segunda-feira, 12 de agosto de 2013

História do Dia Nacional da Consciência Negra

História do Dia Nacional da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
Importância da Data

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira


Planta do Quilombo Buraco do Tatu, na Bahia.
Os quilombos eram verdadeiras cidades fortificadas, tendo passado para a história
como símbolo da resistência e rebeldia dos escravos.


Início

Os primeiros registros do Quilombo datam 1580 e são de pequenos acampamentos formados por escravos fugitivos na Serra da Barriga, um local de acesso relativamente difícil, que era escolhido com esconderijo
Mas o crescimento começou a se dar quando, devido à União Ibérica, o comércio de açúcar com os holandeses foi prejudicado, e estes decidiram invadir a colônia. Foram montadas tropas para proteger a colônia da invasão, sendo oferecida a alforria para os escravos que lutassem contra os holandeses. Muitos dos negros alforriados aproveitavam a primeira oportunidade para fugir em direção à Palmares.

Quilombo dos Palmares

Quilombo dos Palmares, uma das maiores organizações de escravos negros foragidos das fazendas que estruturou-se no período colonial e que resistiu por quase um século. No final do século XVI o Quilombo dos Palmares ocupava uma vasta área coberta de palmeiras, que se estendia do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. Em fins do século XVII o território foi reduzido à região de Una e Serinháem, em Pernambuco, Porto Calvo e São Francisco, atual Penedo, em Alagoas. Os escravos organizaram um verdadeiro Estado, nos moldes africanos, com o quilombo constituído de povoações diversas, mocambos, governados por oligarcas sob a chefia suprema do rei Ganga Zumba. Zumbi, seu sobrinho, herdou a liderança do quilombo por valor pessoal e combatividade. A partir de 1667, aumentaram os ataques contra o quilombo, com o objetivo de recapturar os escravos e reconquistar as terras. Em 1694 o quilombo foi derrotado com o ataque simultâneo de três colunas: uma dos paulistas, comandados por Domingos Jorge Velho, outra dos pernambucanos, liderados por Bernardo Vieira de Melo, e a dos alagoanos, chefiada por Sebastião Dias. Centenas de pessoas morreram em combate, muitas mulheres e crianças imploraram misericórdia e grande parte fugiu para o sertão, dos quais cerca de 200, acossados por Vieira de Melo, caíram em um precipício. Zumbi sobreviveu à destruição, mantendo a resistência até 20 de novembro de 1695, quando morreu em uma emboscada

Ganga Zumba

Quando os holandeses foram expulsos em 1654 a produção açucareira voltou a prosperar, e com isso a necessidade de mão-de-obra escrava aumentou e com ela a aquisição de novos escravos.
Quanto mais escravos aportavam em terras brasileiras, mais fugas ocorriam. Dado o elevado preço dos escravos ataques a Palmares começaram a ser feitos visando a captura de negros. Um desses capturados, foi um pequeno jovem que voltaria 15 anos depois e seria Zumbi, o mais famoso lider do quilombo.
Durante essa época o quilombo era governado por Ganga Zumba, um líder que fez as aldeias crescerem e que implementou táticas de guerrilha na defesa do território.
Tais táticas foram suficientes para que em 1677 Fernão Carrilho oferecesse um tratado de paz com Palmares, reconhecendo a liberdade dos nascidos no quilombo e dando a eles terras inférteis na região de Cocaú. Grande parte dos quilombolas rejeitou o acordo, nitidamente desfavorável, e uma enorme rixa surgiu entre eles, rixa esta que culminou com o envenenamento de Ganga Zumba e da ascenção ao poder de Ganga Zona, seu irmão e aliado dos brancos.
Com esse quadro insustentável para os negros, o acordo foi rompido e a maioria voltou para Palmares, nesse momento já liderados por Zumbi

