxo, cajuiero e vassourinha de relogio, do pescoço para baixa As folhas servem também para cobrir ochão a fim de afastar maus fluidos e larvas astrais.MELÃO-DE -SÂ O-CAETANO OU ERVAS DAS LAVADEIRASLigada aos Deuses Xangô. O Chá é Anfi-reumático, antifebril, banho de assento (doenças de senhoras,corrlinentos, etc).NÓS DE COLA ( OBI )Ligada aos Deuses Oxalá, Obatalá, Odudwá, Olissassa, e demais divindades da criação. Os africanoscomem os frutos do Obi, como gerador de energias. Na medicina caseira é usado como tônico docoração, regularizando as pulsações e para o sistema nervoso, sendo também muito eficaz contra ane-mias.CANALigada ao Deus Exu . As folhas e os bagaços serve para as defumações. O açücar extraído da cana éusado nas defumações destxuir larvas astrais e afugentar Éguns ( desencarnados ).PIPEREGUM VERDE OU DAMACENAPlanta originária da Guiné (África). Grande Axé ( força ) de Oxóssi, o Deus da Caça. Usada parasacudimentos contra as energias de espítos desencarnados, pessoas ou domicilios. Na medicina caseira é usada contra reumatismo, por meio de banhos e compressas.PIPEREGUM VERDE E AMARELO OU DAMACENA RAJADALigada aos Deuses Legun-Éde e Oxumarê. Usada da mesma maneira que o descrito antes, que é deOxóssi.PITANGUEIRAUsada para defumações de ambiente para atrair dinheiro. Usa-se as folhas secas, misturadas comcanela em pó, pé de café (virgem), açúcar, cravodaíndia e palha de alho e bagaço de cana-de-açúcar. (Obs.: Esta defumação é feita da porta da rua para dentro da casa, deixando-se na área ou quintal o re-síduo, para depois despachar-se no dia seguinte, no mato, na praia ou água corrente. Usada namedicina moderna para dar fim às lombrigas das crianças, em chá.PANECÊA OU AZOUGUE DE POBRE
  • 156. Ligada aos Deuses Obaluayê e Xangô. Na Bahia é conhecida por bolsa de pastor ou braço de preguiça.Na medicina caseira é tida como poderoso diurético e eficaz no combate a sífilis, usando-se o chá.Também é indicada para as doenças de pele, eczemas e para debelar o reumatismo, em banhos.PARIETÁRIA- VIDROLigada aos Deuses Obaluayê e e Oxun. Apesar de fazer parte da família das urtigas, esta qualidade éinofensiva ao contato das mãos. Na medicina caseira é usada como diurético, das vias urininárias(urina solta). É empregada, em cozimento das folhas, para os males da pele.PAU - D’ALHO OU GUARAREMALigada aos Deuses Obaluayê e Exu. Usado em sacudimentos pessoais e domiciliar, casas, lojas, onde ohomem exerce funções lucrativas. Também usado para banhos fortes de descarrego para retirarinfluência negativa. Usado com aroeira, pinhão roxo e branco. Na medicina caseira, as folhas, socadase colocadas em cima de furunculos e tumores, resolvem eficazmente. Também no cozimento dasfolhas, em banhos quentes e demorados, é muito útil para reumatismo e hemorróidas.PITEIRA IMPERIALLigada aos Deuses Ossaiyn, Obaluayê e Tempo. Na medicina caseira, as folhas verdes e cozidas são ousadas para lavar feridas e dermatoses.RABO DE TATU OU LANCETALigada aos Deuses Obaluayê e Oxóssi. Na medicina caseira que é tida como uma preciosidade paraabrir abscessos e tumores, pôr fim às inflamações, panarícios, unheiras, erisipelas, regenerando o teci-do cutanêo atacado por inflamações de qualquer origem e fazendo cessar as dores.SUMARÉ OU BISTURI-DO-MATOLigada aos deuses Obaluayê e Oxóssi. Na medicina caseira os seus efeitos rápidos promovem aabertura de tumores de qualquer natureza, expulsando o pus e fazendo cessar dores, para alivio dopaciente. Extingue os furúnculos, panarícios, erisipelas. Contra a inflamações de qualquer origem,abre-se a banana (bulbo) da planta e com uma colher raspa-se a goma nela contida (mucilagem),colocando sobre a pale inflamada ou tumorada, cobrindo-se com gaze ou pano limpo.SABUGUEIROLigada ao Obaluayê, muito usado na medicina caseira para tratamento de cataporas, sarampo,escarlatina. Usado para suadouro, do cozimento das folhas é um grande diaforético e debeladora dosarampo.SAPÊ OU SAPÉLigada ao Deus Exu. As raízes são usadas para banhos de descarrego. após o sacudimento.Obs.: O banho é do pescoço para baixo.VASSOURINHA DE IGREJALigada ao Deus Exu. Usada para sacudimentos de casas. Juntamente com cipreste e palha-da-costa,serve para espantar energias de desencarnados e todos os males são retirados,URTIGA - MAMÃOLigada ao Deuse Obaluayê. Na medicina caseira, muito usada para cura de erisipela. Usa-se em chu-maço de algodão embebido no leite da planta. Emprega-se o chá das folhas para debelar males dosruins ( O banho, forte, afasta influêrncias energéticas de desencarnados ).

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