RELIGIAO
PARA REFLEXÃO
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nois
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus...
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração...
E se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Eu tenho que subir aos céus
Sem cordas prá segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar!
Se eu quiser falar com Deus!
SACRIFICIO - A UTILIZAÇÃO DOS ANIMAIS NO CANDOMBLÉ - PARTE II
Simbologia da utilização dos animais nos ebós
Em
Ose meji, Iyami fez um acordo com o Ifa de entregar seus filhos e os
pássaros, para salvação da humanidade, em Owonrin, os quadrupdes
tornaram-se objetos de sacrifícios
e em irete meji substituíram aos seres humanos pelos animais para
serem sacrificados as divindades.
Os
animais de maneira geral substituem vida à humana, (uma vida
por outra), independentemente da virtude que possuem cada um: os mais
habituais para ebó são:
Os galos: para vencer situações, para a mulher contrair matrimônio, porque o galo representa o macho, é uma ave de batalha persistente.
As pombas; para ter filhos, casa, dinheiro e casamento, tendo em conta a capacidade que estas tem de reproduzir-se e fazer os seus ninhos. Proteção, dado que a pomba voa acima de muitos perigos.
O coelho; para ter filhos tendo em conta a sua capacidade reprodutora e escapar do falecimento ou a justiça pela faculdade de fugir e dissimulação deste animal.
A galinha d’angola e a codorna:
Para problemas judiciais dado a facilidade que ambas
tem de escapar de seus perseguidores
O igbin: para pacificar, é o único animal que não é hostil com nenhum outro, o seu movimento lento dá uma sensação de regulamento, conforto e tranquilidade.
O peixe:para nutrir o ori, atrair egum. Existem certos tipos de peixes, como por exemplo os peixes de lama e as sardinhas que têm uma grande vitalidade e uma capacidade de sobrevivência, mesmo sem água e do pargo que é o animal que faz a comunicação de ori com Olodumare.
O cão: sacrifícios diretos para fins saúde vitórias obtendo o favor do orisha ogun. Regulamento deste orisha.
O rato. Casamento, casa, dinheiro, gestação
SACRIFICIO - A UTILIZAÇÃO DOS ANIMAIS NO CANDOMBLÉ - PARTE I
Sacrificio
Há que se esclarecer de uma forma definitiva, verdadeira e sem hipocrisia, a utilização dos animais pelo Candomblé.
Os animais comumente utilizados são, em via de regra: galos, cabritos, carneiros, pombos e galinhas da angola; machos e fêmeas. Sua forma de abate, é cortado o pescoço com faca bem afiada, o qual não sofre mais, nem menos, que os que são abatidos, aos milhares, diariamente, pelos grandes abatedouros, ou ainda, os tão procurados "caipiras", pelo seu melhor sabor e consistência, também o são abatidos, das formas mais variadas, sendo que a palavra sacrifício, é apenas um termo, uma forma de expressão, mas que, poderia perfeitamente, ser dito, abate. É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas, intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, pelas mesmas razões, já comentadas, de ordem religiosa, moral, conservadora... ou "pseudos" religiosos, moralistas...através de argumentos, os mais variados e convenientes, ao longo dos anos. Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, em várias passagens, vou citar uma apenas, a mais marcante, em que Abel, "imolou" (sacrificou) um carneiro, para Deus, e o mesmo foi aceito, tão somente estava repetindo um ato já praticado, provavelmente advindo dos africanos, mas, que pela palavra usada - imolou - fica bonitinho e aceitável, mas sacrifício, não, este é um termo diabólico; que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes?
Continuando, após "imolar" o animal, cujo sangue é derramado, em local determinado, são retirados os "axés", que são as vísceras principais (moela, rim, pulmão, coração...) que serão cozidas ou fritas, colocados num oberó (prato de barro) e oferecidas como complemento. A carne, será consumida normalmente pelas pessoas, como se estivesse sido comprada em um supermercado.