Zumbi

Inicialmente Zumbi substituiu a defensiva tática de guerrilha por uma estratégia de ataques de surpresa constantes a engenhos, libertando escravos e se apoderando de armas e outros materiais que pudesse ser úteis para novos ataques.
Com o tempo começou-se a desenvolver um comércio entre quilombolas e colonos, de tal forma que estes ultimos chegavam a alugar terras para plantio e trocar alimentos por munição com os negros. São atribuídas a Zumbi uma grande inteligência e habilidade para guiar o seu povo tanto na frente de batalha quanto empreendendo a parte administrativa dos Quilombos.
Diante dessa prosperidade a coroa tinha que tomar alguma medida imediata para afirmar seu poder na região. Numa carta à coroa portuguesa, o governador-geral da região confidencia que os Quilombos são mais dificeis de vencer até mesmo que os holandeses.

O fim do Quilombo

Após várias investidas, relativamente infrutíveras contra a nação de zumbi,o governador-geral contratou o experiente bandeirante Domingos Jorge Velho para conter e exterminar de vez a ameaça dos escravos fugitivos na região.
Mesmo ele teve grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, muito mais elaboradas que a dos índios com quem tivera contato. Também encontrou problemas para contornar a inimizade criada com os colonos da região, que foram roubados por suas tropas por certas vezes.
Em janeiro de 1694 após um ataque frustrado, o seu exército começou uma empreitada vitoriosa que terminou com a morte de Zumbi em 20 de novembro de 1695, após uma emboscada.
A resistência ainda continuaria por mais de duas décadas com pequenos focos guerrilheiros escondidos.

Curiosidades

É muito comum a idéia de Palmares como um acampamento único e superpopuloso, mas essa idéia cultivada pelo imaginário popular e incentivada por algumas obras de ficção é errônea. Na verdade o quilombo era um conglomerado de uma de dezena de aldeias menores que ocupou vastas terras no nordeste brasileiro e eram separados geograficamente por quilômetros de distância.

Quilombo Palmares

Por volta de 1590 uma noticia assombrou a Capitania de Pernambuco. Um grupo de quarenta escravos havia se amotinado em um engenho de Porto Calvo, em Alagoas. Foi um banho de sangue. Eles mataram amos e feitores , puseram a casa grande abaixo, queimaram plantas e fugiram sem deixar vestígios.

Mais tarde, descobriu-se o paradeiro dos revoltosos. Eles estavam na Serra da Barriga. Escondiam-se dentro de uma mata cerrada e andavam bem armados. Aquele ousado grupo era o como o do Quilombo dos Palmares. A mais impressionante comunidade de escravos fugidos neste país.

Palmares foi uma nação completa, um Estado negro onde se falavam dialetos africanos bantos. Uma comunidade econômica que se manteve auto suficiente por mais de um século. Uma sociedade multirracial na qual eram aceitos índios e brancos perseguidos pelo Estado colonial. Um país dentro do Brasil que abrigou 30.000 habitantes, a sexta parte da população da época. Lá não havia fome. Palmares, chamada por seus habitantes de Angola-Janga (pequena angola), era uma terra cheia de farturas. Plantavam, pescavam, e caçavam, muitos moradores eram hábeis artesões e conheciam a metalurgia. O excedente da produto era comercializado nos vilarejos.

Nos seus 100 anos de existência Palmares sempre viveu a violência, as tentativas de invasão eram constantes. Havia motivos de sobra para que o governo colonial quisesse destruir Palmares. Os burocratas e senhores de engenho no gostavam do mau exemplo daqueles negros livres andando por ali, fora isso eles saqueavam os engenhos e comércio, seqüestravam mulheres, matavam os brancos e, havia mais o dinheiro...

Vender escravos era um bom negócio e ali em Palmares havia uma fortuna.

O fogo cerrado contra o quilombo começou em 1680 quando Palmares recusou o tratado de paz com os brancos.


