quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Indentidade Racial perdida!

Identidade é a única e distinta completa. Cultural é um adjetivo de saber. Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de saber se reconhecer. Muitas questões contemporâneas sobre cultura se relacionam com questões sobre identidade. A discussão sobre a identidade cultural acaba influenciada por questões sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade, orientação sexual, crença religiosa e etnia.
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. A influência do meio constantemente modifica um ser já que nosso mundo é repleto de inovações e características temporárias, os chamados "modismos". No passado as identidades eram mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, com a globalização, isso mudou fazendo com que as pessoas interagissem mais, entre si e com o mundo ao seu redor. Uma pessoa que nasce em um lugar absorve todas as características deste, entretanto, se ela for submetida a uma cultura diferente por muito tempo, ela adquirirá características do novo local onde está agregada.
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.
Segundo Stuart Hall (1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados a nossa pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza particularmente as identidades culturais referenciadas às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é um sistema de representação cultural (grifos do autor). Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), as culturas nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos identificar (grifo do autor) e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão contidos em estórias, memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a constituição de uma identidade da nação. Entretanto, segundo Hall (1999), vivemos atualmente numa “crise de identidade” que é decorrente do amplo processo de mudanças ocorridas nas sociedades modernas. Tais mudanças se caracterizam pelo deslocamento das estruturas e processos centrais dessas sociedades, abalando os antigos quadros de referência que proporcionavam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social. A modernidade propicia a fragmentação da identidade. Conforme ele, as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem “sólidas localizações” para os indivíduos. O que existe agora é descentramento, deslocamentos e ausência de referentes fixos ou sólidos para as identidades, inclusive as que se baseiam numa idéia de nação.

Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.
Mais de duas mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.
Mais de cem comunidades são citadas no arquivo "Títulos Expedidos às Comunidades Quilombolas" na página virtual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, entre elas estão: Abacatal-Aurá, Abui, Acapú, Acaraqui, África, Água Fria, Alto Ipixuna, Alto Itacuruça, Alto Pucurui, Aningal, Apui, Araçá, Aracuan de Baixo, Aracuan de Cima, Aracuan do Meio, Arapapu, Araquenbua, Bacabal, Bailique Beira, Bailique Centro, Baixinha, Baixo Itacuruça, Bananal, Barra, Barro Vermelho, Bela Aurora, Boa Vista, Boa Vista do Cuminá, Bom Remedio, Camiranga, Campelo, Campinho, Campopema, Carará, Carrazedo, Castainho, Catanhaduba, Conceição da Crioulas, Coração, Costeiro, Cuecê, Cupu, Curiaú, Eira dos Coqueiros, Espirito Santo, Flexinha, França, Furnas da Boa Sorte, Furnas do Dionísio, Guarajá Miri, Igarapé Preto, Igarapé São João, Igarapezinho, Itacoã Miri, Itamaoari, Ivaporunduva, Jarauacá, Jauari, Jenipapo, Jenipaúba, Jocojó, Jurussaca, Kalunga, Laranjituba, Mãe Cue, Mangal, Maria Ribeira, Maria Rosa, Mata, Mata Cavalo, Mocambo, Mocorongo, Nossa Senhora da Conceição, Paca, Pacoval, Pancda, Panpelônia, Paraná do Abui, Pedro Cubas, Poção, Porto Coris, Porto dos Pilões, Rio das Ras, Rio Tauaré-Açu, Sagrado, Santa Fé, Santa Maria de Mirindeua, Santa Rita de Barreiras, Santana, Santo Antonio, Santo Antonio dos Pretos, Santo Cristo, São Bernardo, São José, São Jose do Icatu, São Pedro, Serrinha, Silêncio, Tapagem, Teófilo, Terra Preta II, Varre Vento, Varzinha,
Essas comunidades estão dispersadas pelo território brasileiro em estados como: Pará, Bahia, Maranhão, Amapá, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.



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