Esta forma como que é utilizado, o sangue e demais vísceras dos animais, tem uma causa e objetivo nobre, o de produzir uma energia, o axé, já tantas vezes mencionado, que ao menos, irá cumprir uma função, de maior ou menor importância, beneficiando o alvo de qualquer religião: o ser humano.
Onde está a maldade, o diabólico, se ajudar alguém? O abate é o mesmo, só porque é um ato religioso? De um povo já tão, atacado, sofrido e discriminado pela humanidade, ou ao menos parte dela, tudo isto por interesse e influência de alguns? A barata, o pernilongo, a formiguinha, Ah! A formiguinha, animal de folclore, história e lendas, tão bonitinha, mas que, todos foram criados por Deus, com alguma função, que não me cabe analisar, mas criaturas divinas, claro que são insetos, vermes, nojentos, nocivos, e, devem se exterminados, esmagados, pisoteados, e muitas vezes, com ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo, vassoura, ou mesmo de forma maciça, com o advento do inseticida, mas que se processa de forma algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa... não importa a forma, desde que seja morto, esmagado de forma definitiva, e ainda olhamos o resultado, sem se importar se sofreram ou não, se ainda estão agonizando ou não, e ainda dizemos, que nojo! Matei mais um, se pudesse matava todos que existem no mundo.
Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica animais diariamente.
Com a palavra nossos algozes.
Os animais comumente utilizados são, em via de regra: galos, cabritos, carneiros, pombos e galinhas da angola; machos e fêmeas. Sua forma de abate, é cortado o pescoço com faca bem afiada, o qual não sofre mais, nem menos, que os que são abatidos, aos milhares, diariamente, pelos grandes abatedouros, ou ainda, os tão procurados "caipiras", pelo seu melhor sabor e consistência, também o são abatidos, das formas mais variadas, sendo que a palavra sacrifício, é apenas um termo, uma forma de expressão, mas que, poderia perfeitamente, ser dito, abate. É feito algum tipo de comentário, por quem quer que seja sobre o abate industrial ou caseiro? Absolutamente não; porque? No fundo, no fundo, ninguém saberia dizer; Mas, intrinsecamente, já está embutido na cabeça das pessoas, pelas mesmas razões, já comentadas, de ordem religiosa, moral, conservadora... ou "pseudos" religiosos, moralistas...através de argumentos, os mais variados e convenientes, ao longo dos anos. Porém, quando essas pessoas, lêem na Bíblia Sagrada, em várias passagens, vou citar uma apenas, a mais marcante, em que Abel, "imolou" (sacrificou) um carneiro, para Deus, e o mesmo foi aceito, tão somente estava repetindo um ato já praticado, provavelmente advindo dos africanos, mas, que pela palavra usada - imolou - fica bonitinho e aceitável, mas sacrifício, não, este é um termo diabólico; que dizem dessas passagens bíblicas, nossos algozes?
Continuando, após "imolar" o animal, cujo sangue é derramado, em local determinado, são retirados os "axés", que são as vísceras principais (moela, rim, pulmão, coração...) que serão cozidas ou fritas, colocados num oberó (prato de barro) e oferecidas como complemento. A carne, será consumida normalmente pelas pessoas, como se estivesse sido comprada em um supermercado.
Esta forma como que é utilizado, o sangue e demais vísceras dos animais, tem uma causa e objetivo nobre, o de produzir uma energia, o axé, já tantas vezes mencionado, que ao menos, irá cumprir uma função, de maior ou menor importância, beneficiando o alvo de qualquer religião: o ser humano.
Onde está a maldade, o diabólico, se ajudar alguém? O abate é o mesmo, só porque é um ato religioso? De um povo já tão, atacado, sofrido e discriminado pela humanidade, ou ao menos parte dela, tudo isto por interesse e influência de alguns? A barata, o pernilongo, a formiguinha, Ah! A formiguinha, animal de folclore, história e lendas, tão bonitinha, mas que, todos foram criados por Deus, com alguma função, que não me cabe analisar, mas criaturas divinas, claro que são insetos, vermes, nojentos, nocivos, e, devem se exterminados, esmagados, pisoteados, e muitas vezes, com ímpetos e rituais de sadismo e com plena satisfação, quer seja com o sapato, chinelo, vassoura, ou mesmo de forma maciça, com o advento do inseticida, mas que se processa de forma algoz, por envenenamento, a morte vem lenta e dolorosa... não importa a forma, desde que seja morto, esmagado de forma definitiva, e ainda olhamos o resultado, sem se importar se sofreram ou não, se ainda estão agonizando ou não, e ainda dizemos, que nojo! Matei mais um, se pudesse matava todos que existem no mundo.