Os portugueses resolveram acabar de vez com o quilombo e, para isso, contrataram o feroz bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. A primeira vez que subiu a serra da Barriga em 1692, Domingos Jorge Velho levou um susto. Macaco, a capital do quilombo havia se transformado numa cidadela fortificada. O bandeirante s voltou dois anos depois com 9.000 homens, seis canhões. O cerco durou 42 dias e na madrugada de 5 de fevereiro, os invasores finalmente romperam a resistência do quilombo. Mais de 400 guerreiros foram mortos no local, metade empurrada pelo despenhadeiro. Milhares fugiram para as matas, porém quase todos foram capturados e muitos degolados.

Zumbi conseguiu fugir mas morreria um ano depois em uma emboscada.

Nas cidades o fim do Quilombo dos Palmares foi festejado, o governador da Capitania de Pernambuco mandou rezar missa solene, encheu Olinda e Recife de lanternas e jogou dinheiro para o povo das janelas do palácio.

...Porém nas senzalas, no se festejava nada. O sonho de liberdade s viria chegar ali 200 anos depois.

 
Quilombo dos Palmares

O Quilombo dos Palmares tratou-se de um dos mais importantes redutos da resistência dos negros frente o jugo escravista do período colonial. Diz-se que o refúgio chegou a abrigar cerca de 20 mil negros fugitivos.

Localizado em território atualmente pertencente ao Estado de Alagoas, desde sua fundação até sua destruição o quilombo chegou a opor resistência ao branco durante um período de cerca de cem anos. Havia organização política interna, sendo que eleições para líderes eram estabelecidas. Um rei também era empossado pela escolha geral dos habitantes de Palmares. A figura do rei provinha dos antigos regimes tribais africanos, que os negros buscaram reproduzir em terras brasileiras em agrupamentos como Palmares.

O rei do Quilombo tratava de dar organização a aspectos como defesa do território, questões internas e divisão de tarefas. Para sua subsistência, o Quilombo possuía pequenas plantações próprias, administradas em caráter comunal. O Quilombo também empreendia investidas guerreiras contra terras e engenhos das áreas adjacentes.

O potencial guerreiro do Quilombo assustava o colonizador. Os holandeses fixados em regiões do território nordestino foram os primeiros a investirem contra os aquilombados (ou quilombolas) em Palmares: mesmo bem armados e munidos, os holandeses não atingiram suas expectativas, resistindo portanto o Quilombo.

Houve tentativas de acordo entre o governador da capitania de Pernambuco e o rei de Palmares, então Ganga-Zumba: o governador exigia a pacificação através da baixa de defesas do quilombo. O acordo dividiu opiniões entre os quilombolas: de um lado, Ganga-Zumba admitia a necessidade do acordo, enquanto outro líder negro, Zumbi, defendia a continuidade dessa resistência negra ao governo dos brancos. O ideal de Zumbi, tendo sido aprovado pela maioria dos quilombolas, o levou a ser escolhido como o novo rei, enquanto Ganga-Zumba terminou por deixar o quilombo.

O governo, após várias tentativas de aniquilamento do quilombo, acaba recorrendo ao experiente sertanista das bandeiras, Domingos Jorge Velho, oferecendo-lhe armas, mantimentos e ainda concedendo-lhe o direito a terras e ao dinheiro pelo resgate dos escravos aos senhores. Assim, é empreendida a jornada que resultou na Guerra de Palmares. A guerra estendeu-se de 1690 a 1695, quando Palmares foi destruído. A morte de Zumbi é cercada de uma lenda em que o rei de Palmares teria se atirado de um penhasco, juntamente com seus seguidores, proferindo um último grito de liberdade. No entanto, Zumbi foi assassinado à traição, no ano de 1695, por um branco de sua confiança.

 


20 de Novembro - Dia da Consciência Negra!! (REFLEXÃO)

A cada ano, o dia 20 de novembro se consolida como uma data de grande significado no calendário histórico nacional. A memória de Zumbi dos Palmares reafirma-se no panteão dos heróis que escreveram, com a própria vida, a história do povo brasileiro, na luta por ideais grandiosos, tais como igualdade e justiça social. O Quilombo dos Palmares é um dos principais símbolos da resistência negra na época da escravidão, também conhecido por Angola Janga, que significa Angola Pequena. Localizava-se na Serra da Barriga, atual Estado de Alagoas, local de grandes plantações de cana-de-açúcar.
Durante cem anos (1595-1695), Palmares constituiu um foco de resistência aos ataques da Coroa, conseguindo também ter uma vida social extremamente organizada, chegando a contar, em 1640, segundo os holandeses, quase dez mil quilombolas. Era de interesse dos grandes proprietários de terra aniquilar Palmares, para tentar recuperar escravos e para evitar que, tendo Palmares como referência, os escravos tivessem maior motivação para a fuga. Para Zumbi, o mais importante não era viver livre, mas libertar todos os negros ainda escravos. Em função da sua expressão histórica e da resistência que representa, o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, foi adotado pelo Movimento Negro Brasileiro como o Dia Nacional da Consciência Negra, data que é celebrada em todo o país.
Se prestarmos atenção às pessoas que estão ao nosso redor, veremos que muitas têm avós italianos, pais árabes, origem espanhola, alemã ou portuguesa. Mais claramente, veremos uma grande maioria de crianças ou adultos com traços fisionômicos que evidenciam sua origem negra. O negro é talvez o elemento que maior contribuição trouxe à formação da cultura brasileira. Nos porões dos navios negreiros, já vinham os germes do samba, do frevo, do candomblé, do carnaval, do culto à Iemanjá, do sabor quente e forte de nossa comida, além de crenças e hábitos os quais nos acostumamos tanto, que nem paramos para pensar de onde vêm. Mas hoje, 113 anos depois de outorgada a abolição da escravatura, ainda podemos acompanhar a luta das ONGs com a questão racial para mudar a imagem social do negro no País.
A cultura negra sempre esteve atrelada à escravidão e ao preconceito. A maioria das pessoas acredita que existe um racismo silencioso, pois muitas delas preferem não falar sobre o assunto. "O racismo explícito, pelo menos no meio urbano, vai se enfraquecendo, principalmente por conta da consciência crescente de que é prática criminosa. Mas o preconceito (que é o racismo subterrâneo) continua. E é fomentado, principalmente, pelas novelas da Rede Globo, que são um veículo muito poderoso", comenta Nei Lopes, compositor e um dos maiores estudiosos de história do povo negro no Brasil.
O preconceito racial é sempre adquirido através da aprendizagem. Em geral, a pessoa é levada desde criança a ter idéias e atitudes preconceituosas, por viverem numa sociedade em que predominam valores racistas. "A sociedade brasileira põe na nossa cabeça - veja os negros sempre fazendo papel de subalternos nas novelas - que nós somos inferiores, porque nossos antepassados foram escravos e os dos donos do poder foram senhores. Prevenir isso só através da Educação Fundamental, com uma revisão completa da História, e por meio de ações governamentais afirmativas",

Apesar do mito da democracia racial, os índices de desigualdade econômica e social entre negros e brancos demonstram o grau de racismo existente no País. A realidade contemporânea reflete estereótipos do tempo da escravidão, com o negro continuando a viver à margem da sociedade. Ainda segundo Nei Lopes, há razões históricas para isso: " A Abolição foi feita de qualquer maneira e não teve medidas que a complementasse. A sociedade de então optou claramente por branquear a nação pela imigração européia e jogou os recém libertos, literalmente, no lixo. Sob o ponto de vista histórico, o racismo serviu freqüentemente para justificar a dominação e a exploração de um grupo por outro. Hoje, quase metade da população do País é negra, mestiça ou parda, não tendo realizado o sonho das elites brasileiras com a vinda dos imigrantes europeus


Como na de todos os brasileiros, na minha veia também corre sangue negro! É orgulho, é raça e força!

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