Do ponto de vista, de que são igualmente, criaturas criadas por Deus (por outro não seria), que diferença tem dos animais imolados no Candomblé? O mundo sacrifica animais diariamente.
Com a palavra nossos algozes.
O PODER E A HIERARQUIA
O Poder e a Hierarquia por Nelson Souza - Tomege de Ogum
Ter
poder, e ser de fato detentor de algum poder, são situações distintas
em uma comunidade religiosa de Candomblé, isso no meu entendimento. Veja
que sempre me refiro ao meu entendimento pessoal, porque o que escrevo é
fruto da minha vivência religiosa. Caberia melhor dizer que é fruto da
observação dos fatos e situações ao longo dos anos, com pessoas que
possuem os mais variados desejos de poder, desde aqueles que rejeitam o
poder que lhe é concedido, até aqueles que o desejam muito e
intensamente e não medem esforços para conseguir o objetivo.
A
utilização do poder e da hierarquia numa Casa de Santo não está escrita
em nenhum código explícito de conduta, nem mesmo está escrito de fato; a
hierarquia e o poder existem pelo simples fato de ser assim e ponto
final.
Porém,
são a hierarquia e o poder bem aplicados que mantém o grupo unido em
torno de um objetivo ou de alguém, um líder. Mesmo se pensarmos em um
trabalho filantrópico, sem fins lucrativos, perceberemos a hierarquia
por trás do projeto; há sempre um líder, um catalisador, alguém a quem
se prestam contas; e numa Casa de Santo não seria diferente.
O
que vejo de problemático neste modelo de hierarquia e poder
concentrados em mãos pouco habilidosas para o trato com as pessoas, é o
fato dessa hierarquia sacerdotal estar diretamente ligada ao status que
os postos de zelador, ogan, ekedi ou outro oiê dão a alguns dignatários
sem preparo e sem cultura suficientes para exercer estas funções; que
lidam direta e diariamente com pessoas, com emoções e sentimentos, com
vidas. E, desta forma, o poder se torna um comércio e uma forma de se
impor pelo medo.
Para
exercer corretamente o poder é necessário, além do “direito
conquistado”, ter o reconhecimento e o respeito da comunidade. É
necessário ser um líder nato, e não um mero ditador de normas.
Os
grandes nomes de nossa religião nem sempre tiveram educação formal
completa, mas tinham carisma e sensibilidade. Portanto, a educação a que
me refiro nem sempre é a formal, pois educação vem de família e, como
somos uma família pergunto:
- Como estamos então educando nossos filhos?
Deve-se
ter bem claro em uma comunidade quem é o líder e quem são os liderados.
Falo em líder e liderados, não senhores e escravos. Frequentemente se
confunde hierarquia com satisfação dos desejos do elemento mais
graduado, confundindo liderança com imposição do medo. O bom líder
orienta, o mau líder se aproveita da fraqueza do outro para diversos
fins.
Como
disse antes, em nossa religião não há um código de conduta escrito e
formal; cada zelador é livre para fazer ou desfazer o que bem entender
da forma como bem entender em sua Casa. Logo, isso leva à formação de
entendimentos particulares das noções de respeito à pessoa, e a
hierarquia passa a só ter valor quando imposta de cima para baixo e de
dentro para fora do grupo detentor do poder, sendo o restante do grupo
relegado à condição de mantenedores do “status Real”.
Casos
típicos de confusão e de má conduta ética são os zeladores que, não
tendo cultura ou educação (inclusive formal), quando empossados no
comando de uma Casa não hesitam em tratar as pessoas com total desprezo,
principalmente os membros da sociedade civil de maior prestígio que
lhes frequentam as Casas.
A
mim parece um tanto de preconceito ou revanchismo. São pensamentos
retrógrados e arraigados de que, fora da Casa, o filho de santo é um
médico ou um doutor, mas uma vez dentro da Casa ele fará o que for
ordenado, se humilhará e será humilhado. Esse comportamento, associado à
falta de ascensão social e reconhecimento profissional do zelador fora
do seu próprio meio social/religioso, cria situações de constrangimento e
desagrado, e acabam por excluir muitas pessoas que não compactuam com
esse modelo.
Educação talvez seja um bom começo.
Não
é porque não há um código de conduta que direcione o comportamento dos
graduados que estes podem dispor das vidas, desejos, anseios e
liberdades alheios da forma como melhor lhes convier. Somos, no mínimo,
pensantes e temos sim direito ao bom e respeitoso tratamento, pois
hierarquia e poder não pressupõe opressão.
Pelos
motivos acima, creio que o que constantemente leva uma Casa a perder
seus filhos e ser reconhecida como um local não muito confiável é a
falta de capacidade do seu quadro, do seu staff, que geralmente está
mais envolvido em disputas internas e silenciosas pelo poder do que
centrado no que realmente importa, que é a educação e crescimento dos
membros da comunidade. E, nestas disputas, não se leva em conta a
sobrevivência da própria Casa como instituição de amparo aos filhos; não
se leva em conta nada, somente a obtenção do poder a qualquer custo ou a
manutenção dele.
Como
disse anteriormente, há também os que rejeitam o poder. Estes não
contribuem em nada e se colocam à margem das disputas, mas também não se
posicionam contrários a estas. São como já li em um grande livro “Ogãns
de bênção”, referindo-se às pessoas sem compromisso com a Casa. Não
fala especificamente sobre os Ogãns, não há nenhum preconceito,
refere-se à generalidade dos cargos e do status que eles proporcionam na
comunidade, sem no entanto se envolverem profundamente com seus
assuntos.
Claro
exemplo de dominação pelo medo se dá em uma consulta de búzios ou a uma
Entidade, onde o objetivo principal é a busca de soluções e respostas
para um determinado assunto, e essa consulta acaba por impor ao
consulente uma série de outros assuntos que não são pertinentes, mas que
dão status de grande adivinho ao zelador. Refiro-me aos casos como os
declarados no próprio blog sobre informações desencontradas dadas por
diferentes zeladores a respeito de um mesmo assunto.
Sei
que o jogo não é um tomógrafo de última geração, uma máquina programada
para dar sempre os mesmos resultados com margens mínimas de erros, mas
falo de percepções e de técnicas diferentes em que até o dia em que se
consulta o jogo pode ter influência sobre a leitura. Uma coisa não muda
em tudo isso, o interesse em ajudar ou ser ajudado do adivinho. Esse é
somente um item de um grande arsenal de formas usadas para impor o medo.
No jogo/consulta se “vê” que o consulente “precisa urgentemente” fazer
ou deixar de fazer, ter ou deixar de ter diversas coisas e é nesse ponto
que começamos a diferir o poder de fato do poder imposto. Afinal,
amedrontar uma pessoa se utilizando de um jogo ou de uma Entidade para
obter vantagens é coisa fácil, o difícil é encontrar pessoas que queiram
orientar e cuidar, dar carinho e uma palavra de conforto. Como disse, é
difícil encontrá-los, mas graças aos Orixás pessoas sérias também
ocorrem em grande número, pois afinal é para isso que são graduados e
ocupam seus cargos.
O
objetivo deste texto é dizer que o poder deve ser utilizado para
colaborar, para influenciar positivamente, para fazer crescer a
comunidade e os filhos, portanto devemos, antes de nos entregar de corpo
e alma, avaliar cuidadosamente que tipo de poder queremos exercer e a
que tipo de poder estaremos sujeitos.
Nelson preciso do seu contato!!!! urgente!!!!!